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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

My Indigo (2018)

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Quando os Within Temptation concluíram o ciclo do álbum Hydra, lançado no início de 2014, os membros da banda deram por si sem saber o que fazer a seguir. Sharon den Adel, em particular, estava desgastada, com bloqueio criativo. Começava a sentir as consequências de ter passado uma boa parte da sua vida adulta em digressão, mesmo sendo mãe de três (com Robert Westerholt, guitarrista da banda). Por fim, o seu pai contraiu uma doença grave, de que viria a falecer.

 

Como tenho assinalado várias vezes, os últimos anos não têm sido fáceis para ninguém.

 

Sharon tinha, assim, muito com que lidar, muito para refletir. Quando conseguiu voltar a criar música, esta não se encaixava no leque habitual dos Within Temptation. Desse modo, decidiu lançá-la à parte, num projeto a solo, a que chamou My Indigo.

 

Sharon criou e editou este álbum faz hoje um ano, apenas para se satisfazer a si mesma. Sem a pressão de corresponder aos critérios da música dos Within Temptation, sem preocupações comerciais – daí não ter investido por aí além na divulgação. Em parte por isso e em parte porque o pai faleceu na altura em que My Indigo foi lançado.

 

Na minha opinião, foi uma decisão acertada lançar esta música como um projeto lateral. Tentar vender este material como Within Temptation podia não correr bem – até porque, como referi antes, fãs de metal nem sempre são fáceis de aturar.

 

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My Indigo é uma mistura interessante de indie pop, folk, anos 80 e elementos orquestrais/grandiosos da música dos Within Temptation. É um som mais leve que o rock/metal sinfónico da banda holandesa, mas ao mesmo tempo e um pop mais adulto que a maioria da música que passa nas rádios, tal como referi antes.

 

Sharon escolheu My Indigo para nome deste álbum e deste projeto porque é essa a cor que esta música lhe evocava: índigo. Leve, mas melancólico, contemplativo. Um dos melhores exemplos é o tema-título.

 

My Indigo é também o nome da primeira música deste álbum a ser lançada como single em meados de novembro de 2017. Este não foi um mês fácil para mim, como penso ter referido antes – depois do concerto no Hollywood Bowl, a morte de Chester Bennington estava a atingir-me como ainda não tinha atingido antes. Misturando isso com alguns problemas pessoais e com o estado geral do Mundo (que, verdade seja dita, não melhorou deste essa altura), passei os últimos dois meses de 2017 debaixo de uma nuvem de desânimo.

 

Acabou por ser uma boa altura para My Indigo sair, pois o seu tom melancólico condizia de maneira agradável com o meu estado de espírito.

 

 

Mesmo hoje, My Indigo é uma das minhas músicas preferidas do álbum com o mesmo nome. O som mistura folk com sintetizadores. A letra fala de um amor não correspondido, descrevendo essa relação como “índigo” – o sentimento de melancolia, de resignação, de quem sabe que por muito que ame uma pessoa, por muito que faça por ela, ela nunca dará retorno.

 

Out of the Darkness seria lançada no mês seguinte. Tal como My Indigo, saiu numa boa altura, ressoando com o que andava a sentir naqueles tempos. Musicalmente, poderia funcionar como uma balada dos Within Temptation, mudando apenas alguns elementos. Começa só com piano e voz, com o resto da instrumentação – a percussão, os sintetizadores – juntando-se depois do primeiro refrão.

 

A letra, como o título sugere, fala de procurar fugir da escuridão, deixando para trás a nossa dor, os nossos fantasmas. Out of the Darkness refere mesmo uma pessoa que ajuda a narradora nesse processo, a suportar os momentos maus.

 

Acaba por ter um tema parecido ao de 26, dos Paramore – por sinal, outra música com que me identificava muito em finais de 2017. Tal como 26, Out of the Darkness explora diferentes facetas do idealismo. Por um lado, alerta para o perigo de nos perdermos nos nossos próprios sonhos e mágoas, nos versos “We dwell on our dreams and somehow we forget to live” – que, a propósito, ninguém me convence que não são a uma referência às palavras de Dumbledore, no primeiro livro de Harry Potter). Por outro, parece querer sonhar com algo mais – “See the bluebirds flying high, so I’m wondering down below, could I?”, estes uma possível referência a Somewhere Over the Rainbow.

 

 

Mais do que outra coisa, era a mensagem do refrão que ressoava comigo. Na altura em que Out of the Darkness saiu, via muita gente lidando com situações difíceis. Só para dar alguns exemplos, os fãs dos Linkin Park ainda em luto por Chester e apoiando-se uns aos outros; Hayley Williams, dos Paramore, que pusera uma boa parte da comunidade a falar sobre saúde mental; uma Youtuber que terminara uma relação prolongada e publicara um vídeo falando sobre isso. De uma maneira estranha, consolava-me saber que estávamos todos a tentar lidar com os nossos próprios problemas, a tentar cuidar de nós mesmos. Como reza a letra desta música, estávamos todos a tentar fugir da escuridão.

 

Estas foram as únicas duas músicas que ouvia com regularidade antes de o álbum ser editado.

 

Uma coisa que me confunde é o facto de a tracklist do álbum em CD ser diferente das versões digitais. Nunca tinha encontrado um caso destes. Não é grave: na minha opinião, My Indigo não é um álbum onde a ordem das faixas seja particularmente significativa – ao contrário de, por exemplo, Post Traumatic. Mas é estranho.

 

Crash and Burn, segundo Sharon, fala de uma pessoa próxima dela que vive uma vida instável, errática, de altos e sobretudo de baixos  muito baixos (talvez seja toxicodependente). A pessoa em questão não aprende com os erros. Não que não tenha recebido ajuda, mas ele ou ela gosta de viver no limite. Até agora, tem conseguido sobreviver, reerguer-se depois de cair, mas Sharon receia perdê-lo ou perdê-la de vez, mais cedo ou mais tarde.

 

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A sonoridade encaixa-se no estilo do álbum, com destaque para o saxofone melancólico, que faz lembrar a banda sonora de um filme western.

 

É uma faixa interessante, mas confesso que não está entre as minhas preferidas.

 

Uma música que acho muito gira neste álbum é Black Velvet Sun, mais pela sonoridade que pela letra. Mistura sintetizadores e uma percussão acelerada com o som de um violino, criando um efeito ao mesmo tempo dançante e atmosférico, de uma maneira muito única.

 

Indian Summer é outra canção interessante em termos musicais, ao combinar violinos e sintetizadores, lembrando um bocadinho de world music, um bocadinho de funk.

 

A expressão “indian summer” é usada pelos anglo-saxónicos para designar um Verão tardio: tempo solarengo e temperaturas altas algures entre Setembro e Novembro. Costuma também ser usada como metáfora para um período de alegria juvenil vivido numa fase tardia da vida. A expressão terá tido origem num romance de William Dean Howells, de 1886, com o mesmo nome. Nele, o protagonista vive um romance quando já está na meia idade.

 

 

Faz sentido, desse modo, que a narradora de Indian Summer deseje reacender uma paixão antiga.

 

Someone Like You acaba por funcionar um pouco como uma antítese a Indian Summer – usando também imagens outonais na letra. Esta é uma das minhas canções preferidas em My Indigo, apesar de ter algumas falhas a apontar-lhe. Adoro os vocais doces de Sharon, a sua simplicidade encantadora.

 

Someone Like You supostamente conta a história de um casal que se juntou na adolescência e que se vai separar ao fim de cinquenta e seis anos. Digo “supostamente” porque eu confesso que não chegaria lá sem a explicação de Sharon. A letra é um bocadinho vaga de mais. Tudo o que consigo deduzir dela é que a narradora continua tão investida na relação como no início desta e se pergunta para onde o amante deseja ir.

 

Não sei. Apesar de gostar imenso desta música, acho que funcionaria melhor se tivesse a letra de uma canção romântica, não de separação.

 

Star Crossed Lovers tem a letra mais interessante de todo o álbum, a meu ver. Esta é outra faixa com um carácter vagamente western, desta feita por causa dos violinos.

 

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Star Crossed Lovers parece falar de um casal numa relação há já muitos anos, que talvez tenha começado como um amor proibido. Talvez tivessem havido fatores exteriores, terceiros, a conspirar contra a relação. Assim, o romance ter-se-á alimentado da excitação de quebrar as regras, os dois valorizavam os poucos momentos em que conseguiam estar juntos.

 

Eventualmente, a relação estabilizou. Com o tempo, a paixão poderá ter arrefecido, como acontece muitas vezes com relações prolongadas. Os dois ter-se-ão afastado um do outro sem darem por isso. A narradora deseja regressar ao modo “amantes proibidos”, recuperar esse espírito, essa adrenalina, para salvar a relação.

 

É um tema interessante. Só é pena a faixa ser um bocadinho curta demais.

 

As faixas que sobram possuem uma sonoridade grandiosa, podiam encaixar-se bem num álbum dos Within Temptation, com poucas alterações. O caso mais flagrante de todos é Lesson Learned, bastando acrescentar uns acordes de guitarra elétrica para passar despercebida na tracklist de Hydra.

 

Só me apercebi disso aquando da preparação desta análise, mas a letra de Lesson Learned descreve bem algo que tenho sentido várias vezes nos últimos anos, em que o mundo parece cada vez mais caótico. A narradora sente-se tentada a recorrer à apatia para se proteger das inperfeições do mundo, da aleatoriedade e falta de lógica da vida. No entanto, acaba por perceber que, ao bloquear a dor e a revolta, também bloqueia o amor e a alegria. Percebe que, por muito que diga o contrário, não quer viver uma vida sem emoção.

 

 

A lição que aprendemos, como reza o título, é que é assim que o mundo e o amor funcionam. Mesmo perante a dor e o caos, não deixam de florescer.

 

Where Is My Love também possui semelhanças com os Within Temptation em termos musicais, se bem que menos ostensivas – a repetição de “My mamma said” (um elemento de que não gosto muito, admito) dificilmente se encaixaria na música da banda, por muito épico que seja o acompanhamento.

 

Este é outro caso em que a mensagem da música nos foi informada por Sharon – neste caso, Where Is My Love fala de desigualdade de género – mas sem a adenda eu não chegava lá. Tirando a terceira estância, tomaria esta letra por mais uma história de amor não correspondido.

 

Não deixa de ser uma mensagem relevante, claro. Mas podia ter sido melhor explorada.

 

Por fim, Safe and Sound é uma carta de amor aos filhos de Sharon. Esta também possui um som grandioso, não muito diferente do típico dos Within Temptation. O exemplo mais flagrante é a pausa depois da terceira estância, onde facilmente se imaginam coros, parecidos àqueles presentes em quase todas as canções da banda.

 

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Na letra, Sharon debate-se entre o desejo de proteger os filhos e a necessidade de prepará-los para as dificuldades do mundo – um equilíbrio que todos os bons pais procuram e que eu imagino que não seja fácil de atingir. A terceira estância é particularmente ternurenta – “love you to the moon and back again”. Sharon consegue soar doce e poderosa (sobretudo no refrão) no mesmo tema. É impressionante.

 

E é isto My Indigo. Diria que este é um álbum outonal: maduro, sério, introspetivo, algo melancólico e nostálgico. A própria estética do álbum, em tons terra e alaranjados, condiz com o outono.

 

Conforme fui referindo ao longo desta análise, algumas destas músicas refletem vários conflitos internos que tenho tido nos últimos anos, coisas que senti várias vezes. Apesar de, como referi nos meus textos de fim de ano, ainda apreciar boa música pop, apenas para cantar, dançar e entreter (tenho, aliás, vindo a apreciá-la cada vez mais ultimamente), também preciso de música assim na minha vida.

 

É outro dos motivos pelos quais Head Above Water, de Avril Lavigne, me desiludiu: porque não me deu música assim. Isto apesar de Avril ter estado em boa posição para criar música desse género, com a Doença de Lyme.

 

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My Indigo não é um álbum perfeito, mas considero-o uma aposta ganha por parte de Sharon. Espero que ela não fique por aqui no que toca a este projeto. Quero outro álbum daqui a uns anos.

 

Eu tinha dito que não queria escrever sobre Resist, o novo álbum dos Within Temptation, sem antes escrever sobre My Indigo. Já escrevi, mas ainda não me sinto preparada para escrever sobre o álbum. Vou precisar de mais tempo. Hei de fazê-lo, eventualmente, nem que só consiga publicar no primeiro aniversário de Resist, como estou a fazer com My Indigo.

 

Até porque, nesta altura, a minha atenção está noutro lado – no grande projeto para este blogue de que já falei antes. Ainda estou numa fase muito inicial no planeamento, isto é capaz de demorar. Mas garanto-vos que vai valer a pena.

 

Fiquem atentos.

Músicas Não Tão Ao Calhas - Liability e Battle Symphony

Uma semana após lançar Green Light, a cantora neo-zelandeza Ella Yellion-O’Connor, de nome artístico Lorde, disponibilizou mais uma canção do seu próximo álbum, Melodrama. Esta chama-se Liability. A minha ideia era analisá-la logo a seguir ao lançamento. No entanto, precisei de alguns dias para decifrar esta canção. Como, entretanto, os Linkin Park lançaram hoje Battle Symphony – o novo single do seu próximo álbum, One More Light – resolvi analisar ambas as canções no mesmo texto.

 

Primeiro as senhoras...

 

  

I’m a little much for everyone”

 

Acho que nunca tínhamos ouvido Lorde soando tão triste. Fiquei de coração partido depois de ouvir esta faixa pela primeira vez. Liability é só piano e voz. Como acontece com as melhores canções de Lorde, a voz faz o trabalho todo – transmitindo na perfeição toda a dor, vulnerabilidade e autocomiseração da narradora.

 

Tal como acontece com Green Light, a letra de Liability tem várias camadas e múltiplas interpretações possíveis. Das primeiras vezes que ouvi Liability, pensei que esta se referia ao fim de uma relação amorosa – alguém que se tinha envolvido com a narradora, tratando-a como um mero divertimento temporário, abandonando-a quando se fartou dela ou ela pediu mais.

 

Não que esta interpretação não seja legítima, mas Lorde revelou que não compôs Liability pensando em relações amorosas. Em várias entrevistas, Ella disse que se inspirou naquelas situações, em que tentamos fazer amizades, mas receamos que os outros nos achem um fardo. Também se terá inspirado nas consequências negativas da sua fama – por ela ser uma celebridade, as pessoas próximas de si, por contágio, são obrigadas a lidar com a perda de privacidade, o escrutínio por parte do público.

 

É de admirar que Ella sinta que só atrapalha a vida das pessoas à sua volta?

 

Perante tudo isto, é natural que Lorde acabe por se virar para si mesma, por se tornar a sua própria melhor amiga.

 

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Confesso que me identifico com a letra de Liability. Já referi várias vezes aqui no blogue que sou introvertida e não faço amigos facilmente. Também já tive situações em que me senti indesejada. Ou que senti que não sou assim tão cativante para que as pessoas se interessem por mim a longo prazo, que sou demasiado estranha para a maior parte das pessoas.

 

É claro que isto é apenas a minha perceção, pode nem sequer corresponder à verdade.

 

De qualquer forma, também prefiro, muitas vezes, fazer companhia a mim mesma, tal como Lorde refere. Eu, porém, se tivesse oportunidade de dar um conselho a Ella, sugerir-lhe-ia uma alternativa ao isolamento: um cão. Conforme tenho vindo a aprender com a minha cadela, Jane, os cães estão sempre felizes por nos verem, não tecem juízos de valor, não se fartam de nós. São uma ótima companhia.

 

Por norma, é muito fácil esquecermo-nos que Ella é ainda muito nova. Em Liability, no entanto, nota-se essa juventude. Creio que uma pessoa mais velha não escreveria de uma forma tão crua e emotiva, com um pouco de autocomiseração à mistura. A própria Lorde admite que compôs esta canção numa altura em que sentia pena de si própria.

 

  

A ideia com que fico é que esta deverá ser a regra para este álbum: emoções cruas, exageradas, que poderão não corresponder cem por cento à realidade, tipicamente adolescentes. Talvez seja essa a explicação para o título Melodrama. Lembra-me, um pouco, Under My Skin, de Avril Lavigne. Este álbum também teve momentos melodramáticos que, conforme se veio a descobrir, foram apenas uma fase.

 

Em todo o caso, estou a gostar muito do que conhecemos, até agora, de Melodrama: duas músicas muito complexas, com diversas camadas e significados que se vão multiplicando com o tempo. Que inspiram testamentos aqui no meu blogue. Mal posso esperar por ouvir o resto.

 

Mas antes ouviremos One More Light, dos Linkin Park, que incluirá Battle Symphony.

 

 

All the world in front of me”

 

Conforme escrevi anteriormente, o primeiro single de One More Light, Heavy, desiludiu-me. Battle Symphony tem várias semelhanças com Heavy – a sonoridade suave, eletropop, radiofónica, os vocais melodiosos de Chester – mas, na minha opinião, está uns quantos furos acima do primeiro single de One More Light.

 

Para começar, o instrumental, sem ser nada de extraordinário ou mesmo original, é mais rico que o de Heavy. A minha parte preferida é o início do primeiro refrão, quando a bateria imita uma marcha militar – o que condiz com a letra. Gostava de tê-la ouvido mais vezes ao longo de Battle Symphony.

 

Mesmo assim, continuam a faltar guitarras elétricas.

 

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Devo dizer, também, que, apesar de pop, a melodia é cativante. Depois de ouvir várias vezes a música, dei por mim a cantarolar o refrão. A minha parte preferida, contudo, é a terceira estância.

 

A letra, infelizmente, deita um pouco a canção abaixo. Não que seja má. No entanto, tal como acontece em Heavy, é demasiado vaga, perde-se em clichés. Battle Symphony é a típica “fight song”, não traz nada de novo a um tema já muito batido.

 

Continuo insatisfeita com o estilo mais pop, mais comercial, contra o carácter da banda, que, ao que parece, os Linkin Park adotaram para este álbum. Dito isto, não me queixarei... muito... se o resto de One More Light for semelhante a Battle Symphony, desde que com letras melhorzinhas. De qualquer forma, prognósticos só depois de o álbum sair.

 

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Não devemos ficar por aqui em termos de música dos meus artistas preferidos – longe disso. A foto acima parece mostrar que os Paramore estão a filmar um videoclipe. O que quererá dizer que teremos um single muito em breve (máximo dos máximos daqui a um mês, juntamente com o videoclipe... acho eu).

 

Somando a isso o possível sexto álbum de Avril Lavigne, que mudou de gravadora e tudo (apesar de, por norma, estas coisas demorarem muito mais com a Avril), esperam-nos muitas mais entradas de Músicas Não Tão Ao Calhas nos próximos tempos. Por um lado, é excitante voltar a escrever regularmente sobre música. Por outro, tenho medo de não conseguir dar conta do recado. Durante os últimos dois anos tivemos muitos poucos lançamentos novos por parte deste pessoal. Agora, está tudo a lançar música ao mesmo tempo. Vão ser muitos textos para escrever... quando existem outros sem ser sobre música na minha lista de prioridades.

 

Vou tentar despachar esses textos nas próximas semanas, nesse caso – incluindo um sobre um assunto que não abordo há imenso tempo. Continuem por aí, então.

Músicas Não Tão Ao Calhas - Green Light

A cantora neo-zelandeza Ella Yelich-O’Connor, de nome artístico Lorde, lançou no passado dia 2 de março o single Green Light – o primeiro do seu segundo álbum de estúdio, Melodrama, que sairá dia 15 de junho.

 

“Did it frighten you? How we kissed when we danced on the light-up floor?”

 

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Green Light representa um desvio significativo relativamente ao estilo de Pure Heroine – mas não um desvio assim tão grande como uma parte dos fãs parece acreditar. A música de Lorde sempre incorporou elementos discretos de dance music – temas como Ribs, A World Alone e Bravado têm um certo carácter dançante. Esse carácter é ainda mais pronunciado em temas como Yellow Flicker Beat (da banda sonora dos filmes dos Jogos da Fome) e Magnets (a colaboração com Disclosure). Tendo tudo isto em conta, não, não me chocou particularmente que Lorde tivesse querido abraçar a dance music no seu segundo álbum – em Green Light, pelo menos.

 

Não se deixem enganar pela sonoridade à primeira vista radiofónica. Green Light está longe de ser um tema EDM de consumo rápido, daqueles que povoam a rádio dos dias de hoje. Pelo contrário, esta é uma daquelas músicas que precisam de ser ouvidas várias vezes para serem devidamente apreciadas.

 

Green Light é uma canção muito complexa, com muitos elementos. O piano é o instrumento predominante (consta que Ella e o seu produtor, Jack Antonoff, se inspiraram num concerto a que assistiram na véspera da composição de Green Light). A música começa calma e misteriosa, acelerando ligeiramente após alguns versos. A certa altura, no pré-refrão, o tom muda e o riff do piano, no fundo, vai criando um crescendo até ao explosivo refrão.

 

Lorde sempre se destacou pela sua voz grave e luxuriante, sem se tornar sonolenta (um feito de que Lana del Rey não é capaz). Em Green Light, Ella exibe todo o potencial da sua voz: ora acelerando ora abrandando a melodia, alternando sem dificuldade entre agudos e graves. O refrão torna-se um pouco repetitivo, mas os backvocals gritando “I’m wating for it That green light! I want it!” são irresistíveis.

 

  

Lorde afirmou, em entrevista, que Green Light foi inspirada pelo seu primeiro grande desgosto amoroso (recordemo-nos que ela ainda é novinha, só tem 20 anos). A letra, de facto, parece referir-se a uma fase ainda precoce de uma separação, em que a narradora está a tentar desesperadamente seguir em frente, sem grande sucesso. Temos referências a casos de uma noite única, “visões” do antigo amado em sítios inesperados, raiva. Lorde chegou mesmo a referir que a imagem que tem da narradora é a de uma rapariga embriagada, que se esforça por se divertir e não se ralar mas que, no fundo, chora pelo ex-namorado – de facto, por vezes, as pessoas que parecem mais alegres, mais exuberantes, são aquelas que mais sofrem em silêncio. Esta música, com uma sonoridade alegre mas letra amarga, exemplifica bem esta contradição. A narradora de Green Light está à espera do “sinal verde”, do momento em que poderá libertar-se de tudo, seguir em frente.

 

Como podem ver, Green Light possui diversas camadas, emoções contraditórias, sem perder a consistência. É possível, até, que vá ganhando novos significados com o tempo. Depois da desilusão que foi Heavy, é um alívio receber uma canção como Green Light, sinceramente.

 

À semelhança do recente single dos Linkin Park, Green Light é uma mudança significativa relativamente ao estilo anterior. Como seria de esperar, nem todos os fãs estão a reagir bem a isso. Mesmo eu não sei se me agrada completamente que Lorde entre em território mais dance pop. A diferença é que Green Light tem qualidade, está bem trabalhada, tem muito para oferecer. Quando é assim, sabe bem escrever sobre música!

 

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O álbum Melodrama estará disponível para pré-venda no próximo dia 10. Consta que, nessa altura, publicarão mais uma faixa do álbum. Depois de Green Light, estou ansiosa por mais música de Lorde. Tentarei analisá-la aqui no blogue, mas não estou em condições de prometer nada.

 

Porquê? Porque, com tudo o que tem acontecido e com a minha falta de organização, estou neste momento a trabalhar em três textos diferentes (quatro, se contarmos com este). Um deles é, obviamente, a análise ao último filme de Digimon Adventure Tri, mas esse ainda está em fase de planeamento. Vou tentar ir publicando estes textos ao longo das próximas semanas. A análise a Soshitsu deverá vir dividida em duas partes, à semelhança do que aconteceu com os dois filmes anteriores de Tri. Outro dos textos em que estou a trabalhar neste momento terá três partes, em princípio. Somando a isso a análise a uma possível música de Lorde e o blogue estará bastante ativo nos próximos tempos.

 

Por isso, continuem desse lado.

Música de 2016 #1

Hoje recupero uma tradição de fim de ano deste blogue: um texto ou dois ou três sobre a música que mais me marcou nesse ano. Não escrevi sobre isso no ano passado porque 2015 foi fraquinho em termos de música dos meus artistas preferidos: só Bryan Adams é que lançara um álbum e não tinha nada a acrescentar à minha análise. Tinha escrito sobre alguns dos singles que os Simple Plan foram lançando nos últimos meses desse ano, mas não gostei do álbum Taking One For the Team - limita-se a repetir fórmulas de discos anteriores, não tive pachorra. Além disso, há um ano andava entretida com os meus textos sobre Digimon 02 e Saikai. Não havia mesmo necessidade. Este ano já há.

 

O texto sobre 2016 terá duas partes (a segunda será publicada amanhã) vai, contudo, funcionar em moldes ligeiramente diferentes. Nos textos anteriores, tinha como regra (embora, tanto quanto sei, nunca o tenha explicitado aqui no blogue) só falar de artistas que tivessem lançado música nesse ano. Desta vez, vou falar de música lançada uns anos antes de 2016 (mesmo décadas, num caso particular). Estou a quebrar as minhas próprias regras mas, passe a expressão, que se lixe. Este é o meu blogue, escrevo sobre o que bem entender aqui. Foi para isso que o criei.

 

Assim, sem mais delongas, comecemos por falar de…

 

 

  • Lorde

 

 

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Já tinha escrito sobre Lorde aqui, poucas semanas após ouvir Pure Heroine pela primeira vez. Desde essa altura, a minha saudável obsessão pela jovem neo-zelandeza não diminuiu. Já tinha escrito antes que Lorde é uma artista muito única, diferente de tudo, não apenas em termos de estilo musical, também pelas suas letras. Lorde descreve Pure Heroine como uma ode à sua adolescência, mas o álbum é bastante maduro. De uma maneira paradoxal, para mim, Pure Heroine tem um carácter nostálgico, recordando-me a minha própria infância e adolescência, com faixas como 400 Lux e Ribs, mas também tem mensagens em que me revejo como mulher de vinte e seis anos - faixas como A World Alone e, sobretudo, Bravado (do EP The Love Club e/ou a edição Deluxe de Pure Heroine).

 

No dia do seu vigésimo aniversário, Lorde anunciou que tenciona publicar em breve o seu segundo álbum de estúdio. Depois de Pure Heroine se ter focado na sua adolescência, este focar-se-á na transição para a idade adulta. Sendo este um tema recorrente na discografia da minha banda preferida, sobretudo no seu álbum mais recente, eu gosto da ideia. Será difícil ela fazer algo melhor que Pure Heroine, mas estará sempre bem acima da média da maior parte da música dos dias de hoje.

 

 

  • Mika

 

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Como é do conhecimento geral, o cantor britânico Mika surgiu no mundo da música em 2007, com o álbum Life in Cartoon Motion e o single Grace Kelly e . Eu confesso que, na altura, não gostava muito dele. Não o odiava abertamente, mas não era de todo fã. Em parte por excesso de exposição - ele estava em todo o lado. Também foi uma boa parte por mesquinhez: lembro-me de estar a ver o Top +, na esperança de que falassem sobre a Avril e o seu The Best Damn Thing, que fora editado naquela altura, mas eles só falavam sobre aquele indivíduo. Admito, também, que os seus modos efeminados me deixavam pouco à vontade (talvez, na altura, fosse mais homofóbica do que pensava). Não me orgulho de todo desta minha antiga embirração. A letra de Grace Kelly podia ter sido dirigida a mim: “Do I attact you? Do I repulse you with my queasy smile? Am I too dirty? Am I too flirty? Do I like what you like?”

 

Em minha defesa, nunca fui de dedicar tempo a coisas de que não gosto. Ser ativamente anti qualquer coisa dá demasiado trabalho - prefiro dedicar o meu tempo a coisas de que gosto. Assim, limitei-me a ignorar Mika e, durante vários anos, mal me lembrei que ele existia.

 

 

Quando, este ano, fui ao Rock in Rio no dia 20 de maio com familiares e amigos, já tinha ultrapassado a minha embirração e encarei o concerto de Mika com mente aberta. E a verdade é que fiquei rendida.

 

Não me é raro ser convertida a um artista ou banda, que antes só conhecia superficialmente, após vê-los ao vivo. Sobretudo se eles têm boa química com o público e são capazes de me entreter, mesmo não conhecendo muito bem a música deles. Mika foi incrivelmente simpático, amoroso, cantou Over My Shoulder em versão fado e chegou a trazer a própria Mariza ao palco. É de surpreender que ele me tenha conquistado?

 

Converti-me, então, ao seu pop colorido e alegre. Ainda não ouvi a discografia dele completa, mas acrescentei várias músicas dele às minhas playlists habituais. Entre outras, a já referida Grace Kelly, Happy Endings, Relax (Take it Easy), I See You, Rain, The Origin of Love.

 

 

A minha preferida, contudo, é Underwater, uma canção de amor lindíssima. Guiada por um riff de piano inspirado em Elton John que vai em crescendo até ao refrão, altura em que se juntam batidas leves e soam os vocais prolongados, ligeiramente ecoados, de “Underwateeeeer…!”. Para mim, o mar sempre teve um carácter muito romântico, poético, misterioso - muito por influência da História e cultura portuguesa - e tanto o arranjo musical como os vocais e a letra (muito simples, mas adequa-se) condizem com esse imaginário.

 

A apresentação desta música foi, de resto, um dos pontos altos do concerto do Rock in Rio - sobretudo a parte em que o público se transformou num mar de luz. Foi um dos motivos pelos quais me apaixonei por Underwater, de resto. Neste momento, é uma das minhas canções de amor preferidas. Não digo que chegue ao Top 10 mas, se escrevesse hoje esse texto, estaria pelo menos nas Menções Honrosas.



 

  • Queen

 

 

 

Na mesma noite em que redescobri Mika (que partilha algumas semelhanças com a banda seguinte (aposto que não foi por acaso que foi escolhido para atuar na mesma noite), redescobri também aquela que - duvido que alguém discorde - é uma das melhores bandas de todos os tempos. Toda a gente conhece pelo menos uma canção dos Queen - eles possuem um número absurdo de músicas extraordinárias, intemporais. Eu já tinha uma ideia disso antes do Rock in Rio. O que este concerto fez foi reforçar essa ideia.

 

Antes de prosseguir, quero desde já deixar uma coisa eclarecida: no concerto do Rock in Rio (à semelhança do que tem acontecido nos últimos anos) Adam Lambert atuou como vocalista, “substituindo” o lendário Freddie Mercury - algo que ainda hoje, vinte e cinco anos após a morte deste, suscita controvérsia, na minha opinião inútil. Freddie Mercury foi um génio musical sem par. Culpar Lambert por não ser Mercury é como culpar um futebolista dos tempos que correm por não ser Eusébio. Lambert, de resto, fez questão de de deixar bem claro, no início do concerto, que não pretende substituir Freddie, apenas homenageá-lo.

 

E, na minha opinião, fê-lo bem nessa noite. Há quem diga que as músicas são suficientemente fortes para garantir um bom espetáculo, mas Lambert não esteve lá só a cantar karaoke: ele entregou-se à atuação, interagiu com o público e com os membros veteranos dos Queen. Cantou bem - não tão bem como Freddie mas, lá está, ninguém canta tão bem como Freddie. Manteve-se fiel às versões originais das canções sem as imitar, introduzindo variações discretas. Os outros membros da banda tiveram, também, oportunidade para brilharem:  Bryan May tocou e cantou Love of My Life, Roger Taylor cantou These Are the Days of Our Lives e ainda teve um duelo de baterias com o filho Rufus Tiger Taylor, o baterista de apoio) e, em certos momentos, passaram vídeos de Freddie em atuações ao vivo. Na minha opinião foi um bom espetáculo. Não foi o mesmo que ter o alinhamento original mas foi, como se diz em inglês, the next best thing.

 

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E teve o mérito de, tal como referi antes, me fazer redescobrir os Queen, canções que eu já conhecia há anos - algumas delas desde pequena. Os Queen são maioritariamente uma banda rock, mas incluem traços de diversos estilos. As suas letras abordam temas muito variados. Na minha opinião, as canções são impossíveis de odiar, são autênticos clássicos inatacáveis. Tive uma altura, algures em junho, em que andava viciada em I Want to Break Free e, mais tarde, em Radio Gaga (ainda continuo um bocadinho). Não consigo referir apenas uma preferida pois têm sido várias e em diferentes alturas - e, mesmo assim, sinto que estou apenas a raspar a superfície da grandeza dos Queen, que ainda vou passar muito tempo explorando a sua discografia.

 

Em todo o caso, referir rapidamente algumas das minhas faixas preferidas no momento: I Want it All, These Are the Days of Our Lives (ando a perceber que tenho uma queda para músicas nostálgicas), Somebody to Love, Killer Queen, a inevitável Bohemian Rhapsody, Fat Bottomed Girls e We Are the Champions… por motivos óbvios.

 

Motivos esses, aliás, que me levam para a próxima música…



 

  • This One’s for You

 

 

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Também a mim me parece um sacrilégio passar dos Queen a David Guetta. Aliás, há uns bons quatro anos nem morta me apanhariam a incluir uma música do DJ francês nas minhas preferidas. Só mesmo se… se fosse o tema do primeiro campeonato de seleções A ganho por Portugal, algo por que esperei quase metade da minha vida.

 

Mas não é só por isso que This One’s For You, de Zara Larsson e David Guetta, está entre as minhas músicas preferidas de 2016. Mesmo antes de me converter, pelo menos em parte, ao EDM, já achava que o estilo musical combinava com futebol. No YouTube existem inúmeras montagens de vídeos de futebol com EDM como banda sonora e eu mesma fiz uma. Daí que não me tenha chocado a escolha de David Guetta para a composição do tema oficial do Euro 2016, até porque ele é francês (algo que só descobri há relativamente pouco tempo). Sempre foi melhor escolha que o Pitbull...

 

Não tinha assim grandes expectativas sobre This One’s For You. Uns meses antes de lançarem o single, Guetta lançou uma campanha convidando os fãs para gravarem vocais para a parte dos “Hey! Oh!”. Eu cheguei a tentar a minha sorte uma ou duas vezes, mas hoje, depois de conhecer a versão final, acho que essa é a parte menos interessante da música. Quando ouvi This One’s For You pela primeira vez, poucas semanas antes do Euro 2016, não achei nada de especial. No entanto, fui tomando-lhe o gosto ao longo do Europeu, graças ao genérico da competição, antes dos jogos e dos programas especiais. Nos programas de rescaldo da RTP, aliás, costumavam mesmo passar o resumo do jogo em questão com This One’s For You como banda sonora.

 

 

A verdade é que aquelas primeiras notas (de xilofone?) agarram-nos logo, refletem perfeitamente a alegria e o entusiasmo de um Europeu de futebol. É em torno dessas notas que a música se desenrola. Outra das imagens de marca da música é o apito (?) que soa depois do refrão - noutras músicas, apitos destes tornam-se irritantes mas, em This One’s For You, é usado na dose certa. E, de qualquer forma, combina com imagens de fintas e golos.

 

A letra é o elo mais fraco da canção, cheia de clichés de temas desportivos, mas não ao ponto de distrair de tudo o resto (e, como reza o meme abaixo, acabaram por incluir o nome do herói da final no refrão). Zara Larsson (que tem apenas dezoito anos) fez um ótimo trabalho com os vocais - esta música não é nada fácil de cantar.

 

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O videoclipe de This One’s For You não prima pela originalidade. No entanto, gostei do facto de terem criado uma versão diferente para cada Seleção qualificada para o Euro 2016, com imagens de participações anteriores em Europeus ou da fase de Apuramento deste. O vídeo de Portugal teria sido perfeito se não tivessem incluído imagens de Cristiano Ronaldo… no Manchester United (fail) e, sobretudo, da seleção grega festejando a vitória no Euro 2004 (isto é mais do que fail, é mau gosto). Só vi alguns dos vídeos para as outras seleções e não estive propriamente a examiná-los à lupa, mas nenhum deles parece ter fífias deste género.

 

Enfim, o que vale é que, depois deste Europeu, não faltarão imagens da Seleção Portuguesa para futuros videoclipes.

 

 

Não cheguei a ver a cerimónia de abertura do Euro 2016 em direto (não acho nada de especial), mas vi, obviamente, a cerimónia de encerramento. Apesar de, naquele momento, estar a transbordar de nervosismo por causa da final, achei a cerimónia bonita. Gostei da versão que tocaram de This One’s For You, com instrumentos a sério acompanhando a música maioritariamente eletrónica. De qualquer forma, a cerimónia não foi melhor que o encerramento do Euro 2004 (nada é!) ou mesmo do Mundial 2014 - entre outros motivos porque não houve play back (ou, pelo menos, não tão óbvio como em Paris…).

 

Como poderão concluir, eu acho que a música é boa e, provavelmente, manteria essa opinião mesmo que o Europeu não tivesse corrido bem para Portugal - ainda hoje gosto de La la la e Dar um Jeito, mesmo que o Mundial 2014 tenha sido uma tragédia de proporções épicas para as cores portuguesas. No entanto, desta feita tivemos um final feliz. This One’s For You deixou de ser apenas a música do Euro 2016, tornou-se também uma das nossas canções de vitória. Daí encontrar-se entre as minhas preferidas deste ano.

 

De igual modo, também destaco o Hino Seleção 2016 e o Tudo o Que Eu te Dou, Somos Portugal, sobre os quais escrevi aqui. O primeiro, então, foi profético (“Um grito de campeão pelas ruas de Paris…”). Ah, e o Pouco Importa - uma resposta perfeita às críticas à prestação de Portugal no Euro.


A próxima canção de que falaremos também se relaciona com o Euro 2016. (Que cara é essa? Estive doze anos à espera disto!) Vai, no entanto, ficar para a segunda parte deste texto, amanhã. Até lá, boas entradas em 2017!

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