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Álbum de Testamentos

Mulher de muitas paixões e adoro escrever (extensamente) sobre elas.

Bones / Ossos

 

Esta é uma série que se foca em Temperance Brennan, uma antropóloga forense que estuda os ossos dos cadáveres para os identificar, descobrir o que os matou, quem os matou, onde é que a pessoa viveu, como viveu, entre outras coisas. Como podem ver, à primeira vista, na sua raiz, não parece diferir muito do CSI e outras séries policiais similares. Aquilo que distingue Bones de tais séries não é apenas o humor negro, muito invocado quando se fala desta série. É também o núcleo duro das personagens, cada uma com as suas particularidades, algumas quase caricaturadas, a dinâmica entre elas. São elas que fazem com que anseie pelo episódio seguinte, que eliminam o sentimento de repetição que tantas vezes vigora em outras séries policiais.
 
Outro grande fio condutor de Ossos é a dinâmica de Brennan e Booth, durante muitas temporadas o casal-que-não-chega-a-sê-lo, conceito que já vi repetido em séries como O Mentalista, Castle e Lie to Me. Nas três primeiras temporadas, esta dinâmica foi muito bem trabalhada, na minha opinião. Nas três temporadas seguintes enrolaram-na demasiado: se anteriormente a tensão romântica/sexual  era subtil, discutível, a partir de uma certa altura, tornou-se tudo muito óbvio, perdeu uma grande parte da graça. No entanto, acabaram por encontrar uma boa maneira de selar a coisa - a gravidez da atriz que faz de Brennan foi muito bem aproveitada na transição da sexta para a sétima época. Teria sido redundante mostrarem todos os passos desde dormirem juntos até assumirem a relação. 
 
A série conseguiu manter o nível nesta última temporada, apesar de ter sido mais curta do que o habitual - provavelmente, mais uma vez, devido ao nascimento da filha de Emily Deschanel. O final foi um dos melhores de todas as temporadas de Bones - atrevo-me mesmo a dizer que foi um dos melhores episódios de sempre, apresentando-nos aquilo que muitos julgariam impensável. um homicídio em que todas as provas apontam para Brennan, de tal forma que eu própria começo da duvidar da inocência da personagem principal. Faz-nos, deste modo, ansiar pelo retorno da série.
 
Em suma, Ossos é das poucas séries - se não for a única - das que já sigo há vários anos cuja qualidade não decaiu com o tempo. Acho que ainda pode durar mais um par de anos - dificilmente mais do que isso - antes de começar a desgastar. Quando terminar, deixará imensas saudades.

Tru Calling - O Apelo

Depois de um interregno devido a uma - se calhar, não propriamente merecida mas, sem dúvida, muito necessitada - semana de férias, estou de volta. Queria ver se, antes de setembro e do início das novas temporadas de séries televisivas, falava aqui no blogue de séries que tenho acompanhado ou que acompanhei ao longo dos últimos anos. Para já, começo com aquela que considero, sem sombra de dúvida, uma das minhas preferidas de todos os tempos.
 
 
Para aqueles que não a conhecem, a história centra-se em Tru, uma jovem de 22 anos que trabalha numa morgue e possui a capacidade de voltar atrás no tempo para alterar o passado, impedindo, deste modo, que pessoas morram. O momento mais icónico da série acaba por ser a altura em que os cadáveres despertam subitamente e sussurram "Help me!" ou uma variante.
 
Inicialmente, a dinâmica assemelha-se a uma série policial, em vários aspetos. Dá para reparar que alguns episódios da primeira temporada têm uma estrutura semelhante. A certa altura, contudo, começam a ser introduzidos novos elementos na história: a mãe de Tru, que possuía o mesmo dom que agora tem a filha, o seu assassínio mal esclarecido, o papel do pai de Tru nessa morte, o aparecimento de Jack, que se revela o oposto daquilo que Tru representa - o papel dele é certificar-se de que as pessoas morrem à mesma, apesar de o tempo voltar para trás - e a consequente discussão Destino versus Poder de Escolha. Esta série fez-me compreender verdadeiramente pela primeira vez o conceito do heroísmo como uma bênção e uma maldição em simultâneo, as consequências para a vida pessoal, para os entes queridos. Sei agora que isto tudo está muito batido, mas eu tinha dezasseis anos quando vi esta série pela primeira vez, nunca tinha refletido sobre estes conceitos. Cheguei mesmo a transferi-los para as histórias que escrevia na altura e que serviram de base a "O Sobrevivente". Nesse aspeto em particular, ajudou-me a construir Bia, a minha personagem feminina principal.
 
Cancelarem esta série apenas seis episódios depois do início da segunda temporada, precisamente numa altura em que o enredo se adensava, que a história prometia um novo ânimo, foi crime. Tal convicção reforçou-se agora, seis anos depois, quando estive a pesquisar sobre as razões do cancelamento e encontrei uns artigos sobre a direção que a história tomaria. E nos tempos que correm, passados todos estes anos, é tão difícil encontrar uma boa série... Por outro lado, por ter sido encerrada tão precocemente, ao menos assim não fui obrigada a assistir a uma potencial degradação da qualidade da série, ao contrário do que tem acontecido com outras que tenho seguido há alguns anos. Assim, Tru Calling provavelmente manter-se-à para sempre a série perfeita.
 
Mesmo assim, continuo com esperança de que, um dia, alguém volte a pegar na série, faça um remake ou algo do género. Vou fazendo figas... 

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