Os videoclipes são uma faceta muito importante da música, sobretudo nos últimos anos, com o advento do YouTube e das redes sociais. Muitos de nós, contudo, cresceram vendo videoclipes na televisão, eu incluída. Quando era mais pequena, via-os no Top +, ao sábado à tarde. Em adolescente, descobri vários canais de música. E mesmo com a Internet e as redes sociais, ainda hoje gosto de fazer zapping pela Vh1 e os canais franceses MCM. Foi assim que conheci várias músicas que hoje oiço regularmente.
Como se poderá deduzir a partir do meu blogue, tenho vários artistas e bandas entre os meus preferidos. No entanto, não conheço nenhum dos videoclipes da maneira que conheço os de Avril Lavigne. Por vários motivos, um dos quais por, durante alguns anos, ter ganho o hábito de fazer montagens com esses vídeos. Váriias delas já apresentei aqui no blogue. Assim, na eminência de um novo vídeo e com a proximidade do fim de mais um ciclo de álbum, quis apresentar uma lista com os meus dez videoclipes preferidos da cantautora canadiana.
Antes de apresentar essa lista, quero fazer algumas menções honrosas, vídeos que não entraram no top 10, mas que estão num patamar acima dos outros: o vídeo para Goodbye e o de Mobile, de que já falei anteriormente; o vídeo para What the Hell, que vale pela comédia. Existe um, contudo, de que queria falar com mais detalhe.
Menção Honrosa: Girlfriend Remix
Não sou grande fã do remix de Girlfriend com a participação de Lil' Mama (na altura em que este foi lançado, as palavras Avril e remix não pareciam compatíveis) mas - isto pode ser surpreendente - gosto muito deste videoclipe. O conceito é simples: o vídeo combina cenários hip-hop com cenários mais pop rock, refletindo bem o carácter híbrido do remix. Acaba por ser uma espécie de Sk8er Boi quase só com meninas. Girlfriend Remix acerta onde Hello Kitty falha, pois as dançarinas não são um conjunto de mulheres iguais, sem expressão, e sim um grupo de amigas divertindo-se - mesmo que Avril e Lil' Mama se destaquem claramente. E isto chega para criar um vídeo que, sem ser nada de extraordinário, é engraçado.
Passemos à lista propriamente dita. Já falei de alguns dos vídeos em entradas anteriores. Nesses casos, deixo o link para o respetivo texto.
When You're Gone foi a primeira canção de amor propriamente dita (a menos que consideremos I'm With You uma canção de amor) a ser lançada como single. Este vídeo surpreendeu na altura em qua foi lançado, sobretudo pelo contraste gritante com o vídeo de Girlfriend. Falando a canção de saudade, o vídeo conta três histórias diferentes de casais separados contra vontade. Eu chorei que nem uma Madalena quando o vi pela primeira vez, sobretudo com a história do velhote viúvo.
De uma maneira geral, a Avril acerta sempre que faz vídeos para baladas. O próximo vídeo na lista é outro bom exemplo...
Conforme já tinha explicado anteriormente, Smile é uma das minhas músicas preferidas de Goodbye Lullaby. Um dos motivos é por Smile combinar uma sonoridade alegre e contagiante com letra que, não sendo particularmente profunda, é indentificável - algo que não acontece em muitos dos temas mais pop de Avril.
O videoclipe para este single joga bem com essa dualidade. De um lado, temos cenas mais roqueiras, num estúdio decorado pela própria Avril, com o verde-lima como cor dominante. De outro lado, temos cenas mais sentimentais, a preto e branco.
Um dos pontos fortes deste vídeo é a sua edição. Smile tem batida e acordes muito fortes e as cenas "roqueiras" exploram-nos bem. O mérito pertence ao realizador Shane Drake, que tornaria a fazer um bom trabalho mais tarde, com Monster dos Paramore (outro que se entre os meus favoritos).
Nas cenas a preto e branco, Avril representa uma espécie de anjo invisível, que elimina as fontes de sofrimento, simbolizadas por cacos de vidro colorido, que formam um coração. Este conceito pode parecer algo simplista, mesmo infantil. No entanto, visto que, ao longo dos anos, a música da Avril tem-me servido de antidepressivo (à semelhança do que acontece com muitos fãs), gosto do simbolismo destas cenas.
Em suma, Smile é um vídeo perfeito para a música que divulga. Ou seja, cumpre o seu papel. Não se pode exigir mais do que isso.
Este vídeo é outro grande clássico da carreira de Avril Lavigne, mostrando a Avril de Let Go por quem tantos se apaixonaram. Realizado por Francis Lawrence - que dez anos mais tarde seria realizador de Catching Fire e Mockinjay - mostra Avril e a banda literalmente parando o trânsito com uma atuação no tejadilho de um carro. Gosto dos tons azul-esverdeados das imagens e da forma como as várias personagens do vídeo vão espalhando o logótipo de Let Go por todo o lado, em jeito de passa-a-palavra.
4º) Don't Tell Me
Don't Tell Me foi o primeiro single de Under My Skin. É um hino de poder feminino, ensinando às jovens fãs a terem respeito por si mesmas e a não se rebaixarem perante os companheiros. O vídeo adequa-se, ao mostrar o suposto namorado de Avril deixando-a, mas continuando a ser assombrado por ela.
Este vídeo encontra-se nesta posição sobretudo por fatores nostálgicos. Foi um dos primeiros videoclipes que conheci da Avril, em 2004. Lembro-me de vê-lo várias vezes na MTV, em casa da minha avó (que morreu na semana passada), na altura em que saiu Under My Skin e eu ainda não tinha TV Cabo. Esta foi a "primeira" Avril que conheci: maria-rapaz, armando-se em rebelde, durona. O tipo de pessoa que eu queria ser quando tinha catorze, quinze anos. Ainda hoje a invejo - tenho ocasiões em que me dava jeito um quarto para destruir... sem que eu tivesse de arrumar.
3º) Alice
Quando começaram a trabalhar no videoclipe para Alice, tema principal da banda sonora da versão de Tim Burton de Alice no País das Maravilhas, nem Avril nem o realizador, Dave Meyers, quiseram enveredar pelo típico vídeo das bandas sonoras, com os artistas apenas cantando o tema em questão, intercalados com imagens das respetivas películas (como acontecerá com Give You What You Like. Mas sobre isso no fim). Ambos quiseram fazer a sua própria versão de Alice no País das Maravilhas. Avril desenhou o vestido e teve a ideia de aparecer tocando piano e correndo pela floresta. Meyers teve a ideia de filmá-la na toca do coelho. O vídeo também inclui o lanche com o Chapeleiro Louco.
O resultado final ficou bem conseguido, na minha opinião. O vídeo reflete bem o carácter simultaneamente épico e gótico da música e está muito bem editado. As cenas de corrida são um bocadinho cliché nos vídeos da Avril, mas eu gosto, são emotivas, resultam sempre. O próprio tema florestal serviu de indício para o tema da capa e fotografias promocionais de Goodbye Lullaby, que seria editado cerca de um ano mais tarde.
2º) My Happy Ending
O videoclipe de My Happy Ending, o segundo single de Under My Skin, foi outro dos primeiros que conheci. Está muito bem feito. Temos as cenas na sala de cinema, ou teatro, com o tom avermelhado e o visual da Avril, com a sala de tutu - faz recordar a capa e o estilo do segundo álbum. Mais uma vez, as cenas de corrida são as minhas preferidas. A história do romance que acaba mal é representada de uma maneira simples, mas eficaz. De uma maneira geral, acertaram na edição, na transição de uma cena para a outra. É o videoclipe que mais tenho usado em montagens de vídeos, por ter cenas que se adequam a baladas, quer de amor quer de separação, e cenas mais roqueiras - com destaque para a atuação nos últimos refrões.
1º) Complicated
Complicated foi o primeiro videoclipe de sempre da Avril e é o primeiro no meu Top 10. De caras. Foi com este videoclipe que muitos se apaixonaram pela cantautora. Avril aparece, neste vídeo, criando confusão num centro comercial, juntamente com os rapazes da sua banda, e tocando num parque de skate. Quando somos novos, admiramos e invejamos a lata dela. Quando somos mais velhos, achamo-la adorável e reparamos que ela andava claramente a divertir-se à grande filmando este vídeo. Ainda hoje me rio quando ela assunta a senhora no pronto-a-vestir. Na altura, a editora investiu um milhão de dólares neste vídeo - Complicated vale cada cêntimo.
Neste momento, nós, os fãs da Avril, estamos à espera do videoclipe para Give You What You Like. A faixa fará parte da banda sonora de Baby Sitters Little Black Book, um filme televisivo, com estreia marcada para dia 21 deste mês. Baseado em acontecimentos reais, conta a história de um grupo de adolescentes que, perante os problemas financeiros dos pais, criam um serviço de amas/explicadoras para crianças. No entanto, por muito boas que fossem as suas intenções iniciais, o serviço de amas acaba por se transformar num serviço de acompanhantes para os pais das crianças. O trailer para o videoclipe saiu durante a última madrugada e, como se pode deduzir, alternará cenas do filme com imagens da Avril cantando a música, acompanhada na guitarra pelo marido, Chad Kroeger.
Eu não estava à espera disto. Quando se falava de um vídeo para GYWYL, eu esperava algo nos moldes de Goodbye: um trabalho só para fãs, sem particular intenção promocional, mesmo uma sequela ao vídeo que encerrou o ciclo de Goodbye Lullaby. Ao que parece, Give You What You Like será mesmo lançado como single, numa altura em que eu havia assumido que os trabalhos relacionados com o quinto álbum haviam terminado há muito.
Mas não me queixo, bem pelo contrário. Ao longo das últimas semanas, alguns fãs têm andado a espalhar a ideia falsa de que GYWYL faria parte da banda sonora do filme As 50 Sombras de Grey. Eu até comentara no Twitter que, de uma maneira muito típica, a comunidade de fãs fazia mais pela divulgação de Give You What You Like que a editora discográfica e a própria Avril. Agora, no entanto, não posso censurá-los. Um telefilme num canal pago americano não se compara a um blockbuster como As 50 Sombras de Grey, mas já é qualquer coisa, mais do que aquilo com que contava. A letra de GYWYL parece, até, mais compatível com este telefilme do que com a película baseada na obra de E. L. James - embora se possa discordar.
Não sei se o vídeo alterará este Top 10, mas tenho as minhas dúvidas. Mais porque, ao intercalar com cenas do filme, teremos menos Avril que noutros vídeos. Conforme disse acima, isso não aconteceu com Alice - no entanto, também compreendo que o filme de Tim Burton tinha um universo bem mais rico para criar videoclipes do que um mero telefilme baseado em acontecimentos reais. De qualquer forma, espero que o vídeo passe nos canais de música e que a canção passe na rádio - incluindo a porrtuguesa, por favor!
2015 ainda agora começou e já arrumou a um canto o fraco 2014 para os fãs de Avril Lavigne. Com Give You What You Like e Fly, os próximos tempos serão deveras excitantes - como fã da cantautora canadiana, já tinha saudades de me sentir assim. Já sabem, assim que Fly sair (ainda deverá demorar uns meses) falarei dela aqui no blogue. Continuem desse lado.
Depois de termos analisado as faixas de Avril Lavigne AQUI, AQUI e AQUI, passemos às alegações finais.
Conclusões:
Este é o quinto álbum, homónimo, de Avril Lavigne. Quando anunciaram o título deste disco fiquei de pé atrás. No entanto, depois de ouvi-lo, a verdade é que não consigo pensar num título mais adequado. Com faixas que recordam outras mais antigas, outros álbuns, outras fases da carreira da cantora, Avril Lavigne assemelha-se a um Greatest Hits com três ou quatro faixas novas.
Este foi o aspeto que mais me desiludiu neste álbum: a falta de originalidade, de inovação, de músicas com que me identificasse. Os temas abordados são recorrentes na discografia dela, com destaque para as chamadas break up songs - já é o quinto álbum e nem sequer existe a atenuante de Goodbye Lullaby, em que ela vinha de um divórcio e estas músicas foram apresentadas sob uma perspetiva diferente. As músicas de verão, de festa, da celebração do espírito jovem, adolescente, não são tão ostensivamente recorrentes mas também não trazem novidade. Se em Goodbye Lullaby houve uma tentativa - não completamente bem sucedida - de crescer com a sua audiência, em Avril Lavigne ela refere claramente que não quer crescer. OK, é um espírito muito bonito e tal, mas vejam: ela está perto da casa dos trinta. Tinha dezassete anos quando se estreou na música, aproximadamente a mesma idade que os seus fãs tinham, fãs esses que, agora, podem já ter filhos. É fácil ser-se eternamente jovem quando se pode fazer aquilo de que se mais gosta. Quem, no entanto, tem um emprego das nove às cinco, ou mais longo, filhos para criar, contas para pagar, não se pode dar ao luxo de não crescer.
Não estou ainda nessa fase mas, tal como penso ter referido anteriormente, não me identifico particularmente com esse espírito. Nunca fui grande fã de música de festa e continuam a existir demasiadas faixas desse género hoje em dia. Além disso, como escritora que colhe inspiração em música, este álbum não dá grande material. As faixas têm pouca história por detrás - ou melhor, até têm mas são as mesmas de sempre. Já não existem músicas como Mobile, Nobody's Fool, Take Me Away, Slipped Away, Runaway, Keep Holding On, Darlin', Everybody Hurts, mais voltadas para o quotidiano com que muitas pessoas se identificam de uma maneira ou de outra. Mais de fora do habitual espectro de amor/desgosto e borga que, hoje em dia, estão demasiado vulgarizados no mundo da música.
É claro que basta olhar para vídeos de bastidores dela, em diferentes fases da carreira dela, para perceber que esse espírito faz mesmo parte na sua personalidade: ela é no geral uma pessoa alegre, descontraída, que não se leva demasiado a sério, que por vezes parece ter a mentalidade de uma miúda de cinco anos. Não é de admirar que se sinta mais à vontade em temas mais ligeiros, que não faça nada mais profundo que uma break up song. E, para o bem e para o mal, a Avril sempre foi genuína, despretensiosa, fazendo aquilo que bem entende, independentemente do comercial, das tendências ou do que era esperado dela.
Esta é apenas a minha opinião. Sei que existem fãs que não são como eu, que não gostam que os seus artistas evoluam. Nesse aspeto, a diversidade em Avril Lavigne tem a vantagem de possuir faixas que agradam a vários tipos de fãs. E se passarmos à frente dessa questão da falta de originalidade, de amadurecimento significativo, as músicas são boas. As letras, apesar de ainda simples, estão mais elaboradas, mais consistentes em relação aos álbuns anteriores. E mesmo tendo em conta todos os pontos fracos listados ao longo desta crítica, todas as faixas, mesmo Hello Kitty, têm coisas de que gosto, dão me vontade de cantar, dançar, como só as músicas da Avril são capazes de fazer.
E não fui a única, de resto. Este álbum anda, aliás, a receber críticas positivas, ao ponto de o classificarem como um dos melhores álbuns pop do ano. Superior aos trabalhos de Katy Perry e Miley Cyrus - e eu não estava de todo à espera disso.
No que a mim me diz respeito, este álbum estará sempre associado a Vila Viçosa, onde passava o fim de semana quando o ouvi pela primeira vez.
Fez há pouco tempo dez anos desde que ouvi uma música da Avril pela primeira vez (I'm With You). Desde essa altura tem sido ótimo acompanhar o lançamento de cada single, cada vídeo, cada álbum Este álbum é mais um capítulo dessa história. Um capítulo que serve mais para recordar o caminho percorrido até ao momento. Agora que o CD já foi editado, anseio pelos próximos singles, pelos pormenores da digressão e, mais à frente, saber como será o sexto álbum. Cinco já estão lançados. Agora, na linha de Here's to Never Growing Up, a mais quinze álbuns de Avril Lavigne.
Depois de muitas falsas partidas, não sei quantos adiamentos, o quinto álbum de Avril Lavigne, homónimo, é hoje, finalmente, editado. Depois de 9 de abril, 5 de novembro torna, novamente, a ser um dia marcante, não apenas por este álbum, mas também por ser o aniversário do meu cantor preferido e, também, por hoje ser lançado o videoclipe de Daydreaming, uma das músicas mais marcantes do último álbum dos Paramore. Quem precisa de Natal depois disto?
Regressando a "Avril Lavigne", eis, então, a crítica que ando a prometer desde... bem, praticamente desde que inaugurei aqui o blogue, altura em que já circulavam rumores sobre um quinto disco. Podem, portanto, ver há quanto tempo estamos à espera de "Avril Lavigne" - e, mesmo assim, esperámos bem mais por Goodbye Lullaby. Não é facil ser fã da Avril...
Bem, deixemos estas divagações de lado, passemos ao que interessa. Tal como já fiz com Paramore, falarei de cada música por ordem crescente de preferência (embora esta classificação seja provisória). Comecemos, então, por...
Hello Kitty
"Meow!"
O título da música devia ter-nos preparado para uma coisa destas mas não preparou: fomos todos apanhados de surpresa e não necessariamente pela positiva. Tal como já afirmei aqui no blogue, a Avril tinha dito que era uma faixa mais para o eletrónico - eu, contudo, não estava à espera que fosse completamente dubstep, algo que nunca esperei ouvir da Avril. Há um ou dois anos, teria reagido de maneira pior a esta faixa - no entanto, depois de Stay the Night e de A Light that Never Comes (AQUI), o dubstep não me choca tanto.
No entanto, mais do que a sonoridade, mais do que a interpretação que nos recorda Ke$ha - cantora que Avril já referiu como uma das suas preferências - é a letra que se destaca pela negativa. Do mais fútil que há, infantil, chegando a assumir contornos de fantasia lésbica. As palavras em japonês são atiradas ao calhas - a tradução é "vocês são o máximo" ("you rock"), "obrigado", "fofinho". Só mesmo para se dizer que ela cantou em japonês - e tanto isso como os leves ecos do K-Pop (é assim que se chama?) são uma clara piscadela de olho ao mercado oriental que tanto a adora.
Na verdade, ando a reagir da maneira como reagi ao lançamento de Girlfriend - inicialmente como choque, achando que ela se desviou demasiado do seu estilo habitual mas sem deixar de gostar da música. Um guilty pleasure, no fundo. Com Girlfriend, acabei por que habituar à música sem que esta se tornasse uma das minhas preferidas. E, para o melhor e para o pior, Girlfriend tornou-se o single de maior sucesso da Avril.
OK. I have an obsession.....HELLO KITTY.....I just can't get enough..... I just can't get enough! — Avril Lavigne (@AvrilLavigne) June 10, 2010
Hello Kitty tem, de facto, momentos engraçados. Até gosto do refrão: "Come come, kitty kitty, you're so pretty pretty". Tem a sua graça dizer, assim do nada, "Mina saiko, arigato! Ka-ka-ka-kawai!" E o "Meow!" atirado lá pelo meio parte tudo. Foi, também, hilariante ver as caras da minha irmã enquanto esta ouvia Hello Kitty pela primeira vez - ficando, segundo ela, traumatizada.
No entanto, ainda não sou capaz de cantar versos como: "Let's play truth or dare now, we can roll around in our underwear". Nem garanto que alguma vez seja. Tenho limites... por enquanto.
Here's to Never Growing Up
"Say, won't you say forever Stay, if you stay forever Hey, we can stay forever young"
Depois de ter ouvido o resto do quinto álbum, não concordo com a escolha de Here's to Never Growing Up para primeiro single - mais sobre isso à frente. Vejo, também, que o álbum tem várias músicas parecidas, tanto em termos de mensagem como de sonoridade. Destaque para o pós-refrão destas, em que o título da música é repetido, juntamente com "Hey!"'s ou "Oh!"'s ou outro monossílabo semelhante - um truque óbvio para prender as faixas ao ouvido e facilitar a adesão do público durante os concertos.
O videoclipe de Here's to Never Growing Up, ironicamente, apresenta, de certa forma, o mesmo ponto fraco que a faixa que apresenta: a ausência de novidade. As cenas da atuação no baile de finalistas não trazem nada de memorável. Cenas de destruição de todo o cenário estão mais do que batidas nos videoclipes da Avril: neste não possuem motivo aparente, não estão inseridas numa história de qualquer tipo e nem sequer vêm com um elemento cómico, como em Complicated. A edição do vídeo também desiludiu - sobretudo tendo em conta que Shane Drake, responsável por edições ótimas, como em Smile e Monster, participou na realização - com câmaras lentas mal executadas e que nem sequer são compatíveis com a música. O único aspeto positivo foi a Avril aparecer com o visual da era Let Go, emocionando muitos dos fãs mais antigos mas nem mesmo isso salva aquele que considero um dos vídeos mais fracos da sua carreira.
Sippin' On Sunshine
"Boy, you get me so high
Buzzing like a bee hive..."
Conduzida por notas permanentes de piano e linhas de baixo (ou de guitarra elétrica grave), Sippin' On Sunshine asemelha-se, em termos de sonoridade a Here's to Never Growing Up, tento também a já referida estrutura de refrão. Em termos de letra, é ao mesmo tempo uma música de verão e de amor - um hino de lua-de-mel, no fundo, talvez o hino da lua-de-mel Chavril, rica em vitamina D. À parte isso, a faixa não desperta grande interesse.
Rock N Roll
"I am the motherfucking princess You still love it!"
Continuo a gostar imenso de Rock N Roll. Mesmo sendo uma Smile 2.0, com a mesma estrutura de Here's to Never Growing Up e letra também bastante similar, continua a ser uma faixa incrivelmente contagiante, mais contagiante que o primeiro single deste álbum.
O videoclipe acerta precisamente naquilo em que o vídeo de Here's to Never Growing Up falha: em vez de mais do mesmo, temos um videoclipe diferente de tudo o que Avril tinha feito até ao mmomento, sem se deixar de notar o seu toque. Sob o formato de banda desenhada animada, temos uma história de ação e comédia, pós-apocalíptica, em que Avril é uma heroína de ação - confesso que desejava vê-la representando um papel destes há algum tempo. Com Billy Zane e Danica McKellar como convidados especiais, com referências várias à cultura pop, incluindo a The Wonder Years, série que deu a fama a Danica, o vídeo tem enredo suficiente para fazer algum sentido mas que, claramente, não se leva demasiado a sério. Como resultado, temos um videoclipe inesquecível, pelos melhores motivos.
Referir também que o bearshark/tubaurso, vilão neste video, está em vias de tornar-se a nova mascote da Avril.
Já se sabia há algum tempo que Rock N Roll seria o segundo single de trabalho do quinto álbum de estúdio de Avril Lavigne. Sabia-se que sairia em julho. Confesso que não andava particularmente entusiasmada com o lançamento da música. Segundo o que a própria Avril dissera, podia-se deduzir que pouco de novo traria. Estava mais ansiosa por saber mais sobre o quinto disco. Além de que a irritante lentidão que tem caracterizado os trabalhos relacionados com este álbum em nada tem ajudado.
Em linha com este espírito, quando ontem, quinta-feira dia 19 de julho, no site oficial da cantora, desafiaram-nos a nós, os fãs, a desbloquear Rock N Roll através de tweets, julguei que, na melhor das hipóteses, desbloquearíamos um excerto de vinte ou trinta segundos da faixa. Não deixei de participar na campanha, mesmo assim, juntamente com outros fãs. Ao fim de para aí duas horas, depois de ter excedido o limite de tweets e de os ter recuperado, para minha surpresa, a música foi divulgada na sua totalidade.
"I am the motherfreaking princess You still love me"
Não sei dizer se foi por a música ser, de facto, boa, de qualidade acima da média, ou se foi apenas a emoção pelo lançamento de uma faixa nova da minha cantora preferida, ainda por cima depois de duas horas antecipando este lançamento no Twitter. A verdade é que as mãos tremiam-me quando ouvi a música pela primeira vez e, depois disso, passei mais um par de horas, com Rock N Roll em repetição nos meus headphones, dançando pela casa fora, ora no meu quarto, ora na presença de outras pessoas, quando ninguém estava a ver.
Não demorei, contudo, muito tempo a aperceber-me que Rock N Roll é, no fundo, uma segunda versão de Smile - que também foi segundo single de Goodbye Lullaby e teve o mesmo produtor - tanto em termos de sonoridade como de letra. As semelhanças são gritantes. Tal como Smile, Rock N Roll assenta em batidas fortes e acordes de guitarra elétrica, que dão um carácter dançante e verdadeiramente contagioso, com uma parte em acústico antes dos últimos refrões. Mesmo a melodia é parecida, cantada da mesma forma, apimentada com "hey! hey! hey!" e "oh oh oh oh yeah", que deixam a música ainda mais cativante. Há também quem compare à clássica I Love Rock N Roll, criada por The Arrows e imortalizada por Joan Jett.
Uma coisa de que gostei muito em Rock N Roll foi a inclusão de um solo de guitarra. Tirando Sk8er Boi e outras faixas de Let Go, uma ou outra música nos outros álbuns, não existem mais solos de guitarra na discografia da Avril, apesar do seu registo predominantemente pop rock. O que é uma pena. Todos os apreciadores de rock gostam de um bom solo de guitarra.
Por outro lado, na minha opinião, o encerramento da música ficou demasiado apressado. Gostava que tivessem prolongado a parte final. Que tivessem repetido mais duas vezes a frase "Rock N Roll! Hey! Hey! Hey!" e esticado o solo de guitarra por detrás.
A letra descreve um relacionamento semelhante ao descrito em Smile: a uma narradora amalucada, roqueira, e um homem que a ama mesmo assim, que também é assim. Enquanto Smile se foca mais no lado romântico, Rock N Roll fala mais do espírito livre, que acaba por ser uma boa descrição da atitude que tem caracterizado a carreira musical da Avril: rebeldia no comportamento, na aparência, nas palavras, muitos dedos do meio levantados. Para além das referências a Girlfriend e a Bad Reputation, de Joan Jett mais uma vez, a letra traz ainda alguns ecos de Here's to Never Growing Up.
Uma das polémicas entre os fãs relacionadas com Rock N Roll tem sido, mesmo antes de a música tem sido lançada, se a faixa é suficientemente rock para merecer ser chamara Rock N Roll. Tem a ver, também, com a velha questão, se Avril Lavigne é rock ou pop, com que muitos fãs se debatem. Penso que já aqui expliquei que não ligo por aí além a este tipo de rótulos, que os considero limitativos, que não vou gostar mais ou menos de uma música consoante esta é mainstream ou não. Daí que, para mim, a questão sobre se a música da Avril é pop ou rock é secundária, para não dizer irrelevante. Considero que Rock N Roll tem suficientes elementos rock para o título não parecer ridículo. Por outro lado, não sei se o espírito descrito na música é rigorosamente aquilo que os especialistas entendem por atitude "rock and roll" mas, tal como afirmei anteriormente, descreve bem a Avril.
Como podem ver, Rock N Roll está longe de ser uma música do outro mundo, tal como Here's to Never Growing Up não o foi. Depois da última ter "recriado" Complicated, Rock N Roll "recria" Smile. Estou, aliás, com medo que este álbum traga pouco de original. No entanto, Rock N Roll teve o mérito de me deixar de novo enfeitiçada, dançando que nem uma maluca, tal como descrevi acima - algo que Here's to Never Growing Up não conseguiu fazer. Numa altura em que me começava a fartar dos caprichos da Avril e respetiva editora discográfica, em que pensava que, se calhar, já não gostava assim tanto dela, Rock N Roll aparece para me recordar do motivo pela qual continuo a referir Avril Lavigne como a minha cantora preferida. Para renovar o encantamento. E, se já fiquei assim com apenas mais um single, imaginem o estado em que ficarei quando o quinto álbum sair, finalmente, mesmo que, tal como mencionei antes, traga pouco de inédito. Juro que não consigo explicar porque é que isto acontece. Já o afirmei aqui várias vezes, no que toca à Avril não sou capaz de ser racional. A mulher enfeitiçou-me, e bem!
E acho que não fui a única.
O que me chateia, por outro lado, é continuarmos sem saber pormenores sobre o quinto álbum (título, capa, data de lançamento...). Se realmente sair em setembro (algo de que começo a duvidar), tudo isso terá de ser divulgado em breve. Em todo o caso, até lá, ainda sairá o lyricvideo e o videoclipe.
Entretanto, os Within Temptation têm também um álbum prestes a sair do forno e o primeiro single deve sair em breve. Pelo que dá para ver neste vídeo-teaser, parece que vem aí uma coisa em grande. Não deixarei de escrever sobre este single mas tenho medo que este saia quando estiver de férias e sem acesso à Internet. Mesmo que não consiga publicar logo a seguir ao lançamento, mantenham-se ligados, publicarei a minha análise assim que puder.
Isto é, se nessa altura já tiver conseguido ouvir outra música que não seja Rock N Roll. É que, até agora, está difícil...