Pokémon Generations é uma série de dezoito episódios que foi sendo publicada no canal de YouTube da franquia todas as sextas-feiras, entre 16 de setembro e 23 de dezembro. Esta série partilha algumas características com Pokémon Origins (uma série muito sobrevalorizada, na minha opinião), sobretudo no sentido em que é muito mais fiel aos jogos do que a série animada habitual, protagonizada por Ash. No entanto, enquanto Origins era constituída por quatro episódios de cerca de vinte minutos e focava-se exclusivamente na primeira geração, os episódios de Generations não têm mais do que cinco minutos e qualquer coisa de duração (o mais longo tem cinco minutos e dezasseis segundos) e mostram momentos-chave dos enredos dos vários jogos da franquia (as partes fixes, essencialmente), desde a primeira à sexta geração. Cada região (não digo geração porque algumas das histórias baseiam-se nos remakes) tem direito a três episódios.
Falando de uma maneira geral, o facto de os episódios de Generations mostrarem só as partes fixes dos enredos dos jogos é, ao mesmo tempo, o ponto forte e o ponto fraco da série. Por muito fixe que seja a história do episódio, nalguns casos, as personagens são obrigadas a fornecer o contexto de uma forma pouco orgânica. Além disso, praticamente todos os episódios terminam em cliffhangers cuja conclusão nunca é fornecida. Generations aproveita-se do facto de a larga maioria da audiência conhecer o final das histórias, graças aos jogos.
Generations tem um tom significativamente mais maduro que a série animada principal e Origins. Não é de surpreender, já que o público-alvo de Generations corresponde (suponho eu) aos fãs mais velhos da franquia, que estão familiarizados com os jogos todos. Eu gosto desse aspeto. Um dos motivos pelos quais só vejo os filmes de Pokémon é por já não ter paciência para o tom infantil da série principal (E, mesmo assim, ainda não tive vontade de ver o filme mais recente). É parecido com o tom que adotei na minha fan fiction.
Ao longo dos últimos meses, tenho publicado análises aos episódios na página de Facebook de apoio a este blogue. Agora que já analisei todos os episódios, quero escolher os dez melhores - na minha opinião, claro. Como já é costume, os meus critérios não são cem por cento subjetivos. De uma maneira geral, de qualquer forma, valorizo a qualidade das histórias em si e também se estas introduzem novas perspetivas sobre enredos que conhecemos tão bem - alguns episódios, como veremos, são quase copy/paste dos jogos.
Como tenho bastante a dizer sobre estes episódios, este texto será dividido em duas partes. A segunda parte virá amanhã. Assim, sem mais delongas...
10) The Vision (A Visão)
Este episódio, intitulado The Vision é o primeiro de Generations a decorrer em Hoenn. Neste, vemos Ruby (o protagonista masculino dos jogos da terceira geração) invadindo o quartel-general do Team Magma, acompanhado pelo seu Sceptile. Vemos também Maxie, o líder da organização, com os seus subalternos Tabitha e Courtney. A última é encarregada de empatar o intruso enquanto o resto do Team Magma se enfia no submarino para atrás de Groudon. Courtney, no entanto, tem uma visão que mostra o Lendário fugindo ao controlo do Team Magma e entrando numa fúria destrutiva. Mesmo assim, Courtney, aparentemente, não muda a sua atitude relativamente ao projeto do Team Magma e cumpre a ordem que Maxie lhe deu.
Este episódio vale sobretudo pela caracterização dos membros do Team Magma. O líder de Team Magma, Maxie, é uma figura séria, sóbria, controlada. Em contraste, os seus subalternos são muito mais animados, entusiastas, chegando a raiar a insanidade. Courtney mostra, ainda, venerar Maxie, os seus planos e ambições (e é possível que haja algo de romântico e/ou sexual nessa veneração). Talvez esta veneração seja o motivo pelo qual, ao que parece, escolheu ignorar a visão que teve e seguir com o plano.
Tirando isso, The Vision não é nada de especial: a visão nunca é devidamente explicada e, tanto quanto sabemos, não tem consequências. Daí encontrar-se apenas em décimo lugar nesta lista. Só não fica de fora deste top 10 por causa das personagens, por um lado, e por outro porque serve, de certa forma, de prequela a The Cavern.
9) The Challenger (O Desafiador)
The Challenger (o terceiro episódio de Generations) é protagonizado por Blue, mostrando a sua jornada na Elite 4 de Kanto, com cenas dos combates com cada um dos líderes: Lorelei, Bruno, Agatha e Lance. O vídeo termina no preciso momento em que Red aparece para desafiá-lo pela posição de Campeão de Kanto.
Sendo este um dos primeiros episódios de Generations, ajudou a definir o tom maduro da série, que referi anteriormente A música, a palete de cores, o comportamento dos membros da Elite 4 e do próprio Blue criam um ambiente sério, altivo, exigente, só acessível aos melhores dos melhores - contrastando com o tom mais leve, condescendente e infantil da série animada principal. Apesar de mostrar uma parte da história que não conhecíamos antes (a jornada de Blue perante a Elite 4), acaba por não ser revelado nada que não conhecêssemos já acerca de Blue. Assim sendo, The Challenger surpreende pouco, daí encontrar-se tão baixo desta lista. Vale sobretudo por caracterizar levemente os membros da Elite 4 e pelos excertos dos combates.
8) The Reawakening (O Ressurgir)
Quem tiver lido o meu texto sobre a segunda geração de Pokémon não ficará surpreendido quando descobrir que gosto muito deste episódio. The Reawakening é, essencialmente, um monólogo de Eusine, que nos conta a história da criação de Suicune, Entei e Raikou, ressuscitados a partir de três Pokémon falecidos num incêndio que destruiu uma das torres de Ecruteak (as silhuetas desses Pokémon desmentem a teoria de que eles seriam um Vaporeon, um Flareon e um Jolteon). A parte que eu penso não constar nos jogos é a parte em que a população se volta contra os três Lendários recém-nascidos e estes fogem para não mais serem vistos - não enquanto não puderem confiar em humanos.
É uma boa história, não haja dúvida, mas eu continuo a preferir a versão da série animada principal.
Eusine aparece retratado de forma parecida com a dos jogos: venerando absolutamente Suicune, quase como um fan boy. As suas intenções são nobres, no entanto: ele quer ajudar Suicune a confiar nos humanos outra vez. Ele retribui com uma breve aparição (ao som de uma linda versão do tema dele em Crystal). Quando desaparece de novo, sem que Eusine o veja, deixa para trás uma pena colorida - a Asa Arco-Íris, o item necessário para invocar Ho-oh. Esta apareceu porque ou Ho-oh ou Suicune queriam que, eventualmente, fosse encontrada. Se isto não é um sinal de que eles estão dispostos a reconciliar-se com a Humanidade, através de um bom intermediário, não sei o que será.
The Reawakening só não está mais acima nesta lista porque, por muito que eu goste da mitologia de Ecruteak, este episódio é quase só exposição (melhor feita que na maior parte dos episódios desta série, mesmo assim), pouquíssimo acontece. Existem episódios mais entusiasmantes em Generations, conforme veremos a seguir.
7) The Chase (A Perseguição)
Em The Chase, temos Looker como protagonista. Este é uma personagem recorrente nos jogos Pokémon desde Platinum, que se diz membro da Polícia Internacional e geralmente ajuda os protagonistas dos jogos na luta contra as equipas vilãs. Aqui, ele lidara a Polícia na luta contra o Team Rocket e o seu líder, Giovanni. A Polícia consegue rastreá-lo até ao ginásio de Viridian mas, quando as forças policiais lá vão, o líder do Team Rocket já tinha fugido. Mais tarde, surgem rumores de que a quadrilha fora dissolvida.
À semelhança do que aconteceu com The Challenger, tendo este sido um dos primeiros episódios da série, The Chase ajudou a definir o tom maduro de Generations. Mostra, também, um lado diferente do mundo Pokémon (uma equipa de SWATs usando Pokémon. Há algo mais fixe do que isto?). Além de ser protagonizado por Looker, a grande estrela de Generations. Por fim, cinco estrelas para a banda sonora: um remix do tema dos esconderijos do Team Rocket nos jogos de Kanto, com tambores que fazem lembrar marchas militares.
6) The Uprising (A Revolta)
Tendo em conta que a quinta geração é a melhor em termos de história e personagens, na minha opinião (como veremos quando falarmos dela em Pokémon através das gerações), eu tinha altas expetativas para os episódios de Generations passados em Unova. Nesse aspeto, The Uprising, não desilude. Neste, vemos o momento em que se ergue o castelo da Team Plasma no edifício da Liga Pokémon - o início do clímax de Black&White - perante os olhos de Iris, acabada de chegar ao local. Nas várias torres do castelo estão os seis “sages” da Team Plasma, cada um debitando filosofia barata, a mesma conversa que andavam a tentar vender ao povo de Unova à laia de justificação para as ações do grupo.
Os “sages”, na verdade, são um exemplo perfeito da natureza da Team Plasma: uma organização com traços de sociedade secreta ou de seita, que se vende a si mesma como a única que tem razão, a única que sabe o que é o melhor para o mundo, mas raspando à superfície percebe-se que é uma fraude.
Iris tenta enfrentar os membros do Team Plasma que entretanto surgem mas, em inferioridade numérica, pouco pode fazer. Felizmente, é nesse momento que, à semelhança do que acontece nos jogos, os líderes de ginásio aparecem para salvar o dia. Ou melhor, para ajudar a salvar - não há referências à presença do protagonista de Black&White naquela crise, mas os episódios seguintes de Generations dão a entender que ele (sempre ele) estava lá. Cada um dos líderes faz uma entrada à patrão, ao som do tema de vitória em combates de ginásio na quinta geração - tema esse que confere ainda maior epicidade à cena. O episódio termina no momento em que o elenco passa das palavras pomposas aos atos.
À semelhança do que ocorre noutros episódios de Generations, The Uprising é quase um copy-paste do que acontece nos jogos. A diferença reside na qualidade da história original. O clímax de Black&White encontra-se entre os melhores momentos de Pokémon, logo, Generations não precisou de alterar quase nada para criar um dos seus episódios mais épicos. Daí que esteja numa posição relativamente alta nesta lista.
No verão passado, a banda japonesa One OK Rock andava a abrir concertos para os 5 Seconds of Summer. Terá sido num desses concertos no Canadá que a banda conheceu a cantautora Avril Lavigne. Trocaram contactos com ela e terá sido a própria Avril, pouco depois, a sugerir uma colaboração no novo álbum deles. A banda escolheu uma canção chamada Listen. A canção com a participação da Avril só foi editada na versão japonesa do álbum, por algum motivo, e foi lançada no dia 11 de janeiro, juntamente com o resto do álbum Ambitions.
"Ride or die until the end
But only you can save yourself"
Por algum motivo, eu, pelo menos, estava à espera de um tema pop rock alegre e agitado. Fiquei surpreendida quando Listen se revelou uma música relativamente calma, em ritmo midtempo, misturando guitarras elétricas, batida, teclados e outros elementos eletrónicos discretos. Um aspeto de que gosto em Listen é do facto de fugir à estrutura habitual da música pop: estância-refrão-estância-refrão. Na primeira metade da faixa, as estâncias vão alternando com momentos instrumentais. Takahiro Moriuchi, o vocalista dos One Ok Rock, (também conhecido simplesmente por Taka) e Avril vão cantando à vez e as vozes deles combinam bem.
O meu momento preferido na música ocorre perto do fim, numa altura em que Taka vai alternando entre japonês e inglês, no fundo Avril vai cantando alguns versos em agudos impressionantes. "I won't let you go", "the pain you've been through", "the best thing to do". Mais uma prova de que Avril não se empenha menos só por ser uma música alheia e, também, que os seus dotes vocálicos não foram a lado nenhum.
A letra de Listen fala de alguém (pode ser um interesse romântico, um amigo ou um familiar) passando por uma fase difícil - possivelmente uma dependência ou um qualquer problema de saúde mental. O narrador (apesar de serem duas vozes, na minha opinião, há só um narrador) ajuda no que pode, quer ajudar mais. No entanto, terá de ser o próprio ente querido a fazer a maior parte do trabalho para se recuperar, o narrador pouco pode fazer.
Pergunto-me se a letra de Listen foi baseada numa história real, passada com algum dos membros da banda ou alguém que eles conheçam. Faria sentido se assim fosse. Tanto quanto sei, Avril não contribuiu para a letra. Porém, não me admiraria se esta a tivesse feito pensar na sua própria doença (recordo que ela contraiu a Doença de Lyme em 2014, daí ter passado a maior parte dos últimos dois anos, dois anos e meio, retirada do mundo da música). Ou então, nos problemas do ex-marido com o álcool.
Não é um assunto propriamente original, é certo. Não faltam por aí canções sobre pessoas passando por situações difíceis, com ou sem ofertas de apoio por parte dos narradores. Mesmo dentro da discografia da Avril é possível encontrar canções com temas semelhantes (Nobody's Home, Won't Let You Go, Keep Holding On, Darlin). Em todo o caso, Listen sempre possui mais interesse e substância que a música pop comum, sobretudo nos dias que correm.
Listen não é uma música absolutamente extraordinária e certamente não é melhor que a generalidade da discografia da Avril. No entanto, à medida que vou ouvindo várias vezes, tenho vindo a gostar mais e mais dela. Tal como referi acima, acaba por não ser muito diferente do tom que várias canções da Avril adotam - nesse sentido, Get Over Me trouxe um pouco mais novidade.
Quer-me parecer, de resto, que o próximo material da Avril andará mais ou menos nesta linha. Conforme referi antes, Avril deverá lançar um álbum novo este ano, refletindo a sua luta contra a Doença de Lyme. Depois de eu ter publicado essa entrada, ela partilhou a fotografia acima - como é óbvio, dá a entender que uma das músicas novas chamar-se-á Warrior (Guerreira). Não é difícil imaginar sobre que será a canção... Talvez seja o primeiro single. Tudo isto é bastante promissor. Conforme já dei a entender aqui, é quando Avril se baseia nas suas próprias emoções que a sua música verdadeiramente toca os corações dos seus ouvintes, que salva vidas. Assumindo que o Lyme terá sido uma das piores experiências da sua vida, julgo que podemos contar com músicas emocionantes - quiçá estilo Goodbye Lullaby.
Tirando isso, estou a tentar não criar demasiadas expetativas em redor deste álbum. De igual modo, não ponho a fazer contas para possíveis datas de lançamento - porque isso correu tão bem das últimas vezes... Falando por mim, não tenho pressas, Avril lançará material novo quando estiver preparada.
Quanto a nós, tenciono publicar em breve uns quantos textos aqui no blogue. Alguns já estão meio escritos, alguns ainda nem sequer os planeei. Não me peçam para avançar com datas porque não consigo - tem sido muito complicado arranjar disponibilidade para o blogue nos últimos tempos. Mas hei de publicar estes textos, nem que seja daqui a seis meses. Em todo o caso, obrigada pela vossa paciência. Continuem desse lado!
Primeira publicação de 2017. Feliz Ano Novo! Esta é a segunda parte do meu texto sobre as músicas que me marcaram em 2016. Primeira parte aqui.
Purpose
Bem, começámos por Lorde, passámos por Queen, David Guetta, agora estamos em… Justin Bieber. Até há relativamente pouco tempo, à semelhança de muito boa gente, não ia muito com a cara do miúdo. Não tanto por causa da música dele. Mais pelas suas fãs, cujos modos histéricos se transformaram num meme.
Sejamos sinceros, quase todos nós, meninas sobretudo, passámos por fases de histeria por uma celebridade, algures entre os doze e os dezasseis anos. A diferença é que agora, com as redes sociais, os chamados fanboys e fangirls fazem muito mais barulho. A verdade é que não sinto grande respeito por Bieber por ter deixado que isso tudo lhe subisse à cabeça - é certo que ela era um miúdo e a histeria à volta dele era mesmo muita, mas os adultos na vida dele podiam ter feito mais, se calhar.
No entanto, quando ele lançou o último álbum, Purpose, e comecei a ouvir os singles na rádio, até gostei de alguns. Love Yourself foi uma daquelas tocadas na rádio até ao enjoo, mas é bastante encantadora na sua simplicidade e ironia. De Sorry gosto imenso, com aqueles vocais algo fantasmagóricos no início. Também gosto da música dele com o DJ Snake, Let Me Love You.
Mas não é dessas músicas que quero falar. Quero falar de Purpose, o tema-título do álbum e… a música da final do Euro 2016 para o herói da mesma, Éder. Depois de ele o ter referido, no rescaldo do Europeu, fiquei curiosa e fui ouvir a música.
Purpose é uma canção muito simples, só voz e piano. O seu ponto forte é a letra - estou até surpreendida por o Bieber ter escrito isto, tendo em conta aquilo que conhecemos dele. Trata-se, essencialmente, de uma carta de despedida (na hora da morte?), em que o narrador agradece a alguém (pode ser a amada, um amigo ou familiar, pode mesmo ser Deus) a quem se abriu e que o ajudou a encontrar a de espírito e um sentido para a sua vida. Eu dispensava, no entanto, a inclusão do discurso de Bieber, recheado de clichés - estraga um pouco a canção.
Tendo em conta aquilo que descobrimos acerca do Éder depois da final de Paris (só depois. Que antes, quando lhe chamavam “coxo” ou “cone”, ninguém queria saber), não é de surpreender que Purpose o tenha marcado. Suponho que a letra o tenha marcado. Suponho que a letra o tenha feito pensar nos momentos mais difíceis da sua vida (e não foram poucos) e nas pessoas que o ajudaram a ultrapassá-los. Em particular, Susana Torres, a famosa mental coach que ajudou Éder a acreditar em si mesmo outra vez, a quem Éder dedicou o inesquecível golo da final.
Só sei que estarei eternamente grata a essas pessoas, que estiveram ao lado do Éder quando ele mais precisava, quando o resto do Mundo lhe virava costas. Permitiram que ele chegasse à final de Paris e fizesse aquilo que mais ninguém - incluindo nomes bem mais prestigiados do futebol português - fora capaz de fazer: marcar um golo que oferecesse a Portugal o seu primeiro título em Seleções. Como me tenho fartado de repetir, algo com que sonhava desde os meus catorze anos.
Sum 41
Começámos com o indie pop (?) de Lorde, passámos por uma das melhores bandas de todos os tempos, passámos por artistas mais mainstream e vamos acabar com punk rock - duas bandas que, por sinal, lançaram álbuns no mesmo dia, após alguns anos de pausa.
Os Sum 41 têm estado entre as minhas bandas preferidas desde, sensivelmente, 2011. No entanto, visto que eles não editaram nada nos últimos cinco anos, enquanto outros artistas de que gosto lançavam música, existiram alturas em que mal me lembrei deles. Pelo meio, o baterista Steve Jocz (a.k.a. Stevo-32) deixou a banda, Deryck quase foi desta para melhor por causa do álcool, conforme referi há dois anos e Dave “Brownsound” Baksh regressou à banda.
Finalmente, em outubro deste ano, os Sum 41 editaram 13 voices. Como ainda não tive oportunidade para me sentar e ouvir as músicas com ouvidos de ouvir, não tenho uma opinião formada sobre o álbum. Para já, uma das que gosto mais é Breaking the Chain. Também gosto dos singles God Save Us All e War. De qualquer forma, conto fazer uma análise mais detalhada a 13 voices em breve, aqui no blogue.
Entretanto, no dia 20 de janeiro, os Sum 41 vão atuar no Coliseu dos Recreios e eu vou lá estar. Os bilhetes não são caros (pelo contrário, estão a metade do preço a que me habituei nos últimos anos) e consta que eles são bons ao vivo. Mas vou, sobretudo, porque, se houve coisa que aprendi com o que aconteceu ao Deryck (e, também, com os vários ícones musicais que perdemos este ano, sendo George Michael o mais recente) é que a vida é curta para desperdiçarmos oportunidades como esta. Tal como referi antes, concertos são uma forma de celebrarmos a música com os seus criadores. Se tenho possibilidades para isso, não tenciono falhar um único concerto de um artista ou banda de que gosto.
É de facto uma coisa curiosa: duas bandas de peso no punk rock lançaram no mesmo dia o primeiro álbum após da batalha dos respetivos vocalistas com dependências - no caso de Billie Joe Armstrong, falamos de dependência de substâncias. Confesso que tenho pouca tolerância para estas coisas. Quem não conhece os efeitos do álcool e das drogas hoje em dia?
Não gostei assim muito de ¡Uno!, ¡Dos!, ¡Tré!, tirando uma mão-cheia de músicas. O próprio Billie Joe admitiu, recentemente, que a trilogia foi uma má ideia, que a decisão terá sido influenciada pela sua toxicodependência. Com tudo isto, à semelhança do que aconteceu com os Sum 41, os Green Day foram ficado para trás nas minhas prioridades musicais.
No entanto, com a edição de Revolution Radio, estou a dar-lhes uma nova oportunidade. Até porque, dozes anos após American Idiot, a banda está de novo politicamente ativa - o que nunca foi tão importante por motivos óbvios. Até agora, ouvi Revolution Radio ainda menos vezes que 13 voices, mas também tenciono ouvi-lo melhor e escrever sobre ele aqui no blogue.
E foi esta a música de 2016. Longe vão os tempos em que o assunto principal deste blogue era música: contam-se pelos dedos de uma mão os textos dedicados ao tema no ano que terminou agora. Tirando estes, de fim de ano, o último foi publicado em maio. É possível que aqui o estaminé tenha mais publicações sobre Pokémon e Digimon. Não que isso seja uma coisa má. Pelo contrário, gosto que o blogue tenha diversidade, que capte audiências diferentes. Conforme referi no início deste texto, criei o Álbum para escrever sobre o que me apetece e tenho vários interesses.
Por outro lado - e julgo que já o referi antes aqui no blogue - mesmo que nem sempre escreva sobre música por si só, esta é um denominador comum a praticamente todas as minhas “maluqueiras”. Montei vários AMVs com cenas de filmes de Pokémon, referi Everglow na minha carta aberta a Misty e, na minha série de textos sobre os jogos, falo sempre sobre a banda sonora. Conforme me farto de repetir, Digimon não seria a mesma coisa sem Brave Heart ou Butterfly. E, claro, a música é uma das mais importantes fontes de inspiração na minha escrita.
De qualquer forma, talvez em 2017 possa compensar a falta de música de 2016. Vários dos meus artistas preferidos deverão lançar material novo este ano. Já falei da Lorde. Os Linkin Park têm, também, passado os últimos meses deixando pistas promissoras sobre o seu novo álbum. A Avril Lavigne anunciou no dia de Natal que vai lançar um disco em 2017, dando a entender que refletirá a sua luta contra a Doença de Lyme (tendo em conta o que aconteceu com os seus dois álbuns anteriores, eu apontaria para um lançamento em novembro ou dezembro). Por fim, os Paramore terão passado 2016 quase todo trabalhando em música nova - não deverão demorar muito mais a lançar qualquer coisa. Depois de 2015 e 2016 terem sido pouco prolíficos em termos de música dos meus artistas preferidos, estes potenciais lançamentos deixam-me entusiasmada. A confirmarem-se, podem contar com análises a esses álbuns - e talvez também aos singles - aqui no blogue.
2016 foi um ano estranho. Teve pontos muito baixos para a Humanidade em geral - vários atentados terroristas, Brexit, Donald Trump. No entanto, também teve coisas muito boas, na minha opinião. O Euro 2016 foi uma delas, obviamente. Outra diz respeito aos filmes de Tri (Ketsui e Kokuhaku) e ao Odaiba Memorial Day. E, claro, uma das melhores coisas foi Pokémon Go e tudo o que fez pela franquia - no seu vigésimo ano de vida, ainda por cima.
O meu desejo para 2017 é, então, que tenha tantas coisas boas como 2016 (e uma das melhores seria livrar-nos de Donald Trump, de uma forma ou de outra) e, se possível, que tenha menos coisas más. Obrigada por terem estado desse lado em 2016. Continuem por aí em 2017 pois eu, o blogue e a página do Facebook não vamos a lado nenhum. Feliz Ano Novo!