Odaiba Memorial Day: Digimon Adventure - O papá neurótico
Joe é a personagem de que menos gosto nesta temporada. Mais porque acho que faltou um bocadinho de consistência na sua génese. No início da narrativa, ouvimo-lo dizer que, sendo o mais velho do grupo, se sentia responsável pelos outros. Chega mesmo a dar a entender que ele devia ser o líder. No entanto, por esta altura, as ações em pouco ou nada ajudam o grupo, muitas vezes fazem o oposto. Por exemplo, num episódio, ele tenta ser racional, pensar antes de agir, no outro, é o primeiro a correr para uma armadilha.
Costuma-se dizer que, se esta aventura se desenrolasse no Mundo Real, Joe assumiria naturalmente a liderança - num mundo tão fantasioso e imprevisível como o Digital, ele precisou de tempo para se adaptar. De qualquer forma, quando não está com uma das suas neuroses, Joe faz muito de "papá" do grupo, ajudando a cuidar das outras Crianças, frequentemente ignorando a sua própria segurança para protegê-los. A tradução da sua virtude é controversa - a que considero mais adequada é Lealdade, embora a ideal fosse um conceito que significasse "digno de confiança".
Até agora, não tenho falado muito sobre o Digimon de cada Criança pois, na maior parte dos casos, a sua personalidade é uma extensão da personalidade da Criança que protegem. Com Joe e Gomamon é diferente, pois é, em vários sentidos, o oposto do humano que protege: divertido, descontraído. É ele quem vai ensinando a Joe a não se levar tão a sério.
A verdade é que não considero Joe uma personagem muito interessante. Ele cumpre o seu papel, tem algum desenvolvimento, mas pouco mais. Voltamos à velha questão: se ele tivesse tido mais tempo de antena, talvez gostasse mais dele.
Nas próximas duas entradas, falaremos dos membros mais novos do grupo, que são um caso à parte, em vários aspetos. Continuem por aí...