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"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Música 2021 #6: Quando ela eleva a voz...

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Chegámos ao último texto desta série. Hoje falamos de outra artista que vem em seguimento do ano passado – e também do ano anterior, na verdade. É a primeira vez que dedico um texto inteiro a Billie Eilish. O próximo passo será analisar uma música a fundo ou mesmo um álbum. Mas acho que ainda não estou nessa fase.

 

Muitos consideram Happier than Ever um dos melhores álbuns de 2021. Eu concordo. Aliás, este é um daqueles casos em que outros já fizeram todos os elogios que Billie merece. Vou apenas deixar algumas impressões pessoais e falar sobre as minhas músicas preferidas.

 

Já o tinha referido de passagem na minha análise a Solar Power de Lorde, mas ela e Billie entram em territórios semelhantes nos álbuns que lançaram este verão. Envelhecimento e mortalidade e, sobretudo, o peso da fama em geral. Ao contrário de Lorde, Billie consegue abordar este tema com mais tacto, mais noção que a cantora neozelandesa. Mesmo quando se queixa de stalkers, não perde de vista temas mais universais como juízos de valor sobre aparência, romance, desejo e relações falhadas. 

 

Uma das minhas preferidas é Billie Bossa Nova. Como diz o título, é uma homenagem ao género musical natural do Brasil. É muito gira. A instrumentação e o estilo vocal de Billie combinam bem com a letra sexy.

 

Halley’s Comet foi das primeiras a cativar-me. É habitual comigo, vou sempre para a canção de amor. É uma música lenta, guiada pelo órgão, acompanhada por notas de guitarra e percussão leve. intimista, com um carácter vagamente jazz.

 

Aquilo que The Man with the Axe de Lorde devia ter sido.

 

 

NDA é fixe, com aquela batida, as notas de teclado, os vocais distorcidos no refrão, a maneira como transita para Therefore I Am. Outra das minhas preferidas é OverHeated. Adoro a instrumentação – uma expansão de Not My Responsability, tanto em termos de som como de letra. Estas duas músicas mostram o lado mais “badass” de Billie.

 

Se querem conhecer o lado mais vulnerável, oiçam Male Fantasy. Esta foi outra das primeiras a cativar-me, quase sem eu ter dado por isso. É a mais triste do álbum, quase só guitarra e voz.

 

A letra é algo confusa. Cheguei a pensar que tinha sido escrita da perspectiva de um homem. Oficialmente não é, mas funcionaria bem se o fosse. O facto de ser a última do álbum é um bocadinho triste – depois de várias músicas lançando veneno ao antigo namorado, Happier than Ever encerra com Billie admitindo que não consegue odiá-lo, nem seguir em frente. 

 

Falta só falar sobre a favorita de toda a gente: o tema-título. Happier than Ever começa simples, acústica, não muito diferente de Male Fantasy ou Your Power. Mas não se mantém assim. 

 

Não sei se fui a única a passar por isso, mas eu precisei de tempo para me habituar ao estilo vocal de Billie. Queixava a quem me quisesse ouvir (ou seja, à minha irmã) que ela canta demasiado baixinho, que eu tinha de aumentar o volume para entendê-la. 

 

Mas acabei por me habituar e hoje até gosto. Em todo o caso, nos primeiros dias após a edição deste álbum, a minha irmã disse-me para ouvir esta música, pois Billie “não cantava baixinho”. E de facto não canta, tirando na primeira parte. Billie eleva a voz pela primeira vez e quando o faz… parte a louça toda, como disseram na Blitz. 

 

 

É de facto uma gloriosa explosão de guitarras, bateria e gritos. A própria Billie confessou que foi catártico poder deitar tudo aquilo cá para fora. Calculo. E finalmente vemos as influências de Avril Lavigne na música de Billie – isto é uma energia muito à Losing Grip, muito à Under My Skin. Billie tem de fazer um álbum inteiro de rock!

 

E chegámos ao fim da minha retrospetiva musical. Só fica a faltar escrever sobre Avril Lavigne e Bryan Adams, mas escrevi sobre ambos há pouco tempo, serve como retrospetiva – e como especulação para 2022. 

 

Demorou um bocadinho, mas acabei por gostar deste modelo de uma publicação por artista. Deixo aqui o meu Spotify Wrapped, a mini-análise que lhe fiz e a habitual playlist com as músicas abordadas nesta retrospetiva.

 

Houveram períodos este ano em que deixei este blogue um pouco ao abandono. Nalguns casos foi por estar ocupada com o meu outro blogue, mas noutros foi por estar a trabalhar… noutro projeto. Não vou dizer o que é – ainda estou muito no início, ainda devo demorar. Mas é possível que torne a fazer pequenas pausas aqui no blogue para escrever para esse projeto. 

 

E por falar em projetos… ainda não concluí a minha segunda maratona de Digimon Frontier. Ando a arrastá-la desde o verão. Será em parte por culpa minha. Por outro lado… quando foi com Tamers, a minha segunda maratona durou apenas um mês, se tanto. Tirem as vossas próprias conclusões.

 

Ainda assim, talvez isto seja Deus escrevendo direito por linhas tortas. Em abril deste ano teremos o vigésimo aniversário da estreia de Fronteira. O melhor que tenho a fazer, se calhar, é publicar a análise na mesma altura e aproveitar o interesse aumentado. 

 

 

Em todo o caso, vou tentar não adiar muito mais. Até porque terei de gerir com três álbuns dos meus artistas preferidos prestes a sair do forno. 

 

2021 não foi um ano fácil para mim. Nalguns aspetos foi pior que 2020. 2020 foi pior a nível coletivo, 2021 foi pior a nível pessoal. Não vou partilhar todos os motivos, apenas alguns. Só consegui tirar férias em outubro. A Seleção, um grande fator para a minha felicidade, teve um ano péssimo, como expliquei aqui

 

Além disso, descobri numas análises da medicina do trabalho que tenho colesterol elevado. Não muito, apenas 200, está ali mesmo no limite. Mas também tenho alterações nas enzimas hepáticas, o que poderá significar fígado gordo. 

 

E eu que achava que não comia muito mal! Não sou muito de comer fast-food e até gosto de fruta e vegetais – sopa, salada, etc. Talvez haja uma componente genética. Dito isto, a minha fraqueza são os hidratos de carbono: pão, massas, arroz, bolachas. E o chocolate ocasional.

 

Como não quero começar a tomar estatinas aos quase trinta e dois anos, tive de fazer mudanças na minha dieta e estilo de vida. Passei a ir mais vezes à natação – pelo menos duas vezes por semana – e comecei a cortar nos hidratos. Trocando os pães com manteiga e bolachas por fruta, comendo mais devagar para ficar saciada mais depressa, sobretudo ao jantar.

 

Não que consiga ser muito rigorosa. Dezembro, então, com as festas, foi uma desgraça. Mas continua a ser melhor que antes.

 

 

Talvez isto seja uma coisa boa a longo prazo, mas para já conto como uma coisa má. É stressante estar sempre atenta ao que posso ou não posso comer. Em restaurantes, então, é raro existirem pratos saudáveis – de que eu goste, pelo menos. 

 

Entretanto, descobri gente com a minha idade, e até mais nova, também com colesterol. Alguns com níveis mais altos do que eu até! Como o Doctor Mike, do vídeo acima – nunca pensei. 

 

Fica aqui o conselho: vigiem o vosso colesterol, mesmo que se achem demasiado novos para isso. É mais fácil lidar com isso aos vinte, trinta anos do que mais tarde. 

 

Espero, então, que 2022 seja melhor. Que seja o ano em que o Covid se transforme numa mera gripezinha e que possamos voltar à normalidade. Obrigada por terem estado comigo mais um ano. Até à próxima!

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