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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Música de 2013 #1 - Avril Lavigne

Mais um ano que se aproxima do término. À semelhança do que fiz no fim de 2012, falarei aqui no blogue das músicas, álbuns e artistas musicais que mais marcaram 2013.
 
Em 2012 os Linkin Park foram a banda mais marcante, para mim. Pouco mais houve de relevante no mundo da música, pela parte que me toca. 2013 foi diferente Aliás, considero mesmo que o melhor dest ano foi o facto de ter havido imensa música nova por parte dos meus artistas preferidos. Poucas coisas se comparam à primeira audição de um novo single ou de um novo álbum, prestando atenção às melodias, aos diversos instrumentos, às letras, aos vários momentos e nuances. Ouvir as novas faixas em loop e, mesmo assim, estas demorarem algum tempo a entranhar-se na minha memória. E, claro, escrever sobre elas aqui no blogue. O Natal foi na semana passada mas, acreditem, o dia do lançamento de um single ou de um álbum é capaz de suplantá-lo na maior das calmas.

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Quero começar por falar de Avril Lavigne, o álbum por que esperava com maior ansiedade. Isto é, pelo menos por altura do início do ano. A verdade é que os constantes adiamentos e a fraca promoção do álbum e respetivos singles arrefeceram um pouco o entusiasmo. Mesmo assim, o meu coração não deixou de acelerar quando descobri que o álbum já estava disponível para audição.

Se leram a minha crítica (AQUI), saberão que este me desiludiu um bocadinho. Não que não goste dele - é a Avril Lavigne! É-me impossível não gostar daquilo que ela faz! Gosto muito, aliás. Por muitos defeitos que possam ter, as músicas da Avril sempre me deram vontade de cantar - tenho muitas canções de que gosto muito mas que não canto, servem apenas para ouvir. Não sei ao certo o que é, isso que me dá vontade de cantar, mas está presente em praticamente todas as músicas dela, desde baladas às mais agitadas. Ela nunca teve dificuldades em criar melodias cativantes, de resto.

Isso passa-se muito no álbum homónimo. Que tem vivido no auto-rádio. É, aliás, o CD ideal para se ouvir no carro, em volumes elevados, e cantar em altos berros - é uma sensação do catano.



Há músicas que se têm destacado. Falo, por exemplo, de Bitchin' Summer, uma das melhores deste álbum em termos de instrumental e uma das melhores da Avril de entre as mais pop. Destaco o rap, que é divertido de cantar. Ando com esperança de que se torne um dos últimos singles deste álbum, por altura do verão do próximo ano, evidentemente. 
 
Give you What You Like é outra das que mais tenho ouvido deste álbum, talvez por diferir tanto do registo habitual da Avril, assemelhando-se apenas ao cover que ela gravou de How You Remind Me - com quem partilha influências jazz, vocais suaves, sem estridências, e um tom amadurecido, sensual. Iria gostar imenso se ela gravasse um álbum inteiro neste estilo. Também não me importava se Give You What You Like se tornasse single
 
Outra que se tem tornado cada vez mais irresistível é Bad Girl. Há uns anos atrás, a letra deixar-me-ia traumatizada; mesmo hoje, não tem absolutamente nada a ver comigo mas, que diabo, é contagiante para catano! A minha irmã gosta imenso dela - e acreditem, traumatizante é ouvir a nossa irmãzinha inocente, que ainda no outro dia tinha cinco anos, a cantar "Hey hey, I'll let you walk all over me, me". De resto, Avril referiu numa entrevista recente que podia gravar um álbum assim. Antes, gostava de vê-la apresentando a música em palco, com Marilyn Manson. 
 
Também tem sabido bem ouvir Let Me Go na rádio portuguesa. É muito raro isso acontecer, ouvir músicas da Avril na rádio por cá, mas Let Me Go tem tocado tanto na RFM como na Comercial, tendo mesmo tido a proeza de atingir os lugares cimeiros no TNT. Em nome da equipa do Avril Portugal, não têm de quê.

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Em suma, Avril Lavigne é, essencialmente, um álbum feel good - e nada mais. Por escolha própria já que a mesma referiu, recentemente, que deixou de fora as músicas mais profundas a favor das mais pop. Contudo, conforme já afirmei aqui no blogue, de uma forma ou de outra, preciso de música com conteúdo, com mais história do que as mesmas de sempre. Daí que, de certa forma, tenha gostado mais do EP dos Simple Plan, lançado no início deste mês. A cantautora garante que ainda planeia lançar essas músicas excluídas mas duvido que o faça. Outra das coisas a que os fãs da Avril já estão habituados é às músicas que nunca são lançadas. Muitas vezes até conhecemos um excerto, um instrumental, uma curta referência em entrevistas, pequenas coisas que aguçam a nossa curiosidade mas que nunca dão em nada. Costumo comparar tudo isto à situação de alcoólicos em recuperação a quem atiram gotas de vinho do Porto - bebêmo-las rapidamente e ficamos a penar pela garrafa inteira.

Por outro lado, conforme já tinha afirmado na minha crítica a Avril Lavigne, o problema até pode ser meu. Para além da fasquia elevada, são já muitos anos seguindo a cantautora canadiana. É natural que as coisas comecem a parecer repetitivas. Agora compreendo aqueles fãs que vão "desistindo" da Avril, ou porque já não se identificam com o estilo dela, ou por se, pura e simplesmente, se cansam.



Ora, em entrevistas mais ou menos recentes, a cantautora canadiana tem andado a brincar com a ideia de um álbum de Natal, a ser editado no próximo ano. Essa ideia agrada-me por diversos motivos. Para começar, foi assim que ela começou a cantar em público, tinha ela sete anos: canções de Natal na igreja. Temos, além disso, uma bela amostra com a interpretação da clássica Oh Holy Night, em 2003. Por fim, seria uma mudança bastante bem-vinda, que poderia conquistar-lhe novos fãs, em particular se incluísse colaborações com outros artistas. A inovação que, tirando um ou outro caso, faltou ao quinto álbum.

É claro que a coisa teria de ser bem feita. As músicas teriam de ser, se não originais - no que toca ao Natal, é difícil fugir dos clichés - pelo menos inéditas. Não quero um álbum inteiro de re-interpretações de clássicos de Natal. Devia, também, ser tão variado quanto um típico álbum de Avril Lavigne: incluir baladas e músixas mais alegres. Acredito que a Avril seria capaz de levar a cabo tal projeto, até porque ela gosta bastante do espírito natalício - muito mais do que eu, diga-se.

Ainda que este último álbum tenha ficado aquém das minhas expectativas, não vou desistir assim tão facilmente de Avril Lavigne. Posso já não seguir febrilmente tudo o que ela faz, como o fazia há uns anos, mas não deixarei de estar lá quando ela lançar música nova. Só espero que o seu próximo material tenha mais substância do que este álbum teve - eu sei que ela consegue fazer melhor.

Avril Lavigne (2013) #4

 
 
Depois de termos analisado as faixas de Avril Lavigne AQUI, AQUI e AQUI, passemos às alegações finais.

Conclusões:
 
Este é o quinto álbum, homónimo, de Avril Lavigne. Quando anunciaram o título deste disco fiquei de pé atrás. No entanto, depois de ouvi-lo, a verdade é que não consigo pensar num título mais adequado. Com faixas que recordam outras mais antigas, outros álbuns, outras fases da carreira da cantora, Avril Lavigne assemelha-se a um Greatest Hits com três ou quatro faixas novas.
 
Este foi o aspeto que mais me desiludiu neste álbum: a falta de originalidade, de inovação, de músicas com que me identificasse. Os temas abordados são recorrentes na discografia dela, com destaque para as chamadas break up songs - já é o quinto álbum e nem sequer existe a atenuante de Goodbye Lullaby, em que ela vinha de um divórcio e estas músicas foram apresentadas sob uma perspetiva diferente. As músicas de verão, de festa, da celebração do espírito jovem, adolescente, não são tão ostensivamente recorrentes mas também não trazem novidade. Se em Goodbye Lullaby houve uma tentativa - não completamente bem sucedida - de crescer com a sua audiência, em Avril Lavigne ela refere claramente que não quer crescer. OK, é um espírito muito bonito e tal, mas vejam: ela está perto da casa dos trinta. Tinha dezassete anos quando se estreou na música, aproximadamente a mesma idade que os seus fãs tinham, fãs esses que, agora, podem já ter filhos. É fácil ser-se eternamente jovem quando se pode fazer aquilo de que se mais gosta. Quem, no entanto, tem um emprego das nove às cinco, ou mais longo, filhos para criar, contas para pagar, não se pode dar ao luxo de não crescer.
 
 
 
Não estou ainda nessa fase mas, tal como penso ter referido anteriormente, não me identifico particularmente com esse espírito. Nunca fui grande fã de música de festa e continuam a existir demasiadas faixas desse género hoje em dia. Além disso, como escritora que colhe inspiração em música, este álbum não dá grande material. As faixas têm pouca história por detrás - ou melhor, até têm mas são as mesmas de sempre. Já não existem músicas como Mobile, Nobody's Fool, Take Me Away, Slipped Away, Runaway, Keep Holding On, Darlin', Everybody Hurts, mais voltadas para o quotidiano com que muitas pessoas se identificam de uma maneira ou de outra. Mais de fora do habitual espectro de amor/desgosto e borga que, hoje em dia, estão demasiado vulgarizados no mundo da música.
 
É claro que basta olhar para vídeos de bastidores dela, em diferentes fases da carreira dela, para perceber que esse espírito faz mesmo parte na sua personalidade: ela é no geral uma pessoa alegre, descontraída, que não se leva demasiado a sério, que por vezes parece ter a mentalidade de uma miúda de cinco anos. Não é de admirar que se sinta mais à vontade em temas mais ligeiros, que não faça nada mais profundo que uma break up song. E, para o bem e para o mal, a Avril sempre foi genuína, despretensiosa, fazendo aquilo que bem entende, independentemente do comercial, das tendências ou do que era esperado dela.
 
 
Esta é apenas a minha opinião. Sei que existem fãs que não são como eu, que não gostam que os seus artistas evoluam. Nesse aspeto, a diversidade em Avril Lavigne tem a vantagem de possuir faixas que agradam a vários tipos de fãs. E se passarmos à frente dessa questão da falta de originalidade, de amadurecimento significativo, as músicas são boas. As letras, apesar de ainda simples, estão mais elaboradas, mais consistentes em relação aos álbuns anteriores. E mesmo tendo em conta todos os pontos fracos listados ao longo desta crítica, todas as faixas, mesmo Hello Kitty, têm coisas de que gosto, dão me vontade de cantar, dançar, como só as músicas da Avril são capazes de fazer.
 
E não fui a única, de resto. Este álbum anda, aliás, a receber críticas positivas, ao ponto de o classificarem como um dos melhores álbuns pop do ano. Superior aos trabalhos de Katy Perry e Miley Cyrus - e eu não estava de todo à espera disso.

 

No que a mim me diz respeito, este álbum estará sempre associado a Vila Viçosa, onde passava o fim de semana quando o ouvi pela primeira vez.

Fez há pouco tempo dez anos desde que ouvi uma música da Avril pela primeira vez (I'm With You). Desde essa altura tem sido ótimo acompanhar o lançamento de cada single, cada vídeo, cada álbum Este álbum é mais um capítulo dessa história. Um capítulo que serve mais para recordar o caminho percorrido até ao momento. Agora que o CD já foi editado, anseio pelos próximos singles, pelos pormenores da digressão e, mais à frente, saber como será o sexto álbum. Cinco já estão lançados. Agora, na linha de Here's to Never Growing Up, a mais quinze álbuns de Avril Lavigne.

Avril Lavigne (2013) #3

Terceira parte da crítica de Avril Lavigne. Partes anteriores AQUI e AQUI. Chegámos ao top 5 deste álbum. Por ordem...
 
Bad Girl

 
 
 "Just lay your head in daddy's lap"
 
Sendo este o dueto com Marilyn Manson, este título era, natural, um dos que mais curiosidade, e mesmo algum receio, despertava. Agora que já conhecemos Bad Girl, posso dizer que, de uma maneira geral, fomos todos apanhados de surpresa pela positiva. 
 
Eu estava mais ou menos à espera deste género de letra e sonoridade, mas não estava à espera que a música fosse tão contagiante nem que a voz de Manson combinasse tão bem. A distorção dos vocais tornam a voz de Avril quase irreconhecível mas reforçam o tom lânguido, condizente com a letra atrevida. Nesse aspeto, contudo, prefiro o refrão, em que a voz da Avril surge sem efeitos e com agudos impressionantes. É a faixa mais rock de todo o álbum, sem deixar de ser dançante. Faz pensar em roupa de cabedal e meias de rede. Há quem compare esta música a Taylor Momsen, de The Pretty Reckless - não a conheço, por isso, não posso concordar nem discordar. A mim, contudo, recorda-me Joan Jett. De qualquer forma, conforme já disse acima, a participação de Marilyn Manson não soa forçada, combina perfeitamente com o estilo da música. Por fim, um destaque positivo para a conclusão, com a gargalhada de Avril e as últimas palavras ofegantes de Manson.


Give You What You Like

 

"I've got a brand new cure for lonely"

Numa entrevista recente, Avril revelou que esta canção nasceu daquilo que era para ser a terceira estância de Bad Girl mas que ela, Chad e, provavelmente, David Hodges, decidiram transformar numa música independente. De facto, Give You What You Like repete o carácter erótico de Bad Girl, embora o faça de uma forma menos ostensiva. Tocada e cantada num tom grave e intimista, condizente com o tema da canção - recordando-me, de certa forma, In the Darkness, de Dead By Sunrise - conduzida pela guitarra acústica, acompanhada pela bateria suave e uma discreta linha de baixo, a que se junta o piano, mistura  erotismo com romance e alguma vulnerabilidade. Tenho lido comparações com Lana Del Rey - concordo, apesar de não a conhecer tão bem. É das poucas deste álbum em que se nota algum amadurecimento e evolução sendo, também, uma das melhor produzidas.

Falling Fast


"I never knew I needed you
Like a sad song needs a sea of lighters"

Da primeira vez que ouvi Falling Fast, o início recordou-me uma canção de Rui Veloso, "Nunca Me Esqueci de Ti" Falling Fast foi composta a solo pela Avril, provavelmente sobre o início do seu relacionamento com Chad. A produção - a guitarra acústica, os vocais incrivelmente suaves - recordam-me 4 Real e Tomorrow. Quanto à letra, nada de especial a assinalar, não diferem muito das habituais canções de amor da Avril. A interpretação dela, quase suspirada, conferindo um tom etéreo à canção, é verdadeiramente o maior pilar da música. Destaque para os "Oh" no fundo, na parte final.

17




"Hey, those days are long gone
But when I hear that song
It takes me back..."
 
Sem contar com os singles, esta era a música que conhecíamos há mais tempo deste álbum. Já tinha falado dela  AQUI, quando ela a apresentou ao vivo pela primeira vez. Acho que, em vários aspetos, gosto mais dessa versão do que da de estúdio: esta última ficou um bocadinho eletrónica a mais (embora tenha vazado uma versão demo que era ainda pior). Além disso, na versão ao vivo, Avril cantou-a de uma forma mais doce, mais condizente com o espírito da canção. Também ajuda a ausência de auto-tune. À parte tudo isso, contudo, 17 é, tanto na minha opinião como na dos críticos, uma das melhores músicas deste álbum.
 
Coo se constata facilmente, Avril Lavigne é rico em músicas exaltando o espírito jovem, adolescente. 17 - que já foi apelidado de Teenage Dream de 2013 - é aquela que, na minha opinião, aborda o tema da melhor forma: contando uma história de amor juvenil, com o tom agridoce da nostalgia. Que, tal como já tinha mencionado na primeira crítica, me recorda músicas de Bryan Adams e - sendo esta uma descoberta recente - a música Kids in the Street dos All-American Rejects. Há que lembrar, também, que os dezassete anos da Avril foram uma idade marcante, já que foi nessa altura que lançou o seu primeiro álbum e toda a loucura começou. Ela referiu também, numa entrevista recente, que a parte das cervejas roubadas no parque de caravanas era algo que ela e o irmão costumavam fazer quando eram novos.  Em suma, em termos de conceito, 17 é uma das melhores do álbum, se não a melhor.
 

Hush Hush



"So many questions, but I don't ask why"
 
Chegámos, finalmente, à minha música preferida de Avril Lavigne, o álbum. Não digo que seja a mais inovadora deste álbum - conduzida pelo piano, em termos de sonoridade é um pouco mais moderna do que as outras baladas da Avril mas, em termos de letra e conceito, é como se fosse uma Goodbye mais elaborada. Mais uma break up song, provavelmente sobre o fim da relação de dois anos com Brody Jenner. Além de que, neste álbum, é apenas a última faixa da tracklist, não tem o carácter de epílogo que Goodbye tem no quarto disco da cantautora canadiana. No entanto, Hush Hush é a mais emotiva de todo o álbum Avril Lavigne, arrebatadora ao ponto de partir o coração, de dar vontade de chorar, à semelhança de várias grandes baladas da cantora. Não é a primeira vez que Avril compõe baladas deste género, provavelmente não será a última mas, que diabo, a mulher sabe fazê-las! Se forem todas tão belas, tão arrebatadoras como esta, ela que esteja à vontade!
 

Avril Lavigne - Goodbye Lullaby (2011) #2

Segunda parte da crítica a Goodbye Lullaby. Podem ler a primeira parte AQUI. Hoje falamos de Push e Wish You Were Here e, depois, faremos uma rápida antevisão a Avril Lavigne, o quinto álbum homónimo - porque suspeito que, em breve, aparecerão previews das músicas e estas especulações deixarão de fazer sentido.

3) Push
 



"You and me, we can both start over..."
Push é uma faixa acústica composta pela Avril e pelo seu melhor amigo (BBF – best boi friend) Evan Taubenfeld - para aqueles que não sabem, o Evan foi o guitarrista principal da banda da cantora durante os primeiros dois anos da sua carreira. Ele acabou por deixar o lugar, para tentar a sua sorte como cantor, mas os dois têm-se mantido amigos muito próximos ao longo destes últimos dez, onze anos, e compuseram músicas juntos para os álbuns Under My Skin, The Best Damn Thing e Goodbye Lullaby.
 
Em termos estritamente musicais, Push lembra Torn, de Natalie Imbruglia, e Kiss Me, dos Sixpence None The Richer. Fala sobre amor, como este nem sempre é tão fácil como as pessoas pensam. Uma coisa que muitos de nós não devem saber é o verdadeiro significado da expressão que dá o nome à música: “when push comes to shove” é uma expressão idiomática que significa “quando as coisas chegam a um ponto em que se tem de tomar uma decisão”. E, no caso de Push, essa decisão tem de vir de ambas as partes – e essa é a mensagem principal. E, no fim, vale a pena, porque é de amor que se trata. A música faz lembrar a música do Evan, “Story Of Me And You”, se bem que esta última faixa seja um bocadinho mais suave enquanto que, em Push, temos um cheirinho da Avril mais durona.
 
Uma das melhores partes da música é quando o Evan canta uns versos. A voz dele soa primorosa ao lado da voz da Avril – isto é mais uma prova da extraordinária química musical que sempre existiu entre eles. A repetir no futuro, por favor!

Infelizmente, parece que não teremos direito a nenhuma parceria musical entre a Avril e o Evan no álbum homónimo da cantora.
 
A Avril sempre disse que esta era uma das suas músicas preferidas do GL e, por sua vontade, seria o segundo single (ou – e isto sou só eu a especular – o primeiro). Acabou por não ser, mas, na minha opinião, tinha potencial para isso. De qualquer forma, Push é mais uma bela música que se junta à lista de composições extraordinárias, fruto de colaborações entre a Avril e o Evan, bem como mais uma que, tal como já referi aqui no Álbum, à semelhança de várias outras músicas da cantora, se torna uma faixa-termo-de-comparação.

4) Wish You Were Here




"You're always there, you're everywhere
But right now I wish you were here"

Esta sempre foi uma das faixas mais populares do Goodbye Lullaby. Não constitui, portanto, surpresa que tenha sido escolhida para terceiro single.

Wish You Were Here mistura a mensagem de When You’re Gone com a melancolia e a vulnerabilidade de I’m With You. A voz da Avril está no ponto certo; ela, em muitas canções, canta o refrão em notas muito agudas e isso nem sempre favorece a sua voz. Aliás, nesta música, ela soa absolutamente mágica, encantatória, fazendo-nos querer voltar a ouvir a música outra e outra vez. A letra fala sobre saudade, de uma maneira simples. Na altura, os fãs especularam sobre quem a teria inspirado: se Deryck, o ex-marido, cujo divórcio parece ser o tema de várias músicas deste álbum, se Brody, o namorado da altura. Não há maneira de se ter a certeza mas a Avril diz que a música tem uma mensagem geral, universal, já que toda a gente, nalguma altura da vida, se apaixona e sofre quando está afastada do seu amor. Isso para mim chega.

A minha parte favorita da música é a terceira, em que a mistura dos versos falados, os vocais por detrás, as notas de piano resultam numa sequência muito bela e emotiva.

Muitos ficaram surpreendidos, alguns até desiludidos, com a simplicidade do videoclipe mas este reflete muito bem a temática do Goodbye Lullaby: sentimentos agridoces, realidade nua e crua, sem produção para disfarçar. Há quem diga que foi por baixo orçamento mas eu tenho a impressão que era mesmo isto que a Avril queria: que nos focássemos no sentimento e na incrível interpretação vocal.


Entretanto, já saiu há algum tempo a tracklist do álbum Avril Lavigne. Chegou a sair outra, em que era Here's to Never Growing Up a abrir o disco, mas já se provou que era falsa, que a oficial é a que é mostrada e cima. Eu fiquei com uma certa pena pois acho que o primeiro single seria uma faixa mais adequada para abrir o CD.

Alguns dos títulos já eram conhecidos. Nomes como Hello Kitty e Bad Girl já tinham aparecido em sites de registos de músicas - mas eu pensava que o primeiro, quanto muito, seria um jingle ou um tema-título para a respetiva série animada que a Avril teria composto e/ou interpretado. Mas parece que é uma música a sério, sobre a marca e a boneca japonesa, de cujos produtos a Avril sempre afirmou ser fã. Segundo a mesma, a música terá influências eletrónicas e incluirá uns versos em japonês. Confesso que estou um bocadinho receosa do que aí vem, que não sei bem o que esperar, mas definitivamente tenho a curiosidade despertada.

Bad Girl conta com a participação de Marilyn Manson nos vocais e, segundo a Avril, será uma faixa pesada e sedutora. Let Me Go será também um dueto, desta feita entre Avril e Chad Kroeger, vocalista dos Nickelback e, agora, marido dela. Ele participou na composição da larga maioria - se não tiver sido em todas - das faixas de Avril Lavigne, o que confere um interesse extra a este álbum visto que eles se apaixonaram em estúdio, aquando da composição destas músicas. Let Me Go, segundo o que eles disseram, é uma música sobre o fim de um relacionamento - a mim, faz-me pensar em Goodbye - mas em que, no fim, se reconciliam. Estou à espera de uma balada rock, no estilo habitual dos Nickelback mas que nem por isso deixa de ser compatível com o material da Avril. Pensa-se, com bastante certeza, que este será o terceiro single deste álbum. Em todo o caso, estou curiosa tanto em relação a Let Me Go como em relação a Bad Girl pois, sem contar com a participação de Evan em Push, serão os primeiros duetos originais da Avril.


Os restantes títulos, de uma maneira geral, têm o mérito de serem fora do vulgar, despertarem curiosidade, apesar de recear que as músicas se revelem demasiado futéis, como por exemplo Bitchin' Summer. Sippin' On Sunshine faz-me lembrar Walking On Sunshine e Runnin' On Sunshine... e não gosto de nenhuma destas músicas. Por outro lado, muita gente tem associado Hush Hush ao tema das Pussycat Dolls - a mim, no entanto, cheira-me que será uma música diferente, uma canção de amor, mais porque, até ao momento, as últimas faixas dos álbuns da Avril têm sido todas baladas. Give You What You Like já foi também mencionada pela Avril, que tê-la-á, inclusivamente, referido-a como uma das suas melhores músicas. Muitos têm pensado nela como uma balada mas, a mim, o título faz-me pensar numa música mais para o sensual, estilo Hot.

O título que, no entanto, me desperta maior interesse, depois de Bad Girl, Hello Kitty e Let Me Go, é You Ain't Seen Nothing Yet. A própria expressão "Ainda não viste nada" (a tradução do título) aguça a curiosidade, independentemente das circunstâncias. Para além disso, contudo, a mim recorda-me duas músicas de Bryan Adams: I thought I'd seen everything e dois versos de Not Romeo Not Juliet "You thought you've seen it all, but you ain't seen nothing yet".

De uma maneira geral, acho que a Avril está a tentar ser menos politicamente correta - isso resultou muito bem em Girlfriend, cuja composição foi quase acidental. Nota-se isso em Here's to Never Growing Up e em Rock N Roll. Eu aprecio a intenção, ainda que os resultados nem sempre tenham esse efeito. Em todo o caso, isto tudo não passa de especulação. Não seria a primeira vez em que os títulos que, antes do lançamento de um CD, me passavam mais despercebidos se revelassem as minhas músicas preferidas. Só nos resta esperar. E enquanto aguardamos as histórias das músicas de Avril Lavigne, continuaremos a recordar as histórias de Goodbye Lullaby, bem como a analisar as histórias de outras músicas a serem lançadas em breve, ou já lançadas (mais informações em entradas futuras).

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