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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Nómada / The Host

 
Melanie Stryder recusa-se a desaparecer.
O nosso Mundo foi invadido por um inimigo invisível. Os Humanos estão a ser transformados em hospedeiros destes invasores, com as suas mentes expurgadas, enquanto o corpo permanece igual.
Quando Melanie, um dos poucos Humanos "indomáveis", é capturada, ela tem a certeza de que chegou o fim. Nómada, a Alma invasora a quem o corpo de Melanie é entregue, foi avisada sobre o desafio de viver no interior de um humano: emoções avassaladoras, recordações demasiado presentes. Mas existe uma dificuldade com que Nómada não conta: o anterior dono do corpo combate a posse da sua mente.
Nómada esquadrinha os pensamentos de Melanie, na esperança de descobrir o paradeiro da resistência humana. Melanie inunda-lhe a mente com visões do homem por quem está apaixonada – Jared, um sobrevivente humano que vive na clandestinidade. Incapaz de se libertar dos desejos do seu corpo, Nómada começa a sentir-se atraída pelo homem que tem por missão delatar. No momento em que um inimigo comum transforma Nómada e Melanie em aliadas involuntárias, as duas lançam-se numa busca perigosa e desconhecida do homem que amam.
Este é um livro sobre extraterrestres escrito pela autora que é mais conhecida por escrever sobre vampiros. Gosto mais deste livro do que dos da "saga Twillight/Crepúsculo", também conhecida como saga Luz e Escuridão, em parte por causa de O Sobrevivente, que também é um livro sobre extraterrestres, mas não só.
 
Quando li "Nómada" pela primeira vez, o conceito de Alma, do alien que toma posse do corpo e da mente de um ser humano, recorda-me Sobrenatural, os anjos e os demónios, que usam igualmente humanos como marionetas. No entanto, após leitura mais cuidada, percebi que as Almas não são apenas, como uma das personagens refere, "a mão que manipula a marioneta", eles, de certa forma, acabam por adquirir a personalidade dos humanos que controlam. Nesse aspeto, Stephenie Meyer ganha pontos pelo conceito e, sobretudo, por não ter retratado as Almas como seres cruéis, que escravizam os humanos por motivos egoístas, mas sim como criaturas que acreditam sinceramente estar a fazer o correto. Na parte final do livro, é dado a entender que é possível um mundo em que ambas as raças possam viver em harmonia.
 
Um dos pontos fortes do livro é precisamente o facto de induzir reflexões sobre o amor e a natureza humana, de nos levar a concluir que nada é, pura e simplesmente, preto ou branco. E o facto de apresentar a Humanidade sob o ponto de vista de um alien é particularmente interessante para mim, que escrevo livros sobre extraterrestres.
 
Ora, o problema de Stephenie Meyer é ser capaz de criar conceitos interessantes à sua maneira, mas ser incapaz de criar enredos que lhes façam justiça. Esta deficiência é clara na saga Crepúsculo e também em "Nómada".
 
Ainda que, como referi acima, as Almas sejam retratadas como pacíficas, de não serem o inimigo cruel que, se calhar, outros autores criariam, julgo que estas premissas pediam uma história com uma tensão diferente, com mais ação. Em vez disso, o livro acaba por se centrar no triângulo/quadrado amoroso Melanie-Nómada-Jared-Ian. Para além de já ser um cliché em Meyer, que já teve um triângulo-amoroso-que-não-chega-a-sê-lo-pois-toda-a-gente-sabe-logo-com-quem-é-que-ela-fica noutros livros, não é assim tão interessante e acaba por conduzir a umas quantas situações um bocado parvas, mesmo quando inseridas no contexto.
 
A própria personagem principal Nómada - também conhecida como Noa - assemelha-se a Bella Swan de Crepúsculo. Na timidez, na baixa auto-estima, na - passe a expressão - choraminguisse. Enerva-me um bocado a maneira como ambas as personagens se fazem de mártires, se sentem culpadas por tudo o que de mau acontece à volta delas quando, na verdade, não têm capacidade de fazer mal a uma mosca. Nómada só não se torna tão patética como Bella pois partilha a mente com Melanie, uma humana completamente diferente, lutadora, que lhe empresta alguma da sua coragem e astúcia.
 
Além de que Stephenie Meyer parece convencida de que o suicídio é prova de amor. As suas personagens não parecem ter personalidade suficiente para ultrapassarem o luto derivado à perda dos respetivos apaixonados, nem mesmo quando até têm família e amigos que, em teoria, lhes dariam razão para viver. É claro que existe o muito apregoado em Harry Potter caso daquele que sacrifica a sua própria vida para salvar a vida de outros - mas eu, por vezes, questiono a bondade de tal ato. No caso de Nómada, ela até tem a hipótese de viver mas recusa-se a isso. Não acho que seja amor condenar os seres amados ao luto, à culpa, ao ódio a si mesmos por a sua vida ter custado a vida de um ente querido. Pelo menos não nestas circunstâncias.
 
Mesmo assim, apesar de tudo isso, considero "Nómada" um bom livro, à sua maneira, sobretudo pelo conceito, por nos fazer sentirmo-nos gratos por (ainda) termos um planeta tão belo como o nosso e por nos fazer refletir sobre a condição humana - algo que a saga Crepúsculo não faz. Por isso, recomendo a sua leitura e aguardo a exibição da versão cinematográfica do livro que, segundo o que consta, chega aos cinemas no próximo ano.
 

O Ciclo da Herança

AVISO: Esta entrada inclui informações relevantes sobre o enredo dos livros pelo que só é aconselhável lê-lo caso já os tenha lido.
 

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Esta série de livros foi-me apresentada pelo meu irmão há já uma boa meia dúzia de anos ou mais. Julgo que foi em 2004, 2005, que ele comprou "Eragon", o primeiro livro e "Eldest" depois de ser editado. No entanto, não foi ele quem me convenceu a ler os livros. Foi Avril Lavigne. Desculpa, mano...

 

 

O livro "Eragon" foi adaptado ao cinema e o resultado esteve em exibição em finais de 2006. A cantora canadiana - que se encontrava naquela altura a gravar o seu terceiro álbum de originais - foi convidada para compor e interpretar um tema para o filme. Avril chegou a criar duas ou três músicas para o efeito - no ano passado chegou a aparecer na Internet uma faixa chamada Won't Let You Go que, pelas semelhanças com o tema utilizado nos créditos no filme, se suspeita ter sido composta com o mesmo objetivo. Por alguma razão, Keep Holding On foi a escolhida.
 
Keep Holding On é mais conhecida como uma balada sobre amizade mas, para mim, é mais do que isso. Mais do que sobre apenas companheirismo, penso que a música fala sobretudo sobre união, transmissão de coragem, resistência perante adversidades, tudo isto com um cheirinho a épico. Daí que a mensagem se aplique, não apenas o filme "Eragon" e ao próprio Ciclo da Herança, mas também a outras obras de ficção: Harry Potter, o Senhor dos Anéis, mais recentemente os Jogos da Fome e, sobretudo, às histórias que eu escrevia na altura, que serviram de base a "O Sobrevivente". Daí que depressa a faixa se tenha tornado especial para mim, que tenha incluído a citação "With you by my side I will fight and defend". Esse carácter universal da música é, na minha opinião, o seu maior ponto forte.

 
Quando vi o filme pela primeira vez não tinha, portanto, ainda lido o livro em que se baseara. Por isso, até não desgostei, se bem que se assemelhasse a outras produções inspiradas em O Senhor dos Anéis, como por exemplo As Crónicas de Nárnia. Contudo, lembro-me de o meu irmão me segredar, não deviam ter ainda passado quinze minutos desde o início do filme, que este não prestava.
 
E, realmente, quando se compara o livro com o filme, é óbvio que foi uma adaptação muito mal feita. Simplificaram demasiado a história de tal forma que inviabilizaram logo a adaptação do segundo livro. É uma pena que tal tenha acontecido. Mas falarei melhor sobre isso mais à frente.
 
 
Quando Eragon encontra uma pedra azul polida na floresta, acredita que poderá ser uma descoberta bendita para um simples rapaz do campo: talvez sirva para comprar carne para manter a família durante o Inverno. Mas quando descobre que a pedra transporta uma cria de dragão, Eragon depressa se apercebe de que está perante um legado tão antigo como o próprio Império.

De um dia para o outro, a sua vida muda radicalmente, e ele é atirado para um perigoso mundo novo de destino, de magia e de poder. Empunhando apenas uma espada legendária e levando os conselhos dum velho contador de histórias como guia, Eragon e o jovem dragão terão de se aventurar por terras perigosas e enfrentar inimigos obscuros, dum Império governado por um rei cuja maldade não conhece fronteiras.Conseguirá Eragon alcançar a glória dos lendários heróis da Ordem dos Cavaleiros do Dragão? O destino do Império pode estar nas suas mãos...
Christopher Paolini planeou a série quando tinha quinze anos, se não me engano. Inicialmente, tencionava criar uma trilogia mas, quando começou a trabalhar no terceiro volume, decidiu esticar a série para um ciclo de quatro livros. Grande fã de fantasia, a sua ideia inicial era criar uma história que reunisse os seus elementos preferidos sem, contudo, pretensões de ser publicada. É assim que muitos escritores jovens dão os seus primeiros passos. Eu, por exemplo, quando era pequena escrevia histórias com o Bugs Bunny e/ou o Rato Mickey e afins e, mais tarde, com o Pokémon. Meros exercícios de escrita mas, sem eles, dificilmente teria escrito livros "a sério". No entanto, Paolini acabou por decidir publicar "Eragon", o primeiro livro da série. A obra acabou por ser um sucesso a nível planetário, mesmo utilizando conceitos emprestados.

"Eragon" é capaz de ser, dos quatro, o livro que se lê mais facilmente, por ter mais ação, por quase todo o livro contribuir para o avanço da história, enquanto os outros três possuem frequentes passagens mais "paradas", digamos. A tensão é maior por o protagonista se encontrar sobre ameaça quase permanente, por, durante uma boa parte do enredo, não perceber o que acontece em seu redor, por ainda ser relativamente imaturo, sobretudo nas capacidades que começa a desenvolver, acabando, como uma das personagens chega a assinalar "por obrigar toda a gente a protegê-lo".

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A narrativa de Eldest começa três dias após a cruel batalha travada por Eragon para libertar o Império das forças do mal. Agora, o Cavaleiro de Dragões se vê envolvido em novas e emocionantes aventuras. Em busca de um tal Togira Ikonoka – "O Imperfeito que é Perfeito" –, que supostamente possui as respostas para todas as suas perguntas, Eragon parte, junto com Saphira, o dragão azul que o acompanha desde o início da aventura, para Ellesméra, a terra onde vivem os elfos. Lá, eles pretendem aprender os segredos da magia, da esgrima e aperfeiçoar o seu domínio da língua antiga.

Em sua jornada, que também é uma caminhada para a maturidade, Eragon conhece seres e lugares diferentes e se apaixona por Arya, filha da rainha Islanzdaí. Mas também descobre que nem tudo é o que parece. Conflitos e traições aguardam o jovem herói e por um longo tempo ele não tem certeza em quem pode confiar. Os desafios de Eragon são entremeados pela luta de Roran, cuja importância aumentou em relação ao primeiro livro, formando narrativas paralelas que se juntam no fim com um único objetivo: derrotar o grande rei.

Mais maduro e preparado, Eragon consegue afastar o exército inimigo por algum tempo. A vitória definitiva, no entanto, só acontece depois da revelação de um grande segredo, que fará com que Eragon e Roran se unam novamente e decidam partir para uma nova e perigosa missão, que parece ser o ponto de partida do terceiro livro: salvar a noiva de Roran, Katrina, dos Ra’zac.
Enquanto "Eragon" se focaliza exclusivamente na personagem principal, homónima, em "Eldest", a história é-nos contada também na perspetiva de Roran - primo de Eragon - e Nasuada - neste livro, eleita líder dos Varden, uma organização de resistência ao regime totalitário de Galbatorix. E ainda bem que assim é, uma vez que a situação de Eragon é bem menos interessante do que no primeiro livro, agora que já não se encontra em perseguição/fuga quase permanente. A tensão, neste livro, acaba por se centrar em Roran, perseguido pelo Império sem saber porquê, acabando por ser obrigado a fugir, juntamente com a população da sua aldeia natal, de modo a salvar as vidas deles todos, e a resgatar Katrina, a sua noiva.

No entanto, aquelas passagens mais monótonas de que falei acima, mais irrelevantes do ponto de vista da ação, não deixam de ser interessantes pelas reflexões que a própria personagem principal é induzida a fazer, traçando paralelismos com a realidade. Abordarei este assunto mais exaustivamente mais à frente nesta entrada.


Em Brisingr, Eragon e seu dragão, Saphira, conseguiram sobreviver à batalha colossal na Campina Ardente contra os guerreiros do Império. No entanto, Cavaleiro e dragão ainda terão de se deparar com inúmeros desafios. Eragon se vê envolvido numa série de promessas que talvez não consiga cumprir, como o juramento a seu primo, Roran, de ajudá-lo a resgatar sua amada Katrina das garras de Galbatorix. Todavia, Eragon deve lealdade a outros também. Os Varden precisam desesperadamente de sua habilidade e força, assim como elfos e anões. Com a crescente inquietação dos rebeldes e a iminência da batalha, Eragon terá de fazer escolhas que o levarão a atravessar o Império, viajando muito além. Escolhas que poderão submetê-lo a sacrifícios inimagináveis? Conseguirá o jovem unir as forças rebeldes e derrotar o Império?
Este é, na minha opinião, o livro mais fraco do ciclo, por ser aquele que menos avança na ação, por ter demasiadas passagens monótonas - e nem todas têm a contrapartida de induzirem reflexões, algumas parecem estar lá apenas para encher chouriços. Tem os seus momentos, sem dúvida - o momento em que Eragon descobre a verdadeira identidade do seu pai é, na minha opinião, o ponto alto de Brisingr - mas o livro não tem grande força por si só, limita-se a abrir caminho para o último livro, a definir o cenário em que este decorrerá, a fornecer armas a Eragon para o confronto final - armas tanto no sentido literal como no figurativo: segredos, alianças, etc. Nesse aspeto, assemelha-se a Harry Potter e o Príncipe Misterioso, até porque também Brisingr termina com a morte de um mentor. Até Eclipse, da saga Twillight/Crepúsculo ou Luz e Escuridão, se assemelha em parte pois também vai dando pistas - ainda que de uma forma mais subtil - que remetem para o livro final.

Isto deve até ser uma maldição relacionada com penúltimos livros pois encontro-me, neste momento, a trabalhar no terceiro e penúltimo livro da minha série e estou a ter grandes dificuldades. Enquanto os dois primeiros livros me saíram naturalmente, ficando o primeiro rascunho pronto em cerca de seis ou sete meses, ando encalhada neste há quase um ano. E não acredito na máxima que diz que o que é escrito sem esforço é lido sem gosto, antes pelo contrário. Pelo menos no meu caso, com as suas exceções, os melhores textos são aqueles que se escrevem a si mesmos. Uma parte de mim deseja, pura e simplesmente, saltar para o livro final - o que não é possível. Em todo o caso, pode ser que o resultado final se aproveite. Vou fazer por isso, pelo menos.

 
 
Há pouco tempo atrás, Eragon – Aniquilador de Espectros, Cavaleiro de Dragão – não era mais que um pobre rapaz fazendeiro, e o seu dragão, Saphira, era apenas uma pedra azul na floresta. Agora, o destino de toda uma sociedade pesa sobre os seus ombros.


Longos meses de treinos e batalhas trouxeram esperança e vitórias, bem como perdas de partir o coração. Ainda assim, a derradeira batalha aguarda-os, onde terão de confrontar Galbatorix. E, quando o fizerem, têm de ser suficientemente fortes para o derrotar. São os únicos que o podem conseguir. Não existem segundas tentativas.


O Cavaleiro e o seu Dragão chegaram até onde ninguém acreditava ser possível. Mas serão capazes de vencer o rei tirano e restaurar a justiça em Alagaësia? Se sim, a que custo?
Os primeiros capítulos deste livro continuam, um pouco, a linha de Brisingr: relativos poucos avanços na história, cimentação de alianças, preparação do herói para o confronto final. E mesmo ultrapassada essa parte, o livro demora a arrancar. Só arranca verdadeiramente após o rapto de Nasuada. A partir daí o livro ganha maior interesse à medida que nos são revelados os segredos finais - segredos esses que me fizeram arquejar de espanto quando os li pela primeira vez - conhecemos, finalmente, Galbatorix no cativeiro de Nasuada - até ao momento, Galbatorix fora uma personagem ausente, o máximo que havíamos tido direito fora ouvir a sua voz à distância no final de Brisingr - onde também assistimos à tortura, tanto física como mental da jovem líder dos Varden e ao nascimento de uma ligação entre esta  Murtagh - ligação esta que se tornará crucial - e assistimos ao longamente antecipado confronto final, herói versus vilão.

Nesta última parte, faz-me alguma confusão a forma como Galbatorix está ciente de todas as armas dos heróis, incluindo as "arranjadas" à última hora. Não ficou bem explicado. Não sei se foi uma ponta deixada propositadamente por atar ou se foi um deslize...

O epílogo da história ainda se estende por uns quantos capítulos. Pessoalmente, tenho pena de que o terceiro ovo de dragão só tenha chocado já depois de Galbatorix ter sido derrotado, mas compreendo que tal não fosse possível...


Muitos esperavam que, no final, como em todas as histórias, o herói conquistasse a donzela. O próprio autor admitiu que era esse o plano inicial. No entanto, à medida que a história ia prosseguindo e a personagem se ia desenvolvendo, Paolini concluiu que não seria coerente com a sua personalidade se Arya "caísse nos braços" de Eragon.

Eu tive pena. Gosto da dinâmica entre Eragon e Arya, de como ela é, em simultâneo, mentora e companheira de luta do jovem Cavaleiro, ao invés de ser apenas uma donzela em apuros - ou vice-versa. Mas compreendo. No momento em que Herança acaba, a diferença de idades e a fidelidade de Arya a um amante morto são grandes barreiras a um eventual romance entre ela e Eragon. No entanto, a meu ver, uma vez que ambos são imortais e Cavaleiros, com o tempo, tais obstáculos deixarão de sê-lo.

É outra das características de Herança: por um lado, muitas pontas soltas são atadas - algumas até de forma algo forçada - outros arcos narrativos são deixados em aberto. Como a personagem Angela, uma das mais interessantes e misteriosas das quatro obras. Paolini deu a entender que atar essas pontas em futuras obras - mas num futuro ainda distante.

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A série foi batizada Ciclo da Herança pois, na sua essência, a história é sobre passagem do testemunho da geração mais velha para a mais nova, sobretudo no que toca à luta contra a tirania de Galbatorix. Ao longo da série, praticamente todos os progenitores, todos os mentores - que ainda não estiverem mortos no início de "Eragon" - vão morrendo um a um, tendo o seu trabalho de ser continuado pelos filhos e/ou alunos, pelos herdeiros.

Um dos aspetos mais interessantes do Ciclo é, na minha opinião, a dinâmica daquelas que considero as três personagens principais: Eragon, o seu meio-irmão Murtagh e o seu primo Roran. Eragon e Roran foram criados como irmãos, no mesmo meio. No entanto, o primeiro torna-se Cavaleiro do Dragão, enquanto o outro mantém-se humano. Não que isso lhe constitua um entrave, ele acaba por desempenhar um importante papel na luta contra o Império ao tirar o maior partido possível das armas que possui. Ele e Eragon têm, portanto, vidas divergentes. Por sua vez, Eragon e Murtagh têm vidas convergentes. O primeiro cresce num meio completamente diferente daquele em que o irmão cresce: sempre consciente de que é filho do falecido Morzan, um antigo aliado de Galbatorix e um dos homens mais odiados do Império. No entanto, os dois irmãos acabam por ter vários aspetos em comum e acabam, ambos, por se tornarem Cavaleiros.

Este conceito de personagens ligadas umas às outras desta forma, por um lado tão parecidas, por outro lado tão diferentes, faz com que o Ciclo se assemelhe a Harry Potter. O trio Harry-Voldemort-Snape acaba por ser parecido com o trio Eragon-Roran-Murtagh.

Murtagh assemelha-se a Snape no sentido em que ambas as personagens são ambíguas, despertam sentimentos contraditórios. Isto é mais claro no caso de Murtagh já que, no caso de Snape, a maneira como ele se relaciona com Harry dificulta a perceção do seu lado bom. E, no final, o amor leva-os à redenção, desempenhando um papel fundamental na derrota do mau da fita.

Acho tão interessante esta dinâmica que resolvi reproduzi-la também nos meus livros. Aparecerá a partir do terceiro.


Já que se aborda o assunto, vale a pena mencionar as semelhanças entre o Ciclo da Herança e Harry Potter. São várias e provavelmente tratam-se de coincidências. Ambas as séries se centram num órfão "escolhido" para derrotar um inimigo tirano, cujo poder reside, em parte, em certos objetos - os conceitos de Horcruxes e Eldunarí são parecidos embora já tenha ouvido dizer que o conceito de objetos de poder não é novo.

Por fim - e considero este um dos maiores pontos fortes de ambas as séries - o facto de, apesar de ambas serem séries de fantasia, ambas apresentarem analogias para a "vida real", induzindo reflexões. No Ciclo da Herança, este carácter está mais evidente em Eldest e Brisingr e os temas abordados são o racismo, a desconfiança perante aquilo é diferente, a ditadura, a política, a própria natureza humana, deixando, no fim, uma mensagem de tolerância, de empatia, de que "o importante não é aquilo que se nasce mas aquilo em que se torna", que "são as nossas escolhas e não as nossas qualidades que determinam quem somos".

E, mais uma vez, espero conseguir o mesmo com os meus livros.

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Diria que a minha personagem preferida é Nasuada. Ela é filha de Ajihad, líder dos Varden, acabando por herdar a liderança do grupo de resistência. Quando Nasuada foi nomeada líder pelo Conselho de Anciãos, estes esperavam que a jovem funcionasse como uma marioneta, que eles fossem os verdadeiros detentores do poder. No entanto, Nasuada cedo deixa bem claro que é capaz de tomar decisões pelos Varden, mostrando ser uma líder carismática, capaz de conquistar a lealdade por parte dos seus súbitos.

Nasuada destaca-se no Ciclo da Herança precisamente pela sua personalidade forte, pela forma como gere a resistência ao Império. Apesar de fazer questão de lutar ao lado dos soldados, fugindo à sua condição de mulher, o seu maior papel é nos bastidores das batalhas, fazendo a gestão pessoal de guerreiros como Eragon e Roran, transmitindo coragem e determinação ao seu povo. Durante Eldest e Brisingr, Nasuada é, no fundo, a personificação dos Varden - tanto as suas motivações como preocupações são as motivações e as preocupações do grupo rebelde. É a figura política perfeita, dedicada ao seu povo, como não existe na vida real. Nesses dois livros é difícil destrinçar Nasuada, a pessoa, de Nasuada, a líder os Varden.

O seu rapto em "Herança" torna-se interessante pois, pela primeira vez vemos Nasuada "liberta" da responsabilidade da liderança dos Varden, sem outras motivações ou preocupações que não a própria sobrevivência, a resitência à tortura por parte de Galbatorix. É obviamente de louvar a sua coragem e perseverança perante as condições em que decorre o seu cativeiro e interessante assistir ao nascimento do "romance" entre ela e Murtgah que, como já foi referido várias vezes nesta entrada, consegue alterar as motivações do jovem Cavaleiro conduzindo-o à redenção.

Depois da morte de Galbatorix, a sua nomeação para Rainha surge de uma forma natural. Eu, pelo menos, estava à espera. Segundo o plano inicial, seria Roran a assumir o trono. No entanto, à semelhança do que tinha acontecido com Arya, à medida que a personagem se foi desenvolvendo, tornou-se claro que tudo o que Roran deseja é uma vida pacífica, em Carvahal, junto da mulher e dos filhos que eventualmente terá. De resto, notam-se algumas semelhanças nas personalidades de Nasuada e Roran: também ele é devotado ao seu povo - no caso dele, a aldeia de Carvahal - e revela ter capacidade de liderança, de incitar os outros para a luta, pelo que daria igualmente um bom rei, se assim o desejasse.


Com tudo isto, acho lamentável o facto de terem desperdiçado a adaptação ao cinema do Ciclo da Herança. Apesar de não ser completamente original, a série tem, na minha opinião, potencial para ser um fenómeno do calibre de Harry Potter, Crepúsculo e Jogos da Fome.

Talvez fosse necessário para tal apostar forte na vertente romântica da coisa. O Ciclo não tem o triângulo amoroso da praxe mas tem a sua quota-parte de amores contrariados. A história de Eragon e Arya teria de acabar com eles juntos, por muito que isso contrariasse a personalidade da última. O amor entre Roran e Katrina é interessante embora seja a história clássica da donzela cujo pretendente não é aprovado pela família, em particular o pai, e depois da donzela em perigo. O romance mais interessante nesse aspeto acabaria por ser o de Nasuada e Murtagh: uma paixão entre "inimigos" que, ainda por cima, desempenha um importante papel na derrota do mau da fita. Mais uma vez, o final teria de ser alterado pois, no livro, visto que o desfecho de Murtagh fica um pouco em aberto, o potencial romance com Nasuada é igualmente deixado em stand-by.

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Em suma, o Ciclo da Herança é uma das minhas séries de livros preferida, é uma referência, é uma fonte de inspiração, pelos motivos que listei exaustivamente - estiquei-me imenso, não foi? Para algo que começou por ser um mero exercício de escrita, considero que foi muito bem construído. Christopher Paolini pode ter aspetos a melhorar mas tem tempo para fazê-lo já que está ainda em início de carreira. E se o seu exercício de escrita é deste calibre, mal posso esperar para ver o que pode ele escrever "a sério".

Sobrenatural

 
Esta série centra-se em Dean e Sam Wincheste, dois irmãos que se dedicam à caça de criaturas sobrenaturais como forma de esclarecerem e vingarem o assassinato da mãe quando ambos eram crianças pequenas. Como podem calcular, é sobretudo uma série de ação e terror, embora às vezes apareçam alguns elementos de comédia negra e outros momentos mais dramáticos.
 
Esta é uma daquelas séries que já sigo há alguns anos. Ou melhor, segui-a mais ou menos fielmente enquanto passava na televisão. As cinco primeiras temporadas foram exibidas até 2010; tanto quanto sei, a sexta temporada só começou a passar na AXN Black recentemente. Por isso, estive uns bons dois anos sem ver Sobrenatural. Só agora me encontro a ver a sexta temporada. 
 
As duas primeiras épocas assentam essencialmente no modelo da criatura da semana, tornando os episódios  relativamente isoláveis. O que não surpreende se tivermos em conta que o conceito inicial da série consistia em reportagens sobre fenómenos sobrenaturais.
 
A partir da terceira e, sobretudo, da quarta temporada, a série começa a focar-se mais no enredo. É aqui que começam a prevalecer elementos da mitologia cristã: anjos, demónios, Céu, Inferno, Apocalipse, entre outros.
 
 
Sim, eu usei a expressão "mitologia cristã". Sejamos racionais, a única diferença entre a mitologia egípcia, a mitologia greco-romana é que estas últimas foram extintas, enquanto que o Cristianismo conseguiu disseminar-se.
 
Eu digo isto mas, por outro lado, inicialmente, a maneira como usaram estes elementos cristãos incomodou-me, apesar de não ser religiosa. Como o facto de terem retratado os anjos de uma forma bem diferente das criaturas bondosas e inocentes que eu tinha na ideia antes disso. Imagino o que não terão pensado eventuais católicos praticantes...
 
A propósito, uma coisa que me tem surpreendido é o facto de, tanto quanto sei, a Igreja Católica não se ter pronunciado sobre tudo isto. Quer dizer, criticam o Pokémon, um desenho animado infantil, mas não dizem nada sobre uma série que retrata alguns dos anjos como seres tão cruéis como demónios... 
 
Encerremos este aparte e regressemos a Sobrenatural em si. À semelhança, um pouco, do que aconteceu com Tru Calling, também Sobrenatural me ajudou na minha escrita ao abordar, várias vezes, o preço a pagar pelo heroísmo, as vantagens e as desvantagens de tal estilo de vida, a felicidade pessoal versus os benifícios para o coletivo, uma vida perigosa mas interessante versus uma vida segura mas aborrecida. Além disso, tenho uma afinidade especial para com Chuck, o profeta - se estiverem familiarizados com o papel dele no meio de tudo aquilo, saberão porquê.
 
Até ao momento, a quinta temporada é a minha preferida, pela maneira como praticamente todos os arcos narrativos desaguam naturalmente no confronto Miguel versus Lúcifer, usando os irmãos como recetáculos, respondendo a perguntas antigas. Finalmente, conhecemos o objetivo do demónio de olhos amarelos (eu sei que ele tem um nome mas, de momento, não me recordo) com aquelas crianças que escolheu: desencadear o Apocalipse e encontrar o recetáculo perfeito para Lúcifer. E já antes de notava a afinidade Dean para com os anjos e a afinidade de Sam para com os demónios. Era para aquilo que a série caminhava. Cheguei a achar que aquela seria a última temporada, pela maneira como quase todas as pontas ficam atadas no último episódio.
 
Devia ter sido assim. Ainda não acabei de ver a sexta temporada mas estou quase e, até agora, não estou a gostar muito. Os episódios em si continuam interessantes, no entanto, o enredo está demasiado rebuscado. Não é de admirar, tendo em conta o que mencionei acima sobre todos os arcos narrativos ficarem encerrados no final da quinta temporada. Atiraram demasiadas linhas narrativas: a guerra civil dos anjos, a tentativa de conquista do Purgatório pelos demónios, a mãe de todas as criaturas... Começam a chegar à altura em que já não sabem o que inventar mais.
 

 

Um exemplo é a "ressurreição" de Sam, deixando a alma pelo caminho. É já um grande cliché da série, como podem ver acima, a forma como os irmãos arranjam sempre maneira de regressar dos mortos, criando mais problemas do que aqueles que resolvem no processo. E, como todos os clichés, a partir de uma certa altura, uma pessoa deixa de ter pachorra, sobretudo quando se tornam tão fracos como este Sam Sem Alma...
 
Faz-me imensa confusão pensar que, na exibição americana, já houve sétima temporada e já se preparam para uma oitava. Se já se começam a notar alguns sinais de desgaste nesta sétima temporada - embora apenas no enredo, no restante Sobrenatural ainda conserva os seus pontos fortes - estou a tentar imaginar o estado da coisa nas próximas... Só espero que não cometam o erro que outros cometeram, que outros estão a cometer, que não deixem a série degradar-se muito mais, que saibam quando terminar. Porque Sobrenatural têm se conseguido manter no restrito lote das boas séries, na minha opinião, e quero que continue assim durante mais algum tempo.
 

Toy Story 3 (2010)

 

Desde que ouvi falar de mais uma sequela para a série Toy Story que andava em pulgas para a ver. Quando era miúda, o Toy Story 2 era um dos meus filmes favoritos da Disney, sobretudo por causa das piadas (a cena que vai desde o “Aguentem-se, tropas, vou soltar-me da parede!” até “Isto é enjoo anti-gravidade e é apenas momentâneo”) ainda hoje me cai no goto. Devo dizer que o terceiro filme não desiludiu.
 
Tendo agora em conta os três filmes, chega-se à conclusão que se trata uma das melhores séries de filmes dos últimos anos, se não for a melhor. No sentido em que não cai nos erros de muitos outros filmes com sequelas. A trilogia assenta toda num tema: o medo que os brinquedos têm de ser abandonados. Os filmes vão explorando as diferentes vertentes desse medo: a rejeição em favor de um brinquedo mais sofisticado, a rejeição depois de se deixar de funcionar ou depois de os donos crescerem e não se interessarem mais por brinquedos, medo da prateleira, do sótão, da venda de garagem, da lixeira… Isto sem se repetirem entre si.
 
Outro ponto forte da sequela é não exigir a visualização prévia dos filmes anteriores para se compreender o enredo. Contudo, dá para descortinar pequenas referências aos filmes anteriores:
 
- Na sequência inicial, em que entramos na imaginação do Andy, a cena em que o Cabeça de Batata exibe o cão com escudo protetor e o Woody exibe o dinossauro que come escudos protetores é uma reedição da brincadeira do início do primeiro filme.
 
- A maneira como os três aliens com três olhos salvam os outros da incineradora faz lembrar a primeira vez em que eles aparecem, no primeiro filme e a deixa deles “Salvaste-nos a vida, estamos-te eternamente gratos já vem do segundo filme – tem graça o Cabeça de Batata devolver-lhes a deixa depois de os três o atormentarem com a frase no segundo filme.
 
- O Woody chama o cão para o ajudar a socorrer os amigos à semelhança do que acontece no segundo filme – só que, enquanto no segundo, o bicho vem a correr, todo entusiasmado, neste mal se aguenta em pé…
 
Um dos pontos fortes do filme é a dinâmica do grupo de amigos. Pessoalmente, aprecio bastante histórias  em que existe um grupo que se une contra o Mundo, que funciona como uma equipa, em que cada um usa as suas características individuais em função do coletivo, em que estes se protegem uns aos outros. Em que todos desempenham um papel, ainda que dois ou três se destaquem. Estou a lembrar-me de “Pular a Cerca”, “Perdidos”, “Roswell”, devem existir outros exemplos mas agora não me recordo. Eu própria tentei recriar uma dinâmica de grupo semelhante no meu livro. Esta dinâmica já se insinuara em Toy Story 2, mas neste ficou muito bem explorada.
 
Este filme é definitivamente mais emotivo, mais obscuro que os anteriores. Os vilões contribuem definitivamente para isso – o miúdo que destruía brinquedos e o mineiro parecem inofensivos quando comparados com o urso cor-de-rosa e respetivos cúmplices. O Nenuco, então, é particularmente sinistro. “Creepy”, como disse a minha irmã. O infantário assemelha-se muito a uma prisão, a um campo de concentração, quase. A tensão e a opressão são palpáveis. Ouvi dizer que receavam que o filme fosse classificado para maiores de 12 anos e percebe-se porquê. Lembro-me que, quando vi o filme no cinema, um miúdo pequeno começou a chorar na parte do macaco que monitoriza as câmaras de vigilância. 
 
Por fim, a cena final é bastante comovente. Quase me faz sentir culpada por não me ter ligado daquela forma aos meus brinquedos…
 
Os únicos defeitos do filme são apenas uma ou outra cena mais lugar-comum, já muito vista em outros filmes da Disney.
 
Este filme chegou a ser considerado um dos melhores de 2010 e eu tenho de concordar. Muito poucos filmes me cativaram como este, me envolveram emocionalmente como este. Um autêntica obra-prima a não perder.
 
Classificação 10/10

Bryan Adams - Bare Bones

adams-into-the-fire-5.jpg

 

Este senhor é o meu cantor masculino preferido. Conheci-o há dez anos, com o filme "Spirit", embora já conhecesse, vagamente, de algumas músicas dele. O tema principal do filme, "Here I Am", é a minha música preferida dele e ainda hoje, passada uma década, adoro esta música por vários motivos - se já tiverem espreitado o meu outro blogue, saberão já que uma das razões é o facto de a associar à Seleção Nacional - ainda me toca, não sou capaz de me cansar dela. Esta é uma crítica ao mais recente álbum dele, um álbum ao vivo.
 
O Bryan nunca foi muito de concertos super produzidos, o estilo dele sempre foi deixar as músicas falarem por si mesmas. E, pelo menos desde que vou seguindo a carreira dele, isso tem resultado. Quando se tem carisma, bom humor e uma carreira recheada de singles de sucesso que os fãs cantam em coro como Bryan Adams tem, não é preciso mais nada para se dar um bomespetáculo. 
 
Ora, há cerca de um quatro anos, o Bryan decidiu levar essa máxima de "deixar as músicas falarem por si mesmas"; a outro nível e começou a dar concertos acústicos. É só ele, uma guitarra acústica, às vezes a sua harmónica, às vezes acompanhado por um pianista. Chamou a essa digressão The Bare Bones Tour precisamente porque as músicas são apresentadas no seu esqueleto mais básico, só com os instrumentos mais básicos, da maneira como foram inicialmente compostas. E há um ano, foi editado um álbum ao vivo dessa digressão, também com o título Bare Bones. 
 
Da tracklist, fazem parte alguns dos singles mais conhecidos como (Everything I Do) I Do It ForYou e Summer of '69, à mistura com temas que não são singles - Walk On By e You'reStill Beautiful to Me - músicas que ele compôs para outras pessoas mas que, tanto quanto sei, nunca gravou em estúdio e uma inédita - I Still Miss You... A Little Bit. 
 
No geral, todas as músicas soam bem a diferentes níveis, tirando apenas It's Only Love, que fica muito  incompleta sem os acordes frenéticos e os solos de guitarra elétrica. Outras soam muito parecidas às versões originais embora algumas como You're Still Beautiful to Me ganham um novo encanto ao serem cantadas ao vivo. Outras - como Let's Make a Night to Remember e Straight From The Heart - soam bem melhor assim, acústicas. Finalmente, temos aquelas, comoSummer of '69, Heaven e Here I Am (a minha preferida dele) que soam absolutamente fantásticas em todas as versões criadas. 
 
Um destaque para a faixa inédita I Still Miss You... A Little Bit, uma música bem humorada que, na minha opinião, parece-se com What The Hell contada do ponto de vista do namorado. O narrador queixa-se da amada que diz que o ama e tal mas que parece querer uma relação aberta e passa a vida a dormir com os amigos dele. 
 
Para além disso, o CD tem todas as coisas boas dos álbuns ao vivo e mais algumas que só esta digressão pode ter: os aplausos, as palmas marcando a batida, o público cantando com um coro profissional, as piadas e histórias que o Bryan vai contando nos intervalos, as gargalhadas depois dessas histórias ou quando, entre outras coisas, ele se pôs a cantar com um sotaque sulista (penso eu...). 
 
Podem ver no vídeo abaixo um exemplo das coisas que mencionei acima: 
 

 
Em suma, é um álbum recomendável a fãs do cantor ou então a pessoas que queiram conhecer melhor a sua música.
 
Esta crítica já tinha sido publicada no Fórum Avril Portugal nas vésperas do concerto que o Bryan deu em dezembro do ano passado, a propósito dos 20 do seu álbum Waking Up The Neighbours. Depois um dia destes publico, não exatamente uma crítica mas o relato da minha experiência nesse concerto. Esta nunca a publiquei antes, aliás, nem sequer está acabada. Digo apenas que nem esse concerto, nem o que ele deu no Rock in Rio deste ano foi como acabei de descrever; tiveram a banda toda, um pouco com pena minha, pois tinha vontade de assistir ao um espectáculo Bare Bones. Contudo, como já disse acima, com banda ou sem ela, Bryan Adams tem tudo o que é preciso e ainda mais para dar alto concerto, tem tudo o que é preciso para, sempre que sobe a um palco, oferecer a cada membro da audiência (isto já é um cliché entre os fãs do Bryan mas enfim...) uma "Night to Remember".

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