E um bom 2015 para os meus seguidores! Este ano atrasei-me com as minhas tradicionais entradas sobre os artistas musicais que mais me marcaram durante o ano que finda, mas aqui está a primeira.
Este ano foi diferente do costume. Os meus hábitos musicais mudaram, por vários motivos. Já falei aqui nos meus problemas de audição. Ando a tentar ouvir menos música via headphones, por isso. Por outro lado, nos estágios que fiz este ano, a rádio estava sempre ligada, o que era deveras irritante (e o mais irritante é que, naquelas horas seguidas todas ouvindo a RFM ou a Comercial, nem uma vez ouvi uma música da Avril Lavigne). Acabava por ouvir mais música de que, na sua maioria, não gostava e menos da "minha" música. Isso poderá explicar o facto de este ano nenhum trabalho me ter marcado fortemente o ano da maneira que Goodbye Lullaby marcou em 2011, Living Things em 2012 e Paramore em 2013.
Em todo o caso, houve muita música nova (da que gosto) em 2014. Este ano vou fazer isto de maneira diferente. Assim, nesta entrada, falarei, por ordem cronológica, dos artistas que editaram que me marcaram nesse ano e sobre os quais falei (ou falarei) aqui no Álbum. Começo assim por...
Within Tempation - Hydra
A banda holandesa lançou o seu álbum Hydra no início deste ano (crítica aqui). É o álbum mais consistente deste ano e talvez mesmo aquele de que gostei mais. Pelo menos é o único em que consigo ouvi-lo do princípio ao fim e apreciar cada música sem sentir a tentação de saltar nenhuma faixa. É, na minha opinião, o equivalente a Living Things no sentido em que a banda mistura sonoridades mais clássicas deles com inovações. Por outras palavras, assenta-se no passado mas projeta-se para o futuro.
Os singles já tinham quase todos sido lançados aquando da minha crítica, tirando And We Run, que teve direito a videoclipe. Achei o vídeo interessante. Joga bem com aquilo que li numa crítica à faixa - a interpretação de Sharon den Adel representa a luz e o rap de Xzibit representa a escuridão - embora se torne demasiado literal.
Tanto quanto sei, a banda esteve em digressão durante praticamente todo o ano (embora não tenham passado por Portugal) e lançou recentemente um DVD: Let Us Burn. Não o comprei nem faço tenções de fazê-lo tão cedo. Ainda tenho esperança de vê-los ao vivo e, quando isso acontecer, não quero ter spoilers. Em todo o caso, Hydra é um disco muito bem conseguido, talvez o melhor da carreira deles, e estou ansiosa por ouvir o que fizerem a seguir. Espero que não se demorem muito!
Coldplay - Ghost Stories
Os Coldplay foram uma banda que comecei a ouvir com regularidade este ano. São a banda preferida da minha irmã. Depois de, por minha influência, ela ter começado a ouvir Bryan Adams, Avril Lavigne, Linkin Park, Paramore, entre outros. Era justo deixar-me converter por ela a uma banda de que gostasse. Não que isso tenha sido particularmente difícil, pois já estava habituada a ouvir os singles deles na rádio há mais de dez anos e gostava de vários.
Tenho estado para escrever sobre Ghost Stories praticamente desde que foi editado. Tenciono publicá-lo algures nas próximas semanas - é uma das várias entradas que tenho em planeamento. Entretanto, a minha irma já me disse que eles deverão editar um álbu novo algures no próximo ano. Eles andam a dizer que será o último álbum da banda - mas eu oiço esses rumores desde, pelo menos, o X&Y.
Linkin Park - The Hunting Party
Os Linkin Park tambem foram relevantes este ano, com o concerto no Rock in Rio a que assisti - a minha melhor noite deste ano - e a edição do álbum The Hunting Party (crítica aqui).
Paa ser sincera, o ciclo deste álbum pareceu-me terminar algo abruptamente. Lançaram os singles Final Masquerade, Wastelands e Rebellion quase de seguida e ficaram-se por aí. Parece que agora é assim, os ciclos de álbum terminam quase todos num abrir e fechar de olhos. Já com Living Things aconteceu o mesmo. Eu fico, sobretudo, com pena de não ter ouvido nenhum dos singles na rádio, nem mesmo Until It's Gone ou Final Masquerade. Eles ainda lançaram White Noise, do primeiro filme realizado por Joe Hann, Mall. Não gostei música, nem me dei ao traballho de ouvir segunda vez.
Os Linkin Park queriam salvar o rock, mas não sei se o conseguiram. De qualquer forma, fizeram um bom álbum no processo. Venha o próximo - se o padrão se mantiver, em 2016.
Bryan Adams - Tracks Of My Years & Reckless Deluxe
Já falei sobre sobre os álbuns que Bryan Adams editou este ano aqui e aqui. Conforme já expliquei nessas entradas este albuns serviram, sobretudo, para provar que, trinta anos após os seus primeiros sucessos e, numa altura em que o êxito dos artistas musicais parece tão efémero, Bryan continua a ser relevante, continua a ser apreciado, não apenas pelas gerações mais velhas mas também por pessoas da minha idade e mesmo mais novas. Tracks Of My Years fez-nos recordar os grandes clássicos da música pop. A edição Deluxe de Reckless com as músicas extra, fez-nos recordar algumas das nossas músicas preferidas de Bryan, bem como o rock dos anos 80 em geral. Também servirão para avrir caminho para a edição do primeiro álbum de inéditos em quase sete anos (ainda não há previsão para o seu lançamento). Esse é um dos lançamentos por que anseio em 2015.
Estes foram para mim os álbuns mais importantes de 2014. Na próxima entrada, tenciono falar de outros artistas de que gosto, como correu o ano passado para eles e se, eventualmente, editarão alguma coisa no próximo ano.
Última parte da crítica a Hydra. Parte anterior aqui.
De acordo com a mitologia grega, a Hidra de Lerna era um monstro de múltiplas cabeças. Tal como o monstro de quem recebe o nome, o álbum Hydra, o sexto trabalho de estúdio dos Within Temptation, é multifacetado, equilibrando perfeitamente os elementos mais clássicos dos Within Temptation - alguns deles resgatados dos primeiros trabalhos da banda - com os elementos mais modernos e experimentais. Discos anteriores da banda, como The Silent Force, pecavam por terem sonoridade demasiado homogénea, repetitiva. Hydra é provavelmente o álbum mais diversificado da banda, sem, no entanto, deixar de ter consistência - um equilíbrio que é difícil de obter. A única coisa que tenho pena de não ter sido incluída em Hydra diz respeito aos elementos célticos. Enfim...
Outra característica que Hydra partilha com a criatura homónima é o facto de, visto que, quando uma das cabeças da Hidra era cortada, duas novas nasciam no seu lugar, esta era considerada invencível. De uma maneira análoga, este disco não tem fraquezas. É provavelmente o álbum mais sólido, mais homogéneo em termos de qualidade, que ouvi nos últimos anos. Tem músicas melhores do que outras, naturalmente, mas nenhuma delas se destaca gritantemente das demais, nem pela positiva nem pela negativa. Não há fillers, cada uma das músicas, das dez cabeças de Hydra, tem algo a oferecer, seja em termos de sonoridade ou em termos de história.
Reza, ainda, a lenda da Hidra que esta se escondia na noite permanente de uma caverna escura. Uma das poucas maneiras pela qual podia ser derrotada seria trazendo-a para a luz do dia, onde perderia os seus poderes. Segundo o mito, a Hidra simboliza demónios interiores, os vícios, os defeitos da Humanidade. Estes, se não forem combatidos, tornam-se imortais, continuam a crescer dentro dos homens, regenerando-se continuamente. Só poderão ser vencidos quando deixarem de ser ignorados, quando forem arrastados para a luz, quando forem enfrentados. A outra maneira de derrotar a Hidra é cauterizando os cotos das cabeças depois de cortadas - por analogia, é igualmente necessário recurar às origens dos traumas e defeitos humanos para que estes possam ser curados.
@SarahWT1 Why did we choose Hydra.. Confront your fears and embrace your demons, we’re Hydra #WThydra — Within Temptation (@WTofficial) January 14, 2014
Tudo isto vai em linha com a própria mensagem do álbum, revelada durante uma sessão de perguntas e respostas no Twitter (em que a Sharon respondeu a uma das minhas perguntas! High-five!): precisamente, reconhecer os próprios vícios e fraquezas, aceitá-los, saber transformá-los em forças. As músicas de Hydra falam de várias dessas dificuldades, dessas facetas sombrias, de como lidar com elas, de como vencê-las. Em linha com o que disse anteriormente, Whole World is Watching funciona como epílogo por se focar na mensagem geral do álbum, ao recordar os vários altos e baixos da vida, ao reforçar a necessidade de decidir quem verdadeiramente somos, de que fibra somos feitos, o que vamos fazer quando não houver fuga possível, quando tivermos de enfrentar a Hidra - o que quer que esta simbolize.
Nesse aspeto, no que toca ao conceito de Hydra, às histórias que as músicas contam, este álbum possui um grande potencial de me ajudar na escrita. Não esperava menos dos Within Temptation, de resto, já que esta é a característica que mais aprecio neles. Agora, gostava de, em breve, vê-los pela primeira vez em concerto. Até porque muitas músicas de Hydra têm potencial para darem excelentes momentos ao vivo.
Em termos musicais, 2014 começa, assim, da melhor maneira. Para além dos Within Temptation, uma das bandas que estará em destaque este ano será Linkin Park. A banda californiana já foi confirmada no Rock in Rio e eu, em princípio, vou. Comprei um daqueles bilhetes em promoção, no Continente, em que temos de escolher o dia até 31 de março. Estou a dar um compasso de espera, no pouco provável caso de os Within Temptation ou a Avril Lavigne serem igualmente confirmados - visto que, ao contrário dos Linkin Park, nunca vi estes ao vivo. Se, entretanto, alguns deles forem confirmados, escolho o dia deles. Não me perguntem, no entanto, o que farei caso os Paramore aparecerem no cartaz. O mais certo, contudo, é que eu marque para dia 30 e pronto. Não vou esperar até que o dia esgote.
Em todo o caso, com esta confirmação, podemos assumir, com um nível razoável de certeza, que eles editarão o sexto álbum de estúdio este ano. Nada sabemos sobre este trabalho, exceto que será pesado e sombrio. Depois de Living Things, as minhas expectativas estão altas para o seu sucessor. A ver se este consegue manter o nível, ou mesmo suplantá-lo. Em todo o caso, mesmo que esse álbum não chegue a ser editado ainda este ano, 2014 já se pode gabar de ter oferecido um disco de qualidade: Hydra, dos Within Temptation.
Segunda parte da crítica a Hydra. Primeira parte aqui.
4) Paradise (What About Us?)
"The wheel embodies all where we are going..."
Paradise (What About Us?) foi o primeiro single de Hydra a ser lançado, em setembro de 2013. As minhas opiniões sobre a música, sobre os seus pontos fortes e fracos, não mudaram desde essa altura. O refrão continua a não me convencer, arrasta-se demasiado, soa demasiado forçado. Por sua vez, a voz de Tarja encanta-me cada vez mais.
5) Edge of the World
"The truth can't bear the sunlight"
Edge of the World é a grande balada de Hydra. Começa muito suave, com batidas leves que me recordam a versão original de In the Air Tonight. Depressa se juntam os vocais de Sharon, conferindo um tom etéreo e angelical à faixa - à semelhança do que acontece com muitas músicas marcantes da banda. Para além dos violinos, do piano, notam-se elementos eletrónicos muito discretos. A partir do primeiro refrão, juntam-se guitarras elétricas e bateria e o habitual coro no segundo refrão. O ponto alto da música é a terceira parte, com os violinos, a que se juntam, de novo, a guitarra, a bateria e, no fim, o coro. Pontos, também, para a conclusão da música.
Em termos de letra, Edge of the World é uma canção de desgosto amoroso à maneira dos Within Temptation - noto, até, alguns ecos de Angels. No entanto, é pela sonoridade que Edge of the World se destaca. Um dos meus desejos para Hyda era que a banda regressasse às baladas etéreas, estilo Somewhere. O desejo cumpriu-se com Edge of the World.
6) Silver Moonlight
"Screaming at the walls of fire
But I'm still running free"
Silver Moonlight é outra música que já tinha sido lançada na forma de demo em setembro último. Já na altura havia elegido Silver Moonlight como a minha faixa preferida do EP. A versão final da música confirmou-a como a minha preferida, não só das que foram lançadas no EP, mas também, talvez, do álbum inteiro.
Tal como na versão demo, Silver Moonlight começa muito suavemente, dando a entender uma música completamente diferente do que é realmente. No contexto do álbum, vai um pouco na sequência de Edge of the World. Tal como acontece nas faixas que ouvimos primeiramente como demo, os vocais surgem mais claros. Depressa a música explode para um ritmo rápido, pesado, com os impressionantes vocais de Sharon (reparem naquele crescendo a meio do refrão), os grunhidos de Robert (aqui suavizados, mas sem deixarem de cumprir o seu papel). O destaque vai, claramente, para a sequência que se segue à terceira estância, em que o ritmo abranda ligeiramente, ouvem-se os coros, o grunhido de Robert e, seguidamente, o solo de guitarra - a música vai soar espetacular ao vivo. A letra fala de recusa teimosa em ceder ao medo. Combinada com o carácter grandioso, épico, da música, faz de Silver Moonlight a perfeita banda sonora para um confronto com a própria Hidra de Lerna, que inspirou o nome deste magnífico álbum.
7) Covered By Roses
"When this dance is over
We all know all beauty will die"
Ao contrário de alumas músicas de Hydra, é na letra que Covered By Roses tem o seu ponto forte. A sonoridade não se destaca do típico estilo dos Within Temptation. A letra, no entanto, torna-se surpreendentemente interessante. Fala sobre o carácter passageiro da vida, da beleza, do amor, destacando a necessidade de viver cada momento. A faixa inclui o excerto de um poema, "Ode on Melancholy", de John Keats, que considera inevitável a felicidade e a dor caminharem de mãos dadas.
Tanto a letra de Covered By Roses como o poema acima referido me recordam Ricardo Reis, um dos heterónimos de Fernando Pessoa - que, curiosamente, tem um poema intitulado "Coroai-me de Rosas". Esta personagem criada por Pessoa caracteriza-se por aceitar que tudo tem um fim, "memento mori", e, daí, defender também o Carpe Diem.
Nas primeiras audições, Covered By Roses parecia-me pouco mais do que um filler. No entanto, bastou olhar melhor para a letra para perceber que existem mais camadas em Covered By Roses, à semelhança do que acontece em várias músicas dos Within Temptation. Sabe sempre bem ouvir música assim.
2014 começa muito bem, com o lançamento do sexto álbum de estúdio da banda holandesa Within Temptation, Hydra. Um disco bastante variado, com muitas participações especiais - todas elas desconhecidas até ao lançamento das músicas em questão - em que a banda não desilude.
Ao contrário do que fiz com críticas anteriores, desta feita não vou ordenar as faixas de acordo com a minha preferência. Isto porque, neste álbum, a qualidade é relativamente homogénea, não existe nenhuma de que não goste, todas têm os seus pontos fortes. Assim sendo, neste texto seguirei a ordem da tracklist oficial.
1) Let Us Burn
"I'll face all that is coming my way! Denying the devil of silence, Embracing the world on the edge..."
A faixa de abertura de Hydra não é propriamente desconhecida. Foi uma das que foi lançada sob a forma de demo com o single Paradise (What About Us), em setembro de 2013. Segundo o que a vocalista Sharon Den Adel disse em entrevista recente, foi a primeira a ser composta para este álbum servindo, assim, de modelo para as faixas seguintes. Das três demos, Let Us Burn foi a menos alterada, logo, não existem grandes surpresas na versão final. As poucas alterações, no entanto, foram bem conseguidas, na minha opinião. Começando pela introdução, que a adequa à abertura do disco. Foram, também, adicionados vocais de Sharon à parte inicial e aqui e ali, ao longo da faixa. Este género de vocais é um denominador comum à larga maioria das músicas de Hydra e pergunto-me se não terá sido influência da participação de Tarja em Paradise.
Outro denominador comum à maioria das músicas de Hydra é o facto de, em várias musicas, como esta, repetirem várias vezes o verso que dá o título à faixa. É um vício que herdam da rádio atual e que, por vezes, se torna cansativo e passa por falta de imaginação.
Em todo o caso, fiquei satisfeita por terem retirado os efeitos à voz de Sharon na terceira estância, bem como do coro no fundo, aumentando o dramatismo desse segmento da faixa.
A letra de Let Us Burn não é propriamente original, existem melhores neste álbum - já toda a gente sabe que o fogo pode simbolizar revolta, os Jogos da Fome são um bom exemplo disso. No entanto, cumpre o seu papel, condiz com o dramatismo da música. Em suma, não sendo das mais marcantes de Hyrda, Let Us Burn abre bem o álbum. 2) Dangerous
"We're going on, no we'll never stop We're going on 'till worlds collide"
Dangerous já havia sido lançada como segundo single de Hydra, no final do ano passado. Com a participação de Howard Jones, é provavelmente a faixa mais "moderna" do álbum, com o seu ritmo absurdamente rápido, pedindo headbangs. A participação de Howard enriquece a música, dá-lhe mais tensão. Gosto particularmente da terceira estância, em que o ritmo abranda ligeiramente, fazendo-me pensar num momento de êxtase provocado pela adrenalina. A letra fala, precisamente, da apetência por liberdade, experiências fortes, por viver nos limites, esticar a corda o mais possível - um tema que recorda The Unforgiving.
Se a música em si não desiludiu, o mesmo não se pode dizer no videoclipe. Penso que a banda perdeu aqui uma oportunidade para criar algo memorável. Em vez disso, há uma gritante falta de coesão entre as cenas patrocinadas pela Red Bull - mais adequadas a um estilo musical mais leve, menos dramático - e as da atuação da banda, que até estão bem conseguidas. As cenas em que Howard aparece também não encaixam - ele recorda-me demasiado o Timbaland, não um vocalista de heavy metal. Um tiro falhado sem que, contudo, impeça de apreciar a música.
3) And We Run
"Don't blink, you'll miss it Lift up your head We gotta get gone Yeah, we outta here"
Esta será, certamente, a faixa que mais opiniões divide em Hydra. Mesmo eu demorei algum tempo a formar uma opinião. And We Run - que, segundo o que Sharon deu a entender numa entrevista recente, será single de Hydra - começa só com piano, a que se vão juntando acordes de guitarra e, depois, a bateria, num crescendo de tensão até ao refrão. Na segunda parte deste, ouve-se um crescendo de bateria, que se assemelha estranhamente a dubstep - será de propósito? - culminando nos primeiros versos de rap de Xzibit. Sim, rap. Quem diria que os Within Temptation incluiriam rap numa música?
Como seria previsível, esta participação do rapper Xzibit gera controvérsia entre os fãs e não só, mas eu gosto. Talvez por ser fã de Linkin Park - Mike Shinoda seria, igualmente, uma boa escolha para And We Run. A letra, que fala de demónios interiores, cicatrizes por sarar, desejo de fugir, acaba por ter, também, um tema muito Linkin Park. Na minha opinião, combina surpreendentemente bem com o resto da música, dando um elemento original àquilo que seria um típico tema dos Within Temptation. A única coisa que eu, eventualmente, acrescentaria seria uma segunda estância, cantada por Sharon, deixando o rap para a terceira parte da música. Admito, no entanto, que tal tornasse a faixa demasiado comprida - e Hydra já tem a sua quota-parte de faixas com cinco ou seis minutos de duração.
Faço aqui uma referência a Within Temptation, que esste ano lançou dois singles, um deles com um EP de demos anexado. O segundo, aliás, Dangerous, um dueto com Howard Jones, foi lançado há pouco mais de uma semana. Não escrevi a habitual crónica de Músicas Não Tão Ao Calhas porque ainda não consegui analisá-la como queria - só agora é que consegui encontrar a letra - e, do pouco que analisei, não tenho muito a dizer sobre ela. Mistura a sonoridade típica de Unforgiving com sintetizadores e um ritmo absurdamente rápido, que pede headbangs desde o primeiro minuto. Ainda não passei disso. Prefiro dar tempo, ir ouvindo a música com mais calma ao longo das próximas semanas. Mais tarde, quando sair o álbum, comentá-la-ei devidamente.
Não devia, aliás, falar dos Within Temptation na Música de 2013. Este ano ocorreram apenas os preliminares, a diversão a sério começará com o lançamento do novo álbum. Nas palavras dos mesmos, este disco representará diferentes lados da banda. Curiosamente, tivemos dois álbuns assim, mais para o eclético, este ano. Só que, ao contrário dos suspeitos do costume cá do blogue, os Within Temptation tiveram um bocadinho mais de imaginação e, em vez de batizarem o álbum com o seu próprio nome, inspiraram-se na Hidra de Lerna, o monstro de múltiplas cabeças da mitologia grega - simbolizando, precisamente, o carácter multifacetado do disco. Hydra será editado dia 31 de janeiro - pena não ser uma semana antes, para sair no dia do meu aniversário. Não tenho nenhuma expectativa em especial. Apenas espero que Hydra esteja ao nível a que os Within Tempation nos habituaram.