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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Avril Lavigne - Goodbye Lullaby (2011) #7

14) Alice
 

"I found myself in Wonderland..."


Esta foi a primeira música do Goodbye Lullaby que se conheceu na totalidade. Foi composta como banda sonora para o filme de Tim Burton, Alice no País das Maravilhas, em 2010, e lançada nessa altura. Primeiro saiu uma versão reduzida e só depois a completa, disponibilizada um ano mais tarde, no quarto álbum.

Alice é uma faixa absolutamente diferente do resto da discografia de Avril, mesmo depois de conhecermos o resto do GL e algumas músicas do quinto álbum, embora a letra me recorde um pouco Falling Down. É uma canção obscura, dramática, mas ao mesmo tempo épica, que se adequa perfeitamente ao filme para o qual foi composta. As batidas frenéticas assemelham-se a batimentos cardíacos, aqueles que se têm quando, de repente, damos por nós, num local estranho, assustador mas, ao mesmo tempo, belo. Salvo as referências ao filme, a letra fala precisamente disso e de encontrar força interior para enfrentar as adversidades. Nesse aspecto, assemelha-se imenso a Alive, de Leona Lewis.



Em termos de música propriamente dita, Alice não se enquadra muito em Goodbye Lullaby, mas em termos de mensagem, sim. Ela, aliás, faz como que um resumo da mensagem generalizada do CD, é como que uma lição tirada a partir de GL, ainda que de uma forma diferente de Goodbye.

A música foi lançada como single ao mesmo tempo que o filme se estreou nas salas de cinema. Teve ainda direito a videoclipe (que, por sinal, é um dos meus preferidos da Avril). Só que não é propriamente o tipo de música de que a maior parte das pessoas goste. Para além dos vocais agudos, inadequados a alguém que não goste da voz da Avril, a música é intricada, complexa, não é daqueles êxitos pop instantâneos, mastigados e fúteis. 



Durante The Black Star Tour, a digressão de divulgação do Goodbye Lullaby, Alice foi apresentada com uma introdução instrumental. Um fã conseguiu arranjá-la e montá-la juntamente com o áudio de uma apresentação ao vivo para um programa de televisão (não me lembro de qual). Gosto imenso do resultado, apresentado no vídeo acima, acho que até ficou melhor que a versão em estúdio. A introdução instrumental reforça o carácter épico, cinematográfico, da música. Por outro lado, após a introdução, o arranjo musical da faixa em si salienta o seu tom misterioso e gótico. Além disso, os vocais da Avril surgem menos estridentes, mais suavizados, mais toleráveis para quem não seja grande fã da voz aguda da cantora. Por fim, aquela espécie de coro, certamente acrescentado pelo tal fã, ficou igualmente bem conseguido.

Em todo o caso, Alice tornou-se especial por, em inícios de 2010, ter sido a primeira canção inédita vinda da Avril em quase três anos. E, no meu caso, chegou numa altura crucial, em que estava em exames e estes não me estavam a correr nada bem. Lembro-me que, na altura, todo o aparato em redor do lançamento de Alice e a promessa de um novo CD para breve eram as únicas coisas que me faziam levantar da cama. Lembro-me de ver a notícia de que a Avril havia composto uma música para o filme, da entrevista para a rádio em que ela falou de Alice pela primeira vez e disse mesmo os primeiros versos, de pôr a música a tocar no meu telemóvel na noite em que saiu, de montar o vídeo para o YouTube, de ver a Avril em directo no tapete verde da antestreia do filme… Apenas mais um exemplo de como a sua música já era o motivo pelo qual eu sorria ainda antes de Smile ter sido, sequer, composta. 

Conclusões:


É isto o quarto álbum de estúdio de Avril Lavigne, Goodbye Lullaby, ao pormenor. A Avril afirmou, na altura, que este álbum marca o fim de um capítulo na sua vida e o início de outro. Nesse aspeto, Goodbye Lullaby assemelha-se a Let Go. Este último foi assim batizado porque a Avril teve de abdicar (let go) de muitas coisas – a terra onde cresceu, a proximidade da sua família e dos seus amigos, os estudos (não que ache que ela tenha tido grande pena em relação a esta última parte…) – e abraçar um estilo de vida completamente diferente e nem sempre fácil. Goodbye Lullaby fala também sobre abdicar de algo fácil, seguro, reconfortante e partir para outra.

Outra semelhança entre os dois álbums é o facto de ambos terem ido contra a corrente musical da altura em que foram lançados. Isso foi bem aproveitado em termos de marketing com o Let Go mas não o foi em Goodbye Lullaby. Mas prefiro não entrar por aí.

De resto, são estes os meus álbuns preferidos da Avril, o Let Go em primeiro e o Goodbye Lullaby em segundo. Na minha opinião, tanto Under My Skin como The Best Damn Thing ficaram algo exagerados: o primeiro exagerou no dramatismo, em certas músicas, com um excesso injustificado de músicas de fim de relacionamento. Do mesmo modo, o segundo exagerou na futilidade: músicas superficiais podem ser boas para festas e tal mas, sem um mínimo de profundidadade, não há ligação emocional e uma pessoa acaba por se fartar. Tanto Let Go como Goodbye Lullaby são mais equilibrados, nesse aspeto.

 
No seu quarto CD, a Avril explora o seu lado mais doce, romântico e vulnerável. Na sua quase totalidade está muito bem produzido, favorecendo a qualidade musical, as guitarras acústicas, os pianos, os violinos. A sua voz, quase ser artífices, mostra todo o seu potencial. Se este lado romântico é melhor que o seu lado mais amalucado, roqueiro, fútil de The Best Damn Thing ou que o seu lado mais obscuro, pesado, dramático de Under My Skin, não sei dizer. É apenas mais uma faceta da Avril e a diversidade da sua música sem deixar de haver cunho pessoal em cada faixa é, na minha opinião, um dos seus pontos fortes, senão o seu ponto mais forte.

Talvez por causa do tema vagamente campestre/florestal da capa e de outras fotografias do álbum, gosto de ouvir Goodbye Lullaby quando faço caminhadas em reservas naturais ou quando vou para a minha casa de férias e ando de bicicleta no meio do campo. Lembro-me até de, no fim de semana a seguir ao lançamento do CD, ter feito precisamente isso: andado de bicicleta a corta-mato, vendo as primeiras flores da Primavera enquanto cantava em altos berros. Quando regressava a casa, o meu irmão conseguia ouvir-me a uns cinquenta metros de distância. A minha mãe falou desses dias durante muito tempo, em que eu passava a vida a cantar, julgando que eu andava feliz por os exames me terem corrido bem. Nunca a corrigi… Mas já tinha dito aqui, de resto, que a edição de Goodbye Lullaby coincidiu (e, porque não, contribuiu) para uma das alturas mais felizes da minha vida, que incluiu o "sim" à publicação de "O Sobrevivente", o meu primeiro livro.

 
E agora estamos em vésperas (ou talvez menos) de ouvir o álbum seguinte, homónimo, o capítulo que se segue ao que foi encerrado em Goodbye Lullaby. No que tocava a este último ábum, bem como ao The Best Damn Thing, esta altura, as semanas que antecediam a edição, eram muito excitantes, com a antecipação do álbum, as pistas sobre as músicas que iam surgindo a pouco e pouco, as fotografias oficiais de divulgação do disco, as entrevistas. E agora... não estou a sentir o mesm. Já o disse aqui, existem muitos pormenores relacionados com aeste álbum com que não estou satisfeita. Não tem só a ver com os constantes adiamentos: o GL também demorou a ser editado mas quando se acertou a data definitiva, tudo correu bem - pelo menos em termos de entrevisas, renovação do site oficial, etc - pelo menos até à edição. Além disso, as fotografias oficiais, o estilo visual de Goodbye Lullaby é o mais bonito de toda a discografia da Avril e definitivamente melhor que o do quinto disco. Mesmo as músicas do quarto álbum, de uma maneira geral, na minha opinião, estão melhores, cada uma delas é uma obra de arte, estão melhor produzidas e foram mais inovadoras do que as que, até agora, conhecemos do álbum homónimo de Avril Lavigne. E nenhuma delas, até agora, me arrebatou como arrebataram as do GL quando saíram.
 
Eu admito que o problema pode ser meu. Talvez as circunstâncias estejam a influenciar as minhas reações: afinal de contas, estive mais de dois anos à espera da edição de Goodbye Lullaby. Talvez eu, com este blogue, com o hábito de esmiuçar todas as músicas, em particular dos meus cantores preferidos esteja mais exigente do que era há dois ou três anos.
 
Nesse aspeto, o álbum Paramore não ajuda já que subiu imenso a fasquia para tudo o que é musica nova.
 
 
Ando a fazer um grande esforço para não criticar o álbum ainda antes de o ter ouvido, sequer. De resto, não é a primeira vez que tenho dúvidas deste género antes do lançamento de um álbum da cantautora canadiana. Talvez não seja mau de todo as expectativas não estarem muito elevadas. Por outro lado... é a Avril! É um álbum da Avril! É um conjunto de músicas inéditas da Avril! Eu vou sempre gostar daquilo que a Avril fizer, ainda que em graus diferentes. E, que diabo, em treze músicas, hão de haver pelo menos duas ou três pelas quais me apaixone. De resto serão sempre uma mão-cheia de músicas novas, da minha cantora preferida ainda por cima, para esmiuçar, para comparar com outras, dela e não só, para criticar, para eventualmente montar vídeos e escrever sobre tudo isso no blogue. 
 
Estamos, agora, a poucos dias, talvez ainda menos, de ouvirmos essas músicas. Poderemos ouvi-las no iTunes no dia 29. No entanto, só publicarei a minha crítica depois de 5 de novembro, dia do lançamento oficial, tal como fiz com o álbum Paramore. Pensar que já estivemos bem mais longe de ouvir este álbum... mas agora está quase, quase! E eu mal posso esperar!
 
Se quiserem reler esta crítica, aqui têm:
 
PRIMEIRA PARTE
SEGUNDA PARTE
TERCEIRA PARTE
QUARTA PARTE
QUINTA PARTE
SEXTA PARTE

Avril Lavigne - Goodbye Lullaby (2011) #6

Sexta parte da crítica retrospetiva de Goodbye Lullaby:

12) Remember When
 
 

"It never crossed my mind
That there would be a time
For us to say goodbye" 

Esta é outra música provavelmente sobre o divórcio, composta a solo pela Avril. Em termos de produção e sentimento, assemelha-se imenso a I Will Be. Mais uma vez, a produção (ironicamente, pelo próprio Deryck Whibley, de quem se divorciou) merece cinco estrelas. A minha parte favorita da música é o final do segundo refrão, em que esta “explode”, realçando a angústia presente do princípio ao fim.

A canção debruça-se sobre nostalgia, sobre a dor de um relacionamento terminado, que relembra aquilo que foi, os momentos felizes, em que se julgava que duraria para sempre, mas que se acabaram por perder. Mas, no meio de isso tudo, a Avril está firme na sua decisão de acabar tudo.

É capaz de ser a melhor letra de todo o Goodbye Lullaby e a voz da Avril exprime de forma, mais uma vez, primorosa, toda a emoção da música. Dá mesmo para sentir a dor dela – eu, pelo menos, afligi-me quando a ouvi pela primeira vez, sobretudo com os versos “Now I’m alone again, where do I begin?”. Em suma, é mais uma obra de arte que se junta à extensa galeria da sua discografia.

 

13) Goodbye


"I have to go"

Esta faixa foi composta e produzida a solo pela Avril. Aquando da edição de Goodbye Lullaby, esta considerava Goodbye a melhor música que alguma vez compôs. Não sei dizer se é a melhor, mas, pelo menos até agora, nenhuma outra é tão emotiva, pelo menos não de uma fora tão crua, tão cristalina, como esta.

A produção é muito simples, baseando-se quase exclusivamente em piano, guitarra acústica, violinos (mais presentes do que o habitual), mas é a suficiente. A letra é muito simples, mas é cantada de uma forma muito crua, muito sentida, e tem a vantagem de ser aplicável a diversas situações. A Avril compô-la sobre o seu divórcio, talvez para se convencer a si própria que era altura de parar, que tinha de deixar o seu casamento para trás. Nesse aspecto, faz sentido vir a seguir a Remember When. Em RW, toma a decisão de se ir embora. Em Goodbye, despede-se. Mas a canção também podia ser sobre uma mãe que abandona o filho, sobre alguém que está a morrer, ou simplesmente alguém que tem de deixar o seu amado por motivos de força maior – como que em jeito de prelúdio para When You’re Gone e Wish You Were Here. Em todo o caso, a música pega naquele tipo de dor mesmo profunda, íntima, crua, que se torna desconfortável quando vista de fora. Não é, por isso, de admirar que a Avril não se ache capaz de cantá-la ao vivo.

Goodbye assemelha-se em muitos aspectos a Run, dos Snow Patrol, (embora eu prefira a versão da Leona Lewis). Outra canção parecida, menos conhecida, é Our Farewell, dos Within Temptation, que também tem características de canção de embalar.

Já que estou a fazer comparações com outras músicas, tenho de referir a faixa Exit Song, dos Sum 41. Este também é o tema final do mais recente álbum deles, Sreaming Bloody Murder e, embora em termos estritamente musicais, não tenha muito a ver com Goodbye, a mensagem assemelha-se bastante. Julgo que o Deryck a compôs com intenções parecidas com as com que a Avril compôs Goodbye, embora com uma emoção ligeiramente diferente - uma aceitação resignada.




Ora, um ano após a edição de Goodbye Lullaby, em jeito de encerramento do ciclo desse álbum, a Avril lançou um vídeo para Goodbye (a partir de 1m45s). Não é exatamente um videoclipe, é mais uma curta-metragem: o vídeo não trabalha para a música, a música trabalha para o vídeo. Neste, a Avril interpreta uma personagem feminina que espera o seu amado num quarto de hotel. Vêmo-la preparando-se para recebê-lo, vestindo lingerie, ensaiando poses sensuais. Acabamos por perceber que não é completamente genuíno, que provavelmente é apenas para agradar ao amante que nunca chega a aparecer.

Este vídeo oferece múltiplas interpretações possíveis, tanto para a curta-metragem como para a própria música. Uma delas é a hipótese de o vídeo ser uma metáfora do seu casamento falhado com Deryck Whibley: de como ela tentava desesperadamente manter uma farsa ou algo que já não existia, uma ilusão, ao ponto de mentir a si mesma. Até ao momento em que a verdade a atinge.

Por outro lado, a mim também me faz lembrar, um pouco, a vida e morte de Marilyn Monroe. Deixo desde já bem claro que sei muito pouco sobre a falecida atriz, tudo o que sei aprendi com o Wikipédia, uma mão-cheia de artigos de revistas e jornais, estes sobretudo a propósito do aniversário da sua morte, no verão do ano passado, e pouco mais. Aquilo de que falarei aqui é pura especulação. Mas lembro-me de ler sobre a sua vida, sobre o seu estatuto de símbolo sexual, com a sua sensualidade ingénua - suponho que não muito diferente da da personagem de Goodbye. Imagino que a fama tivesse dado a Marilyn a ilusão de que era amada. Não me surpreenderia que ela se tivesse suicidado quando essa ilusão se desfez - quando percebeu que estava sozinha, que sempre estivera sozinha. A diferença é que a personagem que Avril interpreta teve a coragem de se levantar, de atirar com todas as máscaras, de sair do metafórico quarto de hotel e recomeçar a sua vida.

É claro que não estou a dizer que foi por isso que Marilyn se suicidou. Tal como afirmei acima, estou apenas a especular, quase a ficcionar. Mas podia ter sido. Se não com ela, talvez com outras celebridades femininas, ou não, mortas ou não, tanto do passado como - e isto é o mais triste - dos dias que correm.

É curiosa a forma como uma música com uma letra aparentemente tão vaga se torna tão rica, por tantos motivos. No contexto do disco  a que dá o nome, Goodbye não se limita a ser a última faixa (ou penúltima) de Goodbye Lullaby: funciona mesmo como epílogo do álbum, uma conclusão de tudo  por que se passou e se refletiu em cada uma das músicas do disco. Assinalo, por fim, o último refrão em que se ouve “Goodbye… Lullaby” no fundo – acho que ficou interessante, já que acabou por ser esse o nome do álbum – e a parte final, com os violinos, que encerram, não só a música, mas também o CD de certa forma, de uma forma misteriosa e linda.

Depois desta, só falta uma parte, em que falarei da faixa que falta e tecerei algumas considerações finais. Estamos, agora, a dezasseis dias da edição do quinto álbum, homónimo mas que, ao que parece, estará disponível em stream no iTunes uma semana antes. Como tal, vou tentar publicar a última parte ainda antes do próximo fim-de-semana. Entretanto, se quiserem ler as outras partes...

PRIMEIRA PARTE
SEGUNDA PARTE
TERCEIRA PARTE
QUARTA PARTE
QUINTA PARTE

Avril Lavigne - Goodbye Lullaby (2011) #5

Quinta parte da crítica retrospetiva de Goodbye Lullaby, agora que estamos a vinte e quatro do lançamento oficial de Avril Lavigne. Esta parte inclui a música de que gosto menos neste CD e a de que gosto mais.
 
9) Not Enough

 
 

"You were stealing me away"

Esta é a última música da setlist do álbum que a Avril compôs colaborando com outra pessoa. Not Enough foi quase de certeza composta acerca do divórcio de Deryck Whibley e, em termos de significado, assemelha-se muito a Together (se bem que com menos dramatismo), com um toque à My Happy Ending; no fundo, diz: Isto não está a resultar. O solo de guitarra acústica com que começa, as batalhas frenéticas e os vocais exprimem bem esse conflito interior, a angústia de quem vê a sua relação falhar, sem poder fazer nada para impedi-lo, e se vê obrigada a desistir.

Esta é a canção de que gosto menos neste álbum. Não por achar que ela é pior do que as outras, porque não o é. À semelhança de quase todas as músicas do Goodbye Lullaby, possui qualidade musical, é uma obra de arte à sua maneira. Só que, a mim, não me diz muito, não me cativou como outras me cativaram. Em todo o caso, alguém que tenha passado por um término de um relacionamento semelhante pode perfeitamente identificar-se com esta música.

 10) 4 Real
 

"And now I'm stuck in the moment
And my heart is open
Tell me that you feel the same, oh..."

Esta é a minha música preferida de todo o álbum. Foi composta e produzida a solo pela Avril; talvez tenha sido a primeira canção que ela produziu em toda a sua carreira.

A parte instrumental é muito simples, constituída quase só pela guitarra acústica e a bateria discreta. Na verdade, é a voz da Avril é o instrumento principal, carrega toda a música. A letra é simples, fala sobre o nascimento do amor, é cantada com fluidez, com sentimento etéreo que se torna mais evidente na terceira estância. Esta é, na verdade, a melhor parte da música. Assemelha-se à terceira estância de Hot, só que aperfeiçoada. É capaz de ser um dos melhores segmentos músicais de toda a carreira da Avril. No fim, temos uma balada de amor, doce e romântica, com sentimento semelhante a Naked, outra que sempre foi uma das minhas preferidas.


 11) Darlin


"You're not the only one who's been through it"
 
Esta era a música em relação à qual me sentia mais curiosa, antes do lançamento do Goodbye Lullaby. Foi das primeiras que foram anunciadas, a Avril chegou mesmo a mencioná-la, de passagem, numa entrevista em 2008. É capaz de ser a faixa sobre a qual ela falou mais de todo o CD. Esta foi a segunda canção que a Avril compôs em toda a sua vida (a primeira foi Can’t Stop Thinking Of You), quando tinha catorze ou quinze anos. Ela tentou gravá-la para o Let Go, mas não a deixaram.
 
Darlin é uma faixa maioritariamente acústica, à qual vão sendo discretamente acrescentados violinos, piano e bateria, em que a voz da Avril sobressai. Mais uma vez, cinco estrelas para a produção feita pelo Deryck. Tenho pena de não termos tido acesso à versão instrumental em boa qualidade, sobretudo depois deste excerto prometedor:


A letra é um pouco inocente, notando-se que foi uma menina de quinze anos a compô-la, sobre ser-se forte para ultrapassar as dificuldades, mais uma vez, em consonância com a mensagem geral do álbum. Também deixa uma mensagem de empatia, de já-passei-por-isso-e-sei-que-é-difícil. A Avril pode tê-la composto sobre a irmã, sobre um amigo, sobre um colega, talvez sobre as habituais complicações da adolescência – nesse aspecto, faz lembrar um pouco as músicas de Let Go e Under My Skin que ajudaram muitos de nós, os fãs mais velhos, a ultrapassar essa fase. E agora, como disse uma vez no Twitter aquando do aniversário de Under My Skin, há-de ajudar os fãs mais novos, que estão a passar por isso neste momento. Em todo o caso, fica a pergunta: quem é que foi ou foram as alminhas iluminadas que não a deixaram gravar esta música antes?
 
A canção não tinha grande potencial comercial para servir de single, embora um videoclipe baseado nas recordações que esta música despoleta na Avril (ela tocando a música na sala de estar da casa onde cresceu para a sua mãe) fosse interessante. No entanto, uma das coisas que mais me intriga é o facto de esta música nunca ter sido tocada ao vivo, até ao momento. Que ela não toque 4 Real ou Remember When, músicas sobre as quais ela quase nunca falou, não me surpreende. Agora, não tocar uma música sobre a qual disse tanto, que esteve tantos anos na gaveta antes de ser editada, que tem tantas histórias a ela associadas (as primeiras incursões da Avril pela composição, o dia em que conheceu o Deryck e lhe tocou esta música e ele, não sei quantos anos depois, produzindo-a…) é que me causa imensa confusão.


Leiam as outras partes desta crítica:
PRIMEIRA
SEGUNDA
TERCEIRA
QUARTA

Avril Lavigne - Goodbye Lullaby (2011) #3

Terceira parte da crítica a Goodbye Lullaby. Podem ler a anterior AQUI.

5) Smile

 

 

 

 
"It's been a while since everyday and everything has felt this right"

Esta é que acabou por ser o segundo single de Goodbye Lullaby. Com uns acordes de guitarra eléctrica e batida incrivelmente contagiantes e dançantes, esta música, à semelhança de What The Hell, traz a Avril roqueira, doida, selvagem – a diferença é que o namorado, em vez de se queixar, gosta disso e fá-la feliz de novo. Conceito que seria, de novo, abordado em Rock N Roll.
 
Esta música é claramente autobiográfica e, quase de certeza, dedicada ao namorado da altura, Brody Jenner. Os versos “I woke up with a new tattoo, your name was on me and my name is on you” são bastante explícitos, visto que ambos têm os nomes tatuados um no outro. O facto de ser pessoal, honesta, torna esta canção melhor do que outras, como, por exemplo, Gilfriend, que, apesar de também serem mais para o pop, são muito mais vazias de significado. É precisamente esse o ponto forte desta faixa: combina primorosamente o lado mais brincalhão e roqueiro da Avril com o seu lado mais romântico e sentimental, que é explorado no resto do Goodbye Lullaby. E o videoclipe joga bem com isso. Por um lado, temos a Avril com a guitarra eléctrica, num cenário que faz lembrar He Wasn’t. Por outro lado, temo-la a preto e branco, recolhendo pedaços de vidro que simbolizam dor, desespero e devolvendo a alegria, a esperança – cenas que também fariam sentido num eventual videoclipe de Darlin ou Everybody Hurts.
 
Devo dizer que gosto bastante destas cenas porque, no fundo, é o que a Avril me tem feito diversas vezes: quando andava deprimida, quando estava a ter um mau dia, a música dela, novidades dela (músicas novas, álbuns a caminho…) animaram-me, deram-me um motivo para aguentar. E sei que o mesmo tem acontecido com a larga maioria dos fãs da Avril. Aliás, a própria música Smile podia ter vindo de nós para ela. No meu caso, pelo menos, o lançamento de Goodbye Lullaby, coincidiu com uma fase particularmente feliz na minha vida - a altura em que "O Sobrevivente" foi aceite para publicação, algo que surpreendeu toda a minha família pela positiva. O lançamento de Goodbye Lullaby contribuiu ainda mais para essa alegria e o tema de Smile até se encaixava, pela maneira como a revelação da minha paixão pela escrita foi tão bem aceite. Smile acaba por ser a música do ano de 2011, que foi um dos mais felizes da minha vida. 
 
Muitos dizem que Smile é que devia ter sido o primeiro single e eu concordo com eles. Não só porque faria melhor ponte entre o The Best Damn Thing e o Goodbye Lullaby, mas porque toda a campanha - em que eu e muitos fãs participámos - foi o primeiro trending topic do Twitter para o qual contribuí - acerca do lançamento de What The Hell na Noite de Ano Novo, teria sido muito mais interessante se tivesse sido com Smile. Podíamos dizer: “Avril Lavigne is back and that’s why we smile”. Podíamos ter feito a contagem decrescente assim: “3… 2… 1… Smile, bitches!”. Podíamos verdadeiramente dizer “It’s been a while since everyday and everything has felt this right” porque a Avril estava finalmente de volta. Percebem a ideia?
 
Em todo o caso, fico feliz por Smile se ter tornado single: assim terá mais hipóteses de ser tocada ao vivo, mais pessoas ficaram a conhecê-la, apesar de o desempenho não ter sido grande coisa É o meu single preferido de Goodbye Lullaby.

6) Stop Standing There
 
 
 
"If you asked me to,
I just might be with you"
 
A Avril compôs esta música sozinha, em sua casa, ao piano. É a única cujos bastidores foram filmados e exibidos no DVD extra do Goodbye Lullaby. O tema lembra muito as b-sides de Let Go Why e All You Will Never Know, fala sobre o tipo que parece não saber o que sente ou, se o sabe, não o dá a entender enquanto a rapariga sabe que gosta dele, que quer estar com ele. A bola está do lado dele mas não há maneira de ele a chutar.
 
A produção que o Butch Walker fez, com a guitarra acústica, a batida e as palmas deram à música um toque à anos 50, como disse a Avril, tornando-a agradável ao ouvido, contagiante. Também se ouve o orgãozinho que o Butch toca no Making-Off no segundo refrão e este cria um enfeito engraçado. E a voz da Avril soa invulgarmente doce.
 
 
Há só uma coisa que me faz confusão: nos créditos, diz que a Avril toca piano nesta música - e é isso que acontece nas apresentações ao vivo -  mas, por mais que oiça a versão do CD, não encontro piano nenhum. Talvez a demo da música tivesse, mas a versão final não tem. Estranho…


Numa altura em que faltam pouco mais de cinco semanas para o lançamento de Avril Lavigne e esta começa a promovê-lo a sério a minha ansiedade e entusiasmo agudizam-se. Sobretudo depois de a cantora ter revelado que a maioria nas canções do seu álbum homónimo tem bastante história e alguma profundidade, sendo familiar e, ao mesmo tempo, experimental, que os dois primeiros singles acabam por ser os mais pop do CD. Suponho que 17 seja um bom exemplo disso. Eu confesso-me aliviada, pois cheguei a recear que todo o álbum fosse como Here's to Never Growing Up e Rock N Roll, que em pouco ou nada inovam relativamente ao material antigo da Avril. Embora não esteja a ver de que maneira é que canções como Hell oKitty, Sippin' On Sunshine ou Bitchin' Summer podem ser "profundas". Mesmo assim, não convém estar a tirar conclusões antes, sequer, de ouvir as músicas - tenho a certeza que vou ser surpreendida, que vamos todos ser surpreendidos. Faltam 38 dias. Que estes passem a correr!

Avril Lavigne - Goodbye Lullaby (2011) #2

Segunda parte da crítica a Goodbye Lullaby. Podem ler a primeira parte AQUI. Hoje falamos de Push e Wish You Were Here e, depois, faremos uma rápida antevisão a Avril Lavigne, o quinto álbum homónimo - porque suspeito que, em breve, aparecerão previews das músicas e estas especulações deixarão de fazer sentido.

3) Push
 



"You and me, we can both start over..."
Push é uma faixa acústica composta pela Avril e pelo seu melhor amigo (BBF – best boi friend) Evan Taubenfeld - para aqueles que não sabem, o Evan foi o guitarrista principal da banda da cantora durante os primeiros dois anos da sua carreira. Ele acabou por deixar o lugar, para tentar a sua sorte como cantor, mas os dois têm-se mantido amigos muito próximos ao longo destes últimos dez, onze anos, e compuseram músicas juntos para os álbuns Under My Skin, The Best Damn Thing e Goodbye Lullaby.
 
Em termos estritamente musicais, Push lembra Torn, de Natalie Imbruglia, e Kiss Me, dos Sixpence None The Richer. Fala sobre amor, como este nem sempre é tão fácil como as pessoas pensam. Uma coisa que muitos de nós não devem saber é o verdadeiro significado da expressão que dá o nome à música: “when push comes to shove” é uma expressão idiomática que significa “quando as coisas chegam a um ponto em que se tem de tomar uma decisão”. E, no caso de Push, essa decisão tem de vir de ambas as partes – e essa é a mensagem principal. E, no fim, vale a pena, porque é de amor que se trata. A música faz lembrar a música do Evan, “Story Of Me And You”, se bem que esta última faixa seja um bocadinho mais suave enquanto que, em Push, temos um cheirinho da Avril mais durona.
 
Uma das melhores partes da música é quando o Evan canta uns versos. A voz dele soa primorosa ao lado da voz da Avril – isto é mais uma prova da extraordinária química musical que sempre existiu entre eles. A repetir no futuro, por favor!

Infelizmente, parece que não teremos direito a nenhuma parceria musical entre a Avril e o Evan no álbum homónimo da cantora.
 
A Avril sempre disse que esta era uma das suas músicas preferidas do GL e, por sua vontade, seria o segundo single (ou – e isto sou só eu a especular – o primeiro). Acabou por não ser, mas, na minha opinião, tinha potencial para isso. De qualquer forma, Push é mais uma bela música que se junta à lista de composições extraordinárias, fruto de colaborações entre a Avril e o Evan, bem como mais uma que, tal como já referi aqui no Álbum, à semelhança de várias outras músicas da cantora, se torna uma faixa-termo-de-comparação.

4) Wish You Were Here




"You're always there, you're everywhere
But right now I wish you were here"

Esta sempre foi uma das faixas mais populares do Goodbye Lullaby. Não constitui, portanto, surpresa que tenha sido escolhida para terceiro single.

Wish You Were Here mistura a mensagem de When You’re Gone com a melancolia e a vulnerabilidade de I’m With You. A voz da Avril está no ponto certo; ela, em muitas canções, canta o refrão em notas muito agudas e isso nem sempre favorece a sua voz. Aliás, nesta música, ela soa absolutamente mágica, encantatória, fazendo-nos querer voltar a ouvir a música outra e outra vez. A letra fala sobre saudade, de uma maneira simples. Na altura, os fãs especularam sobre quem a teria inspirado: se Deryck, o ex-marido, cujo divórcio parece ser o tema de várias músicas deste álbum, se Brody, o namorado da altura. Não há maneira de se ter a certeza mas a Avril diz que a música tem uma mensagem geral, universal, já que toda a gente, nalguma altura da vida, se apaixona e sofre quando está afastada do seu amor. Isso para mim chega.

A minha parte favorita da música é a terceira, em que a mistura dos versos falados, os vocais por detrás, as notas de piano resultam numa sequência muito bela e emotiva.

Muitos ficaram surpreendidos, alguns até desiludidos, com a simplicidade do videoclipe mas este reflete muito bem a temática do Goodbye Lullaby: sentimentos agridoces, realidade nua e crua, sem produção para disfarçar. Há quem diga que foi por baixo orçamento mas eu tenho a impressão que era mesmo isto que a Avril queria: que nos focássemos no sentimento e na incrível interpretação vocal.


Entretanto, já saiu há algum tempo a tracklist do álbum Avril Lavigne. Chegou a sair outra, em que era Here's to Never Growing Up a abrir o disco, mas já se provou que era falsa, que a oficial é a que é mostrada e cima. Eu fiquei com uma certa pena pois acho que o primeiro single seria uma faixa mais adequada para abrir o CD.

Alguns dos títulos já eram conhecidos. Nomes como Hello Kitty e Bad Girl já tinham aparecido em sites de registos de músicas - mas eu pensava que o primeiro, quanto muito, seria um jingle ou um tema-título para a respetiva série animada que a Avril teria composto e/ou interpretado. Mas parece que é uma música a sério, sobre a marca e a boneca japonesa, de cujos produtos a Avril sempre afirmou ser fã. Segundo a mesma, a música terá influências eletrónicas e incluirá uns versos em japonês. Confesso que estou um bocadinho receosa do que aí vem, que não sei bem o que esperar, mas definitivamente tenho a curiosidade despertada.

Bad Girl conta com a participação de Marilyn Manson nos vocais e, segundo a Avril, será uma faixa pesada e sedutora. Let Me Go será também um dueto, desta feita entre Avril e Chad Kroeger, vocalista dos Nickelback e, agora, marido dela. Ele participou na composição da larga maioria - se não tiver sido em todas - das faixas de Avril Lavigne, o que confere um interesse extra a este álbum visto que eles se apaixonaram em estúdio, aquando da composição destas músicas. Let Me Go, segundo o que eles disseram, é uma música sobre o fim de um relacionamento - a mim, faz-me pensar em Goodbye - mas em que, no fim, se reconciliam. Estou à espera de uma balada rock, no estilo habitual dos Nickelback mas que nem por isso deixa de ser compatível com o material da Avril. Pensa-se, com bastante certeza, que este será o terceiro single deste álbum. Em todo o caso, estou curiosa tanto em relação a Let Me Go como em relação a Bad Girl pois, sem contar com a participação de Evan em Push, serão os primeiros duetos originais da Avril.


Os restantes títulos, de uma maneira geral, têm o mérito de serem fora do vulgar, despertarem curiosidade, apesar de recear que as músicas se revelem demasiado futéis, como por exemplo Bitchin' Summer. Sippin' On Sunshine faz-me lembrar Walking On Sunshine e Runnin' On Sunshine... e não gosto de nenhuma destas músicas. Por outro lado, muita gente tem associado Hush Hush ao tema das Pussycat Dolls - a mim, no entanto, cheira-me que será uma música diferente, uma canção de amor, mais porque, até ao momento, as últimas faixas dos álbuns da Avril têm sido todas baladas. Give You What You Like já foi também mencionada pela Avril, que tê-la-á, inclusivamente, referido-a como uma das suas melhores músicas. Muitos têm pensado nela como uma balada mas, a mim, o título faz-me pensar numa música mais para o sensual, estilo Hot.

O título que, no entanto, me desperta maior interesse, depois de Bad Girl, Hello Kitty e Let Me Go, é You Ain't Seen Nothing Yet. A própria expressão "Ainda não viste nada" (a tradução do título) aguça a curiosidade, independentemente das circunstâncias. Para além disso, contudo, a mim recorda-me duas músicas de Bryan Adams: I thought I'd seen everything e dois versos de Not Romeo Not Juliet "You thought you've seen it all, but you ain't seen nothing yet".

De uma maneira geral, acho que a Avril está a tentar ser menos politicamente correta - isso resultou muito bem em Girlfriend, cuja composição foi quase acidental. Nota-se isso em Here's to Never Growing Up e em Rock N Roll. Eu aprecio a intenção, ainda que os resultados nem sempre tenham esse efeito. Em todo o caso, isto tudo não passa de especulação. Não seria a primeira vez em que os títulos que, antes do lançamento de um CD, me passavam mais despercebidos se revelassem as minhas músicas preferidas. Só nos resta esperar. E enquanto aguardamos as histórias das músicas de Avril Lavigne, continuaremos a recordar as histórias de Goodbye Lullaby, bem como a analisar as histórias de outras músicas a serem lançadas em breve, ou já lançadas (mais informações em entradas futuras).

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