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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Música de 2012 #2

Para além de Guardian, duas músicas que me marcaram o ano que termina são do âmbito, não deste blogue, mas do meu outro, sobre a Seleção Nacional. Isto por serem hinos de apoio à Equipa de Todos Nós, lançados a propósito do Euro 2012 - o melhor período deste ano para mim. As músicas em questão são o "Hino da Seleção 2012" de Paulo Lima e o tema "Portugal Is All In" composto pela Adidas. A primeira por, entre outros motivos, me recordar um dos meus melhores dias de 2012. A segunda é um grande guilty pleasure. Mais pormenores no meu blogue O Meu Clube É a Seleção!, em particular nestas entradas AQUI e AQUI.
 

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No entanto, em termos musicais, para mim, 2012 pertenceu aos Linkin Park. Cortesia do concerto que eles deram no Rock in Rio e do álbum que lançaram, Living Things. Sei que já fiz a crítica a esse álbum (podem lê-la AQUI) mas essa foi escrita pouco após tê-lo ouvido as músicas pela primeira vez, são apenas as primeiras impressões. Com o tempo, com o lançamento dos videoclipes, das versões instrumentais, entre outras coisas, as músicas foram ganhando significados diferentes.

 
Os singles Burn It Down, Lost in The Echo, Castle Of Glass e Powerless continuam a ser as minhas músicas preferidas. É curioso, os Linkin Park costumam escolher para single as músicas de que mais gosto. Isso já tinha acontecido com A Thousand Suns mas nunca acontece com os álbums da Avril Lavigne... Talvez tenha uma queda para as faixas mais rentáveis comercialmente dos Linkin Park. Contudo, no caso de Living Things, acredito firmemente que, independentemente do potencial comercial, os singles lançados até agora são as músicas mais fortes do álbum.

 

"Let the sun fade out and another one rise
Climbing through tomorrow"


Dizem que o próximo single será I'll Be Gone. Não acho que seja má escolha. E mesmo que fosse, os quatro primeiros singles são suficientemente bons para compensá-lo. I'll Be Gone não é das mais marcantes de Living Things, na minha opinião, mas não deixa de ser uma faixa interessante. Como já tinha afirmado na crítica ao Living Things, I'll Be Gone é uma faixa pós-apocalíptica, de tom melancólico. Faz-me recordar um pouco a música Goodbye, de Avril Lavigne. Ambas as músicas falam sobre a necessidade de partir de modo a encerrar um capítulo e a abrir um novo - embora o sentimento seja diferente. Em I'll Be Gone há uma amargura de derrotado, de pessoa que perdeu tudo e se vê obrigada a desistir.

 

"I watched you fall apart and chased you to the end
I'm left with emptiness that words cannot defend
You'll never know what I became because of you..."

Powerless assemelha-se a I'll Be Gone em termos de sentimento, podendo mesmo servir de prelúdio à segunda. O assunto da letra é típico Linkin Park: desilusão, traição, impotência. O ponto forte da faixa é mesmo a parte musical: a introdução Tinfoil, o piano, a bateria forte, os vocais que se perdem na música após o segundo e o terceiro refrão, dando grande emotividade à faixa e mesmo um carácter épico.


"I can't fall back, I came too far
Hold myself up and love my scars"

O segundo single de Living Things com direito a videoclipe é a faixa que abre - primorosamente - o álbum: Lost in The Echo. Para além daquilo que referi na primeira crítica de Living Things, um dos seus pontos fortes é a letra: poderosa, desafiadora, cheia de personalidade - embora uma significativa parte disso venha da interpretação de Mike Shinoda, para mim o melhor rapper do Mundo. Tem vários versos marcantes, frequentemente citados por mim e pela minha irmã: "Test my will, test my heart" "Ya'll go hard, I'll go smart" e em particular "Hold myself up and love my scars". Acaba por ilustrar uma situação marcante do meu segundo livro, "O Tsunami", assemelhando-se, nesse aspeto, a Faster, dos Within Temptation.

Estava bastante curiosa relativamente ao videoclipe mas este acabou por ser dececionante. Estava à espera de algo mais dinâmico, com mais história. Já sairia beneficiado se pelo menos incluísse imagens da banda interpretando a música. Mas admito que teve a sua graça ver pessoas chorando e gritando perante uma foto minha em biquíni.

 

"Bring me home in a blinding dream
Through the secrets that I have seen..."

Outra faixa marcante este ano foi Castle Of Glass. Como já afirmei na primeira crítica, esta música tem um efeito engraçado: fala sobre vulnerabilidade, pede cura e consolo após uma dura batalha mas, ao mesmo tempo, o seu tom etéreo é reconfortante por si só - esse efeito acentua-se na versão usada no videoclipe. Uma entrevistadora disse o mesmo há uns tempos. Sei que estou a repetir-me mas sim, também serve de banda sonora à minha história. Neste caso, ao episódio do terceiro livro em que estava a trabalhar aquando do lançamento de Living Things.


Esta música teve, finalmente, um videoclipe à altura da qualidade de Living Things. Embora, inicialmente, não tenha achado muita piada à associação da música a um videojogo, o Medal Of Honor Warfighter. Foi uma das coisas de que menos gostei neste regresso dos Linkin Park, a parte da publicidade. Começando pela Honda Civic Tour e terminando em só lançarem o vídeo de Castle Of Glass após não sei quantos downloads do jogo.

Já me disseram, contudo, que a Honda Civic Tour é algo que várias bandas fazem de vez em quando, que depois é lançado um carro criado pelos artistas. Não é tão mau como pensei à primeira, mas... Mesmo a parte dos videojogos acaba por ter razão de ser. Eu mesma já colhi inspiração a videojogos, direta ou indiretamente - destaque para o Pokémon - e não me admirava se os Linkin Park tivessem feito o mesmo - parece que o Chester gosta de videojogos... Acho, apenas, que uma música estilo Lost in the Echo seria mais adequada.


"So when you fall, I'll take my turn
And fan the flames as your blazes burn"

No entanto, a música de 2012 foi Burn It Down. Não há volta a dar, nenhuma outra música teve neste ano o impacto que o primeiro single de Living Things teve. Afirmei, anteriormente, que o impacto não seria muito diferente se Lost In The Echo ou Castle Of Glass tivessem sido escolhidas como introdução ao álbum - agora não tenho tanta certeza disso pois a música tem vários motivos que a tornam especial, para além do facto de ter sido o primeiro single.

Um deles, já foi mencionado na primeira crítica: por ilustrar um episódio importante do meu segundo livro. Outro tem a ver com o AMV (anime music video, ou seja, videoclipe de anime) do Pokémon que montei poucos dias após o lançamento do single. É algo que faço há alguns anos, montagens de vídeo para o YouTube e fui ganhando jeito com a prática. Para além da parte do conceito do fogo, o terceiro verso descreve um pouco o início do primeiro filme do Pokémon, a história de Mewtwo e Geovanni. Modéstia à parte, acho que o meu AMV ficou melhor que o videoclipe oficial, mais porque este último não faz justiça à música. Mas vejam por vocês:


Burn It Down tem, além disso, uma energia incrível, poderosa e contagiosa, do início ao fim. Começando pela sequência de notas que abre e fecha a música, passando pelas fortes batidas, pelos acordes de guitarra, a melodia fortíssima. O rap do Mike está também bem conseguido, relativamente pausado, tornando-se fácil de acompanhar e decorar (o que não acontece, por exemplo, em Lost In The Echo. Estou sempre a trocar-me toda...) sem deixar de ter grande atitude. Sempre que passa na rádio, e não têm sido poucas vezes - foi até a quarta mais votada na Rádio Comercial em 2012 - eu e a minha irmã aumentamos o volume e cantamos. Já lhe disse que, um dia, temos as duas de cantá-la num karaoke.



Todo o álbum é extraordinário. Poderoso, contagiante e francamente inspirador. Mais de metade das músicas serão citadas nos meus livros, o que o torna, para mim, um álbum imortal.

Ouvir um CD novo de um artista ou banda é como ler uma sequela de um livro - quando lemos de novo o(s) antecessor(es), vemo-lo sob uma nova perspetiva, reparamos em coisas em que não tínhamos reparado antes, ou melhor, ganham novo significado. Foi o que aconteceu com os álbuns antigos dos Linkin Park, redescobri músicas que já conhecia. Gosto particularmente de Hybrid Theory, da energia das músicas, apesar de serem muito parecidas umas com as outras. Esse e o Living Things são, na minha opinião, os melhores dos Linkin Park.

 

Descobri, também, que os elementos da banda são divertidos, surpreendentemente divertidos tendo em conta a música que criam e interpretam. O Mike é o meu favorito, embora o Chester também seja engraçado. A minha irmã costumava ter medo dele - ele no concerto do Rock in Rio estava um bocado assustador, suando em cascata, fazendo cara de mau - mas isso passou-lhe depois de vê-lo cantando enquanto saltava à corda...
 

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Em 2013, deverão sair muitos bons álbuns. Os Paramore já anunciaram o deles para abril. Foi batizado com o mesmo nome da banda - mais pormenores numa eventual crítica ao álbum - e o single Now deve ser lançado em breve. A Avril Lavigne supostamente já acabou as gravações há umas semanas, ou mesmo há uns meses, mas ainda não anunciou o seu quinto álbum, o que está a levar-nos a nós, os fãs, à loucura. Mas em princípio sairá em 2013. O Bryan Adams tem dado a entender que se encontra em estúdio, trabalhando num álbum novo - a ser verdade, será o primeiro álbum de estúdio a ser lançado desde 11, de 2008. E visto que, trinta anos de carreira e não sei quantas músicas mais tarde, ele ainda consegue tocar-me quando descubro uma ou outra música antiga que ainda não conhecia, estou também ansiosa por esse álbum. Por fim, diz-se que os Within Temptation também devem editar um disco em 2013.
 
Como se pode ver, não deverá faltar música de qualidade no ano que começou há menos de uma hora. Para me dar inspiração ou, pura e simplesmente, para nos alegrar os dias. Não deixarei de falar aqui no blogue sobre os singles e álbuns que forem saindo. Bem como de séries que estiver a ver - tenho já uma ou duas entradas planeadas sobre esse assunto -  de livros, de filmes, enfim, o que me der na gana.
 
Deixo, por isso, os meus votos de um bom ano, boas músicas, boas séries, bons livros, bons filmes, enfim, tudo de bom. Feliz 2013!
 

 

Linkin Park - Living Things (2012)

 

 
Começo, desde já, por falar sobre o último CD que ouvi. Esta crítica já tinha sido publicada no Fórum Avril Portugal.
 
Os Linkin Park são há já vários anos uma das minhas bandas preferidas. Não só por, obviamente, gostar da música deles, mas também por causa do inesquecível concerto do Rock in Rio de 2008. Esse concerto, a química que conseguiram manter com o público - tal como voltou a acontecer no RiR de 2012 - fizeram com que me apaixonasse pela banda. Atrevo-me a dizer que é a minha banda preferida, mais porque, pelo carinho que demonstraram para com os fãs nestes concertos, simpatizo particularmente com os vocalistas Chester Bennington e Mike Shinoda - algo que não acontece, ou melhor, acontece em menor escala com outras bandas de que gosto: Sum 41, Paramore, Green Day, Within Temptation, Simple Plan...
 
O grupo californiano sempre teve um estilo único, muito claro nos seus dois primeiros álbuns, Hybrid Theory e Meteora. Agrada-me a mistura de rock alternativo, nu-metal (o que quer que isso seja...), rap e um ou outro elemento eletrónico - sobretudo porque eu não sou grande apreciadora de rap cru, só com batida, sem acompanhamento musical. Parece que isto é um processo que ocorre naturalmente na banda. Cada um mete os elementos de que gosta nas músicas, criando um som que não é possível rotular sem ser como "Linkin Park".
 
Não sou daqueles fãs mais hardcore, que conheceram a banda com Hybrid Theory e/ou Meteora, se agarraram àquele estilo e ofenderam-se quando os Linkin Park quiseram experimentar coisas diferentes. Já conhecia músicas como Breaking The Habbit e Numb antes de Minutes to Midnight mas foi com esse CD que me tornei fã. As minhas favoritas eram músicas como In The End, Numb, Leave Out All The Rest, demorei algum tempo a aprender a gostar das faixas mais pesadas, como Place For My Head e Faint. Por isso, não me tem incomodado tanto como, se calhar, tem incomodado outros fãs mais puritanos, eles explorarem outros estilos musicais. Eu, aliás, gosto de alguma variedade nestas coisas. Mas já lá vamos. 
 
Os dois primeiros álbuns são bastante homogéneos, tornando-se um pouco repetitivos em certas alturas. A fórmula é quase sempre a mesma: guitarra elétrica, um ou outro elemento eletrónico, vocais de Chester Bennington, às vezes apimentados com os seus icónicos gritos, o rap de Mike Shinoda. 
 
Em Minutes do Midnight nota-se alguma evolução. Algumas faixas repetem a velha fórmula, noutras há abertura a sons diferentes, a emoções diferentes. Como em Leave Out All The Rest. Em 2008, o Mike disse que achava que esta era a melhor faixa que eles haviam composto até à altura. Hoje, dois álbuns mais tarde, ainda acho que é uma das melhores deles.
 
A Thousand Suns é, na minha opinião, o álbum menos conseguido da banda. Percebe-se que eles queriam experimentar coisas novas, é de louvar essa atitude, e a sonoridade está de acordo com as tendências da altura. No entanto, neste, de alguma forma, perderam-se no processo. Tirando The Catalyst - abusa do auto-tune mas é incrivelmente contagiante - e Waiting For The End to come, as músicas são bastante insonsas. Não me interpretem mal, não são más mas não cativam verdadeiramente, não viciam, não têm alma.
 
 

 

 
Ora, Mike afirmou que Living Things, o mais recente álbum da banda, editado há poucas semanas, nunca teria sido concebido se não fosse cada um dos quatro álbuns anteriores, que o quinto disco assenta no passado dos Linkin Park e projeta-se para o futuro. É o que, de facto, acontece em Living Things: a sonoridade é atual, moderna, com elementos da música urbana, à semelhança de A Thousand Suns - com a diferença de que não são deixados de fora os elementos mais clássicos dos Linkin Park - guitarras elétricas pesadas, nu-metal, a antiga fórmula - nem as emoções de Minutes to Midnight. O resultado é um som poderoso e... espetacular. As músicas seguem-se umas às outras a uma velocidade vertiginosa. Quando damos por ela, o CD já acabou.
 
As três primeiras faixas do disco são um bom exemplo desta nova sonoridade híbrida: teclados contagiantes, batidas poderosas, letras com a atitude in-your-face de músicas como Bleed It Out e New Divide, energia incrível.
 
                                           
 
 
Especificando, Lost in The Echo, que será o próximo single com direito a videoclipe, abre o CD de forma especular com aquela introdução contagiante, o rap enérgico de Mike, cheio de personalidade e, no final, a alternância entre os "Go" cantados e os "Go" gritados. 
 
In My Remains lembra um pouco o material mais antigo da banda, embora também inclua elementos mais recentes. O terceiro verso que se prolonga até aos refrões finais está muito bem metido, dá vontade de nos juntarmos ao coro. 
 
 
 
Burn It Down foi o primeiro single e tem estado, há várias semanas, entre as minhas músicas preferidas. Tal como as duas anteriores, tem batidas poderosas, atitude e energia à New Divide. A letra, à volta do conceito do fogo - recordando-me músicas como  Iron, dos Within Temptation, e Into the Fire, de Bryan Adams -  é particularmente interessante para mim, por causa dos meus livros. Sobretudo, porque refletirão muito bem um momento particular daquele que, em príncipio, será a sequela de "O Sobrevivente".
 
 
 
O álbum outras músicas mais pesadas, de que não gosto tanto. Tirando Victimized, abusaram um pouco do auto-tune e efeitos semelhantes. Until it Breaks, então, é a faixa de que menos gosto neste álbum - embora tenha gostado de ouvir os vocais de Brad, o guitarrista, pela primeira vez, o resto da música ficou demasiado aleatória, sem coesão. Por outro lado, Lies Greed Misery não me agradou à primeira vez, precisamente pelo auto-tune que considero desnecessário, mas, depois de ouvi-la algumas vezes, o refrão ficou-me preso na cabeça. Agora, dou por mim cantarolando: "I want to see you choke in your lies..."
 
 
Tem, por fim, algumas baladas, recordando um pouco Minutes to Midnight: Roads Untraveled, I'll Be Gone, Castle of Glass e Powerless, com letras excelentes e tons, em geral, melancólicos, recordando músicas como Shadow Of The Day e Leave Out All The Rest. A primeira tem uma espécie de sininhos irritantes mas, à parte isso, parece uma Iridiscent aperfeiçoada, uma mensagem de consolo. Em Castle of Glass, por seu lado, pede-se consolo. A própria música é, aliás, estranhamente reconfortante. I'll Be Gone e Powerless invocam um cenário pós-apocalíptico, dominam sentimentos de desilusão, de resignação. 
 
Em suma, em Living things há um equilíbrio quase perfeito entre o que é clássico e o que é moderno no grupo oriundo da Califórnia. A sonoridade pode não ser a mesma mas não há dúvida que aquilo é Linkin Park. Os temas são os mesmos de sempre, muito emo: raiva, frustração, traição, busca por conforto, revolta, tormenta, mas também esperança. Fazem o mesmo que têm feito nos últimos doze anos: fornecem uma maneira saudável de gerir emoções negativas. No meu caso, o tom de desafio, combativo, de muito do seu material constitui, à semelhança dos Within Temptation e de algumas músicas dos Sum 41, a banda sonora perfeita para a minha escrita, para quando estou a trabalhar em cenas de ação, em que as minhas personagens estão em confronto direto com os maus da fita. 
 
Não sei dizer qual destas faixas é a minha preferida. Talvez Burn it Down, pelos motivos que já mencionei, pelo impacto que me causou. No entanto, outras músicas, como, se calhar, Lost in the Echo, Castle of Glass e Powerless teriam efeitos semelhantes caso fossem o primeiro single. Diria que estas quatro são as melhores de Living Things mas é difícil escolher.
 
Espero agora que os Linkin Park regressem em breve a Portugal para um concerto em nome próprio, em que dê para ver a energia deste álbum transportada para o palco. Não me é difícil, aliás, imaginá-los a interpretar algumas destas músicas ao vivo. Mas gostava de vê-lo com os meus próprios olhos. Ou, pura e simplesmente, ser capaz de voltar a cantar as velhas músicas em coro com milhares de pessoas.
 
Isto é como diz a minha irmã: o Justin Bieber, a Lady Gaga, os One Direction, são todos muito bonitos e tal, são grandes fenómenos, mas não demorarão a serem substituídos por outras modas. Por outro lado, músicos como os Linkin Park, a Avril Lavigne, os Coldplay, entre outros, podem nem sempre ter tanta atenção mediática, mas manterão sempre uma legião significativa de fãs, sem precisarem de artificialismos. Continuarão a fazer música de qualidade durante mais vinte, trinta ou quarenta anos, crescerão connosco.  Em suma, o primeiro grupo de músicos que mencionei serão de curta duração, os outros ainda têm vários anos de carreira pela frente. Depois, levaremos os nossos filhos aos concertos deles e contar-lhes-emos acerca daquela vez em que um tipo deixou o Chester numa posição difícil depois de lhe colocar um cachecol do F.C.Porto ao pescoço no concerto do Rock in Rio.

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