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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Avril Lavigne - Goodbye Lullaby (2011) #1


Ao longo dos últimos meses, tenho deixado aqui o Álbum um pouco ao abandono. Como já afirmei em entradas anteriores, tenho andado mais voltada para outras escritas e, de resto, tem-me faltado assunto para este blogue. Por esse motivo, e também em jeito de preparação para o lançamento do quinto álbum de Avril Lavigne, homónimo, marcado para o dia 5 de novembro (sim, eu sei que tinha dito que saía a 24 de setembro. Não perguntem), vou publicar uma crítica ao seu quarto álbum, Goodbye Lullaby, que escrevi, há coisa de dois anos, poucos meses após o seu lançamento. Já a tinha publicado no Fórum Avril Portugal, agora torno a publicá-la após acrescentar algumas coisas (como já aqui falei, a opinião de uma pessoa muda com o tempo). Vou publicá-la em várias partes - ainda não sei o número exato - ao longo destas últimas semanas antes do lançamento do quinto álbum.

Seguindo a ordem da tracklist oficial...

1) Black Star



"Be whatever you can be"

A Avril compôs esta faixa entre concertos da The Best Damn Tour para servir de música-tema da sua primeira fragrância, com o mesmo nome. Já conhecíamos uma parte da música desde o anúncio do perfume, em 2009, mais ou menos na altura em que começaram a surgir as primeiras informações relativas ao quarto álbum da Avril. Os artigos da altura, falando de uma canção de embalar que se tornava épica, estilo Coldplay, induziu muitos fãs em erro, fazendo-os esperar uma canção mais complexa.
 
Black Star é, na verdade, uma faixa muito simples. Ao longo de todo o minuto e meio repete-se a mesma sequência de notas agudas de piano, dando-lhe, de facto, a sonoridade de uma canção de embalar, que depois é acompanhada por outra sequência de piano e um arpejo de guitarra. A letra é muito simples mas gira um pouco à volta do slogan do perfume homónimo: “Be your own star”.



Durante a Black Start Tour - sim, esta digressão foi batizada com o nome desta música - entre 2011 e 2012, esta era a faixa que abria os concertos. Como poderão ouvir, tem um arranjo diferente, com mais elementos, destaque para as guitarras elétricas e para a bateria. Talvez a Avril tivesse gravado uma versão semelhante a esta, talvez fosse dessa que os tais artigos de 2009 falavam. Em todo o caso, apesar de gostar desta versão, considero que a que entrou no álbum é a mais adequada ao tom do disco. Até porque a musicalidade de uma canção de embalar condiz com a abertura de um disco chamado Goodbye Lullaby.
 
Além de ser a introdução ao álbum, a música tem um carácter especial para os fãs por vários motivos. Primeiro, por ser o tema do primeiro perfume da Avril (e, na minha opinião, o mais original até à data). Segundo, porque a estrela sempre foi, desde Let Go, um dos símbolos preferidos da Avril. Terceiro, porque foi esse o nome escolhido pela própria cantora para apelidar os fãs. Devo confessar que não acho assim tanta piada a estes género de nomes para denominar uma legião de fãs - Beliebers, Directioners, etc. Pode-se, ainda, insinuar que existirão razões comercias por detrás da escolha do nome, tanto para os fãs como para a digressão - afinal, é o nome do perfume da Avril! No entanto, confesso que simboliza bem o espírito de ser fã da Avril, pelo menos no que toca a mim - porque a mensagem da música e do perfume consiste, vá lá, numa interpretação livre, em ser-se fiel à própria identidade e em seguir os seus próprios sonhos. E a verdade é que, tal como já afirmei aqui no blogue, no que toca a ambos estes aspetos, a Avril tem sido a minha maior inspiração.
 
2) What the Hell



"I just need to be a little crazy..."

Esta é a faixa mais pop de todo o disco e, provavelmente, de toda a carreira musical da Avril. Não se enquadra, de maneira nenhuma, em Goodbye Lullaby. Ficou, desde o primeiro anúncio, bem claro que a faixa só fora incluída no CD por motivos comerciais. Muitos contestam o facto de ter sido o primeiro single quando não tem nada a ver com o resto do álbum. Eu acho que até fez sentido termos contactado com a música, pela primeira vez, separadamente do resto de Goodbye Lullaby. Se tivesse surgido juntamente com as outras músicas ia parecer ainda mais um outlier. Na verdade, o ideal teria sido se tivesse sido deixada de fora do CD.

Mas foquemo-nos na música em si mesma. Esta é cantada num tom descontraído, brincalhão, contagiante, à semelhança de Sk8er Boi e Girlfriend. A sua mensagem essencial é de rebeldia, de espontaneidade, de viver o momento. Não difere muito das mensagens de outras músicas como Anything But Ordinary, Freak Out, a b-side Take Me Away e, posteriormente, Here's to Never Growing Up e Rock N Roll. E, para exemplificar, a Avril conta uma história politicamente incorrecta (mais uma vez, recordando Girlfriend) de uma miúda que só se quer divertir, ir para a borga e esfrega isso na cara do namorado que, de resto, nem sequer a valoriza. Dá a ideia que, primeiro, compuseram o refrão, e só depois é que fizeram o resto. Outras histórias podiam ter sido contadas: alguém que se despede de um emprego que odeia, alguém que quebra uma dieta e desata a comer doces, alguém que rouba o namorado a outra, alguém que tem um exame no dia seguinte mas nem sequer pega nos livros, alguém que arranja coragem para se declarar à pessoa de quem gosta…

A música pode não se enquadrar no CD, pode não ser nada de extraordinário, pode ser o típico single da Avril, a chamada feel-good song, pode até ser um pouco fútil, mas não deixa de ser uma boa canção, à sua maneira. Para mim, tornou-se especial porque estimulou-me a fazer coisas que antes eu considerava demasiado extremas, que antes me assustavam demasiado. E, para mim, isso é mais importante do que todos os pontos fracos que já foram mencionados.


Publicarei a segunda parte desta crítica mais tarde, daqui a uma semana ou talvez mais. Tenho uma ou outra entrada - isto é, textos inéditos - planeada que talvez escreva e publique antes. Em todo o caso, mantenham-se ligados.

Faltam 52 dias para o lançamento de Avril Lavigne.

SEGUNDA PARTE

Avril Lavigne

 

Já publiquei cá no blogue duas críticas a álbuns musicais e tenciono publicar mais umas quantas nos próximos tempos. No entanto, sinto que, antes de mais nada, devia ter falado sobre a minha maior referência no que toca a música, aquela com quem comparo, quer consciente quer inconscientemente, praticamente todo e qualquer cantor ou banda: a minha cantora preferida: Avril Lavigne.
 
Faz mais ou menos agora nove anos desde que a conheci, quando comecei a ouvir I'm With You várias vezes na rádio. Não me tornei imediatamente fã, pelo menos não conscientemente. Contudo, ao longo dos meses que se seguiram, ainda antes de saber o nome dela, dava por mim cantarolando: "Isn't anyone trying to find me? Won't somebody come take me home?". Mais tarde, conheci Complicated e Sk8er Boi na rádio e, quando saiu o Under My Skin (o segundo álbum dela), comecei a ver os videoclipes de Don't Tell Me e My Happy Ending - até à data, dois dos meus preferidos, juntamente com Complicated e Alice. Finalmente, comprei os dois CD que ela havia lançado até à altura (Let Go e Under My Skin) e fiquei fã. Agora, há já uns bons sete ou oito anos, tem-se mantido como a minha cantora feminina preferida. 
 
Existem muitos motivos para tal. A sua voz, inconfundível, inimitável, que considero a melhor voz feminina do Mundo. O facto de ter músicas para todas as ocasiões, de praticamente cada uma das músicas da sua discografia ser diferente de todas as outras, sem se desviar do estilo pessoal - quer dizer, tem algumas exceções mas até agora, não encontrei um único cantor ou banda que conseguisse ter um trabalho musical tão variado, sem perder a sua identidade. A maneira como mete o seu cunho pessoal em tudo o que faz, como é genuína, não recorrendo a artifícios, a alter-egos, a máscaras, por motivos comerciais, para aumentar a popularidade, ao contrário do que fazem a maioria das cantoras femininas hoje em dia, como me ensinou a ser assim, a ser fiel a mim mesma, aos meus princípios, independentemente de isso agradar a outros ou não.



Podia escrever mais umas duzentas linhas sobre os motivos pelos quais adoro a Avril, mas vou passar ao motivo principal. Avril Lavigne é uma das razões principais - se não for a principal - pela qual neste momento sou uma autora publicada. Por vários motivos. Para começar, as músicas dela têm servido de fonte de inspiração, algumas delas seriam a banda sonora perfeita de certos momentos dos meus livros. Além disso, a Avril despeja a sua personalidade, os seus gostos, o seu coração, nas coisas que faz, sejam estas a sua música, a sua linha de roupas, os seus perfumes, a sua Fundação. Eu procurei fazer o mesmo com a minha escrita. Sei perfeitamente que, na sua essência mais básica, os meus livros não são absolutamente originais. No  entanto, tenho sempre procurado recorrer aos meus gostos, às minhas paixões,  aos meus estudos, às minhas crenças, de modo a criar algo que, ainda que não seja propriamente único, não possa ser criado por mais ninguém.


A maior razão de todas, contudo, é o facto de ela, com o seu exemplo, com a mensagem que tem transmitido, através das suas músicas e não só, ter-me ensinado o que mais ninguém me ensinou: a acreditar em mim própria, a saber o que quero, a lutar por isso, independentemente das opiniões dos demais. Foi ela quem me deu a coragem de verter a minha alma no meu livro e de fazer com que ele fosse publicado.

É por estas e por outras que me é quase impossível ser imparcial em relação à Avril. Não que ela esteja acima das minhas críticas, longe disso. Mas a verdade é que eu hei de gostar de praticamente qualquer coisa que a Avril faça, qualquer música que a Avril lance. Mesmo que ela lançasse um CD fraquíssimo,  eu haveria de gostar à mesma e de passar os dias seguintes a ouvi-lo e a cantá-lo outra e outra vez. Mesmo que as músicas nada tivessem a ver comigo, mesmo que eu as detestasse, haveria sempre de arranjar motivos para as adorar. Ou por ser o primeiro material inédito em muito tempo, ou porque até tem uma certa piada, ou porque gosto daquele segmento, ou simplesmente porque sim, porque foi a Avril a compô-la e a interpretá-la. Sou maluca a esse ponto! Quer isso esteja certo ou errado, adoro a música dela para lá do racional. E a verdade é que, até ao momento, não há mais nenhum cantor ou banda que tenha conseguido cativar-me a esse ponto, que me faça gostar quase automaticamente de qualquer coisa que grave, que me faça cantar e dançar, que me faça rir e chorar, que tenha influenciado tanto a minha maneira de pensar e agir, que me tenha encorajado, com a sua mensagem e o seu exemplo, a seguir o meu próprio sonho, que me tenha inspirado em tantos sentidos, que traga tanta alegria à minha vida…

Em suma, que me perdoem este ostensivo, confesso e militante favoritismo, mas, para o bem e para o mal, não há, nunca houve e, provavelmente, nunca voltará a haver, outro cantor ou banda como Avril Lavigne!

E como que para provar que não estou sozinha nisto, que existem outros como eu cá em Portugal, divulgo aqui um vídeo feito por fãs portugueses - incluindo eu própria, embora o meu contributo não seja muito significativo - precisamente para declarar o nosso amor pela cantora canadiana e fazer-lhe um apelo para que venha a Portugal.

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