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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Within Temptation - The Unforgiving (2011)



Os Within Temptation são uma banda holandesa que conheci melhor este ano e que se tornou uma das minhas preferidas. Julgo que o seu estilo é chamado "gothic-metal"; embora também tenha ouvido falar de outros rótulos.
 
Um aparte só para professar que não acho graça nenhuma a estes rótulos. Para além de, muitas vezes, não serem esclarecedoras em relação à sonoridade - alguém vai ter de me explicar um dia destes o que é alternative rock, power punk, emo-core, nu-metal, christian rock, etc - são limitativos. Apresentam uma banda, colam a expressão punk pop ou christian metal e se, nos álbuns seguintes, a banda tenta criar um som que fuja a esse rótulo, atira-se tudo ao ar. Antigamente pensava que isso só acontecia com a Avril Lavigne - a transição do Under My Skin para o The Best Damn Thing ainda hoje está atravessada na garganta de muitos fãs - agora vejo que é com praticamente todos os cantores e bandas. Os Linkin Park, os Green Day, os Sum 41, até estes, os Within Temptation! Por isso é que eu prefiro, na maior parte dos casos, definir as sonoridades pelos cantores e bandas que as costumam adotar, pelos instrumentos musicais e por nomes mais genéricos como, pura e simplesmente, "rock" ou "pop" ou "rap".
 
 Mas regressemos aos Within Temptation. Trocado por miúdos, eles misturam rock com a sonoridade de orquestras sinfónicas e instrumentos célticos criando um som que serviria perfeitamente de banda sonora a filmes/séries/livros de ação e, em particular, de fantasia medieval. Isto constitui ao mesmo tempo um ponto forte e um ponto fraco pois não é música dodia a dia, com que qualquer um se possa identificar. Contudo, para mim, constitui grande fonte de inspiração para a minha escrita. 
 
Este é o CD mais recente deles, que foi lançado juntamente com uma banda desenhada e uma série de curtas-metragens e, no fundo, serve de banda sonora a uma história protagonizada por Sinéad - algo que faz sentido, tendo em conta aquilo que mencionei acima e que para mim, como escritora, é muito interessante. Neste álbum, os Within Temptation adotaram uma sonoridade mais "moderna", digamos assim, um pouco mais na corrente da música atual. Nota-se, até, no videoclipe do single Sinéad, que eles estão atentos às tendências da música atual. Isso para mim é o maior defeito do álbum, o facto de terem perdido um pouco a influência céltica/medieval que marcou, por exemplo, o álbum The Silent Force (que possui músicas como Memories e que, para mim, é o melhor álbum da banda). 
 
Em todo o caso, não deixa de ficar bem claro que é um CD dos Within Temptation. O mais importante, aquilo que os distingue de outros artistas, o carácter épico, inspirador, das músicas continua lá. A diferença é que agora, em vez da fantasia medieval, temos uma história de açãocontemporânea, estilo Sobrenatural. As minhas músicas preferidas são os singles A Shot In The Dark e Faster, pelo tom combativo. E já tinha mencionado Iron na crítica a Living Things dos Linkin Park. Outro destaque é a balada Utopia, a mais conhecida (penso eu), apesar de a sonoridade fugir um pouco ao estilo habitual deles. 
 
The Unforgiving é, deste modo, um álbum a recomendar, sobretudo aos amantes do rock e àqueles que procuram uma alternativa à cansativa música da moda. Julgo também que, quem gosta de Evanescence, há de gostar de Within Temptation.

Avril Lavigne

 

Já publiquei cá no blogue duas críticas a álbuns musicais e tenciono publicar mais umas quantas nos próximos tempos. No entanto, sinto que, antes de mais nada, devia ter falado sobre a minha maior referência no que toca a música, aquela com quem comparo, quer consciente quer inconscientemente, praticamente todo e qualquer cantor ou banda: a minha cantora preferida: Avril Lavigne.
 
Faz mais ou menos agora nove anos desde que a conheci, quando comecei a ouvir I'm With You várias vezes na rádio. Não me tornei imediatamente fã, pelo menos não conscientemente. Contudo, ao longo dos meses que se seguiram, ainda antes de saber o nome dela, dava por mim cantarolando: "Isn't anyone trying to find me? Won't somebody come take me home?". Mais tarde, conheci Complicated e Sk8er Boi na rádio e, quando saiu o Under My Skin (o segundo álbum dela), comecei a ver os videoclipes de Don't Tell Me e My Happy Ending - até à data, dois dos meus preferidos, juntamente com Complicated e Alice. Finalmente, comprei os dois CD que ela havia lançado até à altura (Let Go e Under My Skin) e fiquei fã. Agora, há já uns bons sete ou oito anos, tem-se mantido como a minha cantora feminina preferida. 
 
Existem muitos motivos para tal. A sua voz, inconfundível, inimitável, que considero a melhor voz feminina do Mundo. O facto de ter músicas para todas as ocasiões, de praticamente cada uma das músicas da sua discografia ser diferente de todas as outras, sem se desviar do estilo pessoal - quer dizer, tem algumas exceções mas até agora, não encontrei um único cantor ou banda que conseguisse ter um trabalho musical tão variado, sem perder a sua identidade. A maneira como mete o seu cunho pessoal em tudo o que faz, como é genuína, não recorrendo a artifícios, a alter-egos, a máscaras, por motivos comerciais, para aumentar a popularidade, ao contrário do que fazem a maioria das cantoras femininas hoje em dia, como me ensinou a ser assim, a ser fiel a mim mesma, aos meus princípios, independentemente de isso agradar a outros ou não.



Podia escrever mais umas duzentas linhas sobre os motivos pelos quais adoro a Avril, mas vou passar ao motivo principal. Avril Lavigne é uma das razões principais - se não for a principal - pela qual neste momento sou uma autora publicada. Por vários motivos. Para começar, as músicas dela têm servido de fonte de inspiração, algumas delas seriam a banda sonora perfeita de certos momentos dos meus livros. Além disso, a Avril despeja a sua personalidade, os seus gostos, o seu coração, nas coisas que faz, sejam estas a sua música, a sua linha de roupas, os seus perfumes, a sua Fundação. Eu procurei fazer o mesmo com a minha escrita. Sei perfeitamente que, na sua essência mais básica, os meus livros não são absolutamente originais. No  entanto, tenho sempre procurado recorrer aos meus gostos, às minhas paixões,  aos meus estudos, às minhas crenças, de modo a criar algo que, ainda que não seja propriamente único, não possa ser criado por mais ninguém.


A maior razão de todas, contudo, é o facto de ela, com o seu exemplo, com a mensagem que tem transmitido, através das suas músicas e não só, ter-me ensinado o que mais ninguém me ensinou: a acreditar em mim própria, a saber o que quero, a lutar por isso, independentemente das opiniões dos demais. Foi ela quem me deu a coragem de verter a minha alma no meu livro e de fazer com que ele fosse publicado.

É por estas e por outras que me é quase impossível ser imparcial em relação à Avril. Não que ela esteja acima das minhas críticas, longe disso. Mas a verdade é que eu hei de gostar de praticamente qualquer coisa que a Avril faça, qualquer música que a Avril lance. Mesmo que ela lançasse um CD fraquíssimo,  eu haveria de gostar à mesma e de passar os dias seguintes a ouvi-lo e a cantá-lo outra e outra vez. Mesmo que as músicas nada tivessem a ver comigo, mesmo que eu as detestasse, haveria sempre de arranjar motivos para as adorar. Ou por ser o primeiro material inédito em muito tempo, ou porque até tem uma certa piada, ou porque gosto daquele segmento, ou simplesmente porque sim, porque foi a Avril a compô-la e a interpretá-la. Sou maluca a esse ponto! Quer isso esteja certo ou errado, adoro a música dela para lá do racional. E a verdade é que, até ao momento, não há mais nenhum cantor ou banda que tenha conseguido cativar-me a esse ponto, que me faça gostar quase automaticamente de qualquer coisa que grave, que me faça cantar e dançar, que me faça rir e chorar, que tenha influenciado tanto a minha maneira de pensar e agir, que me tenha encorajado, com a sua mensagem e o seu exemplo, a seguir o meu próprio sonho, que me tenha inspirado em tantos sentidos, que traga tanta alegria à minha vida…

Em suma, que me perdoem este ostensivo, confesso e militante favoritismo, mas, para o bem e para o mal, não há, nunca houve e, provavelmente, nunca voltará a haver, outro cantor ou banda como Avril Lavigne!

E como que para provar que não estou sozinha nisto, que existem outros como eu cá em Portugal, divulgo aqui um vídeo feito por fãs portugueses - incluindo eu própria, embora o meu contributo não seja muito significativo - precisamente para declarar o nosso amor pela cantora canadiana e fazer-lhe um apelo para que venha a Portugal.

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