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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Hoje celebramos vinte e cinco anos de Pokémon...

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...no entanto, ao contrário do que aconteceu há cinco anos e no ano passado, não tenho nenhum texto especial.  

 

Desde o inesquecível vigésimo aniversário do lançamento de Pokémon Green and Pokémon Red para o Game Boy, no Japão, nunca mais deixámos passar o 27 de fevereiro sem pelo menos darmos os parabéns a Pokémon enquanto franquia. E, como este ano o aniversário é um múltiplo de cinco, a celebração vai ser longa, tendo começado ontem, com o Pokémon Presents – onde se descobriu que vamos ter, não um, mas dois jogos com Sinnoh como cenário. 

 

Nessa linha, mesmo não tendo nada de extraordinário planeado, não quis deixar a data passar em branco. Este será um texto curtinho, simples, só mesmo para falar sobre os jogos novos, sobre o aniversário em geral, e fazer uma renovação de votos. 

 

Uma pessoa que soubesse mais ou menos como Pokémon funciona sabia que ontem anunciariam remakes de Sinnoh. A surpresa seria se não houvessem remakes, se anunciassem outro jogo qualquer.

 

No entanto, acho que muitos de nós tivemos a mesma reação que Ron, também conhecido por TrueGreen7. Pois… eu estou no grupo que não gosta muito do estilo chibi – embora haja também muita gente que goste, atenção! Depois de ORAS ter usado os gráficos da sexta geração para recriar Hoenn de forma espetacular, um remake que não parece radicalmente diferente dos jogos originais desilude um bocadinho.

 

Pelo menos nesta altura do campeonato. Posso eventualmente mudar de ideias ou, pelo menos, não me ralar com os gráficos quando estiver a jogar. Há que recordar também que, como diz o trailer, estas imagens não são definitivas ainda. 

 

 

Além disso, prefiro que tenham adotado este estilo mais chibi e infantil com estes remakes que com ORAS – em que a geologia e a natureza desempenham um papel tematicamente mais importante. 

 

Outro aspeto a assinalar é o facto de os remakes não terem sido feitos pela Game Freak – embora Junichi Masuda seja o diretor. É algo inédito na franquia mas é uma decisão que faz sentido. Nesta fase, Pokémon tem de equilibrar muitos pratos, e uma parte da comunidade de fãs tem-se queixado que os jogos mais recentes têm vindo a perder qualidade por causa disso. Acho que a franquia faz bem em aliviar a pressão sobre a Game Freak e dar oportunidades a outras empresas (será o termo correto?) para criar jogos. 

 

Dito isto, estou com um bocadinho de medo que isto signifique que Pokémon tenha considerado estes remakes menos importantes que outros jogos. Algo que fizeram só mesmo porque os fãs os queriam e os esperavam, logo, delegaram noutra parte e focaram-se nos jogos que realmente lhes interessavam. Não sei se gosto do sabor que isso me deixa na boca. 

 

Mas também não sei se isto é verdade. Isto são só especulações minhas.

 

Diamond e Pearl (e Platinum) são jogos que só experienciei em adulta. Não têm o valor nostálgico que as gerações anteriores possuem. Gostei deles tanto como qualquer fã de Pokémon, mas reconheço que estes deixaram muito a desejar – se calhar mais do que quaisquer outros jogos. Hoje penso que, se calhar, fui demasiado simpática quando escrevi sobre eles – depois desse texto, Tama fez uma análise muito melhor que a minha a Diamond e Pearl – mas também, na altura, só os tinha jogado duas vezes (uma vez Pearl e uma vez Platinum).

 

 

E mesmo assim foi suficiente para notar coisas como a falta de Pokémon do tipo Fogo e o três vezes maldito Defog.

 

Estes remakes têm, assim, muitas coisas para corrigir. Porém, com base naquilo que o trailer mostra (e é muito pouco, por isso vale o que vale), tenho medo de que estes remakes sejam um copy/paste/paint format de Diamond e Pearl, estilo FireRed e LeafGreen, e que mantenham a maior parte das falhas dos jogos originais.

 

Só o tempo dirá. Vou tentar não tecer juízos de valor antes de ter o(s) jogo(s) nas mãos (em princípio irei escolher a versão Brilliant Diamond). Ao mesmo tempo, não me parece má ideia manter as expectativas baixas.

 

A apresentação decorreu ontem às três da tarde, hora portuguesa, quando estava no trabalho. Tive de interromper a meio do anúncio dos remakes. Na altura não me importei: já tinham anunciado BDSP, o resto podia esperar. Mesmo quando, pouco depois, vi o título Pokémon Legends: Arceus pensava que esse era o nome do evento de post-game, como o Delta Episode.

 

Só quando vi as pessoas a falarem em prequelas, em mundo aberto, em MMO (isso foi falso) é que fiquei tipo: “Espera aí....” e fui ver o que se passava. 

 

 

Pokémon Legends, então. Uma prequela aos jogos de Sinnoh que decorre em tempos medievais. Um jogo em mundo aberto. Este conceito parece saído de um daqueles vídeos de Pokétubers estilo “10 ideias loucas para jogos de Pokémon”, ao lado de exemplos como “prequela aos jogos de Kanto protagonizada por Oak e Agatha”.

 

Há anos que digo que os jogos de Pokémon têm uma fórmula demasiado rígida e precisam de pensar mais fora da caixa. A franquia tem inúmeras possibilidades e os jogos nem sempre as exploram. E Legends é exatamente o que o povo queria. Os fãs andavam a pedir um jogo em mundo aberto desde o lançamento Breath of the Wild – Sword e Shield incluíram algumas áreas com essas características mas os resultados foram mistos. Há quem diga que Legends é uma espécie de Let’s Go ao contrário – um jogo para os fãs mais hardcore.

 

Se o conceito de Pokémon Legends Arceus resultar, as possibilidades são infinitas para jogos futuros. Podemos vir a ter as tais prequelas de Kanto, protagonizadas por Oak e Agatha, ou então prequelas de Johto, na era em que Ho-oh ressuscitou Suicune, Raikou e Entei. Também podemos vir a ter o oposto: jogos decorrendo num futuro distante.

 

Vai ser uma fase curiosa, a que começou ontem: o conservador e o ambicioso com poucos meses de intervalo, muito tempo passado em Sinnoh. Os fãs em geral estão a receber bem as novidades – melhor do que tem sido a norma nos últimos anos, pelo menos. Vamos ter de esperar uns anos mais antes de partirmos para a nona geração, o que não é uma coisa má. A Game Freak terá mais tempo para aperfeiçoar os jogos. 

 

Para terminar, uma palavra rápida para Pokémon Snap. Só para dizer que não joguei a versão original, mas vou querer jogar esta nova, que sai em maio. Parece ser giro.

 

 

Com isto tudo, estou bastante entusiasmada com as celebrações do vigésimo-aniversário de Pokémon enquanto franquia. Guardo muitas boas recordações de 2016 e do vigésimo aniversário. Começando pelas semanas de especulação antes da apresentação de dia 26 (que também calhou numa sexta-feira), bem como a apresentação em si. No primeiro semestre desse ano, tive mais tempo para jogar Pokémon do que voltaria a ter até agora: se a memória não me falha, joguei White 2 pela primeira vez no início do ano; completei a Pokédex em ORAS, juntamente com a minha irmã (foi a primeira e, até agora, única vez); durante o Euro 2016, joguei Pokémon X, conforme descrevi aqui.

 

No verão, Pokémon Go explodiu, trazendo a franquia para o mainstream de uma forma que não se via desde o início dos anos 2000. Tirando quando estava a jogar Pokémon Go ou a celebrar a vitória no Europeu, passei esse verão a escrever os primeiros textos para a rubrica Pokémon através das gerações – recordando os jogos que me fizeram apaixonar pela franquia. 

 

No outono tivemos Pokémon Generations e, finalmente, o lançamento de Pokémon Sun e Moon – se bem que eu quase só o tenha jogado no verão de 2017.

 

É difícil que 2021 seja tão bom como 2016 – foi uma tempestade perfeita de coisas boas. Mas já me contentava se desse para recriar pelo menos uma parte. Com Pokémon Snap na primavera, dois jogos para antecipar e os fãs aparentemente algo apaziguados com este último anúncio, quem sabe…? Em tempos tão difíceis como os atuais, seria um bom consolo.

 

Pode haver quem queira saber porque deixei de escrever para a rubrica Pokémon através das gerações. Eu orgulho-me muito dos textos que escrevi em 2018 (há três anos, Arceus meu!) sobre a quinta e a sexta geração. O último, no entanto, foi tão desgastante que me tirou a vontade de retomar a rubrica durante meses. 

 

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O meu plano era continuá-la no ano passado, com um texto sobre Pokémon Go. No entanto, começou a pandemia, deixámos de poder sair à rua como dantes, de jogar presencialmente com outras pessoas. Isso tirou-me a vontade de escrever sobre o jogo. 

 

E essa vontade ainda não regressou. Ainda estamos em pandemia e, agora, estamos confinados outra vez. Ainda assim, não quero adiar muito mais – quero pelo menos começar a trabalhar num texto sobre Pokémon Go este ano. 

 

Concluo, então, dizendo que já lá vão mais de vinte anos desde que conheci este mundo, mas Pokémon continua a ser uma das grandes paixões da minha vida. A minha relação com a franquia tem mudado, é certo: por exemplo, o anime tem valor nostálgico, mas hoje em dia é menos relevante, mesmo os filmes. Jogo Pokémon Go todos os dias e os jogos principais sazonalmente. Ainda sigo vários Pokétubers.

 

Em todo o caso – ligeiro spoiler para futuros textos – eu gosto de todas as gerações de Pokémon, mesmo que umas mais do que outras. Compreendo pelo menos algumas das críticas dos fãs aos últimos jogos, mas como sou uma jogadora muito casual, as falhas não me incomodam muito. Não me tiram a vontade de comprar os jogos novos – se tiver possibilidades para isso, claro.

 

E mesmo que, por um motivo ou por outro, chegue uma altura em que não consiga manter-me a par com os jogos, Pokémon Go incluído, o vínculo manter-se-á. O casamento está para durar. Muito grata por esta franquia fazer parte da minha vida e por tudo o que me tem dado em mais de duas décadas. 

 

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Espero que tenham tido um aniversário feliz. A mais vinte e cinco anos de Pokémon!

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