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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Hoje celebramos 20 anos de Pokémon...

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Há exatamente vinte anos, eram lançados no Japão os jogos para Game Boy Pokémon Red and Green, inaugurando assim a franquia Pokémon, que hoje se exprime, não apenas numa série de videojogos, mas também em jogos spin-off, uma série de anime, um jogo de cartas, entre outras coisas. A propósito deste aniversário, hoje celebramos o Pokémon Day. Já falei aqui no blogue, por diversas vezes até, da importância que esta franquia tem para mim, não podia deixar esta data passar em branco. Resolvi fazê-lo partilhando um texto que escrevi para um projeto do blogue Nerdy Girl Notes

 

O projeto consiste num livro sobre cultura pop e comunidades de fãs, celebrando a capacidade que personagens femininas fortes possuem de tocar pessoas, inspirá-las, mesmo não sendo de carne e osso. A autora do blogue desafiou-nos a participar enviando-lhe cartas nossas, homenageando mulheres ficcionais que nos tivessem marcado. 

 

Ora, eu tive vontade de participar desde início, mas não sabia a quem escrever a carta. Ao longo da minha vida, praticamente todas as pessoas que idolatrei - homens e mulheres - eram de carne e osso. Sim, tenho tido uma personagem feminina ficcional acompanhando-me durante muitos anos, mas fui eu mesma quem a criou e nem sequer foi diretamente baseada em personagens já existentes. Cheguei a pensar escrever à Sora de Digimon, mas o seu fraco desenvolvimento e o seu inexplicado destino, revelado no epílogo de 02, tiraram-me a vontade. Por fim, acabei por me lembrar de Misty.

 

Como poderão ler, a minha ligação a Misty acaba por ser um reflexo da minha ligação a toda a franquia. Daí que tenha querido partilhá-la convosco hoje, em dia de 20 anos de Pokémon. Escrevi originalmente em inglês, mas obviamente traduzi-a aqui para o blogue. Abaixo, segue a versão em português. Tenham em conta que esta é uma carta para uma heroína de infância, preparem-se para uma dose saudável de lamechice.

 

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Querida Misty,

 

Olá. Chamo-me Sofia, sou de Lisbon City, na região de Portugal. Cresci jogando Pokémon e vendo-te, ladeada pelo Ash e pelo Brock. Pokémon sempre significou muito para mim, ainda significa e terá sempre um lugar especial no meu coração. Isto acontece em parte graças a ti, daí esta carta.

 

Conheci-te quando tinha dez anos. Pelo menos para mim, foste a primeira rapariga no mundo dos Pokémon. Foste tu a dizer, a mim e ao resto do mundo, que os Pokémon não eram apenas para rapazes, que as raparigas podiam também ser treinadoras de Pokémon. Não fosses tu, teria sido mais difícil para mim entrar neste mundo. Por esse motivo, estarei-te sempre agradecida 

 

Durante algum tempo, logo depois de te conhecer, idolatrei-te. Tentava imitar o teu rabo-de-cavalo - sem sucesso, porque o meu cabelo era demasiado curto. Lembro-me em particular de pedir à minha mãe que me comprasse um par de calções de ganga, parecidos com aqueles que usavas. Na altura, não ligava muito a roupa, mas sentia-me feliz usando esses calções com um top amarelo. #MistySwag! Por tua causa (entre outras coisas), água foi o meu tipo de Pokémon favorito durante muito tempo. Hoje em dia não ligo assim tanto aos tipos, mas vários dos meus Pokémon preferidos são aquáticos. 

 

Não eras muito fácil de simpatizar no início, contudo. Devo dizer, tu eras um bocadinho dura demais para o Ash quando o conheceste. Eu sei que ele não é lá muito esperto, é casmurro e costumava passar de super arrogante a zero em auto-confiança numa questão de minutos. Ele precisava de amor duro. No entanto, às vezes parecia que te esquecias que ele era apenas um miúdo, um novato, a aprender tudo do zero.

 

Dito isto, Ash aprendeu imenso contigo, mas tu também aprendeste com ele: com a sua gentileza, a sua sabedoria inocente, com o seu amor genuíno pelos Pokémon. Desde, bem, não exatamente o primeiro dia, desde o segundo (ou terceiro? Não me lembro ao certo...). Um dos meus momentos preferidos em Pokémon foi quando tu estavas a ver o Ash com o seu Metapod recém-evoluído e disseste: "Nunca conheci ninguém como ele. Gosta mesmo de Pokémon." Aposto que também não conheceste ninguém como ele depois. Eu não, pelo menos.

 

Ao contrário da maior parte das pessoas, nunca vos imaginei como parceiros românticos. Sempre vos vi mais como irmão e irmã. Do mesmo modo, houve alturas em que te via a ti e ao Brock como os pais adotivos do Ash.

 

Também gostava da tua relação com o Togepi. Cheguei a invejá-la um boocadinho. Sejamos honestos, todos nós gostaríamos de ter sempre uma coisinha tão adorável como aquela nos nossos braços. Mais à frente, gostei de te ver ligando-te com a Sakura e o Max, que também são irmãos mais novos.

 

Apesar de ter ficado triste quando tiveste de te separar do Ash e do Brock, depois de Johto, hoje compreendo que, a partir de certa altura, não seria suficiente para ti andares sempre atrás do Ash. Eventualmente terias de seguir o teu próprio caminho, cumprir o teu próprio destino. A história de como te tornaste Líder de Ginásio de Cerulean é linda. Tal como muitos de nós no início de um capítulo novo nas nossas vidas, andaste um bocadinho perdida. Estavas habituada a ter sempre o Brock e o Ash contigo. Para piorar, assim que chegaste ao ginásio, tiveste de lidar com um Gyarados descontrolado, de todas as coisas - sobretudo porque tinhas medo deles. Não foi fácil, mas acabaste por conseguir.

 

Gostei em particular do facto de aquilo que te fez ganhar a confiança do Gyarados foi tê-lo protegido contra os Tentacruel, quase morrendo no processo. Recordou-me todas as vezes que o Ash fez o mesmo: enfrentando um bando de Spearow para proteger o Pikachu, escudando o Squirtle no meio de um bombardeamento, atravessando um nevão para salvar a vida ao Pikachu, atirando-se para o meio do combate entre o Mewtwo e o Mew (espera, tu lembras-te disto, certo? O Mewtwo devolveu-vos as memórias que vos retirou, não devolveu?), tratando do Charizard pela noite adentro, fazendo questão de nunca deixar a cabeceira dos seus Pokémon quando estes estão feridos - e estes são os únicos exemplos de que me recordo neste momento. É isto que o Ash faz, ele coloca a segurança dos seus Pokémon acima da sua - ao mesmo tempo, este é o que o Ash tem de mais admirável e de mais frustrante, porque é só por sorte que isso não deu para o torto, até agora.

 

O Ash costuma dizer que os nossos entes queridos nunca nos deixam verdadeiramente. Isso aplica-se a vocês os dois. A maior homenagem que poderias prestar à tua amizade com o Ash foi teres-te provado merecedora do título de Líder de Ginásio fazendo o que ele faria, o que ele te ensinou. Mesmo que não tornes a vê-lo, sabes que és uma treinadora melhor, uma pessoa melhor, só por teres passado tanto tempo com ele. Essa é a beleza de Pokémon: o facto de sempre se ter baseado em amizade, lealdade, amor, tolerância e coragem. Tal como alguém escreveu, "O coração da história de Pokémon não é combater e competir - é o espírito de crescer, explorar a natureza e ver o mundo de modo a tornarmo-nos pessoas melhores". A tua história é um ótimo exemplo disso.

 

Orgulho-me por ter testemunhado a tua caminhada desde menina, que podia ser um bocadinho mazinha quando queria, desesperada por sair da sombra das irmãs, até te tornares uma jovem amável, Líder de Ginásio. Obrigada por me abrires a porta para o mundo dos Pokémon e por tudo o que esse mundo me tem dado ao longo dos anos.

 

Com muito amor,

Sofia

 

Como já afirmei aqui, deixei de acompanhar o anime de Pokémon há muito tempo, mas gosto de ver os filmes à medida que vão saindo - tinha grandes expectativas para o mais recente, protagonizado pelo lendário Hoopa, mas este ficou aquém das mesmas. Ainda jogo Pokémon, se bem que não de forma tão consistente como quando era miúda (por norma, dou prioridade à escrita) e sempre de forma casual. Na verdade, depois de ter estado uns meses sem jogar, há algumas semanas bateu-me a saudade e comecei a versão White 2 (nunca a tinha jogado eu mesma, apenas tinha visto a minha irmã a jogar). Para além disso, no outro dia fui à Fnac do Colombo buscar um Mew, que andaram a distribuir a propósito deste aniversário. Fez-me recordar o meu primeiro Mew, que também trouxe do Colombo há cerca de quinze anos.

 

E agora acabou de ser anunciado um novo par de jogos para juntar à família: Pokémon Sun e Pokémon Moon.

 

 

Não se sabe quase nada ainda sobre esta nova adição à série de jogos (adoro o vídeo que usaram para apresentá-los, mesmo a puxar à nostalgia). Tudo indica que estes serão os primeiros jogos da sétima geração, com novos Pokémon e uma nova região, mas ninguém tem certezas absolutas ainda. Os conceitos de sol e lua, apesar de não propriamente originais (e, de qualquer forma, não são tão óbvios como Preto e Branco ou como X&Y), têm uma infinidade de mitologia associada (a dualidade dia/noite; em algumas culturas, o Sol simboliza fogo, virilidade, poder, coragem, e a Lua simboliza água, feminilidade, fertilidade, duplicidade, entre outros conceitos). Quero ver de que maneira os jogos explorarão essa mitologia. De resto, a dualidade sol/lua já serviu de fonte de inspiração na franquia - Solrock e Lunatone são o exemplo óbvio, mas Espeon e Umbreon interpretam essa dualidade de maneira mais interessante. Para além desses, temos todos os Pokémon que evoluem por Moon Stone/Pedra da Lua (em especial, a família das Clefairy) ou Sun Stone/Pedra do Sol. Por fim, temos Cresselia, que simboliza a lua cheia, Darkrai, que simboliza a lua nova, e Volcarona, que, segundo a Pokédex, chegou a servir de substituto para o sol, depois de uma erupção vulcânica ter coberto a atmosfera de cinza, bloqueando a luz solar.

 

Em todo o caso, novos jogos, novas gerações de Pokémon são sempre uma notícia excitante. Os jogos só deverão sair por altura do Natal, mas até lá vamo-nos entretendo especulando sobre qualquer informação que vá saindo.

 

 

Outra coisa relacionada com Pokémon por que anseio este ano é pela app Pokémon GO, anunciada em setembro último. Pokémon GO será um jogo de realidade aumentada, baseando em localização, estilo Ingress, em que os jogadores poderão usar os seus telemóveis para encontrar Pokémon no mundo real. Segundo informações que vêm saindo, as espécies de Pokémon que poderemos encontrar variarão com as características do terreno - por exemplo, perto de rios ou do mar encontraremos Pokémon aquáticos - certos Pokémon estarão localizados em sítios icónicos, como momumentos; será possível trocar Pokémon e combater com outros utilizadores do jogo; certos lendários poderão ser capturados em eventos próprios; existirão também ginásios e equipas formadas por vários jogadores (esta parte eles ainda não explicaram muito bem...).

 

Este jogo é uma daquelas coisas que eu não sabia que desejava até descobrir acerca dela. É uma das minhas fantasias de infância tornada realidade (houve uma altura quando tinha dez ou onze anos em que eu me imaginava encontrando Pokémon ao pé da minha casa ou nos sítios que visitava). Por norma, quando posso e o tempo está bom, gosto de passear ao ar livre, de andar de bicicleta, De vez em quando, o meu pai gosta de levar-nos a fazer caminhadas. Com Pokémon GO, tenho um incentivo extra. Eu e a minha irmã, que por norma não gosta assim tanto de caminhadas. Pergunto-me, no entanto, o que pensarão pessoas "normais" quando nos virem às voltas num jardim público, de telemóvel na mão, como se procurasse um tesouro escondido. Da mesma maneira, já estou a imaginar o meu pai quando, numa caminhada, eu e a minha irmã ficarmos para trás ou seguirmos por um caminho diferente:

 

- Meninas, onde é que vocês vão?

 

- Só um bocadinho, pai, vamos só ali apanhar aquele Eevee, já voltamos!

 

Contudo, à semelhança do que acontece com muitos outros, tudo isto me parece demasiado bom para ser verdade, receio apanhar uma desilusão. Suspeito que a tecnologia de realidade aumentada será muito básica, pelo menos no início, que tenhamos de pagar por Pokébolas, itens ou atualizações que incluam Pokémon além dos 151 originais. É praticamente certo que a app não funcionará offline, pelo que terei de gerir muito bem os dados móveis do meu smartphone. No entanto, se bem feito, Pokémon GO tem o potencial para ser algo espetacular. Estou a tentar manter as minhas expectativas baixas, mas dou-lhe o benefício da dúvida.

 

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Já vamos em vinte anos, mas a franquia Pokémon ainda não perdeu a força, ao que parece. Longe de estar perto de me fartar da franquia, como cheguei a pensar há uns tempos, há anos que não me sentia tão entusiasmada com Pokémon - e não há dúvida, de resto, que esta é uma excelente altura para se ser fã da franquia, com a reedição hoje dos jogos originais - Red, Blue e Yellow - para o sistema 3DS (comprámos a Yellow, que nunca jogámos antes), Pokémon Sun&Moon, Pokémon GO, distribuições mensais de lendários, entre outras coisas. Estou cada vez mais convencida de que este casamento tão cedo não acaba.

 

A mais vinte anos de Pokémon!

Especial Dia dos Namorados: Top 10 Canções de Amor

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À semelhança de muito boa gente, não sou fã do Dia dos Namorados ou Dia de São Valentim. Do comercialismo associado, do romance por imposição, sem originalidade, e tudo o que muitos já listaram melhor do que eu. Dito isto, não acho que exista nada de errado, no seu essencial, com um dia dedicado ao amor romântico - da mesma maneira como existe um dia para os pais ou para as mães, para a solidariedade e família (a.k.a. o Natal), para a mulher, para a criança, para o bullying, etc. A sociedade é que escolhe alguns desses dias para explorá-los comercialmente até ao enjoo.

 

Como já fui dando a entender aqui, apesar de nunca me ter apaixonado a sério, apesar de não acreditar em conceitos como almas gémeas ou amor à primeira vista ou outros clichés que vemos nos filmes, de não ter uma visão assim tão idealizada do amor, de achar, por vezes, que o amor romântico é sobrevalorizado, eu tenho uma forte costela romântica. Gosto de uma boa canção de amor, que mexa com as minhas emoções, que me inspire para a parte romântica da minha escrita. Assim, este ano, a propósito do Dia dos Namorados, resolvi compilar um top 10 de canções de amor.

 

Não foi fácil escolher as músicas deste top. Por um lado, os meus gostos são um bocadinho voláteis: hoje posso gostar de uma música e, daqui a uns meses, ter-me fartado dela. Para este top quis escolher músicas que se tivessem mantido de forma mais ou menos consistente entre as minhas preferidas. Mesmo assim, esta classificação não está gravada em pedra, daqui a um ano ou dois - ou mesmo daqui a uns meses - pode ter algumas alterações.

 

Além disso, tive de escolher entre inúmeras músicas. Daí que a lista de Menções Honrosas seja extensa:

 

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Como fã de Bryan Adams, várias músicas dele estão entre as minhas canções de amor preferidas, algumas das quais ele cantou no concerto do mês passado: Straight From the Heart (esta versão), Have You Ever Really Loved a Woman, Cloud Number Nine, Flying e She's Got a Way. Não refiro (Everything I Do) I Do It For You. É uma das mais populares dele, tida como a canção de amor dele, mas, embora goste, não está entre as minhas preferidas. 

 

Também tenho algumas de Avril Lavigne, como Fall to Pieces e 4 Real. Existe uma, Daydream, que só não está no Top 10 porque não conhecemos a versão completa cantada pela Avril, apenas uma versão encurtada. Daydream foi excluída da tracklist final de Under My Skin. Chegou a ser interpretada por Demi Lovato nos seus primeiros concertos ao vivo, mas acabou por ser reclamada e regravada por Miranda Cosgrove. A versão de Miranda não é má, mas, mesmo numa versão reduzida e de qualidade longe do ideal, dá para ver que Avril canta com maior emotividade. Daydream é uma balada rock cuja narradora está a apaixonar-se, mas sente-se relutante em abrir-se para o apaixonado, em confiar nele, em ceder ao amor. A Avril não tem nenhuma outra canção como esta, é um desperdício ela nunca ter querido lançá-la, nem sequer como b-side. No entanto, ainda não perdi a esperança de ouvir a versão original na íntegra, depois de termos conseguido fazê-lo há dois anos, com Breakaway

 

Leona Lewis também contribui com algumas músicas para estas Menções Honrosas. I Got You é uma das minhas preferidas dela. Esta caracteriza-se por notas de guitarra nas estrofes, em crescendo para um refrão emotivo. A letra faz uma oferta de abrigo, de consolo, sem pedir nada em troca. Bleeding Love é uma óbvia. Acrescento também Whatever It Takes, do seu primeiro álbum e uma das minhas preferidas dela, Favourite Scar, uma música que tenho ouvido imensas vezes no último ano, ano e meio. 

 

As Long As You Love Me dos Backstreet Boys possui uma melodia muito açucarada, talvez demais, mas eu não lhe consigo resistir. Por sua vez, Baby Can I Hold You, de Tracy Chapman, vale pela simplicidade, mesmo pela inocência. Também já falei de 23, de Shakira.

 

Sem mais delongas, comecemos pelo número 10 que, na verdade, diz respeito a dois temas:

 

 10) Listen to Your Heart/What About Love

 

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"And there are voices that want to be heard"

 

"The love I'm sending ain't making it through to your heart"

 

Hão de reparar que quase todas as músicas deste top são baladas rock. Estas duas faixas são o exemplo clássico disso. Lembro-me de ouvi-las na rádio algures entre os quinze e os dezassete anos e de pensar: "Sim. É disto que eu gosto: canções de amor com guitarras elétricas". Coloco as músicas uma ao lado da outra porque são muito parecidas uma com a outra (eu cheguei a confundi-las), tanto em termos de sonoridade como de mensagem - basta ler os títulos para termos uma ideia. Em alturas diferentes, eu identificava a mensagem das músicas - incitando o destinatário a dar uma oportunidade ao amor - com personagens da minha escrita.

 

Listen to Your Heart tem uma letra mais vaga que a de What About Love, mais sólida e direta, cantada de uma forma mais intensa, mais urgente. No entanto, odeio o final da segunda - de tal forma, que hoje em dia oiço mais vezes um cover que termina de uma maneira diferente. De qualquer forma, estas músicas figuram neste top sobretudo por as considerar clássicos. 

 

9) Give Me Your Name

 

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"Inside of your arms

Taking me deeper

Giving me new life"

 

Muito boa gente não imaginaria Chester Bennington, dos Linkin Park, sendo romântico, mas é isso que acontece em Give Me Your Name. Já falei aqui do side project de Chester, Dead By Sunrise, do álbum Out of Ashes e já tinha referido brevemente esta canção.

 

Give Me Your Name é conduzida pela guitarra acústica, com notas de guitarra elétrica no fundo. A voz de Chester soa incrivelmente suave e cheia de sentimento. A letra não foge muito do típico das canções deste género: é uma declaração de amor pura e dura, uma serenata. Tal como escrevi antes, adequar-se-ia a um casamento, sobretudo pelos versos "Give me your name, girl/Let them know that your mine/And I'll do the same for you"

 

8) The Story

 

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"No, they don't know who I relly am

And they don't know what I've been through, like you do"

 

The Story, de Brandi Carlile, esteve muito na moda há uns anos. Em parte devido a um célebre anúncio da Super Bock, em part devido à sua inclusão na banda sonora da série Anatomia de Grey. A canção começa com uma guitarra acústica, estilo folk, antes de explodir com guitarras elétricas. Destaque para o solo. A voz de Brandi soa algo rouca, à country, mas isso dá personalidade à canção. 

 

Também gosto da versão cantada por Sara Ramirez no episódio musical de Anatomia de Grey (foi a única música de que gostei nesse episódio...). Em termos de instrumentação, não soa muito díspar da versão original (a alteração mais significativa foi terem substituído a guitarra acústica inicial por piano), apenas o suficiente para ter um carácter próprio.

 

A letra é, de novo, uma declaração de amor, mas também fala de intimidade, de segredos e experiências partilhadas. Identifiquei-me muito com ela em termos da minha escrita e cheguei a citá-la no meu primeiro livro. Na verdade, esta música só não está mais acima neste top porque, nos últimos anos, me cansei um bocadinho dela. A longo prazo, no entanto, será sempre uma canção especial para mim.

 

 7) I Will Be/Best Of Me

 

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"You're the one thing I got right

The only one I let inside

Now I can breathe 'cause you're here with me"

 

"I will stand accused, with my hand on my heart

I'm just trying to say I'm sorry"

 

Não vou falar muito destas duas musicas pois tenciono, um dia destes, falar melhor sobre elas numa entrada de Músicas Ao Calhas. Digo apenas que a mensagem destas baladas de Avril Lavigne e Sum 41 servem, essencialmente, para pedir perdão e prometer ser melhor pessoa em nome da pessoa amada - uma situação por que todos passam a certa altura.

 

 6) Anyone Else But You

 

 

Esta música é diferente de todas as outras neste top... e de quase todas as canções de amor, na verdade. Anyone Else But You foi lançada originalmente em 2001 pelo dueto indie the Moldy Peaches, composto por Adam Green e Kimya Dawson. Na altura, nenhum dos trabalhos do par vendeu muito, mas conseguiram cativar a atriz Ellen Page, que, aquando do filme Juno, sugeriu a música do dueto como banda sonora. Quando o filme foi lançado, a música ganhou uma enorme popularidade.

 

Juno é um dos meus filmes preferidos, com uma mensagem semelhante à da música de que estamos a falar. Adam e Kimya escreveram a letra de Anyone Else But You listando as coisas que diriam aos respetivos amores da sua vida, coisas essas fora do convencional. É um romance de pessoas humildes, terra-a-terra, sem glamour mas também sem drama - um romance a que todos devíamos aspirar. A sonoridade da música coincide com a simplicidade da mensagem: a melodia é algo desafinada, o instrumento principal é a guitarra acústica, apenas com dois acordes (em que só é preciso mudar dois dedos para passar de um ao outro), tocada de maneira simples.

 

Já que falamos de Juno e é Dia dos Namorados, fica uma mensagem de sabedoria sobre o amor:

 

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5) Cose Della Vitta/Can't Stop Thinking Of You

  

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"Some for worse and some for better

But through it all we've come so far!"

 

Cose Della Vita foi lançada originalmente em 1993 pelo cantor romântico italiano Eros Ramazzotti. Quatro anos mais tarde, a canção foi transformada num dueto bilingue com Tina Turner. Os versos em inglês saíram do punho dela. Existe também uma versão em Espanhol/Inglês - eu vou alternando entre as duas.

 

Está é mais uma balada rock ao meu gosto, com uns riffs e solos de guitarra interessantes. A voz de Eros é naturalmente romântica e a voz de Tina é naturalmente apaixonada, logo, fazem um dueto fantástico. A letra fala de um romance antigo, que teve altos e baixos, mas cujas partes estão a pensar um no outro de novo, a apaixonar-se de novo, dispostos a fazer uma nova tentativa. Pode também ser interpretada como a celebração de um amor que resistiu ao teste do tempo, à semelhança de outra música neste top. Qual? Continuem a ler...

 

 

 4) Underneath Your Clothes

 

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"Because of you I forgot the smart ways to lie

Because of you I'm running out of reasons to cry"

 

Conheço esta música há uma data de anos, mas ainda hoje me toca. Talvez não seja correto chamar-lhe uma balada rock, mas definitivamente tem guitarra elétrica: é conduzida por notas desse instrumento, complementada com trompetes e uma bateria leve. Shakira tem uma das minhas vozes preferidas do mundo da música, extremamente versátil, e esta não desilude nesta música.

 

A letra de Underneath Your Clothes apresenta semelhanças com outra música neste top no sentido em que entra em território romântico-erótico. É outra declaração de amor, também falando de intimidade e confiança, em que o ser amado surge como uma fonte de consolo. Underneath Your Clothes tem aquele toque de genuinidade que, muitas vezes, faz a diferença entre uma música boa e uma música extraordinária - algo que voltaria a acontecer mais tarde.

 

 

3) The Only Exception

 

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"And I'm on my way to believing"

 

The Only Exception é uma canção muito única na discografia dos Paramore. Foi a primeira canção de amor propriamente dita da banda - pelo menos nas palavras de Hayley. É conduzida maioritariamente por uma doce guitarra acústica, que se mantém suave até o segundo refrão, antes de um solo de guitarra e bateria, abrindo caminho para os vocais mais sentidos de Hayley.

 

A história por detrás da canção é conhecida e até um bocadinho óbvio: à semelhança de muitos filhos de pais divorciados, Hayley sempre foi algo céptica em relação ao amor: algo que músicas como Emergency e Stop this Song (Lovesick Melody) já haviam referido. Isso mudou quando Hayley conheceu Chad Gilbert dos New Found Glory, o seu atual noivo (a menos que já se tenham casado sem eu dar conta...). Muita gente pode identificar-se com a mensagem de The Only Exception, mesmo eu de certa forma - os meus pais têm um casamento feliz e eu acredito no amor, mas tenho algum receio em apaixonar-me.

 

No entanto, mais do que a letra, é a interpretação vocal de Hayley, a emoção que transmite para a melodia, a sinceridade que impede a canção de entrar em território demasiado meloso. Ainda hoje me arrepio e lacrimejo com a sua interpretação. A minha parte preferida é o verso final "And I'm on my way to believing" - o verso que mais me emociona, por, na sua simplicidade, estar associada a tanta esperança, a tantas promessas, ao início daquilo que se poderá tornar uma linda história de amor.

 

É por isto tudo que The Only Exception, para além de estar no pódio das minhas canções de amor preferidas, foi, a par de Crush Crush Crush, uma das músicas que me convenceu a dar uma oportunidade aos Paramore. Encontra-se, assim, entre as minhas canções preferidas de todos os tempos.

 

 

2) Naked

 

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"You see right through me and I can't hide"

 

Os dois primeiros lugares deste top não constituirão surpresa por já falei deles aqui no blogue. Naked é uma das minhas músicas preferidas de Avril Lavigne. Há pouco menos de dois anos escrevi sobre ela e sobre outras músicas com temas semelhantes. De maneira resumida, Naked é uma emocionante balada rock, que fala daquilo que, para mi, é o mais difícil e incompreensível no amor: baixar a guarda, assumir as nossas vulnerabilidades, abandonarmo-nos em mãos alheias.

 

Para uma reflexão mais extensa sobre o assunto, cliquem aqui.

 

 

1) Heaven 

 

 

"Now our dreams are coming true

And through the good times and the bad

Yeah, I'll be standing there by you!"

 

Já tinha escrito aqui que Heaven é a minha canção de amor preferida, que está reservada para o meu casamento. Como disse antes, é uma música de final feliz, celebrando um amor que resistiu a muito. Tem inúmeras versões diferentes, por artistas diferentes, soando linda em todas. Hoje, partilho a versão que Bryan e respetiva banda tocaram no concerto do mês passado - muito parecida com a versão de estúdio, por sinal. Um dos pontos altos da noite, conforme referi antes. Conforme já tinha assinalado, nós, o público, cantámos a primeira estância sozinhos - o mesmo acontecera quatro antes quando ouvi outra das minhas canções de amor favoritas ao vivo.

 

Está concluído o top. Se já estão fartos de tanta lamechice, recomendo-vos Linkin Park para vos baixar a glicémia  - eles até têm uma música chamada Valentine's Day, apropriadamente depressiva. Se, pelo contrário, estão mesmo dentro do espírito do Dia dos Namorados, deixem nos comentários as vossas canções de amor preferidas.

 

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