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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Odaiba Memorial Day: Digimon Adventure #7 - O coração

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Sora era a minha personagem preferida quando eu era mais nova. Não me é difícil explicar porquê: uma rapariga, algo maria-rapaz, forte e corajosa - como penso já ter referido aqui no blogue, sempre gostei de personagens femininas assim. Também gostava do visual dela, apesar de as semelhanças com Misty serem gritantes (ao menos Sora tem uma imagem menos sexualizada). Quando não iguala Tai e Matt em termos de coragem, Sora funciona muito como mamã do grupo: carinhosa, geralmente a primeira a acorrer quando alguém começa a chorar, a discutir, ou a primeira a mudar de assunto quando a disposição geral do grupo é de tristeza.

 

O Cartão atribuído a Sora é o do Amor, o que faz sentido tendo em conta a personalidade dela, embora ela tenha sentido alguma dificuldade em aceitá-lo. O paradoxo em Sora é que ela não tem problemas em dar amor, mas não parece acreditar que merece receber amor. Isso explica que não tenha formado imediatamente uma ligação com Byomon, que estranhasse a ideia que este a adora e protegê-la-á a todo o custo. Também explica, em parte, o relacionamento difícil com a sua mãe, explorado no episódio em que Byomon atinge o nível Super Campeão. Há quem critique esse episódio, dizendo que Sora se deixou manipular demasiado facilmente por DemiDevimon, questionando logo o amor da sua mãe, mas eu não concordo. DemiDevimon poderia ter dito a praticamente qualquer uma das crianças que estas eram mal-amadas e elas acreditariam: Tai acharia que seria por quase ter causado a morte à irmã; Matt e T.K. pensariam no divórcio dos pais; Izzy acharia que seria por ser adotado e por aí adiante. Até comigo resultaria, já que eu, na idade dos miúdos ou, vá lá, mais nova, sempre que os meus pais me repreendiam, achava que eles não gostavam de mim. 

 

No entanto, numa coisa estou de acordo com a opinião geral: os supostos problemas entre Sora e a sua mãe nunca são explicados devidamente e basta um episódio (da digievolução para Super Campeão) e pedaços de outros, no Mundo Real, para se resolverem e Sora regressar a cem por cento ao papel de cuidadora. Comparem isto com a história familiar de Izzy e, sobretudo, de Matt, que demora uma temporada inteira a resolver o ressentimento que tem aos pais.

 

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É uma das maiores críticas que tenho a fazer a Digimon: a maneira como lida com as personagens femininas. Mimi é a única que tem direito a um desenvolvimento decente. Kari existe quase só em função de Tai. Sora existe para ser a mamã, o coração do grupo, papel estereotipicamente feminino. Podem dizer o que quiserem da série animada do Pokémon, mas nesse aspeto Pokémon revelou-se bem mais progressista: logo nos primeiros episódios e durante muitos anos, o papel de cuidador foi atribuído a Brock. Ele cozinha para o grupo, muitas vezes apazigua discussões e, mais do que combater, a sua  paixão é precisamente cuidar de Pokémon. E nem sequer se pode questionar a sua sexualidade pois ele atira-se, indiscriminadamente, a qualquer personagem feminina pós-puberdade.

 

Apesar disto tudo, continuo a gostar imenso de Sora - ela merecia mais. Além disso, a linha evolutiva de Byomon sempre foi, e continua a ser, a minha preferida.

 

Depois de termos falado do coração do grupo nesta entrada, na próxima falaremos do cérebro. Claro que teria de ser um rapaz...

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