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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Paramore (2013) #1

O dia de hoje, 9 de abril de 2013, está a ser um dos melhores dias de sempre em termos musicais. Melhor, muito melhor do que o Natal. Isto porque uma das minhas bandas preferidas lança hoje um álbum novo - e um novo videoclipe - e a minha cantora preferida lança um single novo, o primeiro do seu quinto álbum de estúdio.
 
Nesta entrada e noutras, falarei do álbum novo dos Paramore, homónimo. Tenho imenso a dizer sobre este álbum, por isso, a crítica virá às prestações, em quatro partes, uma por dia. Esta é a primeira parte.
 

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Este é o primeiro álbum da banda após a saída dos irmãos Farro. Como já havia sido dado a entender, tanto em entrevistas como nos dois primeiros singles - em particular, Now - o facto de terem ultrapassado essa crise é um tema recorrente deste álbum. Paramore fica ainda marcado por uma clara mudança na sonoridade habitual da banda, um pouco mais pop, mais eletrónica, embora não se abandone por completo o rock que dominou os três primeiros álbuns da banda.
 
Vou organizar esta crítica por ordem crescente em termos de preferências. Por outras palavras, começo pelo que gosto menos até chegar ao que gosto mais. 
 
Future

 

"Think of the future, think of a new life,
And don't get lost in the memories
Keep your eyes on the new prize..."
 
Future é a faixa final do álbum, uma conclusão com quase oito minutos. Compreendo a intenção: depois de terem processado todas as adversidades ao longo do álbum - a crise dos Farro é apenas uma delas - eles não querem pensar mais no passado, querem apenas olhar para a frente, abrir um novo capítulo na história da banda. É boa a mensagem que transmitem, podiam era tê-la feito de outra forma, na minha opinião. Now transmite-a de uma forma melhor, aliás. Em Future, a voz da Hayley mal se houve e o instrumental estica-se demasiado e nem sequer é grande coisa - existem sequências instrumentais bem melhores noutras faixas do álbum. Já li que a intenção era dar uma "voz" ao Taylor e ao Jeremy mas, apesar de simpatizar imenso com os dois rapazes, nesta faixa não dizem nada de interessante... Eu encurtava o instrumental e punha mais partes cantadas pela Hayley - mesmo que não passassem de ecos, de vocais sem palavras.

 
Anklebiters

 

"Fall in love with yourself because someday you're gonna be the only one you've got"
 
Esta é outra faixa que, na minha opinião, não ficou muito bem conseguida. Em termos de letra, assemelha-se a Ignorance, Playing God e outras do mesmo género. Em termos de sonoridade, ficou demasiado gritada, demasiado barulhenta, tornando-se cansativa.


Interlúdios: Moving On, Holiday e I'm Not Angry Anymore


"We got our way of living life
And if they can't get down
Well, we don't need them around"
 
À semelhança do que aconteceu com Future, percebe-se a intenção da inclusão dos interlúdios na tracklist. Segundo a banda, se não fossem estas pequenas peças musicais, só com voz e ukulele, as outras músicas do álbum não teriam sido criadas. E nota-se que a sua composição foi uma forma de processarem a crise por que atravessaram. No entanto, fora desse contexto, tornam-se irrelevantes. I'm Not Angry Anymore não diz mais nada para além do título. Em Holiday, a Hayley soa como se estivesse ganzada, embora o tom havaiano da música condiga com a letra. Moving On é de longe a mais interessante das três, com uma mensagem de que-se-lixem-os-outros-vamos-fazer-aquilo-que-nos-apetece. 
 
Teria sido melhor, na minha opinião, se tivessem criado uma música "inteira", de três ou quatro minutos, só com voz e ukulele, condensando as mensagens dos três interlúdios.
 
As próximas faixas de que falarei são umas em que gosto da letra mas não tanto da sonoridade.


Fast in My Car


"We only see what's in front of us
We only see straight ahead"

Muito bem colocada no início do álbum, em jeito de aviso à navegação, Fast in My Car deixa logo bem claro que os três elementos da banda ultrapassaram a fase das novelas, dos ódios, que agora só estão interessados em divertir-se, em conquistar o mundo, em olhar em frente deixando todo o negativismo para trás. É das faixas mais específicas do álbum, em que se admite preto no branco que a narradora fala em nome da banda. Tem uma sonoridade semelhante a Now, embora com uma bateria ainda mais forte.

Isso é, aliás, um dos denominadores comuns deste álbum: padrões de bateria interessantes, mesmo quando aparecem lado a lado com sintetizadores, como em Grow Up e Part II.


(One Of Those) Crazy Girls
 

"Soon as you walk out my door
I'm gonna call a hundred times"
 
(One Of Those) Crazy Girls difere um pouco das restantes músicas de Paramore. Seria capaz de apostar que é a única em todo o álbum que não se baseia diretamente em experiências pessoais. Narra uma história contada sobre o ponto de vista de uma rapariga que, perante uma rejeição amorosa, se torna uma stalker. Lembra-me uma faixa de Alanis Morissette, do álbum Jagged Little Pill. Tem uma emoção diferente, mas a história é similar. Também me recorda um episódio recente de How I Met Your Mother, intitulado P.S. I Love You.



Be Alone


"And what if I don't ever want to leave my house?
Stay on the couch while all my friends are going out"

Esta é outra faixa cuja sonoridade não me diz muito - é a típica fórmula dos Paramore - mas cuja letra me diz imenso. Hayley já havia dito que, nos últimos anos, se tornara algo caseira, solitária. Ou seja, ficou parecida comigo, que nunca fui uma miúda "fixe", "popular", que sempre fui reservada e pouco sociável. Já fui pior socialmente, admito-o, mas a verdade é que a solidão é subvalorizada. A escrita, por exemplo, é uma atividade individual. E, ao contrário do que a minha mãe me tentava convencer quando era pequena, ninguém gosta de pessoas tagarelas, demasiado extrovertidas.

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