Odaiba Memorial Day: Digimon Adventure #11 - Crianças Escolhidas não se medem aos palmos
Chegamos, agora, aos membros mais novos do grupo. T.K e Kari são um caso à parte nas Crianças Escolhidas, em vários sentidos. Para já, ambos foram menos desenvolvidos que os demais. Acaba por ser aceitável pois ainda são novinhos, muitas vezes permanecem na sombra dos irmãos - contribuindo mais para a caracterização dos seus onii-chans do que para a sua própria caracterização - e, de qualquer forma, desempenham um papel mais relevante na segunda temporada. Apesar de nem T.K nem Kari serem particularmente interessantes enquanto personagens, os seus Digimon, que evoluem para anjos, desempenham com frequência um papel crucial na derrota dos vilões.
De assinalar, igualmente, a ironia de os Digimon mais sexualizados estarem associados às Crianças mais novas.
Comecemos por T.K., o irmãozinho de Matt. Apesar de também ter testemunhado o divórcio dos pais e a divisão da sua família, T.K. não ficou tão marcado pelo evento como o irmão - talvez por tudo ter acontecido quando ele ainda era muito novo. A única influência que a separação parece ter na sua personalidade é o facto de não gostar de discussões nem de divisões no grupo. T.K. é uma criança afável, inocente, como seria de esperar de um rapazinho da sua idade. Conforme afirmei antes, Matt mantém-no muito preso às suas calças mas, quando está sozinho, T.K. revela-se tão corajoso, engenhoso e protetor daqueles que ama como qualquer outra Criança Escolhida. Tai percebe isso antes de Matt, estando isso entre os motivos do desentendimento entre eles, na quarta parte da narrativa.
Por outro lado, T.K. é o único que vê o seu Digimon morrer - embora este renasça no espaço de um dia, mais coisa menos coisa. O trauma não se manifesta de imediato. mas as consequências revelar-se-ão na segunda temporada.
O cartão de T.K é o da Esperança, mas esta acaba por não representar tanto uma virtude do rapazinho e sim o papel que o seu Digimon desempenha na luta pelo Mundo Digital - as primeiras vezes que Patamon digievoluiu, respetivamente, para Angemon e MagnaAngemon ocorreram, literalmente, quando tudo parecia perdido para as Crianças Escolhidas. As evoluções foram uma última esperança, quase um Deus Ex-Machina. E, tanto na forma de Angemon como na de MagnaAngemon, o Digimon de T.K revela-se um dos mais poderosos do grupo, sendo capaz de derrotar adversários de nível superior ao seu, destacando-se o Dark Master, Piedmon.
Um aparte só para assinalar a confusão que me faz o facto de Patamon - um Digimon muito acriançado, por vezes ainda mais infantil que o próprio T.K - evoluir para um poderosíssimo anjo guerreiro.
Na próxima entrada, falaremos, finalmente da última Criança Escolhida, Kari. Continuem por aí.