Interrompemos uma série de textos sobre Pokémon para responder a uma tag sobre... Pokémon. Bem, na verdade é sobre livros, mas foi inspirada pelo Pokémon Go. Depois de tomar contacto com ela no blogue da Magda, não podia deixá-la passar sem respondê-la.
Como o costume, quem quiser também pegar na tag está à vontade. Depois deixe o link com as respostas nos comentários. Assim, sem mais delongas...
Starters: O livro que te fez apaixonar pela leitura
Não me lembro de um livro isolado que me tenha passado o bichinho da leitura. Sempre cresci rodeada de livros. Os primeiros que li sem ajuda eram infantis, baseados na Rua Sésamo ou em filmes da Disney. Mais tarde, comecei a ler compilações de contos de fadas. A minha preferida era esta, que incluí não apenas as Brancas de Neve desta vida (ainda que as versões sejam mais parecidas com as versões originais), mas também histórias tradicionais de diversos países do mundo, não apenas da Europa mas também de todos os outros continentes (como por exemplo, esta, de Cabo Verde), todas com notas para as tradições e mitologias dos países em questão que inspiraram as histórias.. Lia-as várias vezes, tanto esta compilação como outras, e ainda hoje me lembro de uma parte significativa dessas histórias (eu teria adorado ter um livro como o do Henry, em Once Upon a Time).
A certa altura, começaram a oferecer-me livros dos Cinco, d'Uma Aventura e, na escola, recomendaram-me livros da coleção Viagens no Tempo (das mesmas autoras d'Uma Aventura, que se centram em viagens ao passado, a momentos marcantes da História. Aprendi imenso com eles). Ainda hoje tenho um fraquinho por alguns dos "tropes" dos livros de aventuras para miúdos: tesouros escondidos com respetivo mapa e/ou enigmas, passagens secretas, quadrilhas vencidas por crianças ou pré-adolescentes, entre muitos outros. Pouco após, comecei a ler livros do Harry Potter e nunca mais parei.
Pikachu: Um clássico que irás sempre gostar
Já referi várias vezes As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley neste blogue - um livro que, quando foi editado cá em Portugal, foi dividido em quatro: A Senhora da Magia, A Rainha Suprema, O Rei Veado e O Prisioneiro da Árvore. Estes livros são clássico da fantasia, ricos em magia, intriga e sensualidade, que questionam várias ideias pré-concebidas que possamos ter. Antes de mais nada, o livro narra os mitos arturianos do ponto de vista das personagens femininas - o que, já de si, é raro. A protagonista é aquela que é conhecida por Morgan Le Fay ou Morgana, embora eu goste muito mais do nome usado nestes livros, Morgaine, que é tratada como vilã em quase todas as outras versões destas lendas. Adicionalmente, a narrativa aborda temas controversos, como o fanatismo religioso, incesto, homossexualidade, mesmo a própria sexualidade em geral, fazendo-nos questionar as nossas próprias convicções. O elenco inclui inúmeras personagens inesquecíveis, bem construídas, com qualidades e defeitos, sobretudo as femininas mas não só. Estes livros não são perfeitos, mas continuo a lê-los inúmeras vezes, são definitivamente clássicos.
Zubat: Um livro que perdeste o interesse porque está, literalmente, em todo o lado
É uma grande mania minha: às vezes, quanto mais popular alguma coisa é, e/ou mais me é recomendada, menos vontade tenho de experimentá-lo. A minha avó aderiu ao Facebook antes de mim - e eu só aderi a pedido da minha irmã, que queria usar a minha conta para começar de novo no Farmville. Ainda hoje usaria um Nokia de cinquenta euros, com leitor de mp3, se não me tivessem oferecido um smartphone (e daí talvez não, que eu quereria muito jogar Pokémon Go). Conforme já dei a entender antes, teimei como uma mula em ler o Harry Potter até o meu pai me ler o primeiro capítulo em voz alta e só li os livros d'O Ciclo da Herança (que o meu irmão lia há anos) quando Avril Lavigne compôs uma canção para o filme. Tenho uns traços de adolescente rebelde/hipster. Não gosto muito de ir em modas só porque sim - mas tenho um gozo especial em, precisamente, descobrir coisas antes de se tornarem "fixes" para o público em geral. Como o livro A Verdade sobre o Caso Harry Quebert, que li um ano antes de se tornar moda aqui no Sapo Blogs. E, claro, o Pokémon Go, por que eu ansiava há quase um ano e que devolveu a popularidade a uma franquia que eu nunca deixei de adorar.
Tenho assim várias respostas possíveis para esta pergunta. Vou optar pel'As Crónicas do Gelo e do Fogo, os livros que inspiraram a série Game of Thrones/Guerra dos Tronos.
Uma coisa que tenho reparado é que os fãs destes livros e/ou desta série são mais obcecados do que o costume. Um bom exemplo disso é a minha irmã. Ela só conheceu a série há cerca de um ano, até agora só acompanhou uma temporada "em direto", e ainda bem porque, meu Deus, foi difícil aturá-la. Logo na manhã que se seguiu à emissão do primeiro episódio, que ela ainda não tinha visto pois tinha de estudar para um teste, ela deu com um spoiler falso no grupo de Facebook da sua turma, que dizia que o Tyrion tinha morrido. Ao ler isto, ela literalmente gritou e largou o telemóvel, como se este a tivesse queimado- Passou o resto da manhã a choramingar, para mim e para os meus pais (e eu é que tenho a fama, na família, de me tornar demasiado obcecada por coisas como estas...), até o engraçadinho do autor esclarecer tudo. Este, felizmente, foi o exemplo mais extremo. Durante o resto da temporada, mesmo assim, ela passava as segundas-feiras todas com a ansiedade de ver o episódio novo.
Ao mesmo tempo, tal é o hype de Game of Thrones que, mesmo que uma pessoa não veja a série, como eu, acaba sempre por estar mais ou menos a par do que vai acontecendo. Seja porque, como eu, tenha pelo menos um amigo, colega ou familiar que fala da série até ao enjoo ou através das redes sociais. Quem fica com vontade de ver a série e/ou ler os livros quando já sabe que fulano A vai morrer, que fulano B aparentemente não sabe nada ou que fulana C vai ser violada?
Mesmo sem o hype todo, continuaria a não ter grande vontade de ler ou ver algo tão cru e violento. Pode ser realista para a época medieval - ou melhor, é essa a desculpa que dão, sobretudo quando incluem violações. No entanto, não querendo, de todo, desrespeitar os fãs, se quiser lidar com a pior faceta da Humanidade, não preciso de obras de ficção, basta-me ver o Telejornal. Dito isto, não ponho completamente de lado a hipótese de um dia - daqui a um ano ou dois, quando o hype já tiver arrefecido - ler os livros, só para ver o que têm de tão especial.
Ditto: um livro que te lembra outros livros mas que, ainda assim, gostas imenso
Bem, esta é a definição d'O Ciclo da Herança, de Christopher Paolini. Bastou-me ver os primeiros minutos de Star Wars: A New Hope para reparar que Paolini fez quase um copy-paste do início desse filme em Eragon. Mesmo assim, considero-o mais ou menos aceitável tendo em conta que Paolini começou a escrever estes livros aos quinze anos. Apesar de já ter lido uns quantos livros melhores depois desses, continuo a achar que O Ciclo da Herança é uma série muito boa para aquilo que é.
Snorlax: um livro ou uma série que ainda não leste por causa do tamanho
Por norma não tenho medo de livros grandes. Pelo contrário, às vezes tenho pena quando leio livros demasiado depressa e fico sem nada para ler. Confesso, no entanto, que livros como Moby Dick, de Herman Melville, e Anna Karénina de Tolstoi, me intimidam um pouco. Não só por serem longos, mas também por serem grandes clássicos.
Gengar Um livro que te manteve acordado à noite
O Livro dos Baltimore, de Joël Dicker, de que falei antes. Eu, pura e simplesmente, tinha de saber o que era o Drama.
Nidoking/Queen: o casal perfeito
Conforme referi anteriormente, não sou grande shipper. Os casais por quem mais torço são criações minhas, nos meus livros. Dito isto, um dos meus casais preferidos ultimamente é composto por Julius e Marci, os dois protagonistas da série Heartstrikers, de que já falei antes.
Rapidash: um livro que leste muito rapidamente
O livro mais recente da série Heartstrikers, No Good Dragon Goes Unpunished, que saiu no início do mês. Demorei pouco mais de um dia.
Eevee: séries que não ficas farta ou que não te importas de ver as continuações
O mais perto que tenho disso é, claro, o Harry Potter. Não, ainda não li o The Cursed Child. Não conseguimos comprá-lo aquando do seu lançamento, encomendámos pela Amazon, só chegou esta semana e a minha irmã está a lê-lo primeiro. Na verdade, o livro não me desperta interesse por aí além (estava mais interessada no livro dos Heartstrikers, que saiu mais ou menos na mesma altura). É o guião de uma peça de teatro que, sinceramente, preferia de ver ao vivo antes de lê-la. No entanto, dificilmente a peça virá para Portugal, logo, mais vale ler já.
Por outro lado, gostei imenso da história que J.K.Rowling publicou, recentemente, para o site Pottermore, que conta as origens de Ivelmorny, a escola de magia da América do Norte. E já fiz a pré-encomenda dos e-books que serão lançados no próximo mês.
Poke-Egg: um livro de estreia pelo qual estás entusiasmado
Não tenho resposta para esta, infelizmente. Por norma, só conheço autores depois de estes lançarem o seu primeiro livro. Desculpem lá...
Lure Module: Um autor que compras imediatamente
Isabel Stilwell, pelo menos no que toca aos seus romances históricos, sobre rainhas e outras mulheres notáveis da História de Portugal. Ainda não li muitos livros nesse género, mas considero os de Stilwell muito bons.
Legendary: uma série demasiado publicitada mas que, mesmo assim, queres muito ler
Harry Potter insere-se definitivamente nessa categoria.
Server's Down: Um livro cujo lançamento estás à espera desde sempre
O livro que Christopher Paolini anda a escrever desde que publicou o último livro d'O Ciclo da Herança - ou seja, deste 2011.
Magikarp: Um livro ou uma série surpreendentemente fabulosa
Qualquer livro escrito por Rachel Aaron. Ela merecia muito mais popularidade.
Mew & Mewtwo: um livro do qual gostavas de ter uma edição de coleccionador
Um dos livros do Harry Potter, sem dúvida.
E foi mais uma tag sobre livros. Eu, na verdade, começo a reparar que as minhas respostas começam a repetir-se. Tenho de ler um bocadinho mais - até porque este ano tem sido fraquinho nesse aspeto, para mim. Vou tentar corrigir isso.
Continuem desse lado, para os próximos textos sobre Pokémon.
Ao longo da primeira década do século, de forma mais ou menos regular, em minha casa tínhamos por hábito ligar na RTP2, de segunda a sexta, mais ou menos às oito e meia da noite, hora a que transmitiam uma sitcom americana. Série como Sabrina, a Bruxinha Adolescente, Yes, Dear/Sim Amor, S-Club; algumas mais clássicas, como Green Acres/Viver no Campo e Bewitched; numa fase mais posterior A Teoria do Big Bang, Dois Homens e Meio e Everybody Hates Chris/Todos Contra o Chris (uma série que merecia mais popularidade, na minha opinião). Todas estas eram razoáveis, umas mais do que outras. No entanto, a partir do outono de 2005, começou a passar uma que tinha muito mais piada que as demais: Friends.
Cerca de ano e meio após o episódio final de Friends, a RTP2 transmitia as dez temporadas de seguida, processo que durou um ano, mais coisa menos coisa. Eu e o resto da minha família íamos ficando cada vez mais rendidos à medida que acompanhávamos a vida dos seis amigos, com as suas amalucadas reviravoltas: desde o relacionamento tumultuoso de Ross e Rachel, os empregos difíceis de Monica, Joey sendo um péssimo ator, Phoebe sendo mãe de aluguer dos sobrinhos, Ross trocando o nome da sua noiva em pleno altar, Monica indo parar à cama de Chandler e acabando por se casar com ele, entre muitas outras coisas.
A RTP voltaria a exibir a série no mesmo horário daí a dois anos e nós seguimo-la com a mesma convicção. Desde essa altura, continuo a rever episódios da série com frequência (demasiada frequência, diga-se). Nenhuma sitcom que tenha visto até agora está tão bem feita e, sobretudo, me faz rir da mesma maneira (How I Met Your Mother esteve perto nos primeiros anos, mas toda a gente sabe no que isso deu...).
Como tal, quando dei com a TAG Eu Amo Friends, quis incluí-la aqui no meu blogue. Como o costume, adaptei as perguntas ao português europeu.
1) Com qual personagem mais te identificas e porquê?
Esta é uma pergunta muito interessante. Não me identifico com apenas uma personagem, mas identifico-me com cada uma das três personagens femininas, por motivos diferentes. Identifico-me com Rachel, sobretudo nas primeiras temporadas, pois ela é ingénua, um bocadinho mimada, está ainda a aprender a ser adulta, muito como acontece comigo. Identifico-me com Monica pelo seu lado mais romântico e, sobretudo, maternal, com algumas das suas inseguiranças quando começa a trabalhar no Alejandro's e também, de certa forma, com a relação tumultuosa com os seus pais. Por fim, identifico-me com Phoebe pelo seu lado mais excêntrico e amalucado.
2) Qual é a temporada de que gostas mais e a de que gostas menos?
A temporada de que gosto mais é a segunda. Isto pode ter a ver com o facto de eu possuir os DVDs das duas primeiras temporadas, logo, tenho tido mais contacto com estas do que com o resto da série.
A temporada de que gosto menos é a última, mais porque, por esta altura, já se notava o desgaste e as personagens já tinham demasiados elementos de caricatura. No entanto, a série tem o mérito de nunca ter deixado de fazer rir, o que é algo de que nem todos se podem gabar.
3) Qual é o teu episódio de feriado (Natal, Dia de Ação de Graças, etc.) preferido?
É uma escolha difícil, mas eu vou responder "The one with the football". A premissa é muito simples - os seis jogando futebol americano - não é difícil fazer as piadas surgirem. E estas realmente vão fluindo, com Monica e Ross, hiper-competitivos, trocando picardias, Joey e Chandler lutando pelas atenções de uma beldade holandesa, Rachel como a inepta do grupo e algum humor físico à mistura.
4) Qual é a tua canção da Phoebe preferida?
Escolho esta, não tanto pela música em si, antes pelo timing cómico. Rio-me de todas as vezes.
5) Qual é o episódio mais engraçado?
Vou aproveitar a ocasião e fazer um top 7 com os meus episódios favoritos e/ou que considero mais engraçados.
7) The One After the Superbowl, part 2
Refiro este apenas pela história de Chandler. Este reencontra Susan, uma colega do quarto ano. Susan refere, de forma muito casual, a ocasião em que Chandler lhe levantou a saia, durante uma peça de teatro escolar, deixando-lhe as cuecas à mostra. Ela e Chandler envolvem-se, mas na verdade tudo aquilo é uma armadilha montada por Susan para vingar aquela partida. E que vingança é, senhores! Uma pessoa fica a pensar quantos anos terá Susan passado aguardando o momento em que reencontraria o antigo colega, magicando este plano.
Susan é interpretada por Julia Roberts e esta história não teria metade da piada não fosse o trabalho dela. Sem querer, de modo algum, menorizar o trabalho de Matthew Perry, com quem tem uma excelente química (consta, aliás, que os dois namoravam aquando das filmagens deste episódio. Vejam só esta cena:
Atentem a esta troca:
Chandler: "That was fourth grade! How come you're still upset about that?"
Susan: "Well, why don't you call me in twenty years and tell me if you're still upset about this?"
Por sinal, estes vinte anos completaram-se há pouco tempo. Será que o Chandler ainda está chateado?
Este episódio só não está mais acima na classificação porque as outras histórias neste episódio não têm assim tanta piada.
6) The One With the Baby on the Bus
Este episódio vale sobretudo pela história de Chandler e Joey, que aproveitam o episódio alérgico de Ross para usarem o bebé Ben para engatar mulheres. No entanto, acabam por se esquecer do bebé no autocarro, o que conduz a esta cena hilariante, que me cai no goto de todas as vezes, sobretudo a última fala de Chandler: "What kind of scary ass clowns came to your birthday?"
Ao contrário do episódio de que falámos antes, as outras histórias deste até são engraçadas, mesmo não sendo por aí além. A conversa final de Monica e Ross fará, certamente, sorrir quem tenha irmãos. A história de Phoebe e Rachel também tem a sua piada, mas destaca-se sobretudo por corresponder à estreia de Smelly Cat.
5) The One With the Boobies
Ter personagens vendo-se acidentalmente nuas umas às outras não é propriamente um exemplo de comédia sofisticada, admito, mas esta está tão bem feita neste episódio que não resisto a incluí-la entre os mais engraçados da série. O que funciona aqui é o facto de haver uma escalada do efeito cómico, já que as personagens tentam vingar-se dos respetivos voyeurs, mas acabam por espreitar as pessoas erradas - tudo isto culminando com Monica invadindo o duche... do pai de Joey.
As outras duas histórias do episódio também têm a sua graça. A trama com a amante do pai de Joey, para além de engraçada, ajuda a caracterizar o galã do grupo. As outras personagens também passam por algum desenvolvimento graças ao namorado psicólogo de Phoebe, que faz exatamente aquilo que os psicólogos não devem fazer: usar os traumas dos outros para os diminuir.
4) The One with the Embryos
Este é referido inúmeras vezes entre os episódios mais engraçados de Friends, não sem razão. O jogo de perguntas e respostas que opõe Monica e Rachel a Chandler e Joey proporciona ótimos momentos de comédia, bem como a oportunidade de conhecermos melhor as personagens. Também aqui existe uma escalada do efeito cómico, à medida que o jogo se intensifica e os respetivos apartamentos entram nas apostas. O ponto alto ocorre quando as raparigas, depois de terem sabido responder a perguntas como o maior medo de Chandler e o nome e a profissão do amigo imaginário de infância de Joey, não são capazes de nomear... a profissão de Chandler.
3) The One With the Two Parties
Neste episódio, Rachel faz anos, mas os pais estão em processo de divórcio e não conseguem estar juntos na mesma divisão sem começarem a discutir. Quando os amigos dão uma festa de aniversário e os dois pais de Rachel aparecem, o grupo vê-se obrigado a dividir a festa pelos dois apartamentos, numa tentativa de mantê-los separados. Mais uma vez, temos uma escalada de humor à medida que as personagens recorrem a medidas cada vez mais desesperadas para impedirem os pais de Rachel de se encontrarem - culminando com Joey beijando a mãe de Rachel.
2) The One Where Everyone Finds Out
Todos consideram este como um dos melhores episódios de Friends de sempre. Na quinta temporada, uma das tramas principais diz respeito ao romance secreto entre Monica e Chandler. Evidentemente, o segredo acaba por ser descoberto. Joey é o primeiro a descobrir, Rachel descobre mais tarde Este episódio, tal como diz o título, corresponde ao momento em que a verdade vem à tona para todo o grupo.
No início do episódio, Phoebe descobre acerca do romance. Depois de fazê-lo, ela e Rachel decidem fingir que não sabem, que Phoebe tem um fraquinho por Chandler, começando a fazer-lhe avanços, a ver se Chandler se descose. Por sua vez, Monica e Chandler descobrem que Phoebe e Rachel saem e decidem entrar na brincadeira, com Chandler a corresponder aos avanços de Phoebe, a ver se ela se descose. Mais uma vez, há um crescendo no efeito cómico, sobretudo quando os dois se encontram para uma suposta noite de paixão. Vê-se que Phoebe e Chandler estão claramente a forçar algo que não querem que aconteça, ficando cada vez mais aflitos ao verem que o outro não cede. Acaba por ser Chandler a render-se e fá-lo declarando o seu amor por Monica, sendo esta a primeira vez que o faz com todas as letras
Pelo meio, Ross tenta ficar com o apartamento do Ugly Naked Guy/Feioso Nu (a identidade do actor que o representou só foi revelada há bem pouco tempo), acabando por se ver obrigado a despir-se também, para cativar o dono do apartamento. No encerramento do episódio, descobre acerca do romance entre a sua irmã e o seu melhor amigo e... não reage muito bem.
1) The One With the Birth
É muito raro as pessoas falarem deste episódio e eu compreendo porquê: é da primeira temporada, altura em que a série ainda estava a procurar a sua identidade. No entanto, é o que considero mais engraçado, na globalidade. Carol, a ex-mulher de Ross, prepara-se para dar à luz o filho deles, numa altura em que já vivia com a sua companheira, Susan. O grupo vai todo para a maternidade dar apoio ao trio parental. Existem várias situações que continuam a fazer-me rir ainda hoje: Joey dando apoio a uma grávida solteira, Monica suspirando por um bebé seu e Chandler tentando consolá-la (sabermos hoje que eles, no fim, adotam gémeos juntos dá ainda mais graça à situação), o obstetra de Carol mais interessado em namoriscar com Rachel do que em ajudar a parturiente; Ross e Susan mais interessandos em implicar um com o outro do que em ajudar a parturiente e, é claro, quando Ross, Susan e Phoebe se trancam acidentalmente uma despensa (destaque para Their Bodies, que já referi antes). O episódio acaba de forma fofinha, com a apresentação de Ben.
6) Que episódio te fez chorar?
Não me fez chorar, mas partiu-me o coração: The One With the Morning After, em que Ross e Rachel acabam a relação.
7) Qual é o casal de que mais gostas?
O casal Monica e Chandler. Toda a gente sabe que a relação deles começou quase que por acidente e, se calhar, nem todos esperavam que resultasse a longo prazo. Consta que os próprios guionistas estavam incertos quando juntaram as personagens, foram desenvolvendo o romance recém-nascido com muito cuidado, a ver como este se traduzia no ecrã, se os atores conseguiam vendê-lo.
Felizmente conseguiram. Não digo que Monica e Chandler fossem perfeitos um para o outro, mas tornaram-se perfeitos um para o outro. Tanto Monica como Chandler tinham alguns problemas de auto-estima devido à educação que tiveram. Monica tinha peso a mais enquanto criança e adolescente e os pais favoreciam descaradamente o irmão. Isto tornou-a insegura, demasiado perfeccionista e competitiva, obcecada por controlo. Os pais de Chandler tiveram um divórcio feio, não pouparam o filho aos detalhes mais sórdidos da separação. Isto tornou-o igualmente inseguro, sarcástico, recorrendo ao humor como mecanismo de defesa, com medo de compromissos. Tanto Chandler como Monica, em graus diferentes, tiveram de confrontar as suas próprias inseguranças, de se esforçar para que a sua relação resultasse. Eles, aliás, tornaram-se pessoas melhores, de uma maneira ou de outra, graças um ao outro - quando chegaram a um meio termo sobre quanto gastariam com o seu casamento, quando Monica ajudou Chandler a fazer as pazes com o seu pai, quando Chandler disse que gostava das neuroses de Monica pois era bom a apaziguá-las. E não se pode dizer que o romance não tenha passado por obstáculos, pois Chandler teve, a certa altura, de trabalhar noutra zona do país e, mais tarde, os dois descobriram que não podiam ter filhos biológicos. Tudo isto faz deles um casal realista e saudável, a que todos deviam aspirar - ao contrário do casal Ross e Rachel, como veremos adiante.
8) Uma frase para cada personagem.
Rachel: "No uterus, no opinion" (A vontade de eu tenho de dizer esta ao meu pai quando ele diz que eu tomo ibuprofenos a mais naquela altura do mês...)
Monica: "Fine, judge all you want to, but... [aponta para Ross] Married a lesbian; [aponta para Rachel] Left a man at the altar; [aponta para Phoebe] Fell in love with a gay ice dancer; [aponta para Joey] Threw a girl's wooden leg in the fire; [aponta para Chandler] Livin' in a box!"
Phoebe: "I have to go before I put your head through a wall"
Chandler: "There are like thousands of women out there who are just waiting to screw me over"
Joey: "Va fa Napoli!"
Ross: "When were you... under me?"
9) Qual é a aparição mais engraçada da Janice?
Não é preciso dizer mais nada.
10) Qual é o teu momento Regina Philange preferido?
Nunca fui assim grande fã dessa piada recorrente. Vou escolher a altura, depois da memorável troca de nomes no segundo casamento de Ross, em que ela fingiu ser a médica dele e que a troca de nomes se devia a uma doença.
11) Quem tinha razão: Ross ou Rachel?
Peço desculpa, mas eu estou do lado de Rachel. Se eles estavam em pausa ou a dar um tempo ou qualquer seja a vossa tradução para "We were on a break!!" é uma questão burocrática, é irrelevante. Enrolar-se com outra pessoa após uma discussão não abona a favor do carácter de ninguém. Quem garantiria a Rachel que Ross não voltaria a fazer o mesmo numa futura discussão?
Devo até dizer que não sou fã de Ross e Rachel como casal. Ao contrário do que acontece com Monica e Chandler, a relação não é das mais saudáveis. Para começar, não gostei de algumas das coisas que Ross fez a Rachel. Do ponto de vista feminista, não posso ignorar que ele se sentiu ameaçado quando Rachel conseguiu o emprego dos seus sonhos, quer por o ter conseguido graças à ajuda de outro homem, quer por Rachel possuir agora um aspeto na sua vida que não incluía Ross. A isto junta-se, entre outras coisas, o episódio da lista dos defeitos, a maneira como a rebaixou quando ela perdeu Marcel, o macaco, a ocasião em que ele interrompeu uma conversa dela com um homem em quem ela estava interessado (insinuando, ainda por cima, que ela era uma prostituta, como se não bastasse!), quando os dois se casaram em Las Vegas mentiu-lhe sobre o processo de anulamento, intercetou recados de outros homens que ela conhecera, subornou o antigo patrão de Rachel a ver se a impedia de ir para Paris - estes últimos actos provam que ele tem uma faceta ciumenta, insegura e algo manipuladora. Não que isso não seja compreensível, tendo em conta a maneira como o primeiro casamento dele terminou, mas a série não chegou a mostrar que ele ultrapassara esses problemas antes de voltar a juntar o casal.
Não que Rachel fosse uma santinha, pelo contrário. Entre outras coisas, ela tratou mal Julie e Bonnie, enquanto estas namoravam com Ross; quando os dois pensaram em reconciliar-se, em vez de falar diretamente com Ross, achou melhor ideia escrever uma carta exigindo que Ross assumisse a responsabilidade por inteiro pela anterior separação (também acho que a culpa foi sobretudo de Ross pela traição, mas os problemas deles já vinham de trás); foi até Londres só para tentar impedir o casamento de Ross com Emily - conforme foi assinalado, uma decisão egoísta, mas que felizmente não foi levada até ao fim. Em todo o caso, ao contrário de Monica e Chandler, que no fim resolviam sempre os seus problemas como adultos, Ross e Rachel raramente o faziam - não admira que tenham demorado seis ou sete temporadas a reatar. E, tal como assinalei antes, nada dá a entender que esses problemas tenham sido resolvidos no fim - fica, aliás, um amargo de boca por a série ter acabado com Rachel abdicando de um emprego fabuloso para ficar com Ross. Eles acabam juntos, mas, a menos que eles, a certa altura, recorram a um terapeuta de casais, a relação não deverá durar muito.
Está feito. Como o costume, se depois quiserem responder a esta TAG, deixem o link com as respostas nos comentários.
Como poderão ter deduzido, no último mês não tenho tido muito tempo aqui para o blogue. Isto porque me tenho focado mais nos meus livros. Infelizmente, num futuro próximo não deverei ter muito mais tempo porque o Euro 2016 está aí à porta, logo, darei prioridade ao meu outro blogue. Para não deixar aqui o estaminé ao abandono por tanto tempo, nos intervalos, vou tentar escrever uns textos mais ou menos rápidos. Hoje respondo à TAG "O meu Gosto Musical".
1) Qual é o teu estilo musical preferido?
Tal como respondi antes, o meu estilo musical preferido é o rock.
2) Qual é o teu cantor ou banda preferido?
Mais uma vez, tal como respondi antes, o meu cantor masculino preferido é Bryan Adams. A minha cantora feminina preferida é Avril Lavigne. De momento, a minha banda preferida é Paramore.
3) Qual é o estilo musical de que menos gostas?
Há uns anos responderia dubstep e/ou EDM, mas a verdade é que tenho músicas deste estilo entre as minhas favoritas. Acho que não existe estilo musical de que não goste mesmo nada: só música pimba e mesmo assim.
4) Indica uma música que te faça chorar.
Tenho várias, mas a maior culpada é Tears in Heaven, de Eric Clapton.
5) Indica uma música que tenha marcado algum momento da tua vida.
Posso falar de vários momentos diferentes?
Smile, de Avril lavigne, marcou um dos períodos mais felizes da minha vida nos meses à volta do lançamento de Goodbye Lullaby.
Neste momento, ando a ouvir imenso o álbum da Lorde - algo que me surpreende a mim mesma. Houve altura há um par de anos em que ganhei ódio a Royals depois de a ter ouvido milhões de vezes na rádio (agora, gosto imenso dessa música). Por outro lado, apaixonei-me por completo por Team quando a ouvi pela primeira vez, há cerca de ano e meio. Essa ainda hoje é a minha preferida dela - aquele refrão é perfeito.
Há umas semanas resolvi ouvir Pure Heroine na sua totalidade e gosto da maioria das músicas. As minhas preferidas são 400 Lux, Tennis Court, Ribs e Buzzcut Season, para além daquelas que já referi. O estilo musical dela é muito sui generis, não dá para encaixar em nenhum género - só o "indie", que de resto engloba tudo o que não seja mainstream - já que Lorde quase não usa instrumentos (ela nem sequer sabe tocar nenhum deles), o instrumento principal é a voz. Apesar de eu não ir muito na conversa de anti-popstar (essa fase nunca dura muito, querida...), acho que ela tem muito potencial e quero ver o que fará com o resto da sua carreira.
7) Indica três artistas que gostarias de ver ao vivo.
Avril Lavigne, mas, pelo andar das coisas, mais depressa Jesus Cristo desce à Terra...
O primeiro tema da série animada de Pokémon (esta versão é a minha preferida). A banda sonora dos jogos Pokémon versão Gold/Silver/Crystal.
Ah, e Brave Heart. O Daniel Costa da Animedia, aliás, já arranjou um ficheiro áudio decente da versão orquestral que tocou em Saikai e de que gostei tanto. Fica aqui o áudio...
9) Que música melhora o teu humor?
Dreaming, dos Smallpools. Esta música é tão alegre, tão contagiante, é uma coisa parva. É-me muito difícil ouvir esta música sem abanar o esqueleto.
Uma música com um efeito semelhante, mais antiga, é What Is Love, de Haddaway.
10) O teu filme preferido em termos de banda sonora.
Spirit é a resposta óbvia, mais óbvia do que eu gostava, até... Existem muitas músicas de que gosto que fizeram parte da banda sonora de filmes, mas não consigo pensar em mais nenhuma película em que aprecie toda ou quase toda a banda sonora. Só mesmo o Mamma Mia, mas nem sei se conta pois o musical foi baseado das músicas dos Abba, não o oposto. Já agora, referir que Mamma Mia é o meu feel-good movie, aquele que me deixa facilmente bem disposta. E partilho a minha cena preferida (relembro que esta é a mesma atriz que faz de Diane Lockhart, em The Good Wife).
11) Que tipo de música gostas de ouvir quando estás triste?
Depende muito das ocasiões. Lembro-me que, no Mundial 2014, no dia a seguir ao jogo com os Estados Unidos (em que Portugal ficou praticamente eliminado da prova), a única coisa que me apetecia ouvir era o álbum The Hunting Party, dos Linkin Park. Tinha acabado de sair e o estado de espírito Linkin Park era o que mais se adequava ao meu desânimo e mau humor.
Houve outra ocasião em que a única coisa que me consolava eram canções de amor.
À parte isso, regra geral, quando ando em baixo evito música demasiado triste.
12) Em que altura houves mais música?
Quando estou a conduzir. Oiço cada vez menos rádio, prefiro pôr o meu telemóvel a tocar a minha música. Adoro cantar quando estou a conduzir, quer quando estou sozinha no carro, quer quando estou a minha irmã.
13) Que música mais gostas de cantar em voz alta?
Existe música para ser cantada e música para ser apenas ouvida. Não significa que uma seja pior do que outra, depende muito do artista e do estilo musical. Dito isto, a única que consegue pôr-me sempre a cantar é Avril Lavigne. Quer com músicas mais alegres, quer com músicas mais calmas, quer com melodias fortes, quer com raps. Ela agarra-me sempre.
Eu já tinha respondido aos Liebster Awards há cerca de ano e meio. No entanto, fui nomeada de novo pela Miana do blog 1/2 tigela (que tenho vindo a acompanhar há algumas semanas e gosto muito). Visto que as perguntas são diferentes das que respondi anes, resolvi aceitar o desafio. Peço desculpa por só responder agora, mas tinha de acabar a minha análise a Ketsui antes de o próximo filme sair.
Vamos a isso, então:
11 factos sobre mim:
1) A minha flor preferida é a papoila vermelha.
2) Se só pudesse comer um alimento para o resto da minha vida, esse seria esparguete.
3) Já tenho idade para me vestir mais à senhora, mas ainda adoro usar calças de ganga, ténis e um boné.
4) Dito isto, das poucas ocasiões que usei um fato formal (blazer e calças), adorei.
5) Os GNR são a minha banda portuguesa preferida.
6) Os Xutos e Pontapés são a minha segunda banda portuguesa preferida, quase empatados com os GNR.
11) Descobri hoje de manhã que Wada Kouji, o músico que canta Buttefly, o tema de abertura de Digimon Adventures, faleceu vítima de cancro. Apesar de nunca ter gostado por aí além dessa música até ouvir a versão de Tri, estou aqui ouvindo a versão em piano da canção, sentindo vontade de chorar...
Agora as perguntas...
1)Lema de vida?
Eu não teho um lema propriamente dito, ou pelo menos um que seja radicalmente diferente do de outras pessoas. Um daqueles com que mais me identifico é este aqui em baixo, de Mike Shinoda dos Linkin Park, sobretudo a parte do "Don't be an asshole". São cada vez menos as pessoas que seguem esse conselho, infelizmente.
2) Banda ou artista de eleição?
Conforme os leitores do meu blogue estão gregos de saber, o meu cantor preferido é Bryan Adams, a minha cantora preferida é Avril Lavigne. A minha banda preferida não é uma coisa tão fixa mas, neste momento, são os Paramore.
3) O que achas da adoção por casais do mesmo sexo?
Como diz Ricardo Araújo Pereira (vivemos numa altura em que as palavras de maior sabedoria saem da boca de comendiantes...), sou daquelas que acredita que aquilo que uma pessoa faz entre lençóis, a menos que seja pedofilia, não é um bom indicador da sua capacidade de educar uma criança. Desde que esta seja criada com amor e respeito, sem que nada de essencial lhe falte, não me interessa se tem dois pais, duas mães, só um pai, só uma mãe, um pai e uma madrasta, uma mãe e um padrasto, só avós. Nenhuma criança merece crescer sem família.
4) Para além do português, que outra língua falas fluentemente?
Inglês. Sou praticamente bilingue.
5) Uma cidade ou país que queres visitar?
Gostava de visitar Moçambique, onde nasceram os meus pais.
6) O que mais aprecias no sexo oposto?
O mesmo que aprecio em qualquer pessoa: que seja bem-educada, simpática (ou, pelo menos, tenha um mínimo de cortesia). Que tenha uma mente aberta e seja capaz de aceitar pontos de vista contrários aos seus. Em suma, que não seja um "asshole" (penso que a melhor tradução é "besta"). Pode parecer pouco - isto no fundo são características básicas de uma pessoa decente - mas estas características são cada vez mais subvalorizadas.
7) Uma coisa que muita gente faça e que aches estúpido/irritante?
Este é apenas um exemplo, mas aquilo de que me lembro agora é a atitude contraditória da sociedade perante o álcool. Qualquer pessoa com dois dedos de testa conhece os danos que o álcool pode fazer a uma pessoa e, no enanto, uma boa parte da população (adolescentes sobretudo) acham que beber até cair para o lado é "fixe". Não que eu seja abstémia: adoro Somersby (sobretudo agora, que o calor se faz sentir de vez em quando), gosto de uma boa sangria, de vinho espumante, entre outras bebidas. Nunca me embebedei a sério e, para ser sincera, não acho que tenha perdido nada por isso. Consigo compreender (bem, mais ou menos) que uma pessoa goste de se embebedar de longe a longe e, não vou ser hipócrita, os eventos do meu livro só aconteceram porque o protagonista bebeu um shot a mais. Mas sinceramente, se vocês não conseguem divertir-se e/ou arranjar coragem para fazer algo sem um estímulo etílico, vocês têm um problema.
É menos um sonho que um projeto de vida: escrever e publicar mais livros e ter pelo menos dois filhos.
10) Uma pessoa conhecida com quem gostasses de jantar?
Existem várias, mas acho que aquela com quem poderia aprender mais (sobre escrita e não só) seria J.K.Rowling.
11) Qual a tua bebida favorita?
Neste momento é o chocolate quente com chantilly do Jeronymo.
E já está. Não vou estar a nomear ninguém em específico para responder à TAG. Quem quiser, que responda e, já agora, partilhe nos comentários o link com as respostas para eu ler. Obrigada.
Hoje completa-se um ano desde que eu e a minha família adotámos a nossa cadela, Jane. Para assinalar a data e, também, falar um pouco dela, decidi responder à TAG "O meu animal de estimação". Adaptei as perguntas ao português de Portugal e condensei as três primeiras perguntas numa só e alterei um pouco a ordem.
1) Qual é o nome, espécie, raça e idade?
Como poderão ver nas fotografias, a Jane é uma linda pastora-alemã. Não é pura, disseram-nos que é arraçada de Husky. Eu não vejo grandes sinais disso, embora haja quem veja qualquer coisa na cara dela e nas orelhas. Em todo o caso, fico feliz por não ser raça pura, tenho um pouco de medo das doenças de consanguinidade. Ela é linda, de qualquer forma... Por outro lado, nunca achei muita piada a cães pequenos, sempre gostei mais de cães de porte médio ou grande, com que pudéssemos correr e brincar. Estamos bem servidos com a Jane, que se deve transformar numa autêntica fera...
Não sabemos a idade exata dela pois não a obtivemos dos donos originais. Assumimos que ela tinha dois meses quando a adotámos, logo, hoje terá um ano e dois meses.
Chamámo-la Jane porque a minha mãe, quando era pequena, teve um pastor-alemão chamado Tarzan. Eu gosto do nome. Como nome de pessoa não gosto, é demasiado vulgar e sem graça, mas como nome de animal é fixe.
2) Como o/a adquiriste?
É uma história engraçada. A versão condensada é: os meus pais saíram para comprar alfaces, numa manhã de domingo, e regressaram com um cachorrinho. Literalmente.
Segundo o que contaram, lá no supermercado, o meu pai (que se arrependeria mais tarde) mostrou à minha mãe um caixote com duas pastoras-alemãs bebés para adoção. Consta que é política do supermercado receberem cachorrinhos com idade entre o mês e meio e os dois meses cujos donos originais não queiram. O pessoal do supermercado alimenta-os e mantém-nos à mostra caso algum dos clientes queira adotá-los. Eu e a minha irmã, mais tarde, usaríamos a canção Blank Space, da Taylor Swift, para descrever o que a minha mãe fez a seguir: "Saw you there and I thought: 'Oh my God, look at that face/You look like my next mistake". O funcionário do supermercado avisou logo que, se ela quisesse pegar num dos cachorrinhos, teria de levá-lo para casa. A minha mãe quis mesmo pegar num deles. Mais tarde, ao entrar em casa, ela disse:
- Meninas, fiz uma asneira...
A minha irmã, que andava há anos a pedir um cão, ficou naturalmente radiante. Eu só repetia:
- Mãe, o que é que fizeste? Mãe, o que é que fizeste?
Nós não sabíamos nada sobre cães. Nada. Brincávamos com cães dos vizinhos, às vezes dávamos-lhes comida, mas não passava disso. Os meus pais tinham tido cães quando eram pequenos, mas na altura os cães nunca entravam em casa, comiam restos e a única vacina que levavam era para a raiva. Agora, de um momento para o outro, tínhamos uma coisa peluda entre mãos, que gania dia e noite por ter sido separada de repente dos irmãos, que não controlava os esfíncteres (foi uma odisseia até que aprendesse a controlá-los e ainda hoje tem recaídas) que passava a vida a mordiscar tudo e todos (está muito melhor agora, mas ainda não perdeu completamente esse hábito). Ah, e daí a duas semanas tínhamos uma viagem marcada e não podíamos levar a cadela connosco (esta parte até se resolveu facilmente, por acaso, já que o veterinário dela tem serviço de alojamento). Pegando de novo em Blank Space, aqui o verso que se aplicava era "Darling, I'm a nightmare dressed like a daydream".
Costumam dizer que é preciso pensar muito bem antes de se arranjar um cão: escolher a raça mais adequada ao nosso estilo de vida, preparar a casa, garantir que o agregado familiar está de acordo e disposto a ajudar. A minha mãe nem sequer se lembrou de ligar-nos a dizer: "Hei meninas, tenho aqui uma cadelinha linda, mesmo a pedir para levá-la para casa. Posso trazê-la? Vocês depois ajudam com ela?". Na prática, eu não ia dizer que não - mesmo que quisesse dizer, a minha irmã não me deixaria - mas sempre era qualquer coisa...
Acabámos por nos entender com a Jane, claro, mas fica um conselho de amiga: não façam o mesmo! Se quiserem arranjar um cão, façam-no da maneira responsável.
3) O que mais gosta ele(a) de comer?
Qualquer coisa que não seja ração, na verdade. Ela tem alturas em que só come aquilo que lhe pusémos no prato quando nós já acabámos a nossa refeição e arrumámos tudo, ou seja, não tem hipótese de apanhar um pedacinho da nossa comida. Eu até lhe dava comida da nossa, mas ela tem um sistema digestivo muito caprichoso, apanha diarreias com facilidade. Só nos arriscamos a dar-lhe arroz branco ou pedacinhos de pão, em jeito de reforço positivo.
Curiosamente, ela parece gostar muito de... fruta. Quando às vezes a deixamos na cozinha, ela vai ao cesto da fruta. Já comeu dióspiros, anonas, entre outras coisas. Gosta mais de fruta do que os meus irmãos...
Mais sobre a dieta da Jane à frente.
4) Há quanto tempo o/a tens?
Faz hoje um ano.
5) O que ele(a) faz que é muito engraçado/fofo?
Quando está carente e põe as orelhas para trás, como dá para ver na fotografia em baixo. Quando coça o focinho com a pata. Quando segura coisas entre as patas. Quando faz isto.
6) Refere uma situação engraçada que tenha acontecido com ele(a).
Quando a minha avó era viva, costumávamos ir a uma esplanada ao pé da sua casa. O empregado de lá (vou chamar-lhe Miguel) conhecía-nos bem às duas. A Jane veio cá para casa cerca de dois meses após a morte da minha avó. Uns meses mais tarde, levei a Jane a essa mesma esplanada, à espera que a minha irmã viesse ter connosco. Na altura, a Jane era muito irrequieta e mal-comportada (ainda hoje evito ao máximo levá-la a esplanadas), sempre a tentar libertar-se da trela. O Miguel, impecável como sempre, arranjou-me uma garrafa de água vazia para ela roer e manter-se mais ou menos quieta. Ainda assim, a certa altura, a Jane atirou-se ao Miguel, sem que eu conseguisse agarrá-la, quando este passava com um tabuleiro. Só por milagre é que conseguiu não entornar os cafés por cima dos clientes. Como se isso não bastasse, a Jane ainda lhe fez um rasgão minúsculo nas calças de ganga (mas também eram daquelas que já são vendidas rasgadas...). Eu fartei-me de pedir desculpa, naturalmente, dei-lhe uma gorjeta simpática, mas ele não levou a mal, coitado. Juro que, naquele momento, pensei que, se a minha avó tivesse visto aquilo, de onde quer que ela esteja, estaria a rir-se.
7) Que nomes fofos/alcunhas lhe chamas?
Oh, uma data deles. Às vezes quando ralhamos com ela, chamamos-lhe Jane Maria. Sendo pastora-alemã, o meu pai chegou a chamar-lhe Jane Angela, em honra da chanceler. Às vezes trato-a por "boneca" (na verdade, gostava de tratar a minha irmãzinha por "boneca", mas ela não deixa...), mas na maior parte das vezes chamo-lhe... Jajane.
8) Quais são as manias dele(a)?
Oh meu Deus, tantas. Para começar, a comida. Ás vezes farta-se da ração e recusa comer, às vezes durante dias inteiros. Da ultima vez que isso aconteceu, contudo, o jejum passou-lhe logo quando demos a comida dela à cadela dos vizinhos, de quem a Jane tem uns ciúmes terríveis. É só mania...
Além disso - por estranho que pareça dizer isto de uma criatura que se rebola aos nossos pés para pedir festas na barriga, que ao mínimo cheiro de uma guloseima faz todos os truques que lhe ensinámos, mesmo sem nós pedirmos, a ver se pega e ela ganha a guloseima - a Jane é orgulhosa. Ela gosta muito de jogar ao apanha a bola, passa a vida a pedirmos para lha atirarmos, mas nunca nos dá a bola diretamente. Muitas vezes, foge quando vamos pegar na bola, desafiando-nos a correr atrás dela para lha tirar. Na melhor das hipóteses, larga-a ao pé de nós - e mesmo assim, se não formos suficientemente rápidos, ela abocanha-a de novo.
9) O que ele(a) não gosta que lhe faças?
Pelos vistos, a cadela tem um trauma grave de abandono (bem, na verdade o seu dono original deu-a para adoção...). Não podemos deixá-la presa num poste durante cinco minutos enquanto entramos numa loja sem que ela desate a ladrar, a ganir e a choramingar, como se estivéssemos de facto a abandoná-la.
Temos de ensinar-lhe o comando "Fica" um dia destes...
10) Como é a tua relação com ela?
Vou ser sincera. Nos primeiros dias, talvez semanas, tive a secreta esperança de que nos livrássemos dela. Nunca a abandonaríamos na rua nem num canil, mas talvez a oferecêssemos a um amigo que tivesse condições para recebê-la. As pessoas dizem que cachorrinhos são das coisas mais fofinhas do Mundo e tal, mas não o achei com a Jane. Ela passava a vida a tentar morder-nos (mania que ainda não perdeu por completo). Ela não controlava os esfíncteres (papel de jornal no chão? toalhetes com ferormonas para eles fazerem as necessidades? Esqueçam, ela roía-os e fazia as necessidades no chão da cozinha, como se nada fosse) e demorou bastante tempo a aprender a controlá-los - não tanto como cheguei a temer, mas ainda muito. Eu chegava a ficar horas na rua com ela, a andar de um lado para o outro, e a menina acabava vertendo o tanque no átrio do prédio. Uma maneira que achámos de contornar esse risco foi levá-la ao colo desde a porta do nosso apartamento, pelo elevador, até a rua - o que me deu cabo das costas... Além disso, no primeiro mês, não podíamos levá-la à rua pois ainda não tinha as vacinas todas. Uma das coisas que mais gostaria de fazer com um cão era brincar com ele na rua, logo, não poder levar a Jane a passear foi desanimador.
Suponho que tenha começado a desenvolver Síndrome de Estocolmo. A Jane, de resto, melhorou muito aos meus olhos quando aprendeu a fazer as necessidades na rua, quando comecei a passeá-la, a brincar a sério com ela, a ensinar-lhe truques - ela é muito esperta, mais esperta que alguns seres humanos, se bem que também seja esperta para nos desobedecer. Além disso, quem consegue resistir a uma criatura que faz uma festa sempre que chegamos a casa, às vezes depois de ter saído apenas por cinco minutos?
Hoje já não imagino a minha vida sem ela. Apesar do que escrevi antes, a Jane veio na altura certa - num período em que andávamos um pouco em baixo pela morte da minha avó. A Jane não a substituiu, claro, mas sempre ajudou a preencher um pouco o vazio, obrigou-nos a arranjar ânimo e energia para cuidarmos dela. Fez com que convivêssemos mais, com as pessoas que pedem para lhe fazer festinhas, que deixam os cães deles brincar com ela (isso foi particularmente importante para mim, que sou introvertida por natureza). A Jane ganhou fama depressa no bairro onde vivemos! Ela faz-me companhia como mais ninguém faz, fica sempre feliz por nos ver, mesmo se, pouco antes, ralhámos com ela. Todos aqueles clichés que se ouvem sobre os cães são absolutamente verdadeiros. Há um ano eu não me imaginava afeiçoando-me desta maneira a um cão, capaz de ficar tão angustiada aquando da sua esterilização, capaz de chorar só com histórias de maus tratos a cães - embora também compreenda os motivos que levam uma pessoa a desistir de um cão. Não é fácil, mas ela vale cada dejeto que temos de apanhar do chão, cada tapete roído, cada passeio à meia-noite ou às sete da manhã, cada puxão na rua. É um investimento com retorno garantido - poucos se podem gabar disso.
Agora, se não se importam, tenho de levar a Jane à rua...