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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Top 10 música portuguesa #1

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Uma falha aqui do estaminé é não falarmos o suficiente sobre música portuguesa. Para além de não dar o devido apoio à produção nacional, uma grande fatia da música que oiço é de artistas ou bandas do nosso retângulo à beira-mar plantado. Já estava na altura de isso se refletir aqui no blogue.

 

Antes dos meus doze anos, a maior parte da música que ouvia era portuguesa. Não sei se o meu caso é único e/ou se isso ainda acontece hoje mas, a partir de certa altura, a mensagem que me chegava era que o que era “fixe” era ouvir música em inglês. Estava também numa altura em que já sabia inglês suficiente para compreender as letras, pelo menos em parte.

 

Ainda assim, a música portuguesa esteve sempre presente, mesmo que apenas através da rádio. Quando comecei a usar o Spotify aqui há uns anos – que facilita imenso o acesso a música – passei a  ouvir artistas e bandas portuguesas muito mais ativamente. Aliás, por norma faço um esforço por ter todos os dias um Daily Mix todo em português de Portugal (o que às vezes é difícil, o algoritmo é teimoso...). A minha lógica é que, como estes músicos têm uma audiência bem menor que os músicos anglo-saxónicos, precisam mais das minhas reproduções.

 

Assim, hoje vou deixar-vos o meu top 10 de música portuguesa. Bem, mais ou menos. Não é um top 10 rigoroso por dois motivos. Para tornar o texto mais interessante, não vou repetir artistas ou bandas e não vou incluir músicas que já abordei aqui no blogue. Porto Côvo, por exemplo, ocuparia um dos lugares cimeiros, mas, como já teve direito ao seu próprio texto, incluí-la neste seria redundante. Desse modo, pensem nisto não como um top 10 e sim em dez músicas portuguesas que estão entre as minhas preferidas.

 

E talvez um dia escreva uma segunda parte, com outras dez músicas. 

 

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Olhando para esta lista, uma coisa que se destaca é que… estas músicas são antigas. A mais recente tem vinte anos. 

 

Isto tem duas explicações. Em primeiro lugar, como verão já de seguida, quase todas estas canções têm uma história pessoal associada e/ou descobri quando era miúda. Em segundo lugar, muitas destas músicas têm sobrevivido ao teste do tempo, ainda hoje passam nas rádios. Ainda por cima, a rádio que mais oiço neste momento é a m80. 

 

Não significa que não haja música portuguesa após o início dos anos 2000 de que eu goste. Eu aliás ando a gostar de ouvir a Bárbara Tinoco e também as músicas Talvez de Carolina de Deus e Mais ou Menos de Rita Rocha. Se sempre escrever uma sequela a este texto, hei de incluir músicas mais recentes.

 

Como o costume, tinha muito sobre que escrever. Assim, este top 10 virá em duas partes. Deixo o pódio para amanhã ou depois.

 

Assim, sem mais delongas, começamos por…

 

10) Anjos – As Long As You Love Me

 

No início dos anos 2000, tive uma fase em que gostava muito dos Anjos. Não durou muito, mas ainda hoje gosto de músicas como Ficarei, Quero Voltar e Perdoa. São um par simpático. 

 

 

Penso que foi no Natal de 2000 que me ofereceram o CD Anjos ao vivo, lançado no mesmo ano. Apesar de ser um álbum ao vivo, a primeira faixa foi gravada em estúdio. É o tema Quando Fores Grande, que os Anjos lançaram a propósito de uma campanha conjunta com a Swatch – também me ofereceram o relógio, se não me engano em conjunto com o CD. Era uma campanha para a construção de uma escola em Timor-Leste, que estava a libertar-se da ocupação indonésia.

 

Saudades desses tempos antes do 11 de setembro, em que parecia que o mundo estava a evoluir para melhor. Sublinhe-se o “parecia”.

 

O videoclipe de Quando Fores Grande dá-me vontade de rir, um bocadinho. É tão… final dos anos 90, início dos anos 2000. Aquela coreografia, as dançarinas com o estômago à mostra…

 

Mas não é de Quando Fores Grande que quero falar, é sobre outra música de Anjos Ao Vivo. A versão que a dupla cantou em palco do grande êxito dos Backstreet Boys, As Long As You Love Me. 

 

Eu fiquei obcecada por este cover. Lembro-me de dançar ao som desta música na minha sala, quando tinha onze ou doze anos. Mesmo anos mais tarde, já depois de me ter cansado das outras músicas dos Anjos, fui mantendo esta música no meu leitor de mp3 (“ripada” do CD). Tive uma fase em que a troquei pela versão original, mas acabei por regressar à versão dos Anjos.

 

 

Uma grande parte da qualidade vem da versão original, claro, com a sua letra romântica e melodia açucarada. Ainda assim, acho que a versão dos Anjos tem um instrumental mais… orgânico, menos produzido, com uma emotividade diferente – nem que seja só por ter sido gravada ao vivo.

 

Ou talvez seja apenas a nostalgia a falar.

 

A música está apenas em décimo lugar precisamente porque está cá quase só por motivos sentimentais. Além disso, não é uma música original, é uma versão de uma música estrangeira – quase nem conta como música portuguesa. Mas eu tinha de incluí-la aqui, porque foi mesmo muito marcante. 

 

9) Rádio Macau – Amanhã é Sempre Longe Demais

 

Esta é uma obsessão recente. Não é propriamente uma canção que adore há muito tempo ou que tenha um grande valor sentimental, como a maior parte dos itens desta lista. Nem sequer tenho muito a dizer sobre ela. Mas gosto imenso de Amanhã é Sempre Longe Demais. 

 

 

A letra não é má. Dois amantes que se despedem depois de uma noite passada juntos e já sentem saudades um do outro. A minha parte preferida da canção é o instrumental. Não percebo como conseguiram aquele efeito “metálico” no acompanhamento (teclado? sintetizadores?), mas eu adoro. 

 

Também adoro a interpretação em tom grave de Xana, a vocalista dos Rádio Macau. Outras versões desta música, como a dos Resistência, acrescentam vocais mais agudos ao refrão e, a meu ver, não ficam tão bem. Nem todas as canções precisam de refrões bombásticos. Outro pormenor na versão original que resultou muito bem são os coros masculinos nos últimos refrões. 

 

Como disse acima, de todas as músicas nesta lista, Amanhã É Sempre Longe Demais será a canção de menor valor sentimental para mim. Se tivesse escrito este texto há dois anos (ou se o escrevesse daqui a dois anos), talvez esta música não estivesse incluída. Ainda assim, Amanhã É Sempre Longe Demais é uma música muito bonita por si mesma, merece todos os elogios. Mesmo que a minha obsessão arrefeça daqui a uns tempos, não me vou arrepender de ter escrito sobre ela. 

 

8) Xutos & Pontapés – À Minha Maneira

 

Tive algumas dificuldades em escolher uma música dos Xutos & Pontapés para esta lista. Gosto de várias músicas deles, mas daí a escolher uma favorita… Estive quase para não incluir nenhuma canção deles nesta lista, mas… são os Xutos!

 

Acabei por escolher À Minha Maneira, da minha playlist da Seleção (mais sobre isso adiante). Não diria que é a minha preferida dos Xutos, mas andará lá perto. 

 

 

Para mim, a música vale sobretudo pela letra – ainda que seja uma mensagem simples, que se explica a si mesma. A minha parte preferida é o refrão, sobretudo os versos "E as forças que me empurram, e os murros que me esmurram, só me farão lutar…" – a forma como se destacam do resto da música, tomando um carácter vagamente atmosférico, mesmo místico, para depois mudar para um tom mais eufórico em "À minha maneira (à minha maneira), à minha maneira!“. 

 

Em 2009, Cristiano Ronaldo usou esta música na sua apresentação no Real Madrid. Há coisa de dez anos, li uma entrevista ao Tim (no jornal Record?) em que este dizia que aprovava a escolha. Mais: Tim achava que a canção condizia bem com a personalidade e a história de vida de Ronaldo. 

 

Como alguém que acompanha a carreira do madeirense desde os seus tempos no Sporting, eu concordo. A determinação em ser o melhor, a sua teimosia, uma certa mesquinhez ao usar as críticas como motivação – há quem lhe atribua a frase “Your love makes me strong, your hate makes me unstoppable”.

 

Isso resultou bem durante a larga maioria dos vinte anos de Ronaldo como profissional. Infelizmente, neste verão vimos o reverso da medalha. Ele queria sair do Manchester United mas, numa altura em que ele está em fim de carreira e ninguém quer montar uma equipa em torno dele (outras pessoas na Internet podem explicar melhor a questão), a sua teimosia e orgulho jogaram contra ele e Ronaldo ficou muito mal na fotografia. 

 

Em todo o caso, é por causa disto que À Minha Maneira tem feito parte da minha playlist da Seleção Portuguesa. Mesmo que a maneira de Ronaldo esteja a voltar-se contra ele mesmo, a mim recorda-me – e perdoem-me por estar a falar disto outra vez a final do Euro 2016. Penso que já o referi algures nas internetes, mas na minha opinião uma das coisas que fez com que ganhássemos foi o facto de toda a equipa ter adotado a maneira de Ronaldo. Depois de um campeonato inteiro lidando com críticas (algumas justas, outras não), quase todo o mundo futebolístico contra nós, culminando com a lesão de Ronaldo, a resposta dos portugueses foi unirem-se contra tudo e contra todos. O resto é História. 

 

 

Esta não é a única canção neste texto que pertence à minha playlist da Seleção. Quando adiciono músicas a essa lista, às vezes estas ganham um lugar especial no meu coração. E como é da Seleção Portuguesa que estamos a falar, tendo a favorecer músicas cantadas em português.

 

Mais exemplos disso já a seguir. 

 

7) Pedro Abrunhosa – Eu Não Sei Quem te Perdeu

 

Neste momento, Eu Não Sei Quem te Perdeu é a minha canção preferida de Pedro Abrunhosa. Possui um tom intimista, só com piano e uma voz enrouquecida. Na minha opinião, a voz de Abrunhosa adequa-se a este género de baladas suaves, como Tudo o Que Eu te Dou e Se Eu Fosse Um Dia o Teu Olhar. Não acho que resulte tão bem quando ele eleva a voz – embora até goste de algumas dessas músicas, como Vamos Fazer o Que Ainda Não Foi Feito. 

 

A letra não é má, mas não é nada por aí além. Ao menos não entra nos mesmos territórios bizarros de músicas como Momento ou Se Eu Fosse Um Dia o Teu Olhar. Em todo o caso, condiz com a “vibe”, explora o lado romântico do tom intimista do instrumental. 

 

Aliás, gosto mais dessa “vibe”, do “mood” de Eu Não Sei Quem te Perdeu do que da letra em si. Tudo por causa do último filme de Digimon Adventure Tri.

 

Eu sei, eu sei. Passo a explicar. 

 

 

Isto ocorreu há pouco mais de quatro anos, durante o verão de 2018. Lembro-me perfeitamente: estava de férias no Algarve e estava a escrever a análise a Bokura No Mirai. Numa das tardes estava na varanda do meu apartamento de férias, passando o rascunho a computador e ouvindo música no Spotify. Quando estava na parte referente à cena em que o Yamato chora nos braços do Gabumon, calhou tocar Eu Não Sei Quem te Perdeu. 

 

Logo aí achei que a música se adequava àquele momento. Lá está, não pela letra. Aquela não é uma cena romântica, mas é uma cena de vulnerabilidade, de ternura, algo que Eu Não Sei Quem te Perdeu ilustra muito bem com o seu instrumental e o seu tom intimista.

 

Não me interpretem mal, esta é uma canção lindíssima por si só. Merece todos os elogios. No entanto, para mim tem este significado extra de estar associada a um dos melhores momentos de Tri. Sempre que oiço Eu Não Sei Quem te Perdeu, lembro-me do Yamato e do Gabumon… e tento não pensar no que acontece em Kizuna

 

Já que falo nesse filme, lembrete rápido que Digimon Adventure A Última Evolução Kizuna encontra-se neste momento em exibição nos cinemas, dobrado em português de Portugal. Não percam!

 

6) Diva – Mariana 

 

Esta é uma canção que eu estou genuinamente surpreendida por não ser mais popular hoje em dia. No que toca aos Diva, a canção Amor Errante tem mais rotação. É uma música bonita, não me interpretem mal, mas… Mariana é muito melhor! Sou a única a achá-lo? 

 

 

 

Mariana é uma música caída do céu. O instrumental contribui muito para esse efeito, com a percussão, os sintetizadores, a linda harmónica, o baixo e as notas de guitarra elétrica. E, claro, a linda interpretação da vocalista Natália Casanova, absolutamente angelical, uns agudos impressionantes. Eu bem tento atingir essas notas e não consigo… 

 

Por outro lado, os últimos "la la la la" são uma das partes que mais gosto da canção. 

 

A letra é simples mas bonita, falando sobre saudade – um tema muito português. Aliás, servia para fado. Não há por aí ninguém que queira fazer esse cover? 

 

Não preciso de dizer mais nada. Oiçam Mariana e deixem-na falar por si. 

 

5) Sara Tavares – Chamar a Música

 

De todas as canções nesta lista, Chamar a Música será a primeira que conheci. As minhas primeiras recordações dela serão de quando tinha quatro ou cinco anos – acho que na altura estava em todo o lado. Ao pesquisar para este texto, descobri que foi a candidata portuguesa para a edição de 1994 do Festival da Canção – a cronologia bate certo com as minhas recordações.

 

Eu, aliás, só agora é que descobri que a música original é da Sara Tavares. Nos últimos anos andava a ouvir a versão que está disponível no Spotify, cantada por Teresa Radamanto. Eu pensava que era a versão original – não é muito diferente da de Sara Tavares, condizia com as minhas recordações, nunca tinha pensado muito nisso. Daquilo que consegui pesquisar (que não é muito), esta é uma versão gravada em 2009, a propósito do programa da RTP “A Melhor Canção de Sempre”. O objetivo era escolher a melhor candidata portuguesa ao Festival da Canção até à data.

 

 

A versão de Teresa Radamanto é bonita, mas eu gosto mais da versão da Sara Tavares. Estou zangada por não estar disponível no Spotify. Ainda assim, a interpretação de Sara não é o único ponto forte da canção. A letra, da autoria de Rosa Lobato Faria, é provavelmente a melhor de todas as canções desta lista – é um poema, mais do que qualquer outra. Também gosto do acompanhamento musical – é típico das power ballads dos anos 90, não é?

 

Na altura, a música atingiu um respeitável oitavo lugar no Festival da Canção. Está nesta lista por sentimentalismo, mas Chamar a Música é genuinamente uma canção linda. Outra que merecia mais atenção nos dias de hoje. 



4) Delfins – 1 Lugar ao Sol

 

Os Delfins são uma banda que sempre apreciei, de forma intermitente. Quando tinha oito anos, mais coisa menos coisa, andei obcecada com o álbum Saber Amar, lançado um par de anos antes. Os meus tios tinham o CD e eu, com a falta de noção típica de uma menina de oito anos, convenci-os a oferecerem um exemplar ao meu pai no seu aniversário.

 

Ao fim de algum tempo fartei-me, mas o álbum foi marcante. Aqui entre nós, o azul é hoje a minha cor preferida pelo menos em parte por causa da canção A Cor Azul. Mesmo hoje, passados estes anos todos, ando a ouvir algumas das músicas e ainda gosto delas. Temas como Não Vou Ficar, Num Sonho Teu e o tema-título Saber Amar. 

 

Esta última é uma canção super alegre mas que, inesperadamente, encerra algumas verdades. “Contra as armas do ciúme, tão mortais, a submissão às vezes é um abrigo”, “Todas as formas de se controlar alguém só trazem um amor vazio”. O Miguel Ângelo não quer fazer um workshop?

 

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Ora, a música de que vamos falar não pertence ao álbum Saber Amar. 1 Lugar Ao Sol é daquelas músicas que sempre estiveram lá, que ia ouvindo de vez em quando na rádio sem lhe dar muita atenção. No verão de 2019, no entanto, a música cativou-me e tenho andado obcecada com ela nessa altura. 

 

A letra não é nada de especial – basicamente sobre lutar por sonhos. É daquelas letras que são suficientemente sólidas para dar alguma mensagem à música e, ao mesmo tempo, suficientemente vagas para o ouvinte fazer as suas próprias interpretações.

 

Naturalmente, acrescentei-a à minha playlist da Seleção Nacional. 

 

1 Lugar ao Sol, na verdade, tem sido a minha música preferida nessa playlist nos últimos anos. Ainda há relativamente pouco tempo usei-a numa story. Antes disso, durante os play-offs do Mundial 2022, ia cantando a terceira parte de 1 Lugar Ao Sol para mim mesma, como se fosse uma oração.

 

Hão de reparar que, na story, usei a versão ao vivo da música. O que me leva a algo que me tem feito alguma confusão: as inúmeras versões que existem de 1 Lugar Ao Sol.

 

Aparentemente, a primeira foi lançada no álbum U Outro Lado Existe, de 1988. Só fiquei a conhecê-la há pouco tempo, está no Spotify. Não é má, mas nota-se muito que é um produto dos anos 80, não necessariamente no bom sentido.

 

 

Talvez por isso, os Delfins regravaram a música no mesmo ano, juntamente com outros dois temas –  Sombra de uma Flor e 1 Só Céu – num EP que também se chamou 1 Lugar Ao Sol. Esta versão da música foi lançada como single e, segundo a Wikipédia, passou várias semanas nos lugares cimeiros das tabelas musicais. Ainda hoje tem bastante rotação nas rádios – na m80, pelo menos. Mais tarde, foi incluída no álbum Best Of: O Caminho da Felicidade, editado em 1995.

 

Existe uma outra versão de estúdio de 1 Lugar Ao Sol. Esta foi gravada para o segundo volume d’O Caminho da Felicidade, editado em 2013. Pouco menos de uma década depois, foi usada no genérico de Dancin’ Days, uma novela de 2013, fruto de uma parceria entre a SIC e a Globo.

 

Eu diria que esta é a versão mais “pesada” de 1 Lugar Ao Sol, no sentido em se guia mais pelas guitarras, quando comparada com outras versões. Não deixa de ser um tema pop rock, claro.

 

Existem ainda outras versões de 1 Lugar Ao Sol e iremos falar sobre elas. A versão em que me quero focar, a que figura neste top, é a do EP de 1988 e que foi lançada como single. Na minha opinião, tem o arranjo mais intemporal e mais adequado à letra sonhadora. É um tema pop rock à mesma mas mais despojado, com mais sintetizadores, vocais um pouco mais suaves, um carácter mais atmosférico. 

 

 

Em todas as versões de 1 Lugar Ao Sol, a terceira parte da música é a minha preferida. Nesta, no entanto, está num nível absolutamente estratosférico. Tudo por causa do solo de baixo de Rui Fadigas. Esta sequência é pura perfeição musical. 

 

Para grande frustração minha, esta versão de 1 Lugar Ao Sol foi retirada do Spotify algures entre 2020 e 2011. (É por estas e por outras que me recuso a aderir ao Premium, tirando durante promoções e outros eventos especiais). Tenho-a substituído pela versão dos Resistência e pela versão ao vivo. A primeira é uma versão acústica – foi a minha mais tocada no Spotify no ano passado

 

A segunda pertence ao álbum “25 Anos, 25 Êxitos… 1 Abraço” (adoro o título). Gosto da maneira como começa, só com notas de guitarra, para depois explodir com mais guitarras, o baixo, o piano, a bateria. 

 

Ainda assim, continuo a preferir a versão do EP. Fico à espera que um dia regresse ao Spotify. Tenho uma relação relativamente curta com 1 Lugar Ao Sol quando comparada com outras canções nesta lista, mas para mim é uma das melhores da música portuguesa.

 

 

E por hoje ficamos por aqui. Deixo as três líderes de tabela para a segunda parte. Como sempre, obrigada pela vossa visita.

Músicas Ao Calhas – All too Well

Ninguém vai acreditar que foi por mero acaso que resolvi escrever sobre Taylor Swift agora, ninguém vai acreditar que já planeava fazê-lo há algum tempo. Vão achar que quis aproveitar-me do interesse aumentado em Taylor a propósito do álbum folklore, lançado há pouco mais de uma semana. 

 

Acreditem ou não, eu já estava a escrever o primeiro rascunho deste texto quando Taylor anunciou o álbum literalmente na véspera do dia em que saiu. Como é que eu ia adivinhar? A mulher costuma demorar pelo menos dois anos entre álbuns!

 

Bem, agora já está. Vou aproveitar-me do interesse aumentando em Taylor, mesmo não tendo sido essa a minha intenção. 

 

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Taylor Swift é uma cantautora que dispensa apresentações. É a primeira vez que lhe dedico um texto neste blogue, mas a verdade é que tenho acompanhado a carreira dela assim ao de longe desde 2014/2015. Talvez mesmo antes, mais foi só em 2014 que comecei a ouvir ativamente músicas dela. Os singles de 1989 basicamente, como Blank Space e Out of the Woods. Com o passar dos anos, sobretudo desde que comecei a usar o Spotify com frequência, fui acrescentando mais músicas dela às minhas playlists, aqui e ali.

 

Durante anos não quis admitir que Taylor Swift era uma cantora do meu nicho musical. Mas a verdade é que ela ia aparecendo em várias listas de mais tocadas no Spotify. Quem é que eu queria enganar?

 

Era só uma questão de tempo até escrever sobre ela aqui. 

 

Ainda assim, não sou de todo uma enorme fã de Taylor (uma Swiftie, uma stan ou o que quer que os miúdos fixes lhe chamem por estes dias). Sou uma fã muito casual, muito superficial. Não conheço assim tão bem a discografia dela. Só tenho ouvido músicas soltas, acho que nunca cheguei a ouvir um álbum dela do princípio ao fim – quero fazê-lo com folklore, no entanto.

 

Na mesma linha, no que toca à sua repercussão mediática, aos dramas com ex-namorados, com outras celebridades… em geral, não ligo muito, tenho ter uma posição neutra.

 

Tirando no caso do Kanye. Que se lixe o Kanye, o homem é uma besta. Eu sei que ele tem tido problemas com a sua doença bipolar, mas isso não serve de desculpa para todas as coisas que tem feito.

 

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Voltando a Taylor, por um lado sim, acredito que seja difícil passar o fim da adolescência e toda a idade adulta, em particular a sua vida amorosa, debaixo do escrutínio impiedoso dos holofotes. Também admito que, se ela fosse um homem, a sua vida seria mais fácil.

 

Por outro lado, nenhuma dessas dificuldades, nenhum dos lados negros da fama a impediram de se tornar uma das maiores estrelas pop da atualidade, uma das mulheres mais poderosas e influentes dos Estados Unidos, se não for do mundo. Não precisa que tenhamos pena dela, na minha opinião. Além de que, não apenas como celebridade, também como compositora, como letrista, tem maior controlo sobre a narrativa do que outras personagens da sua história. 

 

Em todo o caso, sei reconhecer boa música quando a oiço e é por isso que estou aqui. All too Well é considerada, de maneira quase unânime, uma das melhores canções de Taylor Swift, se não for a melhor. Como (ainda) não conheço assim tão bem a discografia dela, não posso dizer que seja, de facto, a número um. Mas é uma das melhores entre aquelas que conheço. 

 

É sem dúvida uma das melhores baladas que conheço. Baladas a sério, mesmo power ballads, daquelas que arrebatam. Sempre gostei deste estilo de música, duas das minhas canções preferidas de todos os tempos – I’m With You e Last Hope – são power ballads. All too Well está ao mesmo nível.

 

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All too Well, aliás, é um caso bastante raro, se não for único, entre as power ballads no sentido em que não assenta em grandes notas agudas para arrebatar. I’m With You caracteriza-se muito pelos agudos. Last Hope nem tanto, mais nos pré-refrões, mas estão lá. Mesmo aquelas baladas universalmente aclamadas, como I Don’t Want to Miss a Thing, Total Eclipse of the Heart, Always, My Heart Will Go On, I Will Always Love You, todas elas assentam em grandes agudos. 

 

É, de resto, uma técnica muito usada em música: cantar os últimos refrões uma oitava acima, acrescentar uns quantos backvocals mais agudos, mesmo elevar o tom da música. A própria Taylor já usou este último truque com grande eficácia em Love Story. 

 

All too Well, no entanto, só tem um único verso agudo. Não precisa de mais. Taylor sob controlo total, transmitindo bem as emoções da música através da sua voz. Na verdade, no que diz respeito a vocais, prefiro versões ao vivo, em particular a lindíssima apresentação nos Grammys de 2014. A voz soa menos polida, mais crua – numa versão de estúdio não dava, mas ao vivo funciona e, para ser sincera, leva-me às lágrimas. 

 

O acompanhamento musical contribui para o arrebatamento da canção em partes iguais à voz. Começa relativamente minimalista, só com um par de guitarras (ou piano, no caso das versões ao vivo), ganhando novas camadas ao longo da faixa. All too Well é feita de crescendos atrás de crescendos, de crescendos sobre crescendos, clímaxes sobre clímaxes. Por volta dos três minutos e quarenta a intensidade diminui por instantes, mas não tarda a crescer de novo. Culmina no último refrão antes de diminuir de novo para o final. 

 

É uma montanha-russa de emoções.

 

 

Falemos então sobre a letra. Resumidamente, All too Well fala sobre uma relação falhada, à semelhança de oito em cada dez músicas de Taylor. Esta terminou de forma amarga, só que a narradora não consegue esquecer os bons momentos, continua presa a esse passado. 

 

Penso que já referi aqui no blogue que Taylor Swift é uma das melhores compositoras, uma das melhores letristas da actualidade, na minha opinião. Dá para ver um pouco disso aqui, várias das coisas que ela faz bem. 

 

Uma delas é a forma como conta histórias ao longo das músicas. All too Well, por exemplo, conta a história da relação que falhou, do princípio ao fim – como veremos melhor adiante. 

 

Outra coisa que Taylor faz bem é dar pormenores, reais ou ficcionados, que tornam as histórias muito mais tangíveis. Como as camisas em xadrez nesta música, os aviões de papel em Out of the Woods, os Old Fashioned em Getaway Car, a Cornelia Street da música com o mesmo nome. Por um lado, suspeita-se que esses pormenores sirvam de pistas para a audiência brincar aos detetives, tentando descobrir de quem Taylor está a falar (não estou a tecer juízos de valor, eu compreendo o apelo).

 

Por outro, esses pormenores também servem para fazer um bocadinho de “show, don’t tell”. Vou roubar um exemplo ao Pop Song Professor e referir New Year’s Day: em vez de dizer apenas que quer estar lá nos bons e nos maus momentos, a narradora diz que quer estar nas festas, nas doze badaladas à meia-noite, mas que também estará lá na manhã seguinte, arrumando a casa com o amado.

 

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Temos exemplos disso em All too Well. Começando pelo lenço (ou cachecol? A tradução dá para os dois lados…) na primeira estância, que, tal como a própria canção o confirma mais tarde, simboliza a esperança e inocência do início da relação. 

 

Consta que foram chatear a irmã do Jake Gyllenhaal (o ex de Taylor que, supostamente, terá inspirado All too Well) a perguntar por esse lenço. Ela não sabia do que estavam a falar. Provavelmente é ficcional.

 

A parte entre a estância refere-se, então, à fase de lua de mel, em que o casal se divertia, em que ele não conseguia tirar os olhos dela (“You almost ran a red ‘cause you were looking over at me” – nada mais romântico do que uma quase contra-ordenação muito grave), em que tudo parecia perfeito, destinado (“Autumn leaves falling down like pieces into place”). 

 

De notar as pausas da narrativa – nos pré-refrões, em que a narradora assegura que sabe que aquilo tudo é passado e ainda está a tentar aceitá-lo. 

 

Na parte seguinte, depois do primeiro refrão, temos a narradora descobrindo acerca da infância do amado, falando com a mãe dele, vendo fotografias. Sabemos que a relação já vai além da excitação inicial – ninguém conhece a família do parceiro romântico, fazendo perguntas sobre a sua meninice, se não está a pensar a longo prazo. A própria letra resume-o bem: “You tell me about your past thinking your future was me”.

 

Temos também uma breve referência a um momento de intimidade, a meio da noite: “We're dancing round the kitchen in the refrigerator light”.

 

 

Aquele que será, porventura, o maior clímax da música corresponde ao momento da separação. A letra refere problemas de comunicação, expetativas diferentes mas, segundo a narradora, a culpa é sobretudo dele. Nesta fase da sua carreira, quase todas as músicas de Taylor sobre relações falhadas colocavam a culpa no ex – Back to December será uma das poucas exceções. Foi só a partir de 1989 que ela começou a admitir culpas no cartório.

 

Uma vez mais, não estou aqui para tecer juízos de valor. Faz parte do crescimento.

 

De qualquer forma, segundo All too Well, esta separação incluiu uma chamada telefónica cheia de palavras desnecessariamente duras, supostamente honestas, que a magoaram profundamente. A ser verdade, não se faz.

 

A parte seguinte, depois da acalmia, ocorre já algum tempo depois do fim. Ela ainda está a fazer o luto, ainda não conseguiu reencontrar-se consigo mesma. Estão naquela fase em que devolvem as coisas que ficaram na casa um do outro.

 

Mas – plot twist – ele não devolveu o tal lenço. Ele também ainda não desligou por completo. No ano passado, aquando do lançamento de Lover, foi revelada uma das primeiras versões do último refrão, rezando “There we are again, you’re crying on the phone/Realized you lost the one real thing you’ve ever known”. Partindo do princípio que estes versos são verídicos, já foi tarde, agora já não dá para voltar atrás.

 

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É uma canção extraordinária, de facto. Tem cinco minutos e meio de duração – talvez seja por isso que nunca foi lançada como single – mas acho que ninguém lhe cortaria um segundo que fosse. 

 

Reza a lenda, aliás, que existe uma versão de All too Well com dez minutos de duração. No entanto, daquilo que descobri nas internetes, essa versão não era mais do que um primeiro rascunho sem filtros, um longo desabafo à guitarra. Taylor admitiu que demorou algum tempo a editar tal monstro, a reduzir às partes essenciais. Tanto quanto percebo, ao contrário do que uma parte dos fãs acredita, Taylor nunca chegou a gravar uma versão com dez minutos, ou mais, de duração.

 

E, para ser sincera, não acho que essa versão faça falta. A versão final utiliza com mestria os seus cinco minutos e meio de duração. Uma versão com o dobro ou o triplo da duração provavelmente divagaria na letra, não teria os mesmos crescendos e clímaxes. All too Well está perfeita como está.

 

Taylor afirmou que a canção tem tido duas vidas. A primeira como seu desabafo, como catarse sua. A segunda vinda do feedback dos fãs, que lhe gritam a música de volta nos concertos (a sério, vejam o vídeo abaixo, uma pessoa fica com pele de galinha), que fazem tatuagens com a letra. 

 

É ao mesmo tempo o risco e a excitação de expressões artísticas como a música: depois de lançadas no mundo já não pertencem exclusivamente ao artista, ganham uma personalidade nova. Para o pior e, pelo menos deste caso, para o melhor. All too Well tem recebido a apreciação que merece. Eu mesma só conheço esta canção há relativamente pouco tempo, mas já me imagino de lágrimas nos olhos cantando-a aos berros num concerto.

 

 

Sei perfeitamente que não sou, nem de longe nem de perto, a primeira pessoa a elogiar All too Well (e não serei decerto a última). Mesmo a maior parte destas opiniões não são propriamente originais. Mas a verdade é que este blogue também funciona um pouco como um diário de bordo das minhas paixões. Se descubro alguma coisa de que gosto a sério, mesmo que seja com algum atraso, escrevo sobre ela aqui.

 

Talvez volte a escrever sobre a música de Taylor no futuro. Existe pelo menos mais uma canção que merece uma entrada de Músicas Ao Calhas, mas não vou escrevê-la já já – são planos a médio prazo.

 

Por agora, se não se importam, vou ouvir folklore como deve ser, para ver se é essa Coca-Cola toda.

Músicas Não Tão Ao Calhas - Fly

A última quinta-feira, 16 de abril, ficou marcada pelo lançamento de Fly, o mais recente single da cantautora canadiana Avril Lavigne. 

 

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A comunidade de fãs já sabia da existência da música há um tempo considerável. Fly foi composta em 2012, em colaboração com Chad Kroeger e David Hodges - terá sido aproximadamente na mesma altura em que nasceram várias faixas que, hoje, fazem parte do álbum Avril Lavigne: Let Me Go, Hush Hush, Bad Girl, Give You What You Like, Hello Kitty. Alguns destes títulos (Fly incluída, penso eu), na verdade, já tinham chegado aos fãs ainda nesse ano (acreditem, há pouco tempo dei com um tópico antigo do Fórum Avril Portugal), depois de terem sido registados em sites especializados. Eu na altura, não lhes dei muito crédito (títulos surgidos em circunstâncias semelhantes anteriormente nunca tinham sido confirmados e, além disso, quem no seu juízo perfeito comporia uma música chamada Hello Kitty?). Cerca de um ano mais tarde, em vésperas do lançamento de Avril Lavigne, Fly surgiu em possíveis tracklists para o quinto álbum. Avril chegou mesmo a referi-la em algumas entrevistas, dizendo que a compusera para ser o hino da sua Fundação (a Fundação Avril Lavigne, inaugurada em 2010, que trabalha essencialmente com crianças e jovens com doenças graves ou deficiências.

 

Logo nessa altura, eu calculei (à semelhança de muitos outros fãs), que Fly seria uma espécie de Keep Holding On 2.0, com toques de Black Star. Fly, no entanto, acabaria por ser excluída da tracklist final do álbum Avril Lavigne, à semelhança de outros títulos, igualmente divulgados. Calculo que, pelo menos no caso de FLy, estivessem à espera de uma ocasião especial para a lançar - como as Special Olympics deste verão.

 

Entretanto, depois de um 2014 fraquinho, no final de dezembro, a Avril revelou estar a debater-se com problemas de saúde. No início deste mês, numa entrevista à revista People, revelou que, durante quase um ano, sofreu de Doença de Lyme, uma infeção bacteriana provocada pela mordedura da carraça. Os sintomas são inespecíficos, assemelham-se a uma gripe má, o que dificulta o diagnóstico mas, se detectada a tempo e se medicada com antibióticos, passa ao fim de algumas semanas. No entanto, a Avril teve de passar por vários médicos, muitos dos quais não a levaram a sério, e chegou a estar cinco meses seguidos presa à cama, sem forças para desempenhar tarefas tão básicas como tomar duche. Chegou a pensar que estava a morrer. Felizmente agora está melhor (eu estou aliviada por não ser cancro...), mas foi um período difícil.

 

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Neste contexto, a Avril revelou que a sua própria canção, Fly, a ajudou a sobreviver. Não apenas a mensagem da música em si, mas também a determinação da cantora em partilhá-la com os fãs (que, ainda por cima, foram impecáveis, fartaram-se de enviar mensagens de força sob várias formas : tweets, desenhos, vídeos...).

 

A verdade é que a música da Avril tem-nos salvo a vida há muitos anos, de várias maneiras. Para nós é emocionante a noção de que, agora, a Avril sabe exatamente o que isso é.

 

 

A single step becomes a leap of faith

 

Fly corresponde às expectativas. Conforme tinha dito antes, de uma maneira geral, a Avril é incapaz de falhar no que toca às chamadas "power balads" e não precisou de se esforçar muito para criar um hino inspirador para a sua Fundação e para os Special Olympics. Tal como seria de esperar, em termos de sonoridade, Fly assemelha-se a Keep Holding on e à b-side Won't Let You Go. Fly, no entanto, tem uma produção mais leve (terá sido a Avril a produzi-la sozinha, como fez com 4 Real e Goodbye?), é conduzida pelo piano (KHO tem mais guitarra acústica). Poucos mais instrumentos tem, destacando-se um adorável violino. 

 

Numa entrevista recente, Avril admitiu que, inicialmente, pensara numa produção mais pop - provavelmente ao estilo de Hello Heartache, talvez quando a ideia ainda era incluí-la no quinto álbum. Não me custa imaginar e acho que também resultaria. No entanto, acabou por considerar esta produção mais simples - fazendo lembrar Goodbye Lullaby - mais adequada, destacando mais a voz. Uma boa aposta, que os vocais nesta música estão excelentes. Por outro lado, regra geral, uma orquestra dá sempre um carácter épico e inspirador a qualquer música.

 

Na verdade, o único defeito que encontro nesta música é o facto de ser curta (só dura três minutos, quando as baladas da Avril costumam durar à volta dos quatro). Eu queria ouvir mais daquele violino. É possível que esta seja uma versão mais curta (vi a indicação "misturada para o iTunes" nalgum sítio...). 

 

A letra de Fly é sólida, sem ser nada de muito original. Avril recicla conceitos de Breakaway (é praticamente a mesma mensagem, com a diferença de que Breakaway fala da experiência pessoal da cantora, enquanto Fly é um apelo a terceiros) e também a mensagem do seu primeiro perfume, Black Star (que também inspirou o nome da comunidade de fãs. Se formos a ver, isto está tudo ligado...). É uma mensagem de esperança, de estímulo à luta pelos sonhos. Na verdade, a letra de Fly recorda-me, um pouco, Last Hope dos Paramore, na medida em que defende que basta dar o primeiro passo para começarmos a voar.

 

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O videoclipe para Fly saiu no mesmo dia que o single - algo que, tanto quanto me lembro, para a Avril, é inédito. De uma forma igualmente previsível, o vídeo alterna imagens dos atletas das Special Olympics, bem como da Avril fazendo o trabalho da sua Fundação, com imagens da Avril interpretando a música - fazendo também um shout-out  para o álbum The Best Damn Thing, que por esta altura faz oito anos de publicação (mais sobre isso em breve...).

 

Em suma, Fly não surpreende, mas isso não é uma coisa má. No que toca à Avril, o previsível está sempre muito acima da média. Tendo em conta as circunstâncias, destacando-se o facto de Fly ser uma sobra do quinto álbum (que, conforme assinalei antes, não impressiona pelo arrojo), não estava à espera de uma grande evolução. Fly não compete com as melhores baladas de Avril, mas cumpre muito bem o seu papel e apresenta potencial para tocar os corações de muitos fãs. É uma boa adição à discografia da cantautora. 

 

Contudo, parece que não ficamos por aqui. A Avril revelou também que, no início do ano, compôs uma canção sobre a sua luta com a Doença de Lyme. Também tornou a falar de um possível álbum de Natal, dando a entender que é desta que vai levar a ideia para a frente. Parece, então, que vamos ter mais Avril este ano, o que é ótimo.

 

Também teremos mais Avril aqui no blogue, nos próximos tempos. Continuem desse lado.

 

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