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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Avril Lavigne - Let Go (2002)

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Hoje completam-se treze anos desde que saiu Let Go, o álbum que apresentou Avril Lavigne ao mundo e que revolucionou a música pop. É também o meu álbum preferido da Avril e um dos meus preferidos de todos os tempos.

 

Avril cresceu em Napanee, no estado de Ontário, no Canadá. Foi descoberta aos quinze anos - depois de muitos anos cantando em público na igreja da sua terra, em diversas feiras e festas locais, de ter cantado nos álbuns do cantor de folk local Stephen Medd, e de ter ganho um concurso para um dueto em palco com Shania Twain - por diversos produtores, entre os quais Peter Zizzo (com quem colaboraria na composição para Let Go). Este convidou-a para vir a Nova Iorque, onde seria apresentada a Antonio LA Reid, na altura presidente da Arista Records. Nessa lendária reunião, Avril cantou Why, uma canção que compusera com Zizzo. LA terá sido um dos primeiros a quem a voz da cantautora canadiana acabou com o mau humor que sentia na altura. Nesse mesmo dia, Avril assinaria um contrato de dois discos com a Arista.

 

Mesmo assim, os primeiros tempos não terão sido fáceis. A ideia da gravadora era colocá-la a cantar músicas mais folk (pergunto-me se foi assim que surgiu Breakaway), compostas por outras pessoas, algo que Avril recusou quando, ainda por cima, acabara de descobrir o rock. Eventualmente, colocaram-na a trabalhar com Cliff Magness, com quem obteve maior controlo criativo. A parceria resultou em músicas como Losing Grip e Unwanted, pouco comerciais, o que deixou a gravadora à beira de um ataque de nervos. Por fim, a equipa de compositores The Matrix acolheu-a, compreendeu que o rock era o estilo mais consistente com a atitude de Avril, mas sempre com o cuidado de não se desviar demasiado do espectro do pop. No primeiro dia de trabalho compuseram Complicated e o resto é História.

 

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Há que dizer que muito do sucesso de Let Go se deveu ao retrato que a Comunicação Social traçou dela: a Sk8er Girl, a anti-Britney, a menina rebelde, a princesa do punk, etc. Eu admito que essa imagem foi uma das coisas que me atraiu para a Avril e para a música dela e não fui a única. Mas obviamente as pessoas são mais complicadas do que isso. A própria Avril, na altura, não gostava de ser encarada como um produto que era necessário vender e quando ela cresceu para além desses rótulos todos, todos se atiraram ao ar.

 

Depois temos velha questão sobre se ela é pop ou rock. Avril gosta de referir-se a si mesmo como roqueira, mas muitos não concordam, defendem que ela foi sempre pop. Eu confesso que me ralo cada vez menos com essas questões, prefiro focar-me na música em si.

 

Passemos então à análise do álbum. Let Go é um disco bastante eclético, com faixas abordando diferentes temas e emoções (alegria, tristeza, raiva, frustração, determinação, insegurança, vulnerabilidade, rebeldia...). É um álbum exploratório, como seria de esperar de um estreante, que mostra diferentes facetas da Avril - nos três álbuns que se seguiram a Let Go, a cantautora escolheria uma faceta em particular para cada álbum. De uma maneira geral, os temas são adolescentes, mas outros não são assim tão juvenis quanto muitos assumem. Ao mesmo tempo, existe uma certa homogeneidade nos arranjos musicais, o que confere consistência ao álbum. São raros os discos que conseguem fazer isso: serem consistentes sem se tornarem monótonos, serem diversificados sem serem demasiado heterogéneos, ou sem surgirem os inevitáveis outliers (embora haja quem diga que Sk8er Boi seja um outlier).

 

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Este álbum tem, ainda, a minha voz preferida da Avril. Um dos aspetos mais interessantes da carreira da cantautora cananiana diz respeito às mudanças no timbre da voz dela a cada álbum. Em Under My Skin, os seus vocais são firmes, cheios de personalidade, quase à maria-rapaz, condizendo com um álbum fortemente roqueiro. Em The Best Damn Thing, eles soam muito diferentes: agudos, um bocadinho esganiçados, fazendo lembrar uma menina mimada mascando pastilha elástica, mesmo a ver com músicas como Girlfriend. Em Goodbye Lullaby, os vocais estão menos esganiçados, mais amadurecidos, compatíveis com um álbum mais intimista. Em comparação com estes álbuns, há quem diga que os vocais de Let Go são ainda pouco firmes, imaturos, mas eu não o vejo como uma falha. Pelo contrário, considero que a voz inocente de Avril é adequadíssima a este género de álbum. Ainda que essa inocência nunca tenha desaparecido da voz dela, tenho saudades das nuances que nunca mais surgiram na música da Avril, tal como julgo já ter dito antes aqui no blogue.

 

Nestas críticas que tenho feito a álbuns, costumo começar pelas minhas faixas preferidas. Com este álbum, vai ser difícil pois, ao longo destes dez anos que passaram desde a primeira vez que ouvi o CD, praticamente todas as músicas estiveram entre as minhas preferidas, numa altura ou noutra.

 

Recentemente, uma música que tem tido um significado especial para mim é Mobile. Já falei sobre ela aqui no blogue, mas a verdade é que a canção ganhou novo significado quando vivi sozinha pela primeira vez e andei aos saltos entre Lisboa e Évora, durante o meu estágio. Mobile é uma das músicas mais populares de Let Go, o que não é de surpreender. Para além de ter uma melodia extremamente cativante, é uma música sobre, como se diz agora, "coming of age", com que toda a gente se identifica a certa altura na sua vida.

 

 

 

 

Também já falei sobre Naked. Outra que sempre esteve entre as minhas favoritas é Nobody's Fool. Esta é uma daquelas faixas que, na minha opinião, define muito bem a Avril, em particular durante os primeiros anos da sua carreira. Nesta música, Avril canta em rap por cima de uma sonoridade pop rock, uma combinação que resulta surpreendentemente bem. Só o rap seria suficiente para dar personalidade à canção. Essa personalidade reforçada pela letra, que fala de recusa em abdicar dos seus princípios, da sua personalidade - uma clara referência à sua luta, durante os primeiros anos da sua carreira, para que a sua imagem e estilo não fossem alterados por motivos comerciais. A mensagem de Nobody's Fool marcou-me fortemente entre os quinze e os dezasseis anos (tive uma fase em que escrevinhava os versos desta música em todo o lado). É, de resto, uma boa mensagem para jovens nessas idades, sobretudo quando, em contexto escolar, qualquer miúdo que revele ter personalidade própria corre o risco de ser vítima de bullying (mais sobre isso um dia destes).

 

Things I'll Never Say também foi uma das minhas preferidas entre os quinze e os dezasseis anos. É uma canção de amor muito alegre, reforçada pela guitarra acústica e pelos "la da da da" que se tornam a imagem de marca da faixa. Existe uma versão alternativa desta música, mais rock, mas que não funciona tão bem precisamente por não ter estes elementos. A letra da canção descreve muito bem uma paixoneta de menina de quinze anos, que fica nervosa por se encontrar com o objeto da sua afeição, sonhando estar com ele a toda a hora. É um lado que a Avril, na altura - como ela mesma o admite na música - não gostava de mostrar. Destacaria, ainda, um par de trocadilhos sexuais no refrão que eu, felizmente, só compreendi vários anos depois de ouvir a música pela primeira vez. 

 

Um aspeto que Let Go partilha com o álbum Reckless, de Bryan Adams, é o facto de os seus singles serem intocáveis, estarem acima de toda a crítica, pela parte que me toca. O primeiro single foi Complicated, que dispensa apresentações e, muito sinceramente, é uma das melhores canções pop de todos os tempos, ponto. Foi uma das primeiras músicas que conheci dela e tem andado sempre nos lugares cimeiros do meu top de canções da Avril. Com o tempo, aliás, tenho reparado melhor em alguns pormenores, tais como o sotaque canadiano (reparem na maneira como ela pronuncia "laugh out", "pose", "clothes") e as nuances na voz dela. É uma música que, apesar de falar de frustração, é alegre e divertidíssima de cantar, mesmo passados estes anos todos.

 

 

 

Outra que dispensa apresentações e é uma diversão do princípio ao fim é Sk8er Boit. Já na crítica a Reckless tinha-a comparado a Summer of 69 pelo seu carácter narrativo, pelas guitarras que se tornaram icónicas, pela estrutura semelhante, pelo protagonista que toca guitarra. A letra é igualmente icónica, daquelas que de tão má se torna boa, contribuindo para a graça - confessem, isto não teria a mesma piada sem o "he was a boi, she was a girl"! A história que conta é um típico cliché de liceu americano (daí que não me interesse particularmente o filme baseado na música de que se fala de vez em quando), embora se possa argumentar que o Sk8er Boi podia ser a própria Avril - afinal, aquando de Let Go, ela usava calças largas, andava de skate e tornou-se uma estrela de rock. De qualquer forma, mesmo passados estes anos todos, mesmo já muito depois de a Avril ter largado o visual de Sk8er Girl, Sk8er Boi continua a ser, e sê-lo-á para sempre, a faixa-símbolo da Avril Lavigne.

 

I'm With You, tal como já dei a entender amiudadas vezes aqui no blogue, foi a primeira música que conheci da Avril - completar-se-ão doze anos algures em agosto próximo - e é uma das minhas preferidas de todos os tempos. Numa altura em que ouvia bastante música na rádio e gostava (e hoje odeio...), I'm With You ficou-me no subconsciente. Meses mais tarde, quando eu saía das aulas depois das seis (já de noite) e ia alguém buscar-me à escola, dava por mim a cantar "Isn't anyone trying to find me? Won't somebody come take me home?"

 

Como muitas vezes acontece, com o tempo a canção foi ganhando novos significados, novos simbolismos - para além da menina solitária na noite que encontra um desconhecido. Já falei de um deles aqui. A noite fria pode simbolizar muitas coisas: uma depressão, uma vida sem sentido. I'm With You pode falar de procura de consolo, tendo mesmo uma leve mensagem de esperança, de um salto de fé (traduzido à letra uma expressão inglesa muito conhecida) - na medida em que a narradora decide confiar num estranho. Estranho esse que pode ser literal ou apenas alguém cuja história é ainda desconhecida. 

 

 

Losing Grip é o quarto single de Let Go, mas não se insere na mesma categoria que os outros três singles. No início da sua carreira, Avril falava dela como a sua preferida. No meu caso, foi uma daquelas canções de que só comecei a gostar verdadeiramente depois de começar a ouvir música mais pesada. É uma faixa rock, começa relativamente suave mas depois revela um refrão explosivo. Como o costume, apesar da letra imperfeita, Avril consegue transparecer na perfeição todas as emoções que sente: vulnerabilidade, desilusão, tristeza, raiva. Losing Grip fala de amor não correspondido, supostamente sobre um antigo namorado de Avril que não a terá tratado como deve ser. Pergunto-me se terá sido esse desgraçado que, segundo a própria Avril, ficou com as orelhas a arder depois de ouvir a música dela e telefonou-lhe a pedir desculpa.

 

Avril Lavigne: vingando-se musicalmente dos ex muito antes de aparecer a Taylor Swift! 

 

Unwanted tem uma sonoridade semelhante a Losing Grip, embora um tudo nada mais agressiva e com teclados mais evidentes. Unwanted fala, como o nome indica, de rejeição. À primeira vista, pensar-se-ia numa história semelhante à de Losing Grip; no entanto, já falei com fãs que dizem que esta música fazia-lhes lembrar o relacionamento com os seus pais. Por sinal, há relativamente pouco tempo, descobrir que Avril escreveu a letra de Unwanted sobre os pais de um namorado que não gostavam dela. A semelhança do que acontece com algumas músicas de Under My Skin, não me importava se Avril regressasse a este estilo musical.

 

Tomorrow é, à parte os singles, uma das músicas mais populares de Let Go. É também uma das mais tocadas ao vivo pela Avril , embora, na minha opinião, nenhuma dessas atuações roce a beleza da versão original. Sobretudo porque, aqui, a voz ainda inocente da Avril, cheia de nuances, assenta na perfeição e os backvocals foram muito bem colocados, dando um tom etéreo à canção. A letra, que fala de insegurança, deixa algo a desejar (mais uma vez, ela não consegue ser mais subtil que "tomorrow is a different day"), embora a simplicidade até combine com o tema e os vocais puros.

 

 

 

Anything But Ordinary foi uma das músicas que mais me agradou quando ouvi Let Go pela primeira vez. É outra música que simboliza bem uma faceta da Avril: neste caso, o gosto pela adrenalina ao invés de jogar pelo seguro. Algo que partilharia com muitos outros adolescentes, para o melhor e para o pior. Tem provavelmente a melodia mais pop de todo o álbum mais fácil de gostar. Talvez por isso, terá sido considerada para single - fico feliz por terem mudado de ideias por acho que o público cansar-se-ia de Anything But Ordinary do que se cansaram de Complicated. Do mesmo modo, Anything But Ordinary teria sido o título do álbum, se Avril não tivesse insistido em Let Go - mais sobre isso adiante. Mesmo assim, não deixou de ser uma expressão muito associada a Avril durante os primeiros anos da sua carreira.

 

Em My World - outra das mais pop de todo o álbum, com uma sonoridade alegre - Avril fala sobre a sua juventude em Napanee, ainda que a letra esteja longe de ser perfeita. Segundo um rumor que li na Internet, Avril teria composto parte da canção durante uma aula - provavelmente o refrão, que fala sobre sonhar acordado.

 

Too Much to Ask é a faixa de que gosto menos em Let Go. É uma balada com algumas semelhanças a I'm With You, cuja letra foi inspirada numa paixoneta de verão de Avril não correspondida. Não é má, atenção, é uma audição tão agradável como qualquer outra neste álbum. No entanto, é mais uma break-up song entre muitas na discografia da Avril e nem é das mais interessantes. Entre as b-sides de Let Go (muitas estão disponíveis na Internet) pelo menos meia dúzia delas são melhores que Too Much to Ask. A minha preferida é a que partilha o nome com este álbum.

 

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Conforme disse antes, Anything But Ordinary chegou a ser considerado para título deste álbum. Também funcionaria, pela maneira como Avril se destacava do resto da música, rompendo com os dogmas da pop da altura, abrindo caminho a outras cantoras para se expressarem através do rock. Chegava a ser irritante: sempre que alguma cantora tinha guitarra elétrica na sua música, gritava-se logo "Avril Lavigne!". 

 

No entanto, faz sentido que Avril tenha feito questão de chamar ao seu álbum Let Go. Não tanto pelo tema das músicas em si, mais pelo significado que o disco teve na sua vida. Tal como afirmei na crítica a Goodbye Lullaby, o primeiro álbum de Avril Lavigne marcou o início de um novo capítulo na sua vida. O título Let Go refere-se a tudo o que ela teve de abdicar para realizar o seu sonho. Tal como referi anteriormente, aquando de Let Go, Avril estava ainda a tentar adaptar-se ao mundo do espetáculo, à vida caótica, ao escrutínio incessante da Comunicação Social, etc. Hoje, treze anos depois, tem cinco álbuns lançados. Pelo meio, participou nalguns filmes, lançou uma linha de roupa, três perfumes e criou a sua própria Fundação (que já tem um hino e tudo). Infelizmente, a sua carreira foi perdendo relevância e mesmo a originalidade que caracteriza Let Go, o que pode ser desanimador. De qualquer forma, ela sempre deu a entender que, enquanto puder, continuará a criar música. Enquanto for capaz de se manter fazendo aquilo que mais gosta, não tem motivo para desistir. Pode ser que recupere o arrojo que perdeu com o seu quinto álbum e, mesmo, que volte a ter um êxito semelhante aos seus primeiros tempos.

 

Pela parte que me toca, mesmo numa altura em que já não venero a música dela da maneira que venerava há uns anos, Avril Lavigne continua a ser a artista cuja carreira conheço melhor - ainda que comece a gostar mais de outros artistas, não tenho pachorra para me inteirar de cada pormenor do trabalho deles, da maneira como me tenho inteirado do trabalho de Avril. E, claro, como já referi imensas vezes, a mulher tem conseguido deixar-me presa à música dela para lá do racional, ao longo destes anos todos. Portanto, como podem calcular, enquanto Avril Lavigne continuar a lançar música, eu estarei aqui. 

Top 10 videoclipes de Avril Lavigne

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Os videoclipes são uma faceta muito importante da música, sobretudo nos últimos anos, com o advento do YouTube e das redes sociais. Muitos de nós, contudo, cresceram vendo videoclipes na televisão, eu incluída. Quando era mais pequena, via-os no Top +, ao sábado à tarde. Em adolescente, descobri vários canais de música. E mesmo com a Internet e as redes sociais, ainda hoje gosto de fazer zapping pela Vh1 e os canais franceses MCM. Foi assim que conheci várias músicas que hoje oiço regularmente.

 

Como se poderá deduzir a partir do meu blogue, tenho vários artistas e bandas entre os meus preferidos. No entanto, não conheço nenhum dos videoclipes da maneira que conheço os de Avril Lavigne. Por vários motivos, um dos quais por, durante alguns anos, ter ganho o hábito de fazer montagens com esses vídeos. Váriias delas já apresentei aqui no blogue. Assim, na eminência de um novo vídeo e com a proximidade do fim de mais um ciclo de álbum, quis apresentar uma lista com os meus dez videoclipes preferidos da cantautora canadiana.

 

Antes de apresentar essa lista, quero fazer algumas menções honrosas, vídeos que não entraram no top 10, mas que estão num patamar acima dos outros: o vídeo para Goodbye e o de Mobile, de que já falei anteriormente; o vídeo para What the Hell, que vale pela comédia. Existe um, contudo, de que queria falar com mais detalhe.

 

Menção Honrosa: Girlfriend Remix

 

 

Não sou grande fã do remix de Girlfriend com a participação de Lil' Mama (na altura em que este foi lançado, as palavras Avril e remix não pareciam compatíveis) mas - isto pode ser surpreendente - gosto muito deste videoclipe. O conceito é simples: o vídeo combina cenários hip-hop com cenários mais pop rock, refletindo bem o carácter híbrido do remix. Acaba por ser uma espécie de Sk8er Boi quase só com meninas. Girlfriend Remix acerta onde Hello Kitty falha, pois as dançarinas não são um conjunto de mulheres iguais, sem expressão, e sim um grupo de amigas divertindo-se - mesmo que Avril e Lil' Mama se destaquem claramente. E isto chega para criar um vídeo que, sem ser nada de extraordinário, é engraçado.

 

Passemos à lista propriamente dita. Já falei de alguns dos vídeos em entradas anteriores. Nesses casos, deixo o link para o respetivo texto.

 

10º) Let Me Go

 

 

AQUI

 

9º) When You're Gone

 

 

 

When You're Gone foi a primeira canção de amor propriamente dita (a menos que consideremos I'm With You uma canção de amor) a ser lançada como single. Este vídeo surpreendeu na altura em qua foi lançado, sobretudo pelo contraste gritante com o vídeo de Girlfriend. Falando a canção de saudade, o vídeo conta três histórias diferentes de casais separados contra vontade. Eu chorei que nem uma Madalena quando o vi pela primeira vez, sobretudo com a história do velhote viúvo.

 

De uma maneira geral, a Avril acerta sempre que faz vídeos para baladas. O próximo vídeo na lista é outro bom exemplo...

 

8º) Nobody's Home

 

 

 

AQUI

 

 

7º) Smile

 

 

 

Conforme já tinha explicado anteriormente, Smile é uma das minhas músicas preferidas de Goodbye Lullaby. Um dos motivos é por Smile combinar uma sonoridade alegre e contagiante com letra que, não sendo particularmente profunda, é indentificável - algo que não acontece em muitos dos temas mais pop de Avril.

 

O videoclipe para este single joga bem com essa dualidade. De um lado, temos cenas mais roqueiras, num estúdio decorado pela própria Avril, com o verde-lima como cor dominante. De outro lado, temos cenas mais sentimentais, a preto e branco.

 

Um dos pontos fortes deste vídeo é a sua edição. Smile tem batida e acordes muito fortes e as cenas "roqueiras" exploram-nos bem. O mérito pertence ao realizador Shane Drake, que tornaria a fazer um bom trabalho mais tarde, com Monster dos Paramore (outro que se entre os meus favoritos). 

 

Nas cenas a preto e branco, Avril representa uma espécie de anjo invisível, que elimina as fontes de sofrimento, simbolizadas por cacos de vidro colorido, que formam um coração. Este conceito pode parecer algo simplista, mesmo infantil. No entanto, visto que, ao longo dos anos, a música da Avril tem-me servido de antidepressivo (à semelhança do que acontece com muitos fãs), gosto do simbolismo destas cenas.

 

Em suma, Smile é um vídeo perfeito para a música que divulga. Ou seja, cumpre o seu papel. Não se pode exigir mais do que isso.

 

 

6º) Rock N Roll

 

 

 

AQUI

 

 

5º) Sk8er Boi

 

 

 

Este vídeo é outro grande clássico da carreira de Avril Lavigne, mostrando a Avril de Let Go por quem tantos se apaixonaram. Realizado por Francis Lawrence - que dez anos mais tarde seria realizador de Catching Fire e Mockinjay - mostra Avril e a banda literalmente parando o trânsito com uma atuação no tejadilho de um carro. Gosto dos tons azul-esverdeados das imagens e da forma como as várias personagens do vídeo vão espalhando o logótipo de Let Go por todo o lado, em jeito de passa-a-palavra. 

 

 

4º) Don't Tell Me

 

 

 

Don't Tell Me foi o primeiro single de Under My Skin. É um hino de poder feminino, ensinando às jovens fãs a terem respeito por si mesmas e a não se rebaixarem perante os companheiros. O vídeo adequa-se, ao mostrar o suposto namorado de Avril deixando-a, mas continuando a ser assombrado por ela.

 

Este vídeo encontra-se nesta posição sobretudo por fatores nostálgicos. Foi um dos primeiros videoclipes que conheci da Avril, em 2004. Lembro-me de vê-lo várias vezes na MTV, em casa da minha avó (que morreu na semana passada), na altura em que saiu Under My Skin e eu ainda não tinha TV Cabo. Esta foi a "primeira" Avril que conheci: maria-rapaz, armando-se em rebelde, durona. O tipo de pessoa que eu queria ser quando tinha catorze, quinze anos. Ainda hoje a invejo - tenho ocasiões em que me dava jeito um quarto para destruir... sem que eu tivesse de arrumar.

 

 

3º) Alice

 

 

 

Quando começaram a trabalhar no videoclipe para Alice, tema principal da banda sonora da versão de Tim Burton de Alice no País das Maravilhas, nem Avril nem o realizador, Dave Meyers, quiseram enveredar pelo típico vídeo das bandas sonoras, com os artistas apenas cantando o tema em questão, intercalados com imagens das respetivas películas (como acontecerá com Give You What You Like. Mas sobre isso no fim). Ambos quiseram fazer a sua própria versão de Alice no País das Maravilhas. Avril desenhou o vestido e teve a ideia de aparecer tocando piano e correndo pela floresta. Meyers teve a ideia de filmá-la na toca do coelho. O vídeo também inclui o lanche com o Chapeleiro Louco. 

 

O resultado final ficou bem conseguido, na minha opinião. O vídeo reflete bem o carácter simultaneamente épico e gótico da música e está muito bem editado. As cenas de corrida são um bocadinho cliché nos vídeos da Avril, mas eu gosto, são emotivas, resultam sempre. O próprio tema florestal serviu de indício para o tema da capa e fotografias promocionais de Goodbye Lullaby, que seria editado cerca de um ano mais tarde.

 

 

2º) My Happy Ending

 

 

 

O videoclipe de My Happy Ending, o segundo single de Under My Skin, foi outro dos primeiros que conheci. Está muito bem feito. Temos as cenas na sala de cinema, ou teatro, com o tom avermelhado e o visual da Avril, com a sala de tutu - faz recordar a capa e o estilo do segundo álbum. Mais uma vez, as cenas de corrida são as minhas preferidas. A história do romance que acaba mal é representada de uma maneira simples, mas eficaz. De uma maneira geral, acertaram na edição, na transição de uma cena para a outra. É o videoclipe que mais tenho usado em montagens de vídeos, por ter cenas que se adequam a baladas, quer de amor quer de separação, e cenas mais roqueiras - com destaque para a atuação nos últimos refrões. 

 

 

1º) Complicated

 

 

 

Complicated foi o primeiro videoclipe de sempre da Avril e é o primeiro no meu Top 10. De caras. Foi com este videoclipe que muitos se apaixonaram pela cantautora. Avril aparece, neste vídeo, criando confusão num centro comercial, juntamente com os rapazes da sua banda, e tocando num parque de skate. Quando somos novos, admiramos e invejamos a lata dela. Quando somos mais velhos, achamo-la adorável e reparamos que ela andava claramente a divertir-se à grande filmando este vídeo. Ainda hoje me rio quando ela assunta a senhora no pronto-a-vestir. Na altura, a editora investiu um milhão de dólares neste vídeo - Complicated vale cada cêntimo.

 

 

 

 

Neste momento, nós, os fãs da Avril, estamos à espera do videoclipe para Give You What You Like. A faixa fará parte da banda sonora de Baby Sitters Little Black Book, um filme televisivo, com estreia marcada para dia 21 deste mês. Baseado em acontecimentos reais, conta a história de um grupo de adolescentes que, perante os problemas financeiros dos pais, criam um serviço de amas/explicadoras para crianças. No entanto, por muito boas que fossem as suas intenções iniciais, o serviço de amas acaba por se transformar num serviço de acompanhantes para os pais das crianças. O trailer para o videoclipe saiu durante a última madrugada e, como se pode deduzir, alternará cenas do filme com imagens da Avril cantando a música, acompanhada na guitarra pelo marido, Chad Kroeger. 

 

Eu não estava à espera disto. Quando se falava de um vídeo para GYWYL, eu esperava algo nos moldes de Goodbye: um trabalho só para fãs, sem particular intenção promocional, mesmo uma sequela ao vídeo que encerrou o ciclo de Goodbye Lullaby. Ao que parece, Give You What You Like será mesmo lançado como single, numa altura em que eu havia assumido que os trabalhos relacionados com o quinto álbum haviam terminado há muito.

 

Mas não me queixo, bem pelo contrário. Ao longo das últimas semanas, alguns fãs têm andado a espalhar a ideia falsa de que GYWYL faria parte da banda sonora do filme As 50 Sombras de Grey. Eu até comentara no Twitter que, de uma maneira muito típica, a comunidade de fãs fazia mais pela divulgação de Give You What You Like que a editora discográfica e a própria Avril. Agora, no entanto, não posso censurá-los. Um telefilme num canal pago americano não se compara a um blockbuster como As 50 Sombras de Grey, mas já é qualquer coisa, mais do que aquilo com que contava. A letra de GYWYL parece, até, mais compatível com este telefilme do que com a película baseada na obra de E. L. James - embora se possa discordar. 

 

Não sei se o vídeo alterará este Top 10, mas tenho as minhas dúvidas. Mais porque, ao intercalar com cenas do filme, teremos menos Avril que noutros vídeos. Conforme disse acima, isso não aconteceu com Alice - no entanto, também compreendo que o filme de Tim Burton tinha um universo bem mais rico para criar videoclipes do que um mero telefilme baseado em acontecimentos reais. De qualquer forma, espero que o vídeo passe nos canais de música e que a canção passe na rádio - incluindo a porrtuguesa, por favor!

 

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2015 ainda agora começou e já arrumou a um canto o fraco 2014 para os fãs de Avril Lavigne. Com Give You What You Like e Fly, os próximos tempos serão deveras excitantes - como fã da cantautora canadiana, já tinha saudades de me sentir assim. Já sabem, assim que Fly sair (ainda deverá demorar uns meses) falarei dela aqui no blogue. Continuem desse lado.

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