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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Bryan Adams - 30 anos de Reckless (2014) #4

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Quarta parte da análise da Reckless. Partes anteriores aqui, aqui e aqui. Nesta, acabamos a análise às músicas. 

 

14) Draw the Line

 

 

"If trouble's what you're looking for, well it's what you've found"

 

Esta é outra das break-up songs típicas entre as faixas extra, conforme já expliquei anteriormente. Tal como muita das faixas extra de Reckless, esta foi regravada por outros artistas. Neste caso, Ted Nugent gravou-a em 1984 para o seu álbum Penetrator (a sua versão difere da de Bryan e gosto das alterações). Alguns anos mais tarde, Paul Dean gravou-a para o seu álbum Hard Core, de 1989 - esta não difere tanto da versão original.

 

Para mim, Draw the Line é uma música mediana, que não desperta muito interessante. Daí que não discorde da decisão de excluí-la da edição original. Passemos à frente.

 

15) Play to Win

 

 

"Well now here's a twist, you better hit it babe"

 

Play to Win era uma faixa que, no início, não me dizia muito mas de que fui aprendendo a gostar. Tem um início interessante e também gosto da guitarra nesta música. Só não gosto mais de Play to Win porque se nota muito que é uma demo - os vocais de Bryan soam demasiado ásperos. Uma gravação com maior qualidade beneficiaria imenso a música. No entanto, visto que Bryan e Vallance não gostaram da música, é natural que não quisessem perder tempo gravando-a como deve ser.

 

Play to Win também foi regravada por outras pessoas. Deta feita, a banda Niles Dresden and the Pieces interpretou-a no filme Scenes from the Goldmine, de 1987. Segundo as (escassas) informações que encontrei na Internet sobre o filme, este centra-se numa jovem tecladista que se junta a uma banda de rock e se envolve com o vocalista até descobrir que este lhe rouba músicas. A letra de Play to Win parece condizer com o enredo. E eu até não desgosto da versão de Niles Dresden. É algo de que não nos podemos queixar: de uma maneira geral as re-interpretações destas músicas têm-lhes feito justiça.

 

16) Too Hot to Handle

 

 

"What she wants your money can't buy

She's just wants to be satisfied"

 

Justamente com Let Me Down Easy, esta é a única das faixas extra de Reckless que não foi regravada por nenhum outro artista. Vallance julga que ela foi composta para Tina Turner. O que faz sentido, tendo em conta a letra. Esta fala de uma mulher fora do vulgar, que não é materialista, não tem os sonhos frívolos de muitas mulheres. Uma mulher que está num nível diferente. Não vou dizer que a Tina Turner seja um exemplo, mas não me choca se a letra foi escrita a pensar nela. Tirando esse aspeto, Too Hot to Handle não se destaca grandemente.

 

17) Reckless 

 

 

"There's three sides to every story

Ya, there's your side, there's my side and then there's the truth"

 

A música que tem o mesmo nome que este álbum é a minha preferida das faixas extra. Não tanto pela letra - temos, mais uma vez, uma break up song em que a má da fita é a mulher - mais pela sonoridade. Esta não é particularmente única - fez-me lembrar um pouco o clássico dos Bon Jovi, U Give Love a Bad Name - mas parece-me melhor conseguida que a maior parte das faixas extra de Reckless. Pelo menos, é aquela de que mais gosto, com destaque para a guitarra rítmica.

 

Gosto particularmente do refrão: os três acordes por detrás da palavra "Reckless", seguidos do silenciamento das guitarras, só se ouvindo a bateria. Também gosto do crescendo em "Guess I'm a lot like you". Há que dizer, igualmente, que o pré-refrão ajuda, preparando o terreno.

 

Reckless também teve direito a uma regravação por artistas alheios. Desta feita, a honra coube à banda Loverboy que, no entanto, substituiu a palavra "Reckless" por "Dangerous". Disso não gostei muito pois, para além de Reckless ser o nome do álbum, tendo por isso um significado diferente, acho que "dangerous" não se encaixa da mesma forma na melodia, "reckless" sai mais espontâneamente. Tirando isso, nada tenho a apontar à versão dos Loverboy.

 

 

Reparo agora que esta é a minha centésima publicação neste blogue. Não dá muito jeito ser uma entrada de um conjunto de cinco dedicadas a um álbum. Se ao menos fosse a primeira ou a última da série... Em todo o caso, um agradecimento rápido a todos os que têm visitado o meu blogue. A mais cem entradas!

 

A próxima virá em breve, com as alegações finais sobre este álbum. Continuem por aí.

 

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