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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Bryan Adams - 30 anos de Reckless (2014) #5

reckless-bryan-adams-30th-anniversary-deluxe-editi

 

Quinta e última parte da análise a Reckless (partes anteriores aqui, aqui, aqui e aqui). Eis as conclusões.

 

Apesar de, como demonstrei aqui, este álbum trazer consigo alguns dos meus temas preferidos de Bryan Adams, Reckless não se encontra entre os meus álbuns preferidos dele. A verdade, contudo, é que sempre vi este disco de forma enviesada: só o ouvi pela primeira vez em 2010 (ano em que a discografia de Bryan foi publicada em fascículos, a dez euros cada CD). Nesta altura, eu já conhecia todos os singles de Reckless (neles incluo Kids Wanna Rock). Se forem a ler de novo a minha análise, verão que, tirando os singles, só considero relevante She's Only Happy When She's Dancin'. Daí que considere que para pessoas que, como eu, já conhecessem os singles ou dos CD's de Greatest Hits, ou dos concertos de Bryan (quase todos têm lugar cativo na setlist) e quisessem adquirir os álbuns originais, não haveria grande vantagem em comprar Reckless.

 

É óbvio que, tendo em conta a altura em que foi editado pela primeira vez - quando a rádo ainda era a principal fonte de música e o público ainda não sabia quais faixas seriam lançadas como singles - não é de surpreender que seja considerado um dos melhores álbuns de rock clássico de todos os tempos. De qualquer forma, a adição de faixas não editadas veio resolver o problema de que falei.

 

Uma das coisas que caracteriza este álbum - tanto as músicas originais como as extra da edição Deluxe - é a já referida fórmula na sonoridade. Esta fórmula não é propriamente um defeito pois, quando bem executada, os acordes e solos de guitarra são os pontos fortes das músicas (exemplos: Somebody, It's Only Love, Run to You...). De resto, ao analisar as músicas deste álbum, sobretudo as faixas extra, apercebi-me de que esta é a típica sonoridade de muitos clássicos do rock 'n roll dos anos oitenta, não apenas de Bryan. Realmente, não percebo de que se queixava ele em Kids Wanna Rock...

 

004_img_8931.jpg

 

Corre-se sempre um risco ao publicar faixas excluídas, como nesta edição espcial de trigésimo aniversário. Tirando casos de músicas que não se encaixam no conceito de um álbum, geralmente as músicas são deixadas de fora por algum motivo. É claro que o julgamento dos produtores dos discos pode nem sempre ser o melhor - recordemos que Run to You, Heaven e Summer of '69 estiveram perto de ser excluídas da tracklist.

 

Neste caso, considero que estas faixas extra são mais um presente para os fãs mais hardcore do que outra coisa qualquer, até porque a maior parte destas faixas não são propriamente inéditas. Fãs que, se calhar, foram ouvindo as regravações ao longo destes anos, desejando ouvir as versões na voz de Bryan - da mesma maneira como eu e outros desejámos ouvir Breakaway na voz de Avril Lavigne, felizmente durante menos tempo. Algumas delas mereciam fazer parte da tracklist original - sobretudo Teacher Teacher, Let Me Down Easy e Reckless - mais do que Ain't Gonna Cry. Também mereciam ter sido gravadas com mais qualidade. De qualquer forma, foi melhor saírem agora do que ficarem para sempre esquecidas em cassetes velhas numa gaveta qualquer.

 

Enfim, o álbum de covers já está, a reedição de Reckless também. Fica a faltar o álbum de originais. Nada tem sido dito em relação a esse álbum, o que me leva a suspeitar que ainda deverá levar algum tempo a ser editado. Espero que não demore demasiado tempo.

 

Quanto a nós, aqui no blogue, tenho uma série de entradas em fase de planeamento - uma já rascunhada - que tenciono escrever e publicar ao longo das próximas semanas. Continuem desse lado.

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