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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Top 10 videoclipes de Avril Lavigne

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Os videoclipes são uma faceta muito importante da música, sobretudo nos últimos anos, com o advento do YouTube e das redes sociais. Muitos de nós, contudo, cresceram vendo videoclipes na televisão, eu incluída. Quando era mais pequena, via-os no Top +, ao sábado à tarde. Em adolescente, descobri vários canais de música. E mesmo com a Internet e as redes sociais, ainda hoje gosto de fazer zapping pela Vh1 e os canais franceses MCM. Foi assim que conheci várias músicas que hoje oiço regularmente.

 

Como se poderá deduzir a partir do meu blogue, tenho vários artistas e bandas entre os meus preferidos. No entanto, não conheço nenhum dos videoclipes da maneira que conheço os de Avril Lavigne. Por vários motivos, um dos quais por, durante alguns anos, ter ganho o hábito de fazer montagens com esses vídeos. Váriias delas já apresentei aqui no blogue. Assim, na eminência de um novo vídeo e com a proximidade do fim de mais um ciclo de álbum, quis apresentar uma lista com os meus dez videoclipes preferidos da cantautora canadiana.

 

Antes de apresentar essa lista, quero fazer algumas menções honrosas, vídeos que não entraram no top 10, mas que estão num patamar acima dos outros: o vídeo para Goodbye e o de Mobile, de que já falei anteriormente; o vídeo para What the Hell, que vale pela comédia. Existe um, contudo, de que queria falar com mais detalhe.

 

Menção Honrosa: Girlfriend Remix

 

 

Não sou grande fã do remix de Girlfriend com a participação de Lil' Mama (na altura em que este foi lançado, as palavras Avril e remix não pareciam compatíveis) mas - isto pode ser surpreendente - gosto muito deste videoclipe. O conceito é simples: o vídeo combina cenários hip-hop com cenários mais pop rock, refletindo bem o carácter híbrido do remix. Acaba por ser uma espécie de Sk8er Boi quase só com meninas. Girlfriend Remix acerta onde Hello Kitty falha, pois as dançarinas não são um conjunto de mulheres iguais, sem expressão, e sim um grupo de amigas divertindo-se - mesmo que Avril e Lil' Mama se destaquem claramente. E isto chega para criar um vídeo que, sem ser nada de extraordinário, é engraçado.

 

Passemos à lista propriamente dita. Já falei de alguns dos vídeos em entradas anteriores. Nesses casos, deixo o link para o respetivo texto.

 

10º) Let Me Go

 

 

AQUI

 

9º) When You're Gone

 

 

 

When You're Gone foi a primeira canção de amor propriamente dita (a menos que consideremos I'm With You uma canção de amor) a ser lançada como single. Este vídeo surpreendeu na altura em qua foi lançado, sobretudo pelo contraste gritante com o vídeo de Girlfriend. Falando a canção de saudade, o vídeo conta três histórias diferentes de casais separados contra vontade. Eu chorei que nem uma Madalena quando o vi pela primeira vez, sobretudo com a história do velhote viúvo.

 

De uma maneira geral, a Avril acerta sempre que faz vídeos para baladas. O próximo vídeo na lista é outro bom exemplo...

 

8º) Nobody's Home

 

 

 

AQUI

 

 

7º) Smile

 

 

 

Conforme já tinha explicado anteriormente, Smile é uma das minhas músicas preferidas de Goodbye Lullaby. Um dos motivos é por Smile combinar uma sonoridade alegre e contagiante com letra que, não sendo particularmente profunda, é indentificável - algo que não acontece em muitos dos temas mais pop de Avril.

 

O videoclipe para este single joga bem com essa dualidade. De um lado, temos cenas mais roqueiras, num estúdio decorado pela própria Avril, com o verde-lima como cor dominante. De outro lado, temos cenas mais sentimentais, a preto e branco.

 

Um dos pontos fortes deste vídeo é a sua edição. Smile tem batida e acordes muito fortes e as cenas "roqueiras" exploram-nos bem. O mérito pertence ao realizador Shane Drake, que tornaria a fazer um bom trabalho mais tarde, com Monster dos Paramore (outro que se entre os meus favoritos). 

 

Nas cenas a preto e branco, Avril representa uma espécie de anjo invisível, que elimina as fontes de sofrimento, simbolizadas por cacos de vidro colorido, que formam um coração. Este conceito pode parecer algo simplista, mesmo infantil. No entanto, visto que, ao longo dos anos, a música da Avril tem-me servido de antidepressivo (à semelhança do que acontece com muitos fãs), gosto do simbolismo destas cenas.

 

Em suma, Smile é um vídeo perfeito para a música que divulga. Ou seja, cumpre o seu papel. Não se pode exigir mais do que isso.

 

 

6º) Rock N Roll

 

 

 

AQUI

 

 

5º) Sk8er Boi

 

 

 

Este vídeo é outro grande clássico da carreira de Avril Lavigne, mostrando a Avril de Let Go por quem tantos se apaixonaram. Realizado por Francis Lawrence - que dez anos mais tarde seria realizador de Catching Fire e Mockinjay - mostra Avril e a banda literalmente parando o trânsito com uma atuação no tejadilho de um carro. Gosto dos tons azul-esverdeados das imagens e da forma como as várias personagens do vídeo vão espalhando o logótipo de Let Go por todo o lado, em jeito de passa-a-palavra. 

 

 

4º) Don't Tell Me

 

 

 

Don't Tell Me foi o primeiro single de Under My Skin. É um hino de poder feminino, ensinando às jovens fãs a terem respeito por si mesmas e a não se rebaixarem perante os companheiros. O vídeo adequa-se, ao mostrar o suposto namorado de Avril deixando-a, mas continuando a ser assombrado por ela.

 

Este vídeo encontra-se nesta posição sobretudo por fatores nostálgicos. Foi um dos primeiros videoclipes que conheci da Avril, em 2004. Lembro-me de vê-lo várias vezes na MTV, em casa da minha avó (que morreu na semana passada), na altura em que saiu Under My Skin e eu ainda não tinha TV Cabo. Esta foi a "primeira" Avril que conheci: maria-rapaz, armando-se em rebelde, durona. O tipo de pessoa que eu queria ser quando tinha catorze, quinze anos. Ainda hoje a invejo - tenho ocasiões em que me dava jeito um quarto para destruir... sem que eu tivesse de arrumar.

 

 

3º) Alice

 

 

 

Quando começaram a trabalhar no videoclipe para Alice, tema principal da banda sonora da versão de Tim Burton de Alice no País das Maravilhas, nem Avril nem o realizador, Dave Meyers, quiseram enveredar pelo típico vídeo das bandas sonoras, com os artistas apenas cantando o tema em questão, intercalados com imagens das respetivas películas (como acontecerá com Give You What You Like. Mas sobre isso no fim). Ambos quiseram fazer a sua própria versão de Alice no País das Maravilhas. Avril desenhou o vestido e teve a ideia de aparecer tocando piano e correndo pela floresta. Meyers teve a ideia de filmá-la na toca do coelho. O vídeo também inclui o lanche com o Chapeleiro Louco. 

 

O resultado final ficou bem conseguido, na minha opinião. O vídeo reflete bem o carácter simultaneamente épico e gótico da música e está muito bem editado. As cenas de corrida são um bocadinho cliché nos vídeos da Avril, mas eu gosto, são emotivas, resultam sempre. O próprio tema florestal serviu de indício para o tema da capa e fotografias promocionais de Goodbye Lullaby, que seria editado cerca de um ano mais tarde.

 

 

2º) My Happy Ending

 

 

 

O videoclipe de My Happy Ending, o segundo single de Under My Skin, foi outro dos primeiros que conheci. Está muito bem feito. Temos as cenas na sala de cinema, ou teatro, com o tom avermelhado e o visual da Avril, com a sala de tutu - faz recordar a capa e o estilo do segundo álbum. Mais uma vez, as cenas de corrida são as minhas preferidas. A história do romance que acaba mal é representada de uma maneira simples, mas eficaz. De uma maneira geral, acertaram na edição, na transição de uma cena para a outra. É o videoclipe que mais tenho usado em montagens de vídeos, por ter cenas que se adequam a baladas, quer de amor quer de separação, e cenas mais roqueiras - com destaque para a atuação nos últimos refrões. 

 

 

1º) Complicated

 

 

 

Complicated foi o primeiro videoclipe de sempre da Avril e é o primeiro no meu Top 10. De caras. Foi com este videoclipe que muitos se apaixonaram pela cantautora. Avril aparece, neste vídeo, criando confusão num centro comercial, juntamente com os rapazes da sua banda, e tocando num parque de skate. Quando somos novos, admiramos e invejamos a lata dela. Quando somos mais velhos, achamo-la adorável e reparamos que ela andava claramente a divertir-se à grande filmando este vídeo. Ainda hoje me rio quando ela assunta a senhora no pronto-a-vestir. Na altura, a editora investiu um milhão de dólares neste vídeo - Complicated vale cada cêntimo.

 

 

 

 

Neste momento, nós, os fãs da Avril, estamos à espera do videoclipe para Give You What You Like. A faixa fará parte da banda sonora de Baby Sitters Little Black Book, um filme televisivo, com estreia marcada para dia 21 deste mês. Baseado em acontecimentos reais, conta a história de um grupo de adolescentes que, perante os problemas financeiros dos pais, criam um serviço de amas/explicadoras para crianças. No entanto, por muito boas que fossem as suas intenções iniciais, o serviço de amas acaba por se transformar num serviço de acompanhantes para os pais das crianças. O trailer para o videoclipe saiu durante a última madrugada e, como se pode deduzir, alternará cenas do filme com imagens da Avril cantando a música, acompanhada na guitarra pelo marido, Chad Kroeger. 

 

Eu não estava à espera disto. Quando se falava de um vídeo para GYWYL, eu esperava algo nos moldes de Goodbye: um trabalho só para fãs, sem particular intenção promocional, mesmo uma sequela ao vídeo que encerrou o ciclo de Goodbye Lullaby. Ao que parece, Give You What You Like será mesmo lançado como single, numa altura em que eu havia assumido que os trabalhos relacionados com o quinto álbum haviam terminado há muito.

 

Mas não me queixo, bem pelo contrário. Ao longo das últimas semanas, alguns fãs têm andado a espalhar a ideia falsa de que GYWYL faria parte da banda sonora do filme As 50 Sombras de Grey. Eu até comentara no Twitter que, de uma maneira muito típica, a comunidade de fãs fazia mais pela divulgação de Give You What You Like que a editora discográfica e a própria Avril. Agora, no entanto, não posso censurá-los. Um telefilme num canal pago americano não se compara a um blockbuster como As 50 Sombras de Grey, mas já é qualquer coisa, mais do que aquilo com que contava. A letra de GYWYL parece, até, mais compatível com este telefilme do que com a película baseada na obra de E. L. James - embora se possa discordar. 

 

Não sei se o vídeo alterará este Top 10, mas tenho as minhas dúvidas. Mais porque, ao intercalar com cenas do filme, teremos menos Avril que noutros vídeos. Conforme disse acima, isso não aconteceu com Alice - no entanto, também compreendo que o filme de Tim Burton tinha um universo bem mais rico para criar videoclipes do que um mero telefilme baseado em acontecimentos reais. De qualquer forma, espero que o vídeo passe nos canais de música e que a canção passe na rádio - incluindo a porrtuguesa, por favor!

 

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2015 ainda agora começou e já arrumou a um canto o fraco 2014 para os fãs de Avril Lavigne. Com Give You What You Like e Fly, os próximos tempos serão deveras excitantes - como fã da cantautora canadiana, já tinha saudades de me sentir assim. Já sabem, assim que Fly sair (ainda deverá demorar uns meses) falarei dela aqui no blogue. Continuem desse lado.

Séries 2013-2014 #1

Depois de ter falado mais exaustivamente sobre Once Upon a Time, queria agora falar rapidamente sobre as séries que vi ao longo do último ano. Isto numa altura em que já não falta muito para estas recomeçarem - se já não tiverem recomeçado à altura da publicação deste texto. Para evitar outra entrada demasiado grande, vou dividir este texto em duas partes. Publico a segunda entrada assim que puder.
 
Alerta Spoiler: Este texto pode conter revelações do enredo das séries abordadas. Logo, se estiverem a pensar ver uma delas, ou se ainda não têm os episódios em dia, sintam-se à vontade para saltar a respetiva análise.
 

 

Visto que tinha falado dela quando falei do segundo ano de OUaT, achei por bem tornar a falar deste spin-off agora. Eu tinha grandes expectativas para esta Once Upon a Time in Wonderland, mas a série acabou por se revelar um desapontamento logo nos primeiros episódios. A história de amor que guia a narrativa pareceu-me demasiado lamechas para o meu gosto. Os elementos típicos do País das Maravilhas, tal como o conhecemos há gerações, eram quase inexistentes. A Rainha Vermelha era uma imitação barata da inagualável Evil Queen de OUaT, uma mera menina mimada com uma permanente duckface. Desisti da série quando, a dez minutos do terceiro episódio, me deu o sono, parei para dormir uma sesta e nunca mais peguei naquilo - até porque tal ocorreu na altura em que saiu o CD da Avril Lavigne e eu tinha um exame na semana seguinte, logo, tinha mais em que pensar. 
 
Não fiquei surpreendida quando a série não foi renovada para uma segunda temporada. Os administradores do canal que a transmitia mostraram-se arrependidos de não terem seguido o plano inicial, que era um modelo de meia temporada para preencher o hiato de OUaT. Contudo, julgo que nem mesmo assim a história me cativaria. Parece, também, que uma das personagens, o Valete de Copas, vai integrar o elenco da série-mãe. Em todo o caso, este spin-off foi uma aposta falhada. Acontece.

 

Esta é uma série que descobri há cerca de um ano, enquanto fazia zapping e dei com um dos primeiros episódios no AXN. Julgo que é uma das séries da moda pois ambos os meus irmãos começaram a vê-la igualmente este ano, em momentos diferentes, sem serem influenciados por mim. Nunca fui particularmente fã de super-heróis, não sou capaz de identificar muitas das referências que a série faz a essa mitologia. No entanto, um dos pontos fortes de Arrow é, precisamente, a capacidade de apelar a pessoas como eu, o facto de não precisarmos de saber muito sobre super-heróis para apreciarmos a série. No meu caso particular, gosto de Arrow por, para além de ser diferente daquilo que estou habituada em séries, ter um tema e um tom parecido com o dos meus livros - embora, por vezes tenha a sensação de que Arrow se perde em lugares-comuns.

A série tem algumas incoerências: a primeira temporada foi mais consistente que a segunda, talvez por ter um enredo mais linear: Oliver tinha uma lista deixada pelo pai de alvos a abater e bastou ir seguindo essa lista para chegar ao vilão principal. No segundo ano, o rumo não estava tão bem definido e, embora até tenha tido um bom começo, a série ressentiu-se disso. Há personagens melhor construídas do que outras (Lauren, por exemplo, é demasiado Lois Lane para o meu gosto e Thea tem demasiados momentos de menina mimada. Por sua vez, Felicity é deliciosa, não é por acaso que é a favorita dos fãs). Tais falhas não impedem que Arrow, para mim, se eleve acima da média.

Este ano estreia-se um spin-off  de Arroe, centrado em Flash, que já fizera uma aparição na segunda temporada. Não estou com grande vontade de vê-la, vou ler primeiro algumas críticas, pedir opiniões sobre o piloto antes de decidir que a vejo ou não. Por outro lado, as pistas que têm saído sobre a terceira temporada de Arrow têm-me agradado. A ver se a série consegue manter a qualidade e, de preferência, se conseguirá recuperar o nível do primeiro ano.

 

Esta é uma série que já sigo há alguns anos mas nunca calhou falar sobre ela aqui. Durante algum tempo, ia assistindo à emissão da FOX Life, que se encontrava um ano atrasada relativamente à emissão americana. Este ano - que foi particularmente marcante, por sinal - finalmente apanhei o ritmo. The Good Wife sempre me atraiu pelas personagens interessantes e bem construídas, bem como pelas interpretações sublimes. A protagonista destaca-se, tanto pela evolução (passa de dona de casa submissa e humilhada pelo marido a uma mulher forte, bem mais cínica, líder de uma firma de advogados, afastando de vez o rótulo de "coitadinha"), como pelo desempenho da atriz que lhe dá vida, Julianna Margulies, que de resto já ganhou pelo menos dois prémios Emmy graças a Alicia.

Gostei muito dos primeiros dois anos da série, do terceiro e do quarto nem tanto. O relacionamento entre Alicia e Will é um dos pilares da série mas a mim confunde-me. Durante a terceira temporada, segundo o que eu percebi, a ligação é mostrada com algo meramente causal, sem grande componente emotiva, mas depois disso todos agem como se tivesse sido uma grande história de amor. Esse é, provavelmente, o aspeto de que menos gosto na série. Por sua vez, conforme já disse acima, o quinto ano foi particularmente intenso, com Alicia criando a sua própria firma de advogados e a morte (algo rebuscada) de Will. O sexto ano começa amanhã e, pelos trailers, promete ser interessante. Espero que cumpra tais promessas e que mantenha o nível que, até agora, não tem sido nada mau.

Uma coisa devo confessar, contudo: por muito que goste da série, esta fez com que me apercebesse que não gostaria nada de seguir uma carreira na área do Direito ou da Política. Não tenho perfil para alinhar em jogos como aqueles, lidar com tantas áreas cinzentas. E se o sistema americano é um pouco melhor que o português, eu vejo o Jon Stewart e, para ser sincera, acho que os políticos americanos são ainda piores que os nossos, o que é dizer alguma coisa. Prefiro mil vezes ser farmacêutica e escritora (não necessariamente por essa ordem) que me parecem profissões mais honestas. 

Avril Lavigne - Goodbye Lullaby (2011) #7

14) Alice
 

"I found myself in Wonderland..."


Esta foi a primeira música do Goodbye Lullaby que se conheceu na totalidade. Foi composta como banda sonora para o filme de Tim Burton, Alice no País das Maravilhas, em 2010, e lançada nessa altura. Primeiro saiu uma versão reduzida e só depois a completa, disponibilizada um ano mais tarde, no quarto álbum.

Alice é uma faixa absolutamente diferente do resto da discografia de Avril, mesmo depois de conhecermos o resto do GL e algumas músicas do quinto álbum, embora a letra me recorde um pouco Falling Down. É uma canção obscura, dramática, mas ao mesmo tempo épica, que se adequa perfeitamente ao filme para o qual foi composta. As batidas frenéticas assemelham-se a batimentos cardíacos, aqueles que se têm quando, de repente, damos por nós, num local estranho, assustador mas, ao mesmo tempo, belo. Salvo as referências ao filme, a letra fala precisamente disso e de encontrar força interior para enfrentar as adversidades. Nesse aspecto, assemelha-se imenso a Alive, de Leona Lewis.



Em termos de música propriamente dita, Alice não se enquadra muito em Goodbye Lullaby, mas em termos de mensagem, sim. Ela, aliás, faz como que um resumo da mensagem generalizada do CD, é como que uma lição tirada a partir de GL, ainda que de uma forma diferente de Goodbye.

A música foi lançada como single ao mesmo tempo que o filme se estreou nas salas de cinema. Teve ainda direito a videoclipe (que, por sinal, é um dos meus preferidos da Avril). Só que não é propriamente o tipo de música de que a maior parte das pessoas goste. Para além dos vocais agudos, inadequados a alguém que não goste da voz da Avril, a música é intricada, complexa, não é daqueles êxitos pop instantâneos, mastigados e fúteis. 



Durante The Black Star Tour, a digressão de divulgação do Goodbye Lullaby, Alice foi apresentada com uma introdução instrumental. Um fã conseguiu arranjá-la e montá-la juntamente com o áudio de uma apresentação ao vivo para um programa de televisão (não me lembro de qual). Gosto imenso do resultado, apresentado no vídeo acima, acho que até ficou melhor que a versão em estúdio. A introdução instrumental reforça o carácter épico, cinematográfico, da música. Por outro lado, após a introdução, o arranjo musical da faixa em si salienta o seu tom misterioso e gótico. Além disso, os vocais da Avril surgem menos estridentes, mais suavizados, mais toleráveis para quem não seja grande fã da voz aguda da cantora. Por fim, aquela espécie de coro, certamente acrescentado pelo tal fã, ficou igualmente bem conseguido.

Em todo o caso, Alice tornou-se especial por, em inícios de 2010, ter sido a primeira canção inédita vinda da Avril em quase três anos. E, no meu caso, chegou numa altura crucial, em que estava em exames e estes não me estavam a correr nada bem. Lembro-me que, na altura, todo o aparato em redor do lançamento de Alice e a promessa de um novo CD para breve eram as únicas coisas que me faziam levantar da cama. Lembro-me de ver a notícia de que a Avril havia composto uma música para o filme, da entrevista para a rádio em que ela falou de Alice pela primeira vez e disse mesmo os primeiros versos, de pôr a música a tocar no meu telemóvel na noite em que saiu, de montar o vídeo para o YouTube, de ver a Avril em directo no tapete verde da antestreia do filme… Apenas mais um exemplo de como a sua música já era o motivo pelo qual eu sorria ainda antes de Smile ter sido, sequer, composta. 

Conclusões:


É isto o quarto álbum de estúdio de Avril Lavigne, Goodbye Lullaby, ao pormenor. A Avril afirmou, na altura, que este álbum marca o fim de um capítulo na sua vida e o início de outro. Nesse aspeto, Goodbye Lullaby assemelha-se a Let Go. Este último foi assim batizado porque a Avril teve de abdicar (let go) de muitas coisas – a terra onde cresceu, a proximidade da sua família e dos seus amigos, os estudos (não que ache que ela tenha tido grande pena em relação a esta última parte…) – e abraçar um estilo de vida completamente diferente e nem sempre fácil. Goodbye Lullaby fala também sobre abdicar de algo fácil, seguro, reconfortante e partir para outra.

Outra semelhança entre os dois álbums é o facto de ambos terem ido contra a corrente musical da altura em que foram lançados. Isso foi bem aproveitado em termos de marketing com o Let Go mas não o foi em Goodbye Lullaby. Mas prefiro não entrar por aí.

De resto, são estes os meus álbuns preferidos da Avril, o Let Go em primeiro e o Goodbye Lullaby em segundo. Na minha opinião, tanto Under My Skin como The Best Damn Thing ficaram algo exagerados: o primeiro exagerou no dramatismo, em certas músicas, com um excesso injustificado de músicas de fim de relacionamento. Do mesmo modo, o segundo exagerou na futilidade: músicas superficiais podem ser boas para festas e tal mas, sem um mínimo de profundidadade, não há ligação emocional e uma pessoa acaba por se fartar. Tanto Let Go como Goodbye Lullaby são mais equilibrados, nesse aspeto.

 
No seu quarto CD, a Avril explora o seu lado mais doce, romântico e vulnerável. Na sua quase totalidade está muito bem produzido, favorecendo a qualidade musical, as guitarras acústicas, os pianos, os violinos. A sua voz, quase ser artífices, mostra todo o seu potencial. Se este lado romântico é melhor que o seu lado mais amalucado, roqueiro, fútil de The Best Damn Thing ou que o seu lado mais obscuro, pesado, dramático de Under My Skin, não sei dizer. É apenas mais uma faceta da Avril e a diversidade da sua música sem deixar de haver cunho pessoal em cada faixa é, na minha opinião, um dos seus pontos fortes, senão o seu ponto mais forte.

Talvez por causa do tema vagamente campestre/florestal da capa e de outras fotografias do álbum, gosto de ouvir Goodbye Lullaby quando faço caminhadas em reservas naturais ou quando vou para a minha casa de férias e ando de bicicleta no meio do campo. Lembro-me até de, no fim de semana a seguir ao lançamento do CD, ter feito precisamente isso: andado de bicicleta a corta-mato, vendo as primeiras flores da Primavera enquanto cantava em altos berros. Quando regressava a casa, o meu irmão conseguia ouvir-me a uns cinquenta metros de distância. A minha mãe falou desses dias durante muito tempo, em que eu passava a vida a cantar, julgando que eu andava feliz por os exames me terem corrido bem. Nunca a corrigi… Mas já tinha dito aqui, de resto, que a edição de Goodbye Lullaby coincidiu (e, porque não, contribuiu) para uma das alturas mais felizes da minha vida, que incluiu o "sim" à publicação de "O Sobrevivente", o meu primeiro livro.

 
E agora estamos em vésperas (ou talvez menos) de ouvir o álbum seguinte, homónimo, o capítulo que se segue ao que foi encerrado em Goodbye Lullaby. No que tocava a este último ábum, bem como ao The Best Damn Thing, esta altura, as semanas que antecediam a edição, eram muito excitantes, com a antecipação do álbum, as pistas sobre as músicas que iam surgindo a pouco e pouco, as fotografias oficiais de divulgação do disco, as entrevistas. E agora... não estou a sentir o mesm. Já o disse aqui, existem muitos pormenores relacionados com aeste álbum com que não estou satisfeita. Não tem só a ver com os constantes adiamentos: o GL também demorou a ser editado mas quando se acertou a data definitiva, tudo correu bem - pelo menos em termos de entrevisas, renovação do site oficial, etc - pelo menos até à edição. Além disso, as fotografias oficiais, o estilo visual de Goodbye Lullaby é o mais bonito de toda a discografia da Avril e definitivamente melhor que o do quinto disco. Mesmo as músicas do quarto álbum, de uma maneira geral, na minha opinião, estão melhores, cada uma delas é uma obra de arte, estão melhor produzidas e foram mais inovadoras do que as que, até agora, conhecemos do álbum homónimo de Avril Lavigne. E nenhuma delas, até agora, me arrebatou como arrebataram as do GL quando saíram.
 
Eu admito que o problema pode ser meu. Talvez as circunstâncias estejam a influenciar as minhas reações: afinal de contas, estive mais de dois anos à espera da edição de Goodbye Lullaby. Talvez eu, com este blogue, com o hábito de esmiuçar todas as músicas, em particular dos meus cantores preferidos esteja mais exigente do que era há dois ou três anos.
 
Nesse aspeto, o álbum Paramore não ajuda já que subiu imenso a fasquia para tudo o que é musica nova.
 
 
Ando a fazer um grande esforço para não criticar o álbum ainda antes de o ter ouvido, sequer. De resto, não é a primeira vez que tenho dúvidas deste género antes do lançamento de um álbum da cantautora canadiana. Talvez não seja mau de todo as expectativas não estarem muito elevadas. Por outro lado... é a Avril! É um álbum da Avril! É um conjunto de músicas inéditas da Avril! Eu vou sempre gostar daquilo que a Avril fizer, ainda que em graus diferentes. E, que diabo, em treze músicas, hão de haver pelo menos duas ou três pelas quais me apaixone. De resto serão sempre uma mão-cheia de músicas novas, da minha cantora preferida ainda por cima, para esmiuçar, para comparar com outras, dela e não só, para criticar, para eventualmente montar vídeos e escrever sobre tudo isso no blogue. 
 
Estamos, agora, a poucos dias, talvez ainda menos, de ouvirmos essas músicas. Poderemos ouvi-las no iTunes no dia 29. No entanto, só publicarei a minha crítica depois de 5 de novembro, dia do lançamento oficial, tal como fiz com o álbum Paramore. Pensar que já estivemos bem mais longe de ouvir este álbum... mas agora está quase, quase! E eu mal posso esperar!
 
Se quiserem reler esta crítica, aqui têm:
 
PRIMEIRA PARTE
SEGUNDA PARTE
TERCEIRA PARTE
QUARTA PARTE
QUINTA PARTE
SEXTA PARTE

Músicas Ao Calhas - 21 Guns & Sound the Bugle

Quando, há uns meses, estava a trabalhar numa parte do meu livro rica em ação, escrevi uma série de entradas de Músicas Ao Calhas sobre temas que definiam, um pouco, o espírito desses capítulos. Hoje, estou numa transição entre livros, a acabar o terceiro e a pensar no início do quarto. Quero, portanto, falar sobre duas músicas que representarão o estado de espírito de uma das personagens principais no início do livro. Tenho esperanças de que esta entrada me ajude a compreender melhor esse espírito e, assim, facilite a escrita dos primeiros capítulos.
 
As músicas em questão são 21 Guns, dos Green Day, e Sound the Bugle, da banda sonora do filme de animação Spirit, interpretada por Bryan Adams.

 

"Does the pain weight out the pride?"

21 Guns foi o segundo single do álbum 21st Century Breakdown, de 2009. Este foi um álbum que repetiu as fórmulas do extremamente bem sucedido American Idiot mas de que eu gostei muito na altura, por vários motivos. Um dos quais foi o facto de ter servido de pretexto para a banda atuar em Portugal, a 28 de setembro de 2009. Como já devem ter calculado, eu estive lá e diverti-me imenso. O Billie Joe Armstrong sabe bem como envolver a audiência. Isso e/ou o público português é um público que aproveita ao mácimo tais espetáculos, que se deixa envolver facilmente. O álbum acabou por ter alguma influência na génese de "O Sobrevivente", tendo mesmo inspirado a personagem Glória.

Não gostei muito da triologia ¡Uno!, ¡Dos!, ¡Tré!, apesar de ter ficado entusiasmada aquando do anúncio do seu lançamento, bem como com Oh Love. Tirando uma mão-cheia de faixas, a larga maioria das músicas não me diz nada, chegando a tornar-se cansativas e repetitivas - o que, tendo em conta que, da discografia dos Green Day, apenas conheço bem American Idiot, 21st Century Breakdown e meia dúzia de singles, diz bastante...

 

   

 

Mas regressemos a 21 Guns. Aquando do lançamento de 21st Century Breakdown, o meu irmão disse que o segundo single era uma das melhores músicas dos Green Day. Não acho que, pelo menos no que diz respeito às baladas, seja melhor que Wake Me Up When September Ends ou Good Riddance (Time Of Your Life) mas não andará muito longe. É uma balada rock, guiada pela guitarra acústica, a que se juntam guitarras elétricas e bateria. Na versão que apresentam ao vivo, também incluem notas de piano a seguir ao solo de guitarra.
 
É uma canção muito derrotista, cuja letra lamenta a perda de um motivo por que lutar, sequelas dolorosas de lutas anteriores, acabando por se optar pela rendição, pela desistência.
 
Desde o momento em que me familiarizei com a música, associei-a quase de imediato com Sound the Bugle, da banda sonora do filme Spirit. Tal como já tinha afirmado nesta entrada, a banda sonora resultante do trabalho de Bryan Adams e Hans Zimmer tem o ponto forte de não ser demasiado específica, permitindo a qualquer pessoa identificar-se com as músicas. Sound the Bugle é um bom exemplo disso.

 

"Then from on high, somewhere in the distance...
There's a voice that calls: «Remember who you are»" 

A música possui duas partes distintas. A primeira adota a linha abordada em 21 Guns, trnasmitindo os sentimentos do cavalo Spirit, que se sente abatido pela perda de Rain, a sua amada, e por ter sido de novo capturado pelos colonizadores americanos, que se dá como derrotado. O que acaba por surpreender pois, desde o início do filme, Spirit destaca-se pelo seu espírito indomável, inderrotável. Confesso que, quando vi o filme pela primeira vez, quase chorei nesta parte e a banda sonora muito contribuiu para esse efeito.

No entanto, a certa altura, dá-se uma viragem. Algo recorda o sujeito narrativo de quem ele é, dos motivos que tem para lutar, e isso dá-lhe o alento necessário para regressar ao campo de batalha. No caso de Spirit, tais motivos são a vontade de ver os entes amados de novo, regressar à sua terra natal, o que requer que ele se liberte de novo. Que é o que acaba por fazer.

 

Um momento semelhante, um momento que também podia ser ilustrado por estas duas canções, ocorre n'As Brumas de Avalon, no quarto livro, O Prisioneiro da Árvore. Vou tentar evitar os spoilers. Resumidamente, Morgaine, a personagem principal, atravessa um momento de depressão semelhante aos descritos acima e acaba por desistir da vida. Não se suicida mas fica à espera de morrer. Estabelece-se, aliás, uma certa analogia morte/vida neste tipo de situações provando, de certa forma, que difícil não é morrer, difícil é viver, suportando todas as dificuldades inerentes. "Não podia regressar de novo à vida, não podia voltar a lutar e a sofrer e a conviver com o ódio daqueles que um dia me tinham amado (...) Não. Estava ali em silêncio e em paz e, dentro em pouco, sabia-o então, entraria ainda mais para dentro dessa paz. (...) Não procures levar-me para a vida quando eu já me resignei a ficar aqui, na morte. Aqui, nestas terras imortais, tudo está em sossego, sem dor nem luta; aqui posso esquecer tanto o amor como a dor."

Aqui, são as recordações das coisas boas da vida que fazem Morgaine sair daquele limbo, em que não estava viva nem morta. "Eram as vozes dos mortos e dos vivos que me gritavam: «Volta de novo, volta, a própria vida está a chamar-te, com todo o seu prazer e toda a sua dor». Mais do que um regresso à luta, aqui trata-se mais de um regresso à vida. É, sem dúvida, um dos momentos mais belos de toda a saga.

A bondade do acto de fazê-la regressar é discutível pois Morgaine regressa apenas para assistir à perda dos entes queridos que lhe restam e à ruína daquilo que resta de tudo por que lutou toda a vida. Talvez tivesse sido menos cruel deixá-la onde estava. No entanto, no fim de tudo, ela descobre que não falhou completamente. E penso que a possibilidade de morrer com esse pequeno consolo valeu o regresso à vida.

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A minha intenção é incluir uma viragem de maré semelhante no meu quarto livro. Não necessariamente tão rápida, tão imediata, nem mesmo tão fácil. Em linha com o que disse há pouco, às vezes pode ser menos doloroso permanecer no buraco onde se caiu. Nada pode garantir que, ao sair dele, não se volte a cair de novo e que, desta vez, doa ainda mais. O que planeio é, precisamente, que não seja fácil, que ocorram retrocessos, que a personagem em questão se interrogue, várias vezes, se está a seguir o caminho correto. Mas tentarei fazer com que, no fim, tenha valido a pena.

Nestes caos, pessoalmente, julgo que vale a pena levantar-se de novo, regressar à luta e/ou à vida, ou pelo menos tentar. Seja por respeito a entes queridos, seja por orgulho, por não se querer uma rendição sem primeiro dar luta, por não se querer ser cobarde, seja para não passar o resto da vida interrogando-se sobre o que teria acontecido se se tivesse tentado sair do buraco, seja porque a vida é demasiado curta para ser desperdiçada desta forma. É sobre isto que falam músicas como Sound the Bugle, Alice, de Avril Lavigne, Alive, de Leona Lewis, Last Hope, dos Paramore. Mesmo que tenhamos de dar um passo de cada vez, mesmo que o nosso objetivo seja apenas sobreviver até ao fim do dia, mais cedo ou mais tarde, valerá a pena.

É nisso que acredito, pelo menos.

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