Músicas Não Tão Ao Calhas - Darker than Blood
Tal como o prometido, eis-me aqui analisando Darker than Blood, o novo produto da colaboração entre Steve Aoki e a banda Linkin Park... embora neste caso o termo "banda" seja relativo. Mas já aí vamos.
Darker than Blood é o segundo single do álbum Neon Future II, do DJ Steve Aoki. Segundo a Wikipédia, Aoki e os Linkin Park estiveram a trabalhar nesta faixa desde 2012 (provavelmente na mesma altura em que trabalharam em A Light that Never Comes). Mike Shinoda revelou mesmo, numa entrevista à Billboard, que ele reescreveu a letra da música (cujo primeiro nome de trabalho era Horizons) por achar que a letra original, escrita por Aoki, era demasiado alegre.
Pelo que se pode ouvir de Darker than Blood, parece que a participação dos Linkin Park na música se limita a isso e à interpretação vocal. Se em A Light that Never Comes a banda se fez notar - fazendo com que a faixa se assemelhe a uma música excluída da tracklist final de Living Things a que Steve Aoki acrescentou batidas dubstep - em Darker than Blood, aparentemente, apenas Mike e Chester Bennington participaram na concepção. Daí que o "feat Linkin Park" não faça muito sentido.
Isto, por outro lado, é compreensível. Darker than Blood faz parte do álbum novo de Steve Aoki, é dirigido à audiência habitual do DJ, não à audiência dos Linkin Park. Do mesmo modo que A Light that Never Comes, que foi feita para um álbum dos Linkin Park (o álbum de remixes Recharged), é mais Linkin Park que Steve Aoki, ao contrário de Darker than Blood.
Mesmo tendo em conta a questão das audiências, a verdade é que a parte Aoki da música não é particularmente notável, na minha opinião. Tirando o "concerto" de Aoki no Rock in Rio, no ano passado, nunca tive grande contacto com a chamada EDM nem estou interessada em ter mais. Mesmo assim, foi suficiente para o instrumental de Darker than Blood me soar parecidíssimo com aquilo que Aoki tocou (ou melhor, pôs a tocar) no Rock in Rio.
Quanto à interpretação vocal, não tenho reparos a fazer. É sólida, sem que Chester precise de se esforçar muito. Chega mesmo a ganhar emotividade à medida que a faixa progride. A parte que mais gosto em Darker than Blood é a altura em que Mike se junta aos vocais e Chester começa como que a improvisar, a fugir à melodia anteriormente estabelecida - vocais, esses, que emprestam uma nova energia à parte final da música.
Por sua vez, a letra de Darker than Blood é o típico dos Linkin Park, sem nada que as distinga das demais músicas deles. Mike estava em piloto automático quando escreveu. isto.
Em suma, Darker than Blood é uma faixa para fãs de Steve Aoki, essencialmente (e duvido que mesmo os fãs de Aoki gostem assim tanto da música), não tanto para fãs de Linkin Park. Não sendo uma música má, é uma música pouco interessante, a que dificilmente darei muita atenção depois disto.
Na verdade, neste momento a minha atenção está noutra música. Continuem por aí...