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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Músicas Ao Calhas: Somewhere

Hoje quero falar de uma música de uma das minhas bandas preferidas da atualidade: os Within Temptation. Já havia falado deles AQUI, a propósito do seu último álbum The Unforgiving. Hoje quero falar de uma das minhas músicas preferidas deles: Somewhere.

 
"I just need to know whatever has happened, the truth will free my soul"
 
A faixa faz parte do álbum The Silent Force, o meu preferido deles por, entre vários motivos, considerar que a voz da vocalista, a linda Sharon den Adel, se encontra no seu melhor, bem como a sonoridade: temos um equilíbrio quase perfeito entre o metal/rock pesado e as influências celtas. Somewhere é um bom exemplo deste carácter híbrido: é uma balada conduzida pelo piano e acompanhada por violinos - como muitas baladas da música pop - misturada com elementos mais característicos, como o coro - que, nas músicas dos Within Temptation funcionam como se fossem um instrumento individualizado. E nesta são particularmente emocionantes no final da música - instrumentos de sopro e instrumentos celtas. A interpretação de Sharon também está fantástica em Somewhere. Ela é uma das melhores vozes do mundo, angelical, com um alcance incrível - que eu não consigo atingir. Ou melhor, às vezes até até consigo mas fico a anos luz da voz da Sharon e com dores de garganta durante o resto do dia... Custa a acreditar que ela tenha treinado a sua própria voz, sozinha.
 
 
Somewhere fala sobre um amor perdido, cujo paradeiro é desconhecido, nem sequer se tem a certeza se está vivo ou morto. O sentimento que transparece é dor, desorientação, agonia, tranquilizadas por uma determinação férrea de encontrado o amado ou de, pelo menos, saber o que lhe aconteceu. Todo o arranjo musical que descrevi acima faz-nos pensar em romances épicos, medievais. Por outro lado, a música sempre me recordou o final de "O Memorial do Convento", a parte em que Blimunda passa anos percorrendo o País, à procura do seu amante Baltasar Sete-Sóis. E fá-lo de uma forma tranquila, sóbria, mas determinada, tal como descrevi acima.
 
Os Within Temptation também editarão um álbum este ano. Encontram-se, neste momento, em estúdio. O lançamento está previsto para o outono; o que, nas palavras dos mesmos, condiz com o espírito do disco.   Para além disso, a banda afirmou andar a "fazer experiências". Pela parte que me toca, espero que tragam de volta as influências celtas, que foram deixadas um pouco de lado em The Unforgiving. A banda já tem concertos marcados para daqui a um ano. Ando a fazer figas para que a digressão passe pelo nosso País. Em todo o caso, quando o nome do álbum for anunciado e o primeiro single for lançado, não deixarei de falar disso aqui no blogue.
 
Termino esta entrada com um tweet que me veio parar à timeline há uns tempos que considero que resume perfeitamente o propósito das Músicas Ao Calhas:

Mantenham-se ligados se quiserem conhecer mais destas histórias.

Músicas Ao Calhas - In The Air Tonight

Ultimamente, tenho estado a trabalhar no final do meu terceiro livro. Tal como nos dois anteriores, a parte final é a parte em que se dá o confronto entre os "bons" e os "maus". São, portanto, capítulos mais tensos, mais ricos em adrenalina e... que mais gosto de escrever. Já falei aqui, de passagem, da lista de reprodução que compilei para a escrita destas cenas, de ação, com músicas dos Within Temptation, Linkin Park, algumas dos Sum 41, entre outras.

Um dos temas principais dessa playlist é a faixa In The Air Tonight, tanto a faixa original como dois covers, um dos Full Blown Rose e outro dos Nonpoint.
 
 
"I've been waiting for this moment for all my life"
 
Um dos grandes pontos fortes desta música é a sua letra. Segundo declarações do mesmo, Phil Collins escreveu-a numa altura em que sentia fortemente enraivecido devido ao divórcio da sua primeira mulher, embora não tenha sido sobre isso que escreveu. Quando estive a pesquisar sobre a música, descobri acerca de uma lenda urbana, baseada no verso "If you told me you were drowning, I would not lend a hand", segundo a qual Phil teria testemunhado um afogamento e nada feito para ajudar o desgraçado - algo que me dá vontade de rir. Independentemente da fonte de inspiração, a letra é bastante sombria. Fala sobre raiva contida, sobre um ressentimento prolongado, deixando promessas de vingança - daí que a faixa, tanto a original como as várias versões que existem por aí, seja tão utilizada em bandas sonoras de filmes e séries. E, como não podia deixar de ser, marca um momento crucial do meu segundo livro.



"The hurt doesn't show, but the pain still grows, it's no stranger to you or me"
 
Torna-se interessante analisar o tratamento que as diferentes versões dão à música. A versão original é guiada pelo órgão, acompanhada por uma batida muito discreta no fundo, que se torna mais evidente nos últimos refrões, e algumas notas e acordes de guitarra elétrica ocasionais. Destaque para o solo de bateria antes dos últimos refrões (ba-dum, ba-dum, ba-dum, ba-dum, dum dum), reproduzido nos dois covers aqui mencionados, que já se tornou a imagem de marca de In The Air Tonight. A voz de Phil surge aqui ligeiramente alterada, dando a ideia de ecos, soando algo fantasmagórica - algo que combina com a letra, a ideia de assombração, de maldição. Todo o tratamento da versão original de In The Air Tonight, de resto, dá à faixa uma atmosfera ameaçadora. 
 
O videoclipe, como podem ver, tem precisamente um caráter algo fantasmagórico, psicadélico, em linha com o que referi acima. A versão da música que usaram tem, além disso, uma batida mais forte.

 
"I've seen your face before, my friend, but I don't know if you know who I am"

A versão de Full Blown Rose foi a primeira que conheci. Como podem ver no vídeo acima, tocou no brilhante final da primeira temporada de Tru Calling, assinalando o momento em que, em diametral oposição às intenções do seu Némesis, Jack, o desejo de vingar a morte do seu namorado Luc surge como motivação extra para Tru continuar a responder ao Apelo.


 

Aqui, In The Air Tonight surge na forma de uma balada gótica, dramática, guiada pelo piano, acompanhada por violinos e guitarra elétrica, inicialmente esporádica, tornando-se permanente a partir do segundo verso. Temos também uma batida discreta, semelhante à versão original, que se torna mais forte no segundo verso. A voz é feminina, logo, a música torna-se aplicável a histórias em que a personagem em questão é uma mulher - como Tru Calling e a minha história. Só tenho pena que a parte instrumental que toca na série, a introdução inicialmente com apenas piano a que se juntam os violinos, não tenha sido incluída na versão da música acima.
 


"Well, I was there and I saw what you did"
 
A versão original de In The Air Tonight popularizou-se graças à série Miami Vice. Logo, não é de surpreender que, quando se realizou o filme baseado na série, em 2006, tenha igualmente sido criada uma nova versão de In The Air Tonight.
 
A versão dos Nonpoint distingue-se das outras por, ao invés de se apresentar como uma balada, possuir um ritmo mais acelerado, com uma batida bem mais forte - embora não dispense o já aqui mencionado icónico solo de bateria, A música ganha assim um carácter diferente, uma atitude mais in-your-face estilo Linkin Park, mas que é igualmente compatível com a letra e melodia. Destaque para as guitarras elétricas mais evidentes a partir do meio do segundo verso, que criam um crescendo de tensão que culmina com o solo de bateria antes dos últimos refrões, cantados num tom mais agudo.



Não sei dizer qual destas três versões é a minha preferida. Cada uma distingue-se das outras por um motivo ou outro, cada uma dá um carácter diferente à faixa. In The Air Tonight é uma daquelas músicas cujo esqueleto básico é tão forte que soa sempre bem, independentemente do tratamento musical. Na minha opinião, o grande pilar da música é a letra, conforme já mencionei acima. Geralmente, neste tipo de textos, gosto de citar o verso que considero mais marcante da música em questão - em In The Air Tonight, praticamente toda a música é citável!
 
Não é raro as celebridades colecionarem casamentos falhados - os exemplos abundam. Também não são raros os casos de celebridades que lidam mal com os respetivos divórcios, que se humilham a si mesmos, aos respetivos cônjugues e a outros entes amados no processo. Mas também existem casos de famosos que conseguem lidar com isso de maneira saudável. Eu ainda não tinha nascido aquando do divórcio de Phil Collins, nem sequer sei muito sobre o cantor. Não sei dizer se ele lidou bem ou mal com o divórcio da sua primeira mulher mas, pelo que vejo, soube usar a sua raiva para criar um autêntico clássico, uma música de qualidade cada vez mais rara. Uma música que, para mim, há muito se tornou imortal. Só por isso, Phil Collins merece o meu respeito. E esta capacidade de transformar um sentimento negativo em algo extremamente positivo é o que, na minha opinião, a Arte em geral tem de melhor!

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