Mais pérolas escondidas de Bryan Adams
Quando Bryan Adams atuou pela última vez em terras lusas, no final de 2019, compilei uma lista de músicas dele que mereciam mais atenção – tanta quanto os Summer of ‘69 desta vida. Só publiquei o texto uns meses depois dos concertos porque sou péssima a gerir o meu tempo.
Agora, pouco mais de dois anos depois, Bryan está de volta a Portugal. Irá dar um concerto em Gondomar no dia 29 de janeiro e um em Lisboa, no dia 30 – é a esse que vou. Daqui a uns meses, no dia 15 de julho, Bryan atuará no Festival Marés Vivas.
Eu pensava que tinha deixado a promessa de publicar uma sequela às “Pérolas escondidas” quando Bryan regressasse depois de 2019. No entanto, quando fui dar uma vista de olhos a esse texto, não encontro essa promessa em lado nenhum.
Onde fui buscar essa ideia?
Passando à frente daquilo que eu espero que não sejam sintomas de demência, com promessa ou sem promessa, o regresso de Bryan é um bom pretexto para desenterrar mais algumas pérolas escondidas da sua discografia. Não tenho tantas como da última vez. As primeiras duas são apenas menções honrosas, aliás (opalas escondidas?). Mas não deixa de valer a pena trazê-las à luz.
- Menções honrosas: I Still Miss You… a Little Bit e Hidin’ From Love
Eu na verdade já desenterrei I Still Miss You… a Little Bit há muito tempo, quando escrevi sobre o álbum Bare Bones. Este é um texto muito antigo, um dos primeiros que publiquei aqui – escrito uns meses antes de ter criado o blogue.
Por norma, não gosto de reler nem de referir os meus primeiros textos. Já lá vão quase dez anos, mais ainda nalguns casos. Na minha opinião, a minha escrita melhorou significativamente desde essa altura e não consigo olhar para esses textos sem ter vontade de reescrever tudo (o texto sobre Bare Bones não está muito mau, apesar de tudo). Não os apago do blogue. Mesmo que hoje não esteja satisfeita com eles, foi por escrevê-los – esses e muitos outros – que cheguei ao nível em que estou agora. Mas não os promovo da maneira que faço com textos mais recentes. Assim, de seguida irei repetir algumas coisas de que já falei nessa análise.
Como era a norma em Bare Bones, os únicos instrumentos são o piano e a guitarra acústica – com as palmas do público marcando o ritmo. O tom é saltitante e divertido, o que condiz com a letra. Destaque para o momento em que Gary Breit, o pianista, se entusiasma durante o solo.
A letra, então, descreve uma relação que falhou porque a amada não lhe conseguia ser fiel. Ao ponto de trazer outro homem para a cama com eles.
Como já escrevi antes, para mim I Still Miss You… a Little Bit conta a história de What the Hell, de Avril Lavigne, do ponto de vista do homem. Até porque as músicas foram lançadas com poucos meses de intervalo.
Por outro lado, às vezes gosto de imaginar um videoclipe para esta música com Keith Scott – o guitarrista de Bryan – fazendo de rival amoroso do narrador. Keith aparecendo na cama com Bryan e a mulher… Seria hilariante.
Às vezes tenho saudades da era Bare Bones e tenho pena por não ter ido a nenhum concerto nesse conceito. Mas também em Portugal seria sempre difícil – eram em salas mais pequenas, os bilhetes esgotariam num abrir e fechar de olhos.
Agora recuemos trinta anos, para o álbum de estreia de Bryan, homónimo. Como vimos antes, este álbum deixa muito a desejar. Tanto o próprio Bryan como Jim Vallance – o principal co-compositor de Bryan nos primeiros dez anos da sua carreira – concordam. Só gosto verdadeiramente de três músicas neste álbum – e Hidin’ From Love é a minha preferida.
A letra é algo vaga – o que não é invulgar com Bryan. Fala sobre um interesse romântico que não se quer comprometer, que não quer avançar na relação. Arranja desculpas, mas a verdade é que ela tem medo do amor, está a esconder-se dele.
Sinto-me atacada.
Num álbum que Bryan descreve como uma coleção de demos, Hidin’ From Love não é má em termos de instrumental. Eu pelo menos gosto da guitarra elétrica.
Ainda assim, existe outra versão da música. Em 2020, durante o confinamento, Bryan foi publicando vídeos de si mesmo cantando músicas suas. Regra geral, usava os instrumentais oficiais e cantava por cima deles.
Para Hidin’ From Love, no entanto, ele gravou um novo instrumental – porque claramente não estava satisfeito com a versão do álbum. E esta versão é de facto melhor, carregando mais nas influências rock de álbuns posteriores. Só é pena ter deixado o solo de guitarra original de fora.
Pergunto-me se ele planeia regravar todo o seu primeiro álbum neste estilo, um dia. Se calhar devia tê-lo feito em 2020, a propósito dos quarenta anos de edição.
Bem, ainda haverá o quinquagésimo aniversário.
- Miss America
Uma vez mais, escrevo aqui sobre uma B-side do álbum 11. Este não é um mau álbum de todo, mas infelizmente dois dos meus melhores temas não estão incluídos na edição-padrão.
Ao contrário do que aconteceu com The Way of the World, só conheci Miss America mesmo quando saiu a versão Deluxe do álbum, algures em novembro de 2008. Infelizmente, parva como sou, perdi o CD, mas ao menos tanto Way of the World como Miss America estão disponíveis no Spotify.
Nos primeiros meses após o lançamento dessa versão de 11, andei obcecada com Miss America. Lembro-me inclusivamente de ouvi-la todas as manhãs, na minha aparelhagem-despertador, enquanto fazia a cama. Tinha imensa vontade de lhe fazer uma montagem de vídeos – era o que eu fazia na altura – mas provavelmente nunca conseguiria colocá-la no YouTube, por causa dos direitos de autor.
Musicalmente, Miss America segue a fórmula de quase todo o álbum 11. A guitarra acústica no centro, bateria, piano e guitarra elétrica a acompanhar. Gosto imenso destes dois últimos instrumentos nesta música.
Em termos de letra, é basicamente uma versão mais fofinha de Summer of ‘69. Miss America recorda com saudades um romance de verão entre dois adolescentes antes de a vida os separar. A letra inclui pormenores que dão carácter à música, a tornam credível: o facto de ela ser mais velha, de ele preferir vê-la de cabelo solto, de ambos passarem noites a olhar para as estrelas.
A música não explica preto no branco porque é que o narrador se refere ao seu interesse romântico como Miss America ou Miss USA. Eu, no entanto, sempre assumi que era uma alcunha fofinha do narrador para a sua amada: para ele, ela era a mais bonita do país.
Não é por acaso que a primeira vez que referi Miss America aqui no blogue tenha sido quando Avril Lavigne lançou 17. As duas canções são muito parecidas tematicamente. Ainda assim, dou a vantagem a 17. A letra está mais desenvolvida, mais pormenorizada, Avril verteu nela a sua própria personalidade, a sua própria história.
Pena não ter voltado a fazê-lo no álbum seguinte, quando mais se justificava.
E desviei-me um bocadinho. Miss America não deixa de ser uma linda música, uma verdadeira pérola escondida. Não deixem de ouvi-la.
- The Best Was Yet to Come
The Best Was Yet to Come é a última faixa do alinhamento de Cuts Like a Knife, o terceiro álbum de Bryan. É a única balada no disco, à exceção da clássica Straight From the Heart.
Esta é muito semelhante a outras baladas dos anos 80 – sobretudo por ser conduzida pelo piano elétrico. Existe até uma história engraçada sobre isso, contada por Jim Vallance, co-compositor da música, no seu site. Na altura dos trabalhos de Cuts Like a Knife, pediram a Vallance que fizesse uma gravação do piano para que servisse de guia para outro tecladista. Assim, Vallance não se preocupou muito com o rigor da sua gravação.
No entanto, mais tarde, Bryan decidiu usar essa gravação na versão final de The Best Was Yet to Come. Vallance entrou em pânico quando descobriu, mas na altura já era tarde demais. Ainda hoje, Vallance não consegue deixar de ouvir os erros na versão final.
Tem piada porque nem eu, nem – penso – a maior parte dos ouvintes consegue ouvir os erros. Não há nada que soe fora de sítio pois não conhecemos a versão certa. Ao serem incluídas no álbum final, as notas erradas de Vallance passaram a ser as notas certas.
Haverá uma lição de vida aqui, suponho eu. Haverão ocasiões em que o melhor é fingir que não se cometeram erros, que fazia tudo parte do plano. Se os outros não souberem o que era o correto, nunca saberão o que está errado.
A letra de The Best Was Yet to Come foi inspirada pela história trágica de Dorothy Stratten, assassinada pelo marido com apenas vinte anos, quando estava prestes a vingar-se em Hollywood. Um crime que ainda é discutido hoje, mais de quarenta anos depois.
Dorothy era de Coquitlam, uma cidade pequena do Canadá. Os americanos e os canadianos têm uma cena por este tropo: pessoas, geralmente mulheres, que vêm de uma terra pequena para as grandes cidades. Dorothy terá conhecido o futuro marido aos dezoito anos: um homem mais velho, um chulo, que lhe prometeu fazer dela uma estrela.
Pode-se dizer que ele cumpriu a promessa, mas na verdade o que ele queria era explorar Dorothy, ganhar dinheiro à custa dela. Veja-se o facto de ele ter feito dela uma coelhinha da Playboy – apesar de, alegadamente, Dorothy não se sentir à vontade com a nudez e o eroticismo desse mundo.
Ao menos permitiu à jovem dar o salto para a representação. Dorothy chegou a participar nalguns episódios televisivos e num par de comédias românticas.
Gosto de pensar que, hoje em dia, se as pessoas vissem uma miúda da idade de Dorothy sendo seduzida por um homem mais velho, soariam alarmes. Sobretudo com eles casando-se, teria a jovem dezoito ou dezanove anos – as pessoas casavam-se assim tão cedo nos anos 70, 80?
Ainda assim, para sermos justos, várias pessoas do círculo de Dorothy ter-se-ão apercebido da relação abusiva. A jovem terá tentado fugir do marido várias vezes, ajudada por essas pessoas. Começou inclusivamente uma relação com Peter Bogdanovic, realizador de um dos filmes em que ela entrou. Por sinal, o senhor morreu no início deste ano.
Esta também me parece uma relação questionável. Bogdanovic tinha o dobro da idade de Dorothy na altura. Por outro lado, ele terá tratado melhor a jovem que a besta do marido. Depois da morte dela, Bogdanovic ter-se-á aproximado da família de Dorothy e tê-los-á ajudado a suportar a perda. Ao ponto de se ter casado com Louise, a irmã mais nova de Dorothy… quase trinta anos mais nova que Bogdanovic (Louise tinha vinte anos quando se casou).
Essa sim, ainda me parece mais questionável. Consta que deu polémica na altura e, para ser sincera, não os censuro. Dito isto… o casamento ainda durou doze anos e, mesmo depois do divórcio, tanto Louise como Bogdanovic continuaram a dar-se bem. Não há nada que indique que tenha havido abuso.
Suponho que existam nuances nestas coisas. Diferenças de idades não significam necessariamente relações abusivas.
Regressando a Dorothy, esta infelizmente foi assassinada pelo marido – que se matou de seguida. A jovem foi explorada e fetichizada tanto em vida como depois da morte – talvez ainda mais depois da morte – inspirando filmes, livros e canções. Não digo que todos esses trabalhos tenham sido explorações da tragédia dela… mas alguns terão sido. O canal de YouTube The Take tem um vídeo muito interessante sobre esta fetichização de vítimas de crimes.
The Best Was Yet to Come foi também uma exploração? Talvez. No entanto, a letra não refere o assassinato, nem sequer refere o marido. O carácter vago da letra joga a seu favor – duvido que o ouvinte casual saiba de que fala a música. The Best Was Yet to Come foca-se sobretudo na vida que se perdeu, nos sonhos que ficaram por realizar.
É daí que vem o título, aliás. O melhor ainda estava para vir.
Não se percebe muito bem a quem é dirigida a letra de The Best Was Yet to Come. Existem partes que parecem referir-se a Dorothy – "You had it there and it slipped away, oh you left the song unsung" – e outras que parecem dirigir-se aos seus entes queridos, a eventuais sentimentos de culpa que poderão nutrir – "You can cry yourself to sleep at night, you can't change the things you've done". Falta alguma consistência nesse aspecto.
De qualquer forma, a frase mais dolorosa é mesmo a última: "What 's so good about goodbye when the best was yet to come?“.
Consta que, anos depois da edição de Cuts Like a Knife, Peter Bogdanovic cruzou-se com Bryan e com Vallance e agradeceu-lhes por The Best Was Yet to Come. Segundo ele, a música foi um grande consolo para a família de Dorothy. The Best Was Yet to Come pode ter sido mais um trabalho explorando uma coisa horrível que aconteceu a uma jovem mulher, mas fê-lo com respeito e consideração.
É uma música linda, mas mesmo muito triste. Recomendo-a a quem não a conheça, mas não é para pedir num concerto.
A próxima música é mais alegre, prometo.
- I Will Always Return
Já me fartei de escrever sobre a banda sonora do filme Spirit Stallion of the Cimarron neste blogue, sobretudo nos seus primeiros anos. É um dos meus álbuns preferidos de todos os tempos, o disco que me apresentou a Bryan Adams, cheio de pérolas escondidas – incluindo a minha canção preferida.
É possível que tenha um viés por ter conhecido este álbum num período particularmente formativo, como expliquei no texto sobre Here I Am. Por outro lado… outro dos responsáveis pela banda sonora é Hans Zimmer! Não é por acaso que o homem é considerado uma lenda no que toca a bandas sonoras.
Em Spirit em particular, o protagonista não fala fisicamente – e a narração de Matt Damon é escassa. A música conta uma grande parte da história.
Custa a acreditar que este álbum e este filme vão fazer vinte anos.
I Will Always Return era uma das poucas faixas neste álbum sobre as quais me faltava escrever. Isto é, tirando as faixas exclusivamente instrumentais. Depois desta, sobram You Can’t Take Me, Get Off My Back e Brothers Under the Sun. Não está nos meus planos escrever sobre elas… mas não vou dizer “nunca”.
I Will Always Return é a música principal da banda sonora de Spirit. Representa o… bem, o espírito do filme, a principal motivação do protagonista: regressar a casa.
No álbum, a primeira versão da música que aparece é um tema soft rock, guiado pela guitarra acústica. Não muito diferente do estilo habitual de Bryan – encaixaria bem em On A Day Like Today. Inclui inclusivamente Robert “Mutt” Lange nos créditos de composição – um colaborador regular de Bryan na altura. A mensagem da letra é essencialmente a mesma das versões da banda sonora, mas com um maior foco no romance.
Imagino que esta versão tenha sido gravada para, eventualmente, ser lançada como single nas rádios. Mais uma canção de amor de Bryan Adams. No entanto, Here I Am acabou por ser o single principal do álbum.
Não que me queixe.
Eu gosto desta versão. Tive um período (quando tinha dezasseis ou dezassete anos, penso eu) em que andava obcecada com ela. No entanto, hoje acho que as versões da banda sonora são melhores. O próprio Bryan parece concordar, como veremos já de seguida.
A versão seguinte de I Will Always Return no álbum chama-se oficialmente This Is Where I Belong. No filme esta soa ainda no início, logo depois de Here I Am. Existe algo no seu instrumental que me faz pensar em cavalos a galope. Em comparação com outras versões, esta tem um carácter sereno e reconfortante, o que condiz com a letra. This Is Where I Belong diz-nos tudo o que precisamos de saber sobre o protagonista, Spirit: ele adora a terra onde nasceu e cresceu.
Naturalmente, logo a seguir, Spirit é arrancado dela.
Saltando algumas faixas no álbum, damos com Homeland. É a música de abertura do filme, sobre a qual ouvimos o primeiro monólogo de Matt Damon. No fundo é o instrumental da versão final de I Will Always Return, centrada na mesma melodia, ainda que com algumas diferenças. Eu pelo menos sempre a usei para fazer karaoke, ainda que tenha de cantar a primeira estância duas vezes.
Eu pura e simplesmente adoro esta instrumentação, estas melodias, aquele piano. Talvez seja o meu viés a falar, mas para mim isto é perfeição musical. Don’t @ me.
Gostaria de destacar a sequência final, aquele momento mais eufórico – coincidente com a primeira vez que surgem cavalos no ecrã. É muito semelhante à peça instrumental que soa muito mais à frente, no clímax do filme: o momento em que Spirit salta sobre o precipício para fugir aos soldados. Um momento de exultação, de júbilo. O equivalente musical, mesmo cinemático, ao golo do Éder (salta daí, caralho!).
A versão final de I Will Always Return é igualmente exultante, triunfal – pois soa quando Spirit regressa finalmente a casa. Pode ser semelhante a This Is Where I Belong em termos melódicos, mas o carácter é completamente diferente. TIWIB é serena, IWAR é música de vitória. A interpretação de Bryan começa suave, mas vai ganhando intensidade. Destaque para os agudos, sobretudo na última estância
Eu não consigo resistir a esta música, sobretudo à parte final. Emociono-me de todas as vezes. É a melhor versão de I Will Always Return e encontra-se facilmente no meu top 10 de músicas de Bryan.
Deverá ser por isso que Bryan optou por recriar essa versão – em vez da versão soft rock de que falámos antes – quando tocou I Will Always Return ao vivo nalguns concertos em 2019. Lançou mesmo o áudio dessas apresentações nas plataformas digitais.
Esta é aquilo a que gosto de chamar uma versão Bare Bones: apenas piano e guitarra acústica. Guitarra é como quem diz… só a refiro porque Bryan aparece em palco com uma. Na prática mal se ouve.
O que em nada diminui a beleza da música. É uma versão reduzida aos melhores instrumentos da versão da banda sonora: o piano e a voz. Continuo a preferir a instrumentação completa, mas I Will Always Return é daquelas músicas que soam bem de qualquer forma.
Bryan publicou também uma versão da música em francês: Je Reviendrai Vers Toi. Na preparação deste texto descobri que Bryan também canta na dobragem francesa de Spirit. Já fui dar uma audição e descobri que gosto imenso de Me voilà, a versão francesa de Here I Am – o que é irónico, sendo esta uma canção que associo à Seleção Portuguesa
Pois bem, já pedi I Will Always Return para o concerto de domingo, bem como Here I Am. Deixei um comentário numa publicação do Instagram quase duas semanas antes do concerto. Talvez tenha sido demasiado cedo, mas ele falava já nos concertos cá em Portugal e em Espanha…
Não será o fim do mundo se Bryan não a tocar, claro que não, mas seria especial se ele o fizesse. Em parte para pagar uma dívida ao meu eu de treze anos, que esperava mais músicas da banda sonora de Spirit no concerto de 2003.
Mas também porque é a música perfeita para celebrar o regresso de Bryan a Portugal e aos palcos depois da pandemia. Nós os fãs somos a casa dele – e os fãs portugueses são um bocadinho mais do que os outros. Foi duro estarmos separados, tanto para nós como para ele, mas agora estaremos juntos de novo, depois destes dois anos tão difíceis. Como reza I Will Always Return:
“And now I know it’s true
My every road leads to you
And in the hour of darkness
Your light gets me through!”
E é com esta nota que nos despedimos por hoje. À hora desta publicação ainda não tenho cem por cento de certeza de que os concertos deste fim de semana não serão cancelados. Cá em Portugal não estamos com restrições muito duras. No entanto, bandas como os Måneskin e Bring Me the Horizon cancelaram as suas digressões europeias porque a Europa está demasiado heterogénea em termos de medidas de controlo da pandemia. E eu fiquei com medo.
Por outro lado, Bryan tem estado em Madrid na última semana, semana e meia a preparar estes concertos. A digressão vai começar aqui na Península Ibérica, onde as restrições estão mais leves. Mesmo que tenham de cancelar concertos posteriores… bem, eles já estão aqui ao lado. E acho pouco provável que, daqui até ao fim de semana, eles decidam apertar as restrições cá em Portugal.
Em princípio irá mesmo para a frente. Teremos de usar máscara, o que vai chatear um bocadinho, mas paciência. Eu faria sacrifícios bem piores só para poder voltar a concertos como este.
Se tiverem bilhetes para Lisboa ou para Gondomar, espero que se divirtam muito – com segurança. Vai valer a pena. Obrigada pela vossa visita.