Queria fazer uma rápida referência a um álbum de música portuguesa, para variar. Infinito, o álbum de estreia de Catarina Rocha, editado no início deste ano. Já o tinha mencionado brevemente nesta entrada. É um disco bastante agradável, com músicas calminhas, sustentadas pela linda voz de Catarina, lembrando-me, de certa forma, o Goodbye Lullaby, da Avril.
2013, no entanto, pertenceu aos Paramore.
Quando o ano começou, já o álbum havia sido anunciado. Pouco após, sairia a preview de Now. A faixa inteira seria lançada dois dias antes do meu aniversário. O respetivo videoclipe sairia poucas semanas depois - esse e o vídeo de Rock N Roll, de Avril Lavigne, foram para mim os melhores videoclipes do ano. Apesar de hoje considerar que a letra de Now é das mais fracas do álbum, o primeiro single de Paramore foi especialmente marcante durante o início de 2013. Muito porque, nessa altura, andava a escrever a parte final do meu terceiro livro; uma daquelas partes ricas em sequências de ação, as que mais gosto de escrever, já falei várias vezes disso cá no Álbum. Tanto a faixa Now em si como o seu videoclipe ajudavam-me a entrar no espírito, davam-me inspiração.
Seguiu-se o lançamento de Still Into You - que se tornaria um êxito estrondoso - e, poucas semanas mais tarde, as restantes músicas do álbum. Que, entretanto, já tiveram tempo de amadurecer no meu ouvido, deixando de soar tanto a novidade. Algumas que, inicialmente, não me agradavam por aí além, hoje aprecio melhor. Uma delas é a Interlude Holiday - depois de entrar em férias de verão e, mais tarde, ao emparelhá-la com as músicas estivais do Avril Lavigne.
O exemplo mais significativo, contudo, é mesmo Future.
Levei algum tempo a compreender o propósito da faixa que encerra Paramore. Vejo agora que a letra faz referência a várias outras músicas do álbum, acabando por ser uma conclusão retirada das mesmas, por ser a mensagem do álbum. Uma mensagem de esperança, aconselhando a não olhar para trás e a focar-se no futuro, nos sonhos que estão por realizar. Funciona verdadeiramente como um epílogo do álbum, como um encerramento de capítulo. O tratamento instrumental da faixa - apesar de continuar a achar desnecessariamente longa, que a voz da Hayley podia soar mais clara no início da música e uns quantos vocais em eco, na parte instrumental, davam mais carácter a Future - confere a esta canção um tom adequadamente misterioso, agridoce, fazendo-me imaginar os membros da banda lutando num cenário semelhante ao vídeo de Now, ou então no mar em plena tempestade, ou num deserto, enfim, sobrevivendo numa situação agreste.
Vejo em Future certas semelhanças com Goodbye, de Avril Lavigne, e See the Light, dos Green Day. Goodbye também funciona como um epílogo de Goodbye Lullaby, pela maneira como retira uma conclusão a partir do álbum. Acaba, até, por ser uma mensagem relativamente semelhante, embora o sentimento seja diferente. Já See the Light tem um sentimento mais parecido e também me parece, de certa forma, uma conclusão a 21st Century Breakdown. Para além disso, tem uma mensagem semelhante, de procura de um sentido, de uma esperança, de desconhecimento sobre o futuro, tudo isto no típico tom agridoce de um epílogo.
É por estas e por outras que acho que o álbum foi mal batizado. Compreende-se a decisão de lançar um álbum homónico após terem sobrevivido a uma crise que quase destruiu a banda. Além de que quiseram mostrar todos os estilos que podiam adotar, todas as potencialidades dos Paramore. No entanto, o facto de terem batizado o seu quarto álbum assim, um álbum com uma sonoridade diferente dos anteriores, pode gerar equívocos. Podem dar a ideia e que estão a renegar os discos anteriores, de que estes eram menos Paramore do que o quarto álbum.
Na minha opinião, este álbum podia ter sido chamado Future. Por diversos motivos: pela canção-epílogo, que resume a mensagem geral do álbum. Por futuro ser o denominador comum a vários temas do disco: crescimento, sobrevivência, sonhos, esperança. Poque, com este álbum, a banda recuperou algo que esteve perto de perder: um futuro.
Mas trata-se apenas do título, é evidente que isso em nada diminui a qualidade do álbum. E enquanto músicas de que não gostava por aí além no início subiram na minha opinião (exceto Anklebiters. Não consigo mesmo gostar dessa), outras por que me apaixonei nas primeiras audições... continuam assim. Aliás, com o tempo, fui reparando nos pormenores, nas linhas de baixo de Jeremy, nos riffs de guitarra de Taylor, presentes em músicas como Daydreaming, Last Hope e, sobretudo, Ain't It Fun. É uma pena não termos ainda versões instrumentais oficiais...
Daydreaming tornou-se em poucas semanas uma das minhas preferidas, não apenas por descrever muito bem a fase da vida em que me encontro, como também por adorar cantá-la - aquelas estâncias suspiraras e depois o poderoso refrão. Daydreaming acabaria por ser lançada como single em alguns países da Europa, com direito a videoclipe. Como poder ver, é um vídeo muito simples, que nem sequer prima pela originalidade mas, na minha opinião, adequa-se à música que serve. Além de que, visto que não foi um lançamento mundial, não se justificava algo muito melhor.
Uma das poucas coisas que me desiludiu em relação a este álbum, aliás, é o facto de terem sido lançados tão poucos singles. Aquando do lançamento de Paramore, eu pensava que haveria tempo para uns três singles até ao final do ano. A banda tentou gravar um vídeo para Ain't it Fun durante o verão - que sempre se soube que seria single mais cedo ou mais tarde - mas parece que o processo não correu bem. Eles lançaram Daydreaming em novembro e, no início deste mês, fizeram uma segunda tentativa num videoclipe para Ain't it Fun. Parece que esta foi bem sucedida e o vídeo será lançado em janeiro.
Não se pode dizer, de resto, que este adiamento tenha prejudicado a banda pois Still Into You teve imenso sucesso. Este segundo single de Paramore não é das minhas preferidas deste álbum mas, tal como afirmei aquando do seu lançamento, consegue conjugar uma história forte por detrás da letra - Hayley chegou a afirmar numa entrevista que Still Into You era uma espécie de sequela a The Only Exception - com o carácter infeccioso das melhores canções pop.
Outros pontos fortes do álbum Paramore são Grow Up - sobretudo por causa dos elementos eletrónicos - e Part II. Não me vou alongar tantou sobre esta última pois tenciono dedicar-lhe uma entrada em breve.
No entanto, a melhor música, não apenas do álbum Paramore mas de todo o 2013, foi Last Hope.
Já falei aqui no blogue de como Last Hope me apaixonou à primeira audição, de como me arrebatou, de como dava vontade de cantar em altos berros. Algo que ainda acontece. Os Paramore, entretanto, referiram que esta se tornou uma das músicas preferidas de tocar ao vivo. Não surpreende, de facto. Diz-se vulgarmente que as músicas ideiais para concertos são as mais agitadas e alegres. Não concordo totalmente. Certas baladas arrebatadoras, cantadas em altos berros por milhares de pessoas, são muitas vezes o ponto alto de concertos.
Uma das coisas que ajudam à adesão de uma audiência será a letra com praticamente toda a gente se identifica - Lucky One, dos Simple Plan, também é assim. No entanto, emobra a mensagem de Last Hope seja generalizável, também se torna específica ao referir-se a dores de crescimento, àquilo que custa mas a que é necessário não resistir e, mesmo, aceitar - aquilo de que Hayley fala no seu blogue, uma lição que ainda estou a aprender.
Last Hope é, em suma, uma música perfeita em todos os sentidos. Se não for a melhor de sempre, será pelo menos a melhor deste ano. Ando a fazer figas para que a banda goste tanto de tocá-la ao vivo que a torne single.
Este álbum ajudou-me, assim, a apreciar ainda mais a banda, os seus trabalhos anteriores, os próprios integrantes. Eu sei que Hayley detestaria ser discriminada positivamente em relação a Jeremy e a Taylor mas eu tenho de destacá-la. Eu já vinha a identificar-me com ela desde há uns anos a esta parte mas agora tornou-se um exemplo ainda maior para mim, por diversos motivos. Respeito-a imenso pela lealdade que tem para com os Paramore, ao contrário do que chegou a ser insinuado. O facto de, ao contrário do que acontece com quase todas as cantoras pop, ela não explora ostensivamente a sua sensualidade - só este ano é que começou a aparecer ainda mais descapotável mas, para ser sincera, ela parece uma freira quando comparada com o que se viu este ano... - e, mesmo assim, consegue há anos - incluindo numa altura em que muitas vezes aparecia de top e calças de ganga - ser considerada das cantoras mais sexys. Prova assim que sensualidade não é sinónimo de vulgaridade.
No entanto, o maior motivo da minha admiração diz respeito às letras, que são escritas por ela. É Hayley a principal responsável pelas mensagens das músicas, logo, dos álbuns. Para mim, essa é a parte mais importante, é o que me liga aos Paramore.
Porque este é, de resto, o principal motivo pelo qual este álbum teve um impacto tão grande em mim, mais do que a maior parte da música tem. Já o disse várias vezes aqui no blogue que, no finla, é o conteúdo da música que faz com que esta se torne verdadeiramente imortal - muito por colher inspiração dela. Paramore tem feito mais do que isso: as músicas, as mensagens por detrás, uma ou outra declaração sobre as mesmas, a própria história recente da banda, têm-me ensinado imenso, têm-me ajudado a descodificar a vida, a descobrir quem sou, aquilo que se passa comigo - sobretudo agora que me encontro à beira de um ponto de viragem. Coisas que já sabia e que estou a redescobrir, coisas que preciso de saber mas que ainda estou a tentar aprender.
Saber, por exemplo, quando ignorar as opiniões dos demais. Aprender que apenas seu sei o que é ser eu, percorrer o caminho que percorro, aceitar que não sou como toda a gente, que não faço o que é suposto fazer, que não sou normal e não tenho de o ser - em teoria, sei isto desde que tenho quinze anos mas, na prática, nem sempre consigo ignorar o que os outros pensam de mim.
Reconhecer que tudo o que tenho é sonhos, que vivo a meio gás e que está nas minhas mãos mudar isso, por assustador que seja. Porque muitas vezes, somos nós mesmos a impedirmo-nos de sermos felizes. Não esquecer que o Mundo Real é duro e tentará deitar-nos abaixo de todas as maneiras possíveis e imaginárias mas, se há pessoas a conseguirem sobreviver nele, também devo conseguir.
Aprender, também, que, por vezes, a maneira de ganhar a guerra não é derrotando o inimigo mas sim abraçando-o - quer literalmente, quer nos múltiplos sentidos figurados. Fazendo as pazes, perdoando, quer aos outros como a nós mesmos.
Pelo que vou vendo pela Internet, não apenas no que toca aos Paramore, o mesmo acontecendo com outros artistas, os fãs preferem embarcar em discussões sobre o sexo dos anjos, comparando o material novo com o antigo, muitas vezes desenterrando a velha questão da partida dos irmãos Farro. Eu prefiro focar-me naquilo que a música traz à minha vida. Se esta é mainstream ou indie é irrelevante. Se é conservadora ou inovadora é secundário - dái que o CD Avril Lavigne tenha ficado abaixo do EP dos Simple Plan: este podia trazer muito pouca novidade, ainda menos que o álbum da cantautora canadiana, ms as músicas deram mais. O álbum Paramore, esse, deu imenso: ajudou a clarificar o sentido da vida. Este devia, de resto, ser o principal propósito da Arte. Também serve de inspiração à minha escrita precisamente porque esta é, igualmente, a minha maneira de descodificar o Mundo.
Um dos meus desejos para 2014 é poder vê-los ao vivo outra vez, desta feita tocando as canções deste álbum. Não me importava que fossem ao Rock in Rio mas, depois de os ter visto no Alive, queria vê-los num concerto em nome próprio, de longa duração, não apenas com os singles mas, também, com as favoritas dos fãs mais hardcore - como por exemplo My Heart e Let The Flames Begin. Aguardo, igualmente, com ansiedade o vídeo de Ain't It Fun, bem como o single seguinte (Last Hope! Last Hope! Last Hope!). Entretanto, tenciono voltar a falar de músicas dos Paramore em entradas futuras. Mas, sobretudo, desejo que a banda continue a fazer músicas de qualidade, que continue a crescer connosco e a ajudar-nos a decifrar o Mundo.
2014 dificilmente será tão rico musicalmente como 2013 foi. Já sabemos que os Within Temptation lançarão Hydra no final de janeiro. E aquela hipótese do álbum natalício de Avril Lavigne. Consta também que os Linkin Park se encontram, neste momento, em estúdio. Também não torceria o nariz a uma eventual participação dos mesmos no Rock In Rio. Em relação ao resto... não sei. Só o tempo o dirá.
Em termos pessoais, será um ano bastante decisivo. O ano em que espero acabar, finalmente, o meu curso. Um dos meus receios é que, quando estiver em estágio, deixe de ter tempo para escrever. Quero ver se consigo concretizar os vários planos de entradas que tenho acumulado nos meus cadernos - alguns dos quais há vários meses - antes do início do estágio mas não será fácil pois, no próximo mês, vou ter exames. Pelo meio, ainda queria avançar no meu quarto livro - escrevi oito capítulos ao longo do verão mas pouco mais escrevi depois disso.
Por outro lado, sou uma escritora caprichosa, que já escreveu mais em tempo de aulas do que em férias. Se em cerca de dezasseis anos de vida arranjei quase sempre tempo para escrever, não será agora que isso irá mudar. Como sempre, alguns dos melhores momentos deste ano corresponderam àqueles em que estive a escrever para os meus livros. Tenho a certeza de que, nesse aspeto, 2014 não será diferente. Sobretudo se o fizer catalisada por músicas novas dos meus artistas preferidos.
Deixo, então, aqui um voto de boas entradas em 2014, agradecendo aos meus seguidores, desejando que continuem a acompanhar o álbum ao longo do próximo ano. Que 2014 traga muitas alegrias, entre as quais boa música, bons livros, filmes e séries. Feliz Ano Novo!
O dia de hoje, 9 de abril de 2013, está a ser um dos melhores dias de sempre em termos musicais. Melhor, muito melhor do que o Natal. Isto porque uma das minhas bandas preferidas lança hoje um álbum novo - e um novo videoclipe - e a minha cantora preferida lança um single novo, o primeiro do seu quinto álbum de estúdio.
Nesta entrada e noutras, falarei do álbum novo dos Paramore, homónimo. Tenho imenso a dizer sobre este álbum, por isso, a crítica virá às prestações, em quatro partes, uma por dia. Esta é a primeira parte.
Este é o primeiro álbum da banda após a saída dos irmãos Farro. Como já havia sido dado a entender, tanto em entrevistas como nos dois primeiros singles - em particular, Now - o facto de terem ultrapassado essa crise é um tema recorrente deste álbum. Paramore fica ainda marcado por uma clara mudança na sonoridade habitual da banda, um pouco mais pop, mais eletrónica, embora não se abandone por completo o rock que dominou os três primeiros álbuns da banda.
Vou organizar esta crítica por ordem crescente em termos de preferências. Por outras palavras, começo pelo que gosto menos até chegar ao que gosto mais.
Future
"Think of the future, think of a new life,
And don't get lost in the memories
Keep your eyes on the new prize..."
Future é a faixa final do álbum, uma conclusão com quase oito minutos. Compreendo a intenção: depois de terem processado todas as adversidades ao longo do álbum - a crise dos Farro é apenas uma delas - eles não querem pensar mais no passado, querem apenas olhar para a frente, abrir um novo capítulo na história da banda. É boa a mensagem que transmitem, podiam era tê-la feito de outra forma, na minha opinião. Now transmite-a de uma forma melhor, aliás. Em Future, a voz da Hayley mal se houve e o instrumental estica-se demasiado e nem sequer é grande coisa - existem sequências instrumentais bem melhores noutras faixas do álbum. Já li que a intenção era dar uma "voz" ao Taylor e ao Jeremy mas, apesar de simpatizar imenso com os dois rapazes, nesta faixa não dizem nada de interessante... Eu encurtava o instrumental e punha mais partes cantadas pela Hayley - mesmo que não passassem de ecos, de vocais sem palavras.
Anklebiters
"Fall in love with yourself because someday you're gonna be the only one you've got"
Esta é outra faixa que, na minha opinião, não ficou muito bem conseguida. Em termos de letra, assemelha-se a Ignorance, Playing God e outras do mesmo género. Em termos de sonoridade, ficou demasiado gritada, demasiado barulhenta, tornando-se cansativa.
Interlúdios: Moving On, Holiday e I'm Not Angry Anymore
"We got our way of living life
And if they can't get down
Well, we don't need them around"
À semelhança do que aconteceu com Future, percebe-se a intenção da inclusão dos interlúdios na tracklist. Segundo a banda, se não fossem estas pequenas peças musicais, só com voz e ukulele, as outras músicas do álbum não teriam sido criadas. E nota-se que a sua composição foi uma forma de processarem a crise por que atravessaram. No entanto, fora desse contexto, tornam-se irrelevantes. I'm Not Angry Anymore não diz mais nada para além do título. Em Holiday, a Hayley soa como se estivesse ganzada, embora o tom havaiano da música condiga com a letra. Moving On é de longe a mais interessante das três, com uma mensagem de que-se-lixem-os-outros-vamos-fazer-aquilo-que-nos-apetece.
Teria sido melhor, na minha opinião, se tivessem criado uma música "inteira", de três ou quatro minutos, só com voz e ukulele, condensando as mensagens dos três interlúdios.
As próximas faixas de que falarei são umas em que gosto da letra mas não tanto da sonoridade.
Fast in My Car
"We only see what's in front of us We only see straight ahead"
Muito bem colocada no início do álbum, em jeito de aviso à navegação, Fast in My Car deixa logo bem claro que os três elementos da banda ultrapassaram a fase das novelas, dos ódios, que agora só estão interessados em divertir-se, em conquistar o mundo, em olhar em frente deixando todo o negativismo para trás. É das faixas mais específicas do álbum, em que se admite preto no branco que a narradora fala em nome da banda. Tem uma sonoridade semelhante a Now, embora com uma bateria ainda mais forte.
Isso é, aliás, um dos denominadores comuns deste álbum: padrões de bateria interessantes, mesmo quando aparecem lado a lado com sintetizadores, como em Grow Up e Part II.
(One Of Those) Crazy Girls
"Soon as you walk out my door
I'm gonna call a hundred times"
(One Of Those) Crazy Girls difere um pouco das restantes músicas de Paramore. Seria capaz de apostar que é a única em todo o álbum que não se baseia diretamente em experiências pessoais. Narra uma história contada sobre o ponto de vista de uma rapariga que, perante uma rejeição amorosa, se torna uma stalker. Lembra-me uma faixa de Alanis Morissette, do álbum Jagged Little Pill. Tem uma emoção diferente, mas a história é similar. Também me recorda um episódio recente de How I Met Your Mother, intitulado P.S. I Love You.
Be Alone
"And what if I don't ever want to leave my house? Stay on the couch while all my friends are going out" Esta é outra faixa cuja sonoridade não me diz muito - é a típica fórmula dos Paramore - mas cuja letra me diz imenso. Hayley já havia dito que, nos últimos anos, se tornara algo caseira, solitária. Ou seja, ficou parecida comigo, que nunca fui uma miúda "fixe", "popular", que sempre fui reservada e pouco sociável. Já fui pior socialmente, admito-o, mas a verdade é que a solidão é subvalorizada. A escrita, por exemplo, é uma atividade individual. E, ao contrário do que a minha mãe me tentava convencer quando era pequena, ninguém gosta de pessoas tagarelas, demasiado extrovertidas.