Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Within Temptation - Hydra (2014) #1

 

2014 começa muito bem, com o lançamento do sexto álbum de estúdio da banda holandesa Within Temptation, Hydra. Um disco bastante variado, com muitas participações especiais - todas elas desconhecidas até ao lançamento das músicas em questão - em que a banda não desilude.

Ao contrário do que fiz com críticas anteriores, desta feita não vou ordenar as faixas de acordo com a minha preferência. Isto porque, neste álbum, a qualidade é relativamente homogénea, não existe nenhuma de que não goste, todas têm os seus pontos fortes. Assim sendo, neste texto seguirei a ordem da tracklist oficial.

1) Let Us Burn


"I'll face all that is coming my way!
Denying the devil of silence,
Embracing the world on the edge..."

A faixa de abertura de Hydra não é propriamente desconhecida. Foi uma das que foi lançada sob a forma de demo com o single Paradise (What About Us), em setembro de 2013. Segundo o que a vocalista Sharon Den Adel disse em entrevista recente, foi a primeira a ser composta para este álbum servindo, assim, de modelo para as faixas seguintes. Das três demos, Let Us Burn foi a menos alterada, logo, não existem grandes surpresas na versão final. As poucas alterações, no entanto, foram bem conseguidas, na minha opinião. Começando pela introdução, que a adequa à abertura do disco. Foram, também, adicionados vocais de Sharon à parte inicial e aqui e ali, ao longo da faixa. Este género de vocais é um denominador comum à larga maioria das músicas de Hydra e pergunto-me se não terá sido influência da participação de Tarja em Paradise.

Outro denominador comum à maioria das músicas de Hydra é o facto de, em várias musicas, como esta, repetirem várias vezes o verso que dá o título à faixa. É um vício que herdam da rádio atual e que, por vezes, se torna cansativo e passa por falta de imaginação.

Em todo o caso, fiquei satisfeita por terem retirado os efeitos à voz de Sharon na terceira estância, bem como do coro no fundo, aumentando o dramatismo desse segmento da faixa.

A letra de Let Us Burn não é propriamente original, existem melhores neste álbum - já toda a gente sabe que o fogo pode simbolizar revolta, os Jogos da Fome são um bom exemplo disso. No entanto, cumpre o seu papel, condiz com o dramatismo da música. Em suma, não sendo das mais marcantes de Hyrda, Let Us Burn abre bem o álbum.

2) Dangerous
 
 
"We're going on, no we'll never stop
We're going on 'till worlds collide"

Dangerous já havia sido lançada como segundo single de Hydra, no final do ano passado. Com a participação de Howard Jones, é provavelmente a faixa mais "moderna" do álbum, com o seu ritmo absurdamente rápido, pedindo headbangs. A participação de Howard enriquece a música, dá-lhe mais tensão. Gosto particularmente da terceira estância, em que o ritmo abranda ligeiramente, fazendo-me pensar num momento de êxtase provocado pela adrenalina. A letra fala, precisamente, da apetência por liberdade, experiências fortes, por viver nos limites, esticar a corda o mais possível - um tema que recorda The Unforgiving.

Se a música em si não desiludiu, o mesmo não se pode dizer no videoclipe. Penso que a banda perdeu aqui uma oportunidade para criar algo memorável. Em vez disso, há uma gritante falta de coesão entre as cenas patrocinadas pela Red Bull - mais adequadas a um estilo musical mais leve, menos dramático - e as da atuação da banda, que até estão bem conseguidas. As cenas em que Howard aparece também não encaixam - ele recorda-me demasiado o Timbaland, não um vocalista de heavy metal. Um tiro falhado sem que, contudo, impeça de apreciar a música.

3) And We Run


"Don't blink, you'll miss it
Lift up your head
We gotta get gone

Yeah, we outta here"

Esta será, certamente, a faixa que mais opiniões divide em Hydra. Mesmo eu demorei algum tempo a formar uma opinião. And We Run - que, segundo o que Sharon deu a entender numa entrevista recente, será single de Hydra - começa só com piano, a que se vão juntando acordes de guitarra e, depois, a bateria, num crescendo de tensão até ao refrão. Na segunda parte deste, ouve-se um crescendo de bateria, que se assemelha estranhamente a dubstep - será de propósito? - culminando nos primeiros versos de rap de Xzibit. Sim, rap. Quem diria que os Within Temptation incluiriam rap numa música?
 
 
Como seria previsível, esta participação do rapper Xzibit gera controvérsia entre os fãs e não só, mas eu gosto. Talvez por ser fã de Linkin Park - Mike Shinoda seria, igualmente, uma boa escolha para And We Run. A letra, que fala de demónios interiores, cicatrizes por sarar, desejo de fugir, acaba por ter, também, um tema muito Linkin Park. Na minha opinião, combina surpreendentemente bem com o resto da música, dando um elemento original àquilo que seria um típico tema dos Within Temptation. A única coisa que eu, eventualmente, acrescentaria seria uma segunda estância, cantada por Sharon, deixando o rap para a terceira parte da música. Admito, no entanto, que tal tornasse a faixa demasiado comprida - e Hydra já tem a sua quota-parte de faixas com cinco ou seis minutos de duração.


Segunda parte

156360_718222284862792_194156329_n.jpg

Música de 2013 #2 - Within Temptation

 

1620678_726198544065166_230599456_n.png

 

Faço aqui uma referência a Within Temptation, que esste ano lançou dois singles, um deles com um EP de demos anexado. O segundo, aliás, Dangerous, um dueto com Howard Jones, foi lançado há pouco mais de uma semana. Não escrevi a habitual crónica de Músicas Não Tão Ao Calhas porque ainda não consegui analisá-la como queria - só agora é que consegui encontrar a letra - e, do pouco que analisei, não tenho muito a dizer sobre ela. Mistura a sonoridade típica de Unforgiving com sintetizadores e um ritmo absurdamente rápido, que pede headbangs desde o primeiro minuto. Ainda não passei disso. Prefiro dar tempo, ir ouvindo a música com mais calma ao longo das próximas semanas. Mais tarde, quando sair o álbum, comentá-la-ei devidamente.
 
Não devia, aliás, falar dos Within Temptation na Música de 2013. Este ano ocorreram apenas os preliminares, a diversão a sério começará com o lançamento do novo álbum. Nas palavras dos mesmos, este disco representará diferentes lados da banda. Curiosamente, tivemos dois álbuns assim, mais para o eclético, este ano. Só que, ao contrário dos suspeitos do costume cá do blogue, os Within Temptation tiveram um bocadinho mais de imaginação e, em vez de batizarem o álbum com o seu próprio nome, inspiraram-se na Hidra de Lerna, o monstro de múltiplas cabeças da mitologia grega - simbolizando, precisamente, o carácter multifacetado do disco. Hydra será editado dia 31 de janeiro - pena não ser uma semana antes, para sair no dia do meu aniversário. Não tenho nenhuma expectativa em especial. Apenas espero que Hydra esteja ao nível a que os Within Tempation nos habituaram.
 

Pesquisar

 

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Comentários recentes

  • Sofia

    Tudo indica que não, infelizmente.

  • O ultimo fecha a porta

    Vai haver alguma artista/banda portuguesa a atuar ...

  • Chic'Ana

    Uau!! Obrigada por estas partilhas..Eu adorava Avr...

  • Sofia

    é verdade, infelizmente. eles vêm ao NOS Alive no ...

  • Chic'Ana

    Não sabia que os Sum41 iriam dissolver a banda.. F...

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D

Segue-me no Twitter

Revista de blogues

Conversion

Em destaque no SAPO Blogs
pub