Odaiba Memorial Day: Digimon Adventure #13 - Os maus da fita
Depois de uma extensa análise aos heróis da primeira temporada de Digimon, está na altura de falar dos vilões. Desta feita, a análise não será tão exaustiva pois estes são maioritariamente unidimensionais e pouco interessantes (algo que, mesmo assim, se alterará na segunda temporada). Devimon é um vilão clássico de desenhos animados. Suponho que a intenção de Etemon era ser uma caricatura de Elvis, mas só sei que aquele macaco é extremamente irritante. DemiDevimon tem o seu interesse pois, não primando pela força, consegue virar as Crianças Escolhidas umas contra as outras, o que causa mais dados do que, pura e simplesmente, atacá-las. Myotismon é outro vilão clássico, unidimensional, embora, por um momento, pareça sentir respeito por Kari, quando esta tenciona sacrificar-se pela população da sua cidade. Dos Dark Masters, o único que mostra um centímetro que seja de profundidade é Puppetmon quando as Crianças - destacando-se T.K. - conseguem fazê-lo sentir-se mal por não ter amigos.
Pelo meio, torna-se a notar o chauvinismo da série, visto que a única vilã do sexo feminino desta temporada, LadyDevimon, apenas aparece para se envolver numa catfight com Angewomon.
Finalmente, o vilão final, Apocalymon, é mais modelado que todos os que o antecedem. Criado a partir da dor, do desepero e raiva sentida pelos Digimon que, não sendo capazes de evoluir, não conseguiram sobreviver no Mundo Digital - isto inclui todos aqueles previamente derrotados pelas Crianças Escolhidas. Apocalymon vive confinado a um mundo de escuridão e deseja espalhar essa escuridão por todo o Mundo Digital. Segundo o meu entendimento, terá sido para isso que ele criou os vilões anteriores, que fizeram com que o Mundo Digimon procurasse ajuda entre os humanos. Apocalymon consegue, assim, despertar sentimentos de culpa nas Crianças Escolhidas... antes de anular as Digievoluções dos seus Digimon, de destruir os Cartões, de converter tanto os miúdos como os respetivos Digimon a dados informáticos.
Não é de surpreender que, quando os heróis regressam ao estado normal - depois de um momento bonitinho, em que cada um reflete sobre tudo o que aprendeu enquanto Criança Escolhida, acabando por descobrir que conseguem canalizar as suas virtudes para a Digievolução sem intermédio dos Cartões - os anteriores sentimentos de culpa sejam esquecidos e que Apocalymon seja derrotado sem que se pense duas vezes.
Acabou por ser uma oportunidade perdida para termos um vilão interessante, bem construído, mas, de resto, nunca poderiam fazer muito com uma personagem apresentada no penúltimo episódio da temporada.
Estamos quase a terminar esta análise, só deverão faltar uma ou duas entradas. Nelas penso abordar alguns aspetos mais gerais. Peço-vos, assim, só mais um bocadinho de paciência...