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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Top 7 filmes Pokémon #2

Segunda parte do meu Top 7 de filmes Pokémon (primeira parte aqui), hoje que faço anos. Entramos agora no pódio. Cada um destes três filmes são os meus favoritos por motivos diferentes e, de uma maneira tipicamente minha, nem sempre racionais. 

 

3º) Arceus And the Jewel of Life/Arceus e a Jóia da Vida

 

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O décimo, décimo-primeiro e décimo-segundo filmes são um caso excecional no franchise ao formarem uma trilogia: as premissas das duas primeiras metragens são explicadas na terceira. O décimo filme, The Rise of Darkrai/A Ascensão de Darkrai, é fraquinho; o décimo-primeiro, Giratina And the Sky Warrior/Girantina e o Guerreiro Celeste é melhorzito; o décimo-segundo, Arceus and the Jewel of Life/Arceus e a Jóia da Vida, como podem ver, está no meu pódio.

 

Na mitologia do franchise, Arceus criou, entre outros que não entram neste filme, o lendário Dialga - que governa o tempo - o lendário Palkia - que governa o espaço - o lendário Giratina - que foi posteriormente banido para o Mundo Inverso. Terá também criado o próprio mundo Pokémon. Embora nunca tenha sido oficialmente confirmado tanto quanto sei (provavelmente para evitar a previsível controvérsia), entre os fãs Arceus é considerado o Deus deste mundo.

 

Um rápido aparte só para apontar que, conforme referi antes, por essa lógica, Giratina será o equvialente a Lúcifer. 

 

Não sei se é por acaso, se sou eu que o vejo assim por saber, de antemão, do suposto carácter divino de Arceus ou por ter visto este filme pela primeira vez no dia de Páscoa (por mera coincidência, juro!), mas eu noto algumas características bíblicas no enredo deste filme. Para começar, o elenco principal viaja até ao passado (sobre essa vertente, falarei a seguir) para uma era que se assemelha à Antiguidade. Arceus, neste filme, não se assume exatamente como um deus todo-poderoso, mas sim como uma figura divina mas com vulnerabilidades (as dezasseis placas até têm um formato a fazer lembrar as tábuas nos dez mandamentos). Na verdade, assemelha-se um pouco a Jesus que, afinal de contas, era humano em tudo menos no pecado e nos milagres que praticava. Arceus também passa por uma espécie de ressurreição. A personagem Damos assemelha-se a um profeta, ao procurar cumprir a vontade da figura divina, perante a oposição dos demais. Também já vimos seres humanos arrogantes ao ponto de se acharem mais poderosos que a figura divina. Bem como vermos essa figura divina sendo traída (ou assim parece) e ganhar ódio à sua própria Criação.

 

O que me leva ao tópico seguinte. Tal como em Spell of the Unown, temos um vilão relativamente bem construído, com motivações legítimas, mas que opta pelos meios errados. Além disso, este filme tem, talvez, um dos melhores dos chamados "plot twists" de todos, ao percebermos quem é o verdadeiro vilão e assitimos à manipulação por ele praticada. 

 

Depois temos a parte das viagens no tempo, fazendo uso das capacidades de Dialga. Viagens no tempo não são inéditas nem nos filmes nem na série animada, mas tanto quanto sei é a primeira vez que envolvem uma porção tão grande do elenco. Há certos aspetos que fazem alguma confusão na maneira como abordaram o conceito: o tempo no presente continua a correr enquanto o elenco está no passado; quando parece que Arceus vai morrer, os viajantes do tempo começam a desintegrar-se; quando eles regressam ao presente depois de mudarem o passado, eles veem literalmente o presente sendo corrigido.

 

Para mim, o aspeto mais confuso é o desvanecimento do elenco. Não se percebe se eles estão a regressar ao presente ou se estão, pura e simplesmente, a desaparecer, mesmo a morrer. O que se diz é que, com a morte de Arceus, os acontecimentos que motivaram a viagem no tempo desaparecem, logo, o elenco não tem motivos para estar ali. No entanto, quando no fim Arceus sobrevive em paz com Damos, eles também não teriam razões para ir ao passado. Aliás, o filme contradiz-se quando o tempo assume rapidamente que Arceus vai morrer e apressa-se a eliminar os viajantes. Mas quando se chega ao final feliz, o tempo espera até o elenco estar de volta ao presente para fazer as respetivas correções. É um paradoxo temporal de deixar o cérebro em nós...

 

A ideia que fica é que os guionistas quiseram dar mais drama à situação, o que era perfeitamente desnecessário, e mesmo prejudicial. Tal como li em críticas à quinta temporada de Lost, tanto quanto se sabe, nunca ninguém viajou no tempo, logo, quaisquer regras que possamos definir nunca poderão ser confirmadas nem refutadas. Uma pessoa pode aceitar o pressuposto de que o tempo continua a correr enquanto os viajantes estão no passado e que estes mesmo testemunham as correções. O desvanecimento é que contraria a lógica toda.

 

De qualquer forma, tenho mesmo de ver a trilogia Regresso ao Futuro. E talvez um dia eu mesma inclua viagens no tempo num dos meus livros - muitos dos trabalhos de ficção de que gosto incluem ou, pelo menos, já as incluíram.

 

Em suma, como poderão deduzir do testamento (no pun intended) que escrevi sobre ele, considero Arceus and the Jewel of Life um dos filmes mais intrigantes de todo o franchise. É arrojado, ambicioso (mesmo com a falha que expliquei acima), qualidades que também caracterizam Spell of the Unown, ainda que de uma forma diferente. Para mim e para a minha irmã é já o nosso filme de Páscoa.

 

2º) Lucario and the Mystery of Mew/Lucario e o Mistério de Mew

 

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Este é um dos filmes mais populares do franchise, considerado um dos melhores, senão o melhor. Tanto quanto sei, foi o único a ser nomeado para um prémio de filmes do género. À semelhança do que acontece com outros filmes deste top, Lucario and the Mystery of Mew é uma película mexe com as nossas emoções.

 

Para começar, Lucario é uma das personagens mais interessantes de todos os filmes. Ao julgar-se abandonado pelo seu treinador (que ele trata por Mestre), Lucario tem uma forte nocção de dever e honra, à semelhança dos cavaleiros de tempos antigos. No entanto, possui também uma personalidade amarga, cínica, orgulhosa, não acredita nos laços entre Pokémon e treinadores, entrando em conflito com Ash. Isto numa altura particularmente difícil para o jovem treinador, uma vez que este se encontra à procura do seu Pikachu.

 

Este aspeto é outro dos pontos fortes do filme. Eu sempre tive um chamado "soft spot" por Ash e Pikachu, desde o episódio piloto em que se formou o laço inquebrável. De uma das poucas vezes que chorei com algo que vi na televisão, foi quando julguei que eles se iam separar definitivamente (hoje tenho a noção de que isso nunca aconteceria, mas eu tinha dez anos na altura). A abordagem televisiva do franchise pode ter muitos defeitos, mas nesta ligação tem acertado em cheio. Este filme é mais um exemplo.

 

Este laço entre Ash e Pikachu é uma das coisas que contribui para a evolução de Lucario ao longo do filme. Isso e a descoberta da verdade sobre Sir Aaron, o seu mestre. Mais do que lutas grandiosas envolvendo lendários (ainda que estas não sejam coisas más), este é um filme que se centra em emoções, na ligação entre humanos e Pokémon. Que, em última instância, são o centro de todo o franchise.

 

1º) The Power Of One/O Poder Único

 

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Quem já tiver lido o meu Top 10 de filmes de animação não se surpreenderá com o filme em primeiro lugar nesta lista. Nessa entrada, já expliquei os motivos pelos quais gosto imenso de Power of One/O Poder Único, motivos que se mantém, bem como as falhas que listei. Hoje sei que, em termos estritamente racionais, outros filmes do franchise estão melhor feitos, com personagens e enredos melhor construídos - como o segundo, tercido e quarto filmes desta lista. Power Of One está em primeiro sobretudo por uma questão de nostalgia e porque, de qualquer forma, nenhum dos filmes tem o misticismo e a epicidade deste. Também acho que este filme tem as melhores sequências de combate entre lendários.

 

 

Entretanto já se vai sabendo alguma coisa sobre o próximo filme: será protagonizado por Hoopa, um lendário sobre o qual ainda não se sabe muito, mas os rumores são intrigantes. Terá também a participação das estrelas dos mais recentes jogos, os remakes Omega Ruby e Alpha Sapphire: Groudon e Kyogre na sua forma... primitiva (é a melhor tradução que encontro para "primal form"). Tem potencial, mas eu também dizia isso do décimo-sexto filme. O pior é que ainda falta quase um ano, provavelmente, para sair a versão dobrada em inglês, que eu costumo ver. Talvez este ano opte pela versão original legendada por fãs.

 

 

Mesmo com esta qualidade inconstante e imprevisível, gosto dos filmes Pokémon e de mantê-los no meu computador, por várias razões. Para começar, para fazer os meus AMV's - durante 2013 fiz vários à medida que ia vendo os filmes, e muitos deles estão em várias páginas deste blogue. Não fiz nenhum no último ano por falta de tempo e inspiração - mas pode ser que surja uma música que me motive a montar um outra vez.

 

Já expliquei antes, além disso, que os filmes costumam ser melhores que a série animada. Sendo eu escritora de ficção (e tendo aprendendo a sê-lo escrevendo fan fics neste universo), valorizo o chamado storytelling neste franchise. Não apenas na série animada e filmes - também nos jogos, na verdade. Costuma-se dizer que "ninguém joga Pokémon pela história", mas, se formos a ver, todos os jogos assentam na mesma fórmula: primeiro Pokémon, rival, oito ginários, equipa vilã, lendários, Elite 4. O enredo é um dos principais aspetos que distinguem os jogos entre si. Não será por acaso que, nos jogos mais recentes, tenham investido mais nas histórias - os já referidos remakes ORAS são um ótimo exemplo disso.

 

Espero que essa filosofia seja igualmente adotada pelos guionistas dos filmes. De qualquer forma, enquanto puder, vou continuando a acompanhar as principais vertentes deste mundo do qual não consigo, nem quero, sair. 

 

Top 7 filmes Pokémon #1

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Há dois anos, quando falei dos meus filmes de animação preferidos, referi os filmes do Pokémon. Na altura, só tinha visto os primeiros quatro ou cinco. Depois disso, descobri os torrents. Ao longo do ano que se seguiu, eu e a minha irmã fomos vendo os filmes restantes, mais ou menos por ordem cronológica, até ao décimo-sexto, em dezembro de 2013. O filme seguinte só saiu em inglês quase um ano mais tarde, em novembro último - vimo-lo nessa altura. E agora, que já os vi a todos, queria falar dos de que mais gostei.

 

A minha intenção inicial era, naturalmente, fazer um top 10. No entanto, são apenas dezassete filmes, de qualidade muito heterogénea. Tal como já referi antes, há filmes bons, há outros que se assemelham a episódios prolongados da série animada. Há muitos enredos repetidos, lendários desperdiçados, ideias fornecidas pelos jogos que não são aproveitadas, mas há sempre pormenoes que resultam bem - toda a gente gosta de um bom combate entre lendários, mesmo que a justificação nem sempre esteja muito clara. Tentei escolher dez filmes, mas essa lista inicial incluiria alguns filmes de que não gosto assim tanto, sobre os quais não tenho muitas coisas boas a dizer. Daí ter reduzido a lista para sete.

 

Como poderão deduzir, este é um texto só para fãs de Pokémon, e mesmo assim nem todos - há muitos que há muito tempo se cansaram da série animada, não sem razão. Quem à partida não gosta de Pokémon, obviamente não gostará dos filmes. Por outro lado, devo avisar que algumas das análises a estes filmes poderão conter spoilers

 

Esta lista será dividida em duas entradas. Nesta, falarei dos quatro primeiros filmes. Assim, sem mais delongas, por ordem crescente de preferência, em sétimo lugar temos...

 

7º) Jirachi Wish Maker/Realizador de Desejos

 

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Um dos aspetos de que nunca gostei muito na série animada (e já li opiniões concordantes) é a maneira como lidam com as relações entre os protagonistas humanos. Eu sei que o principal foco da história é a relação entre humanos e Pokémon - e essa é desenvolvida de forma excelente - mas não é normal três ou quatro miúdos viajarem juntos e as interações entre eles serem tão genéricas (embora menos no grupo original).

 

Nesse aspeto, May e Max são dos meus "companheiros de Ash" preferidos pois, sendo irmãos, tinham um historial comum, a interação entre ambos é mais interessante do que o costume. É sobretudo por essas pequenas interações que elevo este filme acima da media - destaque para a canção de embalar. O filme Jirachi Wish Maker (em português, Jirachi Realizador de Desejos) tem o enredo típico: vilão que quer usar o lendário para interesses próprios. O falso Groudon, no fim, é uma reciclagem da ideia do quarto filme, mas melhor executada, com uma ameaça mais real. Não sendo nada de extraordinário, Jirachi Wish Maker foi um filme que, pelo menos a mim, me deixou um sabor agradável.

 

6º) Diancie and the Cocoon of Destruction

 

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Este é o filme mais recente. Antes de vê-lo, eu tinha baixas expectativas, muito porque os três filmes anteriores não haviam sido nada de especial, sendo que o décimo-sexto foi uma completa desilusão. Diancie and the Cocoon fo Destruction surpreendeu-me pela positiva O lendário principal, a princesa Diancie, revelou-se uma personagem melhor desenvolvida que o habitual, com os seus traços de princesinha mimada mas insegura. O enredo, sem ser particularmente original, é mais complexo do que o costume. Tem até um toque algo Once Upon a Time, ao exigir que Diancie acredite em si mesma para fazer uso dos seus poderes.

 

O filme não deixa de ter as suas incoerências, a maioria delas dizendo respeito a aspetos mal desenvolvidos. Temos um número maior de vilões tentando capturar o Lendário. Dois deles formam um casalinho engraçado que, definitivamente, merecia maior tempo de antena. Muitos esperavam uma luta épica entre Xerneas e Yveltal, mas estes só aparecem no último ato do filme e o segundo - aparentemente o vilão principal - é gritantemente mal desenvolvido. Limita-se a transformar tudo o que o rodeia em pedra, sem se perceber muito bem porquê. Em suma, um anticlímax.

 

Um aparte só para referir a cena em que o Pikachu é vítima do ataque (?) de Yveltal, repetindo, no inverso, a famosa cena do primeiro filme. Só dura cerca de um minuto, a cura chega antes que o filme se torne demasiado sombrio - a idea que fica é que aquilo foi adicionado à última hora, só para dar um bocadinho de drama - mas funciona. Quando é com a velha dupla Ash e Pikachu funciona sempre.

 

Ao pesquisar sobre este filme, dei com teorias de que este teria sofrido cortes para a emissão televisiva, que só veremos o filme na íntegra quando este sair em DVD, algures em fevereiro. Tal teoria explica, de facto, muita coisa, daí que eu esteja a dar o benefício na dúvida a Diancie and the Cocoon of Destruction. Em todo o caso, é um alívio saber que ainda podemos ter bons filmes Pokémon.

 

5º) Mewtwo Strikes Back/Mewtwo Contra-Ataca

 

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Já tinha falado sobre este filme antes. Até à data, Mewtwo continua a ser um dos lendários mais populares (embora não seja dos meus preferidos) e um dos Pokémon mais intrigantes de sempre. No que toca aos filmes, é uma das melhores personagens.

 

O décimo-sexto filme causou controvérsia por trazer Mewtwo de volta, mas não o mesmo: outro, cujas origens foram mal explicadas, com voz feminina - um sacrilégio para muitos. Eu, porém, estaria disposta a aceitar este Mewtwo fêmea (?) se expplicassem melhor como fora criado e, sobretudo, se o décimo-sexto filme não tivesse sido um dos mais fraco em termos de enredo.

 

4º) Spell Of the Unown/O Feitiço do Unown

 

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A premissa do terceiro filme da série é algo sinistra. Centra-se em Molly, uma menina que é separada dos pais - a mãe encontra-se desaparecida e o pai é raptado (não se percebe bem porquê) pelos Unown que investigava. São os próprios Unown que, depois, invadem a casa de Molly e dão forma às suas fantasias sombrias. Desesperada por figuras parentais (mais do que pelos pais propriamente ditos). Os Unown oferecem-lhe uma figura paterna através de uma ilusão com a forma de Entei. Quando Molly sente falta de uma mãe, é o próprio falso Entei quem se encarrega de lhe arranar uma: nada mais nada menos que a mãe... de Ash. É assim que ele e os amigos se envolvem no caso.

 

Um dos poucos defeitos, mas significativos, deste filme é desperdiçar um dos meus lendários preferidos, membro do trio de bestas de Johto. A ideia que fica é que, neste filme, poderiam ter usado qualquer lendário para o papel de "pai" de Molly, que o efeito seria quase o mesmo - ainda que nem todos estejam ligados da mesma maneira à mitologia dos Unown.

 

Esta falha, no entanto, não ensombra os muitos pontos fortes do filme, que é provavelmente o mais complexo em termos de emoção de todo o franchise. Apesar do mundo sinistro que Molly cria (ou é criado através dela), não conseguimos deixar de sentir compaixão pela menina inocente, que apenas quer um pai e uma mãe. O falso Entei, apesar de considerado o vilão do filme, apenas cumpre aquela que pensa ser a vontade de Molly. Por outro lado, esta é uma das poucas ocasiões em que Ash se envolve na história por motivos pessoais, não apenas por mero acaso e/ou para salvar o Mundo/fazer o correto. Motivações pessoais dão sempre maior credibilidade a uma história.

 

Mas não é só de emoções que é feito este filme. Charizard - provavelmente, o mais popular de todos os Pokémon da equipa de Ash - aparece (um pouco vindo do nada, diga-se) para salvar o dia e temos direito a uma série de sequências espetaculares de combate entre ele e o falso Entei.

 

Não sendo o meu filme preferido, pensando de modo estritamente racional, Spell of the Unown é um dos filmes mais consistentes do franchise, feito numa altura em que os guionistas, aparentemente, não tinham medo de fugir um pouco ao que se considera adequado para crianças. Como tal, infelizmente, é pouco provável voltarmos a ter um filme Pokémon assim. O que é uma pena. 

 

 

Segunda parte em breve.

Música de 2014 #2

Depois de ter falado sobre os álbuns mais marcantes de 2014 aqui, nesta segunda entrada quero falar sobre outros artisas que foram, de uma maneira ou de outra, marcantes ou que podem vir a sê-lo este ano.

 

Shakira

 

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A cantora columbiana Shakira sempre foi uma figura da música cuja carreira tenho mais ou menos acompanhado ao longo dos últimos dez anos. Não sendo uma das minhas cantoras preferidas, sempre a respeitei, sempre a coloquei num nível superior à maioria das cantoras pop, tanto pelo trabalho filantrópico como pela sua versatilidade musical e a sua voz - uma das melhores da música atual. E a cada álbum que lança, acaba sempre por lançar uma ou outra música de que gosto.

 

Shakira editou um álbum homónimo (imitanto muitos outros artistas nos últimos anos, tais como Paramore e Avril Lavigne) este ano. Este CD chamou a atenção quase apenas por causa de Can't Remember to Forget You - uma canção mediana que, por sua vez, apenas chamou a atenção pelo vídeo sensual com Rihanna. Uma entrevista à SIC por altura da edição, no entanto, despertou-me curiosidade. Dei uma espreitadela ao álbum e descobri algumas pérolas escondidas. A maior de todas é 23, que se tornou numa das canções que mais ouvi este ano.

 

 

23 é uma balada romântica acústica incrivelmente amorosa. Alguns podem considerá-la demasiado melosa, mas isso perdoa-se facilmente graças à sua honestidade e vulnerabilidade. É raro ouvirmos canções com este nível de honestidade hoje em dia. Se por um lado isso é comovente, também ficamos pouco à vontade. É algo que me acontece muito quando figuras públicas que admiro partilham aspetos da sua intimidade connosco e, no caso de 23, sabemos exatamente de quem estão a falar: Gerard Piqué. E claro, o pormenor da "voz" do bebé Milan no final tem sempre graça.

 

Outra música marcante de Shakira em 2014 foi o tema La La La, uma das canções do Mundial. Shakira tem deixado a sua marca nos últimos Campeonatos do Mundo, tendo cantado em três finais consecutivas até ao momento. Ela chegou mesmo a afirmar que os Mundiais têm um significado especial para ela pois, se não tivesse cantado Waka Waka, não teria conhecido o pai do seu filho. Ou melhor, dos seus filhos, já que ela espera um segundo rapaz, que deverá nascer em breve.

 

 

De início, não gostei assim tanto de La la la, por ser demasiado dubstep para o meu gosto e por a letra ser demasiado literal. No entanto, fui gostando cada vez mais da música - pena é tal só ter acontecido já depois de o Mundial ter acabado. Na verdade, a minha músic preferida deste Mundial por Dar um Jeito (We Will Find A Way) com Wycleaf Jean e a guitarra de Carlos Santana. Ninguém gostou muito de We Are One, com Jennifer Lopez e Pitbull. Não me enganei quando, na altura em que se soube que seria o auto-intitulado Mr. Worldwide a cricar a música do Mundial, eu afirmei que era má ideia. Eu e muito boa gente.

 

Paramore

 

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O álbum homónimo dos Paramore saiu em 2013, mas o seu sucesso prolongou-se por 2014. Isto deve-se sobretudo a Ain't it Fun, lançado como single há cerca de um ano. Conforme se previa - porque a música é verdadeiramente espetacular - foi um sucesso estrondoso, cimentando-se o mais recente álbum como o maior êxito da banda até ao momento. A própria Hayley foi destacada com a primeira edição do Trailblazer Award, da Billboard, que premeia as mulheres que se destacam na música. No findo, o mundo demorou mais um ano do que eu demorei a descobrir que os Paramore são uma das melhores bandas da atualidade - sendo que, para mim, são os melhores. O álbum Paramore continua a ser o meu absoluto preferido dos últimos dois ou três anos.

 

Em jeito de encerramento do ciclo (acho eu), a banda lançou uma Edição Deluxe inclui uma série de versões ao vivo, as já conhecidas b-sides Escape Route e Native Tongue, uma b-side só revelada agora, chamada Tell Me It's Okay (em demo apenas) e um dueto com Joy Williams, da banda Civil Wars, em Hate to See Your Heart Break. Sobre este último dueto não há muito a dizer, as vozes de Hayley e Joy misturam-se incrivelmente bem. Em relação a Tell Me It's Okay, a sonoridade recorda-me Where the Lines Overlap, a letra tem a ironia dos interlúdios do álbum Paramore. Pela letra, a música encaixaria bem neste álbum Paramore, que, tal como já comentei aqui no blogue, aborda vários aspetos do processo de recuperação após uma fase má. Pela sonoridade, nem por isso. Na minha opinião, não se perdeu assim muito ao excluir-se Tell Me It's Okay.

 

Não sei os Paramore tencionam começar já a trabalhar num próximo álbum. Ainda poderão levar algum tempo - no mínimo, seria editado em finais de 2015. Uma coisa é certa: será dificílimo fazerem algo melhor que o álbum Paramore.

 

Sum 41

 

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Uma banda que apreciso mas de que ainda não tive oportunidade de falar aqui no blogue - porque eles têm estado inativos nos últimos anos - é a liderada por Deryck Whibley, os canadianos Sum 41. Admito que o meu interesse pela banda adveio do facto de o vocalista ter sido casado com Avril Lavigne, que muita da minha simpatia por Deryck deriva disso (gosto mais dele do que do actual marido dela). E apesar de gostar de uma mão cheia de músicas dos Nickelback, já antes de Chad ter assumido a relação com Avril, gosto muito mais do punk rock dos Sum 41.

 

Ora, 2014 foi um ano complicado para Deryck uma vez que ele esteve gravemente doente. Ele já tinha um historial de drogas bem conhecido e, alegadamente, tê-las-ia abandonado por pressão da própria Avril, com quem começara a sair na altura. Deryck deve ter achado que o álcool seria diferente pois não o deixou de lado, pelo contrário. Foi-se tornando um consumidor cada vez maior, chegando ao ponto de despachar uma garrafa inteira de vodca por dia - chegou a especular-se que o divórcio dele e de Avril se deveria precisamente ao alcoolismo dele. Finalmente, este ano, a noiva dele encontrou-o desmaiado e ele foi parar ao hospital. Segundo o próprio Deryck, tinha dado cabo do fígado e dos rins, chegou mesmo a passar uma ou duas semanas em coma induzido, de modo a evitar a violência dos sintomas de desmame. O que, mesmo assim, não impediu de ele ter estado perto de ir desta para melhor por umas cinco vezes. Mesmo depois de receber alta, a recuperação tem sido lenta, ao que parece. Teve de voltar a aprender a andar, depois de o coma (e provavelmente também o etanol) lhe ter dado cabo dos nervos das pernas. O Deryck alegou-se surpreendido por tudo o que aconteceu, pois não sabia que o álcool teria este efeito - e a ingénua sou eu, por me admirar com a ignorância das pessoas...

 

Em todo o caso, Deryck aprendeu a lição, aparentemente. Quando se soube da história, eu fiquei ao mesmo aflita e furiosa. Temos perdido inúmeras figuras públicas, ídolos, para a toxicodependência, a última coisa que queria era que um dos meus preferidos se juntasse a ele.s Tenho tido alguma sorte pois o caso de Billie Joe Armstrong foi resolvido a tempo (espero!) e o Deryck sobreviveu - ainda que a recuperação esteja a ser difícil. Além de que Avril ficaria destroçada se ele não se tivesse safado. Não acredito, contudo, que o alcoolismo não lhe deixe sequelas permanentes - não me admirava, por exemplo, se ele precisar de um fígado novo daqui a uns anos - mas, por enquanto, ele está vivo e está sóbrio... ou assim o diz.

 

Ao longo dos últimos meses, a partir das atualizações do seu blogue e das redes sociais da banda, estes têm dado sinais de estarem em estúdio. O que poderá indicar um álbum novo em 2015. Tendo em conta o hábito de Deryck de escrever as letras baseando-se em experiências pessoais - praticamente todo o álbum Screaming Bloody Murder parece inspirado no seu divórcio - e aquilo que lhe aconteceu este ano, estou à espra de um Out of Ashes versão Sum 41.

 

Avril Lavigne

 

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Quem teve um 2014 fraquinho foi Avril Lavigne. Tirando alguns concertos na primeira metade do ano, mais coisa menos coisa, quase todas as notícias relacionadas com ela foram fúteis e mesmo parvas. O single e vídeo para Hello Kitty suscitaram polémica, mas não exatamente da maneira que eu previa. O videoclipe foi acusado de racismo, sobretudo por causa das dançarinas japonesas inexpressivas. Estas acusações nunca me fizeram muito sentido, pois eu e os outros fãs sabemos perfeitamente que a Avril nunca insultaria os japoneses de propósito, pelo contrário, ela nutre um carinho especial pelo país - o que deixa os fãs do resto do mundo com alguns ciúmes. O meu problema com o vídeo não é o alegado racismo. O meu problema é que o vídeo é fraquíssimo. Não há uma cena com um mínimo de graça ou interesse, é tudo vulgar. O que é pena, porque existiam mil e uma possibilidades diferentes para fazer um vídeo engraçado. Já ajudaria se as dançarinas não fossem robôs e sim pessoas com vida e personalidade própria. 

 

Esta foi apenas uma de várias notícias que não contribuem para a felicidade de ninguém com dois dedos de testa, mas chateiam. Nos últimos meses de 2014, a cantautora manteve-se afastada das atenções, tendo mesmo passado quase dois meses sem dar sinais de vida. Isto foi explicado em dezembro: ela está doente. Não sabemos o que é, mas será suficientemente complicada para ela desaparecer durante este tempo todo e para pedir aos fãs que rezassem por ela.

 

Não se sabe bem o que pensar. Pensou-se em gravidez de risco, em reabilitação (eu cheguei a temer um problema semelhante ao que o ex-marido enfrentou), e ambas as hipóteses foram desmentidas. Pode ser uma infinidade de patologias (onde anda o Dr. House quando precisamos dele?), duvido que a Avril revele o que é.

 

Entretanto, este ano já começa a correr melhor. Há poucos dias, a Avril anunciou que lançará Fly - uma canção descartada do quinto álbum, inspirada na sua Fundação - como tema dos Special Olympics. Partilhou até uma parte da letra, dizendo até que esta a está a ajudar a suportar a sua situação. "Just reach up, don't give up until you've touched the sky. Just reach up, don't give up until you've realized THAT WE WERE ALL MEANT TO FLY". Nós, os fãs, temos assumido que será uma balada ao estilo de Keep Holding On. A música só deverá sair daqui a vários meses, já que os Special Olympics só se realizam em finais de julho. Ela já disse que antes disso, em fevereiro, teremos uma surpresa - em princípio, um vídeo para Give You What You Like, lançado em moldes semelhantes aos de Goodbye. São notícias animadoras, sobretudo nas circunstâncias atuais. Se a Avril está a fazer planos lançamentos futuros, é porque está a contar com uma melhoria do seu estado de saúde... acho eu. E apesar de, ao longo do último ano, ano e meio, andar a sentir um desgaste na carreira da Avril, já tinha saudades de notícias como estas. Agora, só quero que ela melhore e que Fly não desiluda. Haverá tempo para nos preocuparmos com álbuns novos - eu, pelo menos, não tenho pressas. 

 

 

 

Conforme disse anteriormente, tenho várias entradas planeadas, algumas delas diferentes do habitual aqui no blogue. Não posso prometer datas, mas vou tentar não demorar muito. Continuem desse lado...

Música de 2014 #1

E um bom 2015 para os meus seguidores! Este ano atrasei-me com as minhas tradicionais entradas sobre os artistas musicais que mais me marcaram durante o ano que finda, mas aqui está a primeira.

 

Este ano foi diferente do costume. Os meus hábitos musicais mudaram, por vários motivos. Já falei aqui nos meus problemas de audição. Ando a tentar ouvir menos música via headphones, por isso. Por outro lado, nos estágios que fiz este ano, a rádio estava sempre ligada, o que era deveras irritante (e o mais irritante é que, naquelas horas seguidas todas ouvindo a RFM ou a Comercial, nem uma vez ouvi uma música da Avril Lavigne). Acabava por ouvir mais música de que, na sua maioria, não gostava e menos da "minha" música. Isso poderá explicar o facto de este ano nenhum trabalho me ter marcado fortemente o ano da maneira que Goodbye Lullaby marcou em 2011, Living Things em 2012 e Paramore em 2013

 

Em todo o caso, houve muita música nova (da que gosto) em 2014. Este ano vou fazer isto de maneira diferente. Assim, nesta entrada, falarei, por ordem cronológica, dos artistas que editaram que me marcaram nesse ano e sobre os quais falei (ou falarei) aqui no Álbum. Começo assim por...

 

Within Tempation - Hydra

 

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A banda holandesa lançou o seu álbum Hydra no início deste ano (crítica aqui). É o álbum mais consistente deste ano e talvez mesmo aquele de que gostei mais. Pelo menos é o único em que consigo ouvi-lo do princípio ao fim e apreciar cada música sem sentir a tentação de saltar nenhuma faixa. É, na minha opinião, o equivalente a Living Things no sentido em que a banda mistura sonoridades mais clássicas deles com inovações. Por outras palavras, assenta-se no passado mas projeta-se para o futuro. 

 

Os singles já tinham quase todos sido lançados aquando da minha crítica, tirando And We Run, que teve direito a videoclipe. Achei o vídeo interessante. Joga bem com aquilo que li numa crítica à faixa - a interpretação de Sharon den Adel representa a luz e o rap de Xzibit representa a escuridão - embora se torne demasiado literal.

 

Tanto quanto sei, a banda esteve em digressão durante praticamente todo o ano (embora não tenham passado por Portugal) e lançou recentemente um DVD: Let Us Burn. Não o comprei nem faço tenções de fazê-lo tão cedo. Ainda tenho esperança de vê-los ao vivo e, quando isso acontecer, não quero ter spoilers. Em todo o caso, Hydra é um disco muito bem conseguido, talvez o melhor da carreira deles, e estou ansiosa por ouvir o que fizerem a seguir. Espero que não se demorem muito!

 

Coldplay - Ghost Stories

 

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Os Coldplay foram uma banda que comecei a ouvir com regularidade este ano. São a banda preferida da minha irmã. Depois de, por minha influência, ela ter começado a ouvir Bryan Adams, Avril Lavigne, Linkin Park, Paramore, entre outros. Era justo deixar-me converter por ela a uma banda de que gostasse. Não que isso tenha sido particularmente difícil, pois já estava habituada a ouvir os singles deles na rádio há mais de dez anos e gostava de vários. 

 

Tenho estado para escrever sobre Ghost Stories praticamente desde que foi editado. Tenciono publicá-lo algures nas próximas semanas - é uma das várias entradas que tenho em planeamento. Entretanto, a minha irma já me disse que eles deverão editar um álbu novo algures no próximo ano. Eles andam a dizer que será o último álbum da banda - mas eu oiço esses rumores desde, pelo menos, o X&Y.

 

Linkin Park - The Hunting Party

 

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Os Linkin Park tambem foram relevantes este ano, com o concerto no Rock in Rio a que assisti - a minha melhor noite deste ano - e a edição do álbum The Hunting Party (crítica aqui). 

 

Paa ser sincera, o ciclo deste álbum pareceu-me terminar algo abruptamente. Lançaram os singles Final Masquerade, Wastelands e Rebellion quase de seguida e ficaram-se por aí. Parece que agora é assim, os ciclos de álbum terminam quase todos num abrir e fechar de olhos. Já com Living Things aconteceu o mesmo. Eu fico, sobretudo, com pena de não ter ouvido nenhum dos singles na rádio, nem mesmo Until It's Gone ou Final Masquerade. Eles ainda lançaram White Noise, do primeiro filme realizado por Joe Hann, Mall. Não gostei música, nem me dei ao traballho de ouvir segunda vez. 

 

Os Linkin Park queriam salvar o rock, mas não sei se o conseguiram. De qualquer forma, fizeram um bom álbum no processo. Venha o próximo - se o padrão se mantiver, em 2016.

 

Bryan Adams - Tracks Of My Years & Reckless Deluxe

 

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Já falei sobre sobre os álbuns que Bryan Adams editou este ano aqui e aqui. Conforme já expliquei nessas entradas este albuns serviram, sobretudo, para provar que, trinta anos após os seus primeiros sucessos e, numa altura em que o êxito dos artistas musicais parece tão efémero, Bryan continua a ser relevante, continua a ser apreciado, não apenas pelas gerações mais velhas mas também por pessoas da minha idade e mesmo mais novas. Tracks Of My Years fez-nos recordar os grandes clássicos da música pop. A edição Deluxe de Reckless com as músicas extra, fez-nos recordar  algumas das nossas músicas preferidas de Bryan, bem como o rock dos anos 80 em geral. Também servirão para avrir caminho para a edição do primeiro álbum de inéditos em quase sete anos (ainda não há previsão para o seu lançamento). Esse é um dos lançamentos por que anseio em 2015.

 

 

Estes foram para mim os álbuns mais importantes de 2014. Na próxima entrada, tenciono falar de outros artistas de que gosto, como correu o ano passado para eles e se, eventualmente, editarão alguma coisa no próximo ano. 

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