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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Especial Dia dos Namorados: Top 10 Canções de Amor

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À semelhança de muito boa gente, não sou fã do Dia dos Namorados ou Dia de São Valentim. Do comercialismo associado, do romance por imposição, sem originalidade, e tudo o que muitos já listaram melhor do que eu. Dito isto, não acho que exista nada de errado, no seu essencial, com um dia dedicado ao amor romântico - da mesma maneira como existe um dia para os pais ou para as mães, para a solidariedade e família (a.k.a. o Natal), para a mulher, para a criança, para o bullying, etc. A sociedade é que escolhe alguns desses dias para explorá-los comercialmente até ao enjoo.

 

Como já fui dando a entender aqui, apesar de nunca me ter apaixonado a sério, apesar de não acreditar em conceitos como almas gémeas ou amor à primeira vista ou outros clichés que vemos nos filmes, de não ter uma visão assim tão idealizada do amor, de achar, por vezes, que o amor romântico é sobrevalorizado, eu tenho uma forte costela romântica. Gosto de uma boa canção de amor, que mexa com as minhas emoções, que me inspire para a parte romântica da minha escrita. Assim, este ano, a propósito do Dia dos Namorados, resolvi compilar um top 10 de canções de amor.

 

Não foi fácil escolher as músicas deste top. Por um lado, os meus gostos são um bocadinho voláteis: hoje posso gostar de uma música e, daqui a uns meses, ter-me fartado dela. Para este top quis escolher músicas que se tivessem mantido de forma mais ou menos consistente entre as minhas preferidas. Mesmo assim, esta classificação não está gravada em pedra, daqui a um ano ou dois - ou mesmo daqui a uns meses - pode ter algumas alterações.

 

Além disso, tive de escolher entre inúmeras músicas. Daí que a lista de Menções Honrosas seja extensa:

 

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Como fã de Bryan Adams, várias músicas dele estão entre as minhas canções de amor preferidas, algumas das quais ele cantou no concerto do mês passado: Straight From the Heart (esta versão), Have You Ever Really Loved a Woman, Cloud Number Nine, Flying e She's Got a Way. Não refiro (Everything I Do) I Do It For You. É uma das mais populares dele, tida como a canção de amor dele, mas, embora goste, não está entre as minhas preferidas. 

 

Também tenho algumas de Avril Lavigne, como Fall to Pieces e 4 Real. Existe uma, Daydream, que só não está no Top 10 porque não conhecemos a versão completa cantada pela Avril, apenas uma versão encurtada. Daydream foi excluída da tracklist final de Under My Skin. Chegou a ser interpretada por Demi Lovato nos seus primeiros concertos ao vivo, mas acabou por ser reclamada e regravada por Miranda Cosgrove. A versão de Miranda não é má, mas, mesmo numa versão reduzida e de qualidade longe do ideal, dá para ver que Avril canta com maior emotividade. Daydream é uma balada rock cuja narradora está a apaixonar-se, mas sente-se relutante em abrir-se para o apaixonado, em confiar nele, em ceder ao amor. A Avril não tem nenhuma outra canção como esta, é um desperdício ela nunca ter querido lançá-la, nem sequer como b-side. No entanto, ainda não perdi a esperança de ouvir a versão original na íntegra, depois de termos conseguido fazê-lo há dois anos, com Breakaway

 

Leona Lewis também contribui com algumas músicas para estas Menções Honrosas. I Got You é uma das minhas preferidas dela. Esta caracteriza-se por notas de guitarra nas estrofes, em crescendo para um refrão emotivo. A letra faz uma oferta de abrigo, de consolo, sem pedir nada em troca. Bleeding Love é uma óbvia. Acrescento também Whatever It Takes, do seu primeiro álbum e uma das minhas preferidas dela, Favourite Scar, uma música que tenho ouvido imensas vezes no último ano, ano e meio. 

 

As Long As You Love Me dos Backstreet Boys possui uma melodia muito açucarada, talvez demais, mas eu não lhe consigo resistir. Por sua vez, Baby Can I Hold You, de Tracy Chapman, vale pela simplicidade, mesmo pela inocência. Também já falei de 23, de Shakira.

 

Sem mais delongas, comecemos pelo número 10 que, na verdade, diz respeito a dois temas:

 

 10) Listen to Your Heart/What About Love

 

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"And there are voices that want to be heard"

 

"The love I'm sending ain't making it through to your heart"

 

Hão de reparar que quase todas as músicas deste top são baladas rock. Estas duas faixas são o exemplo clássico disso. Lembro-me de ouvi-las na rádio algures entre os quinze e os dezassete anos e de pensar: "Sim. É disto que eu gosto: canções de amor com guitarras elétricas". Coloco as músicas uma ao lado da outra porque são muito parecidas uma com a outra (eu cheguei a confundi-las), tanto em termos de sonoridade como de mensagem - basta ler os títulos para termos uma ideia. Em alturas diferentes, eu identificava a mensagem das músicas - incitando o destinatário a dar uma oportunidade ao amor - com personagens da minha escrita.

 

Listen to Your Heart tem uma letra mais vaga que a de What About Love, mais sólida e direta, cantada de uma forma mais intensa, mais urgente. No entanto, odeio o final da segunda - de tal forma, que hoje em dia oiço mais vezes um cover que termina de uma maneira diferente. De qualquer forma, estas músicas figuram neste top sobretudo por as considerar clássicos. 

 

9) Give Me Your Name

 

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"Inside of your arms

Taking me deeper

Giving me new life"

 

Muito boa gente não imaginaria Chester Bennington, dos Linkin Park, sendo romântico, mas é isso que acontece em Give Me Your Name. Já falei aqui do side project de Chester, Dead By Sunrise, do álbum Out of Ashes e já tinha referido brevemente esta canção.

 

Give Me Your Name é conduzida pela guitarra acústica, com notas de guitarra elétrica no fundo. A voz de Chester soa incrivelmente suave e cheia de sentimento. A letra não foge muito do típico das canções deste género: é uma declaração de amor pura e dura, uma serenata. Tal como escrevi antes, adequar-se-ia a um casamento, sobretudo pelos versos "Give me your name, girl/Let them know that your mine/And I'll do the same for you"

 

8) The Story

 

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"No, they don't know who I relly am

And they don't know what I've been through, like you do"

 

The Story, de Brandi Carlile, esteve muito na moda há uns anos. Em parte devido a um célebre anúncio da Super Bock, em part devido à sua inclusão na banda sonora da série Anatomia de Grey. A canção começa com uma guitarra acústica, estilo folk, antes de explodir com guitarras elétricas. Destaque para o solo. A voz de Brandi soa algo rouca, à country, mas isso dá personalidade à canção. 

 

Também gosto da versão cantada por Sara Ramirez no episódio musical de Anatomia de Grey (foi a única música de que gostei nesse episódio...). Em termos de instrumentação, não soa muito díspar da versão original (a alteração mais significativa foi terem substituído a guitarra acústica inicial por piano), apenas o suficiente para ter um carácter próprio.

 

A letra é, de novo, uma declaração de amor, mas também fala de intimidade, de segredos e experiências partilhadas. Identifiquei-me muito com ela em termos da minha escrita e cheguei a citá-la no meu primeiro livro. Na verdade, esta música só não está mais acima neste top porque, nos últimos anos, me cansei um bocadinho dela. A longo prazo, no entanto, será sempre uma canção especial para mim.

 

 7) I Will Be/Best Of Me

 

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"You're the one thing I got right

The only one I let inside

Now I can breathe 'cause you're here with me"

 

"I will stand accused, with my hand on my heart

I'm just trying to say I'm sorry"

 

Não vou falar muito destas duas musicas pois tenciono, um dia destes, falar melhor sobre elas numa entrada de Músicas Ao Calhas. Digo apenas que a mensagem destas baladas de Avril Lavigne e Sum 41 servem, essencialmente, para pedir perdão e prometer ser melhor pessoa em nome da pessoa amada - uma situação por que todos passam a certa altura.

 

 6) Anyone Else But You

 

 

Esta música é diferente de todas as outras neste top... e de quase todas as canções de amor, na verdade. Anyone Else But You foi lançada originalmente em 2001 pelo dueto indie the Moldy Peaches, composto por Adam Green e Kimya Dawson. Na altura, nenhum dos trabalhos do par vendeu muito, mas conseguiram cativar a atriz Ellen Page, que, aquando do filme Juno, sugeriu a música do dueto como banda sonora. Quando o filme foi lançado, a música ganhou uma enorme popularidade.

 

Juno é um dos meus filmes preferidos, com uma mensagem semelhante à da música de que estamos a falar. Adam e Kimya escreveram a letra de Anyone Else But You listando as coisas que diriam aos respetivos amores da sua vida, coisas essas fora do convencional. É um romance de pessoas humildes, terra-a-terra, sem glamour mas também sem drama - um romance a que todos devíamos aspirar. A sonoridade da música coincide com a simplicidade da mensagem: a melodia é algo desafinada, o instrumento principal é a guitarra acústica, apenas com dois acordes (em que só é preciso mudar dois dedos para passar de um ao outro), tocada de maneira simples.

 

Já que falamos de Juno e é Dia dos Namorados, fica uma mensagem de sabedoria sobre o amor:

 

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5) Cose Della Vitta/Can't Stop Thinking Of You

  

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"Some for worse and some for better

But through it all we've come so far!"

 

Cose Della Vita foi lançada originalmente em 1993 pelo cantor romântico italiano Eros Ramazzotti. Quatro anos mais tarde, a canção foi transformada num dueto bilingue com Tina Turner. Os versos em inglês saíram do punho dela. Existe também uma versão em Espanhol/Inglês - eu vou alternando entre as duas.

 

Está é mais uma balada rock ao meu gosto, com uns riffs e solos de guitarra interessantes. A voz de Eros é naturalmente romântica e a voz de Tina é naturalmente apaixonada, logo, fazem um dueto fantástico. A letra fala de um romance antigo, que teve altos e baixos, mas cujas partes estão a pensar um no outro de novo, a apaixonar-se de novo, dispostos a fazer uma nova tentativa. Pode também ser interpretada como a celebração de um amor que resistiu ao teste do tempo, à semelhança de outra música neste top. Qual? Continuem a ler...

 

 

 4) Underneath Your Clothes

 

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"Because of you I forgot the smart ways to lie

Because of you I'm running out of reasons to cry"

 

Conheço esta música há uma data de anos, mas ainda hoje me toca. Talvez não seja correto chamar-lhe uma balada rock, mas definitivamente tem guitarra elétrica: é conduzida por notas desse instrumento, complementada com trompetes e uma bateria leve. Shakira tem uma das minhas vozes preferidas do mundo da música, extremamente versátil, e esta não desilude nesta música.

 

A letra de Underneath Your Clothes apresenta semelhanças com outra música neste top no sentido em que entra em território romântico-erótico. É outra declaração de amor, também falando de intimidade e confiança, em que o ser amado surge como uma fonte de consolo. Underneath Your Clothes tem aquele toque de genuinidade que, muitas vezes, faz a diferença entre uma música boa e uma música extraordinária - algo que voltaria a acontecer mais tarde.

 

 

3) The Only Exception

 

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"And I'm on my way to believing"

 

The Only Exception é uma canção muito única na discografia dos Paramore. Foi a primeira canção de amor propriamente dita da banda - pelo menos nas palavras de Hayley. É conduzida maioritariamente por uma doce guitarra acústica, que se mantém suave até o segundo refrão, antes de um solo de guitarra e bateria, abrindo caminho para os vocais mais sentidos de Hayley.

 

A história por detrás da canção é conhecida e até um bocadinho óbvio: à semelhança de muitos filhos de pais divorciados, Hayley sempre foi algo céptica em relação ao amor: algo que músicas como Emergency e Stop this Song (Lovesick Melody) já haviam referido. Isso mudou quando Hayley conheceu Chad Gilbert dos New Found Glory, o seu atual noivo (a menos que já se tenham casado sem eu dar conta...). Muita gente pode identificar-se com a mensagem de The Only Exception, mesmo eu de certa forma - os meus pais têm um casamento feliz e eu acredito no amor, mas tenho algum receio em apaixonar-me.

 

No entanto, mais do que a letra, é a interpretação vocal de Hayley, a emoção que transmite para a melodia, a sinceridade que impede a canção de entrar em território demasiado meloso. Ainda hoje me arrepio e lacrimejo com a sua interpretação. A minha parte preferida é o verso final "And I'm on my way to believing" - o verso que mais me emociona, por, na sua simplicidade, estar associada a tanta esperança, a tantas promessas, ao início daquilo que se poderá tornar uma linda história de amor.

 

É por isto tudo que The Only Exception, para além de estar no pódio das minhas canções de amor preferidas, foi, a par de Crush Crush Crush, uma das músicas que me convenceu a dar uma oportunidade aos Paramore. Encontra-se, assim, entre as minhas canções preferidas de todos os tempos.

 

 

2) Naked

 

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"You see right through me and I can't hide"

 

Os dois primeiros lugares deste top não constituirão surpresa por já falei deles aqui no blogue. Naked é uma das minhas músicas preferidas de Avril Lavigne. Há pouco menos de dois anos escrevi sobre ela e sobre outras músicas com temas semelhantes. De maneira resumida, Naked é uma emocionante balada rock, que fala daquilo que, para mi, é o mais difícil e incompreensível no amor: baixar a guarda, assumir as nossas vulnerabilidades, abandonarmo-nos em mãos alheias.

 

Para uma reflexão mais extensa sobre o assunto, cliquem aqui.

 

 

1) Heaven 

 

 

"Now our dreams are coming true

And through the good times and the bad

Yeah, I'll be standing there by you!"

 

Já tinha escrito aqui que Heaven é a minha canção de amor preferida, que está reservada para o meu casamento. Como disse antes, é uma música de final feliz, celebrando um amor que resistiu a muito. Tem inúmeras versões diferentes, por artistas diferentes, soando linda em todas. Hoje, partilho a versão que Bryan e respetiva banda tocaram no concerto do mês passado - muito parecida com a versão de estúdio, por sinal. Um dos pontos altos da noite, conforme referi antes. Conforme já tinha assinalado, nós, o público, cantámos a primeira estância sozinhos - o mesmo acontecera quatro antes quando ouvi outra das minhas canções de amor favoritas ao vivo.

 

Está concluído o top. Se já estão fartos de tanta lamechice, recomendo-vos Linkin Park para vos baixar a glicémia  - eles até têm uma música chamada Valentine's Day, apropriadamente depressiva. Se, pelo contrário, estão mesmo dentro do espírito do Dia dos Namorados, deixem nos comentários as vossas canções de amor preferidas.

 

Música de 2014 #2

Depois de ter falado sobre os álbuns mais marcantes de 2014 aqui, nesta segunda entrada quero falar sobre outros artisas que foram, de uma maneira ou de outra, marcantes ou que podem vir a sê-lo este ano.

 

Shakira

 

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A cantora columbiana Shakira sempre foi uma figura da música cuja carreira tenho mais ou menos acompanhado ao longo dos últimos dez anos. Não sendo uma das minhas cantoras preferidas, sempre a respeitei, sempre a coloquei num nível superior à maioria das cantoras pop, tanto pelo trabalho filantrópico como pela sua versatilidade musical e a sua voz - uma das melhores da música atual. E a cada álbum que lança, acaba sempre por lançar uma ou outra música de que gosto.

 

Shakira editou um álbum homónimo (imitanto muitos outros artistas nos últimos anos, tais como Paramore e Avril Lavigne) este ano. Este CD chamou a atenção quase apenas por causa de Can't Remember to Forget You - uma canção mediana que, por sua vez, apenas chamou a atenção pelo vídeo sensual com Rihanna. Uma entrevista à SIC por altura da edição, no entanto, despertou-me curiosidade. Dei uma espreitadela ao álbum e descobri algumas pérolas escondidas. A maior de todas é 23, que se tornou numa das canções que mais ouvi este ano.

 

 

23 é uma balada romântica acústica incrivelmente amorosa. Alguns podem considerá-la demasiado melosa, mas isso perdoa-se facilmente graças à sua honestidade e vulnerabilidade. É raro ouvirmos canções com este nível de honestidade hoje em dia. Se por um lado isso é comovente, também ficamos pouco à vontade. É algo que me acontece muito quando figuras públicas que admiro partilham aspetos da sua intimidade connosco e, no caso de 23, sabemos exatamente de quem estão a falar: Gerard Piqué. E claro, o pormenor da "voz" do bebé Milan no final tem sempre graça.

 

Outra música marcante de Shakira em 2014 foi o tema La La La, uma das canções do Mundial. Shakira tem deixado a sua marca nos últimos Campeonatos do Mundo, tendo cantado em três finais consecutivas até ao momento. Ela chegou mesmo a afirmar que os Mundiais têm um significado especial para ela pois, se não tivesse cantado Waka Waka, não teria conhecido o pai do seu filho. Ou melhor, dos seus filhos, já que ela espera um segundo rapaz, que deverá nascer em breve.

 

 

De início, não gostei assim tanto de La la la, por ser demasiado dubstep para o meu gosto e por a letra ser demasiado literal. No entanto, fui gostando cada vez mais da música - pena é tal só ter acontecido já depois de o Mundial ter acabado. Na verdade, a minha músic preferida deste Mundial por Dar um Jeito (We Will Find A Way) com Wycleaf Jean e a guitarra de Carlos Santana. Ninguém gostou muito de We Are One, com Jennifer Lopez e Pitbull. Não me enganei quando, na altura em que se soube que seria o auto-intitulado Mr. Worldwide a cricar a música do Mundial, eu afirmei que era má ideia. Eu e muito boa gente.

 

Paramore

 

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O álbum homónimo dos Paramore saiu em 2013, mas o seu sucesso prolongou-se por 2014. Isto deve-se sobretudo a Ain't it Fun, lançado como single há cerca de um ano. Conforme se previa - porque a música é verdadeiramente espetacular - foi um sucesso estrondoso, cimentando-se o mais recente álbum como o maior êxito da banda até ao momento. A própria Hayley foi destacada com a primeira edição do Trailblazer Award, da Billboard, que premeia as mulheres que se destacam na música. No findo, o mundo demorou mais um ano do que eu demorei a descobrir que os Paramore são uma das melhores bandas da atualidade - sendo que, para mim, são os melhores. O álbum Paramore continua a ser o meu absoluto preferido dos últimos dois ou três anos.

 

Em jeito de encerramento do ciclo (acho eu), a banda lançou uma Edição Deluxe inclui uma série de versões ao vivo, as já conhecidas b-sides Escape Route e Native Tongue, uma b-side só revelada agora, chamada Tell Me It's Okay (em demo apenas) e um dueto com Joy Williams, da banda Civil Wars, em Hate to See Your Heart Break. Sobre este último dueto não há muito a dizer, as vozes de Hayley e Joy misturam-se incrivelmente bem. Em relação a Tell Me It's Okay, a sonoridade recorda-me Where the Lines Overlap, a letra tem a ironia dos interlúdios do álbum Paramore. Pela letra, a música encaixaria bem neste álbum Paramore, que, tal como já comentei aqui no blogue, aborda vários aspetos do processo de recuperação após uma fase má. Pela sonoridade, nem por isso. Na minha opinião, não se perdeu assim muito ao excluir-se Tell Me It's Okay.

 

Não sei os Paramore tencionam começar já a trabalhar num próximo álbum. Ainda poderão levar algum tempo - no mínimo, seria editado em finais de 2015. Uma coisa é certa: será dificílimo fazerem algo melhor que o álbum Paramore.

 

Sum 41

 

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Uma banda que apreciso mas de que ainda não tive oportunidade de falar aqui no blogue - porque eles têm estado inativos nos últimos anos - é a liderada por Deryck Whibley, os canadianos Sum 41. Admito que o meu interesse pela banda adveio do facto de o vocalista ter sido casado com Avril Lavigne, que muita da minha simpatia por Deryck deriva disso (gosto mais dele do que do actual marido dela). E apesar de gostar de uma mão cheia de músicas dos Nickelback, já antes de Chad ter assumido a relação com Avril, gosto muito mais do punk rock dos Sum 41.

 

Ora, 2014 foi um ano complicado para Deryck uma vez que ele esteve gravemente doente. Ele já tinha um historial de drogas bem conhecido e, alegadamente, tê-las-ia abandonado por pressão da própria Avril, com quem começara a sair na altura. Deryck deve ter achado que o álcool seria diferente pois não o deixou de lado, pelo contrário. Foi-se tornando um consumidor cada vez maior, chegando ao ponto de despachar uma garrafa inteira de vodca por dia - chegou a especular-se que o divórcio dele e de Avril se deveria precisamente ao alcoolismo dele. Finalmente, este ano, a noiva dele encontrou-o desmaiado e ele foi parar ao hospital. Segundo o próprio Deryck, tinha dado cabo do fígado e dos rins, chegou mesmo a passar uma ou duas semanas em coma induzido, de modo a evitar a violência dos sintomas de desmame. O que, mesmo assim, não impediu de ele ter estado perto de ir desta para melhor por umas cinco vezes. Mesmo depois de receber alta, a recuperação tem sido lenta, ao que parece. Teve de voltar a aprender a andar, depois de o coma (e provavelmente também o etanol) lhe ter dado cabo dos nervos das pernas. O Deryck alegou-se surpreendido por tudo o que aconteceu, pois não sabia que o álcool teria este efeito - e a ingénua sou eu, por me admirar com a ignorância das pessoas...

 

Em todo o caso, Deryck aprendeu a lição, aparentemente. Quando se soube da história, eu fiquei ao mesmo aflita e furiosa. Temos perdido inúmeras figuras públicas, ídolos, para a toxicodependência, a última coisa que queria era que um dos meus preferidos se juntasse a ele.s Tenho tido alguma sorte pois o caso de Billie Joe Armstrong foi resolvido a tempo (espero!) e o Deryck sobreviveu - ainda que a recuperação esteja a ser difícil. Além de que Avril ficaria destroçada se ele não se tivesse safado. Não acredito, contudo, que o alcoolismo não lhe deixe sequelas permanentes - não me admirava, por exemplo, se ele precisar de um fígado novo daqui a uns anos - mas, por enquanto, ele está vivo e está sóbrio... ou assim o diz.

 

Ao longo dos últimos meses, a partir das atualizações do seu blogue e das redes sociais da banda, estes têm dado sinais de estarem em estúdio. O que poderá indicar um álbum novo em 2015. Tendo em conta o hábito de Deryck de escrever as letras baseando-se em experiências pessoais - praticamente todo o álbum Screaming Bloody Murder parece inspirado no seu divórcio - e aquilo que lhe aconteceu este ano, estou à espra de um Out of Ashes versão Sum 41.

 

Avril Lavigne

 

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Quem teve um 2014 fraquinho foi Avril Lavigne. Tirando alguns concertos na primeira metade do ano, mais coisa menos coisa, quase todas as notícias relacionadas com ela foram fúteis e mesmo parvas. O single e vídeo para Hello Kitty suscitaram polémica, mas não exatamente da maneira que eu previa. O videoclipe foi acusado de racismo, sobretudo por causa das dançarinas japonesas inexpressivas. Estas acusações nunca me fizeram muito sentido, pois eu e os outros fãs sabemos perfeitamente que a Avril nunca insultaria os japoneses de propósito, pelo contrário, ela nutre um carinho especial pelo país - o que deixa os fãs do resto do mundo com alguns ciúmes. O meu problema com o vídeo não é o alegado racismo. O meu problema é que o vídeo é fraquíssimo. Não há uma cena com um mínimo de graça ou interesse, é tudo vulgar. O que é pena, porque existiam mil e uma possibilidades diferentes para fazer um vídeo engraçado. Já ajudaria se as dançarinas não fossem robôs e sim pessoas com vida e personalidade própria. 

 

Esta foi apenas uma de várias notícias que não contribuem para a felicidade de ninguém com dois dedos de testa, mas chateiam. Nos últimos meses de 2014, a cantautora manteve-se afastada das atenções, tendo mesmo passado quase dois meses sem dar sinais de vida. Isto foi explicado em dezembro: ela está doente. Não sabemos o que é, mas será suficientemente complicada para ela desaparecer durante este tempo todo e para pedir aos fãs que rezassem por ela.

 

Não se sabe bem o que pensar. Pensou-se em gravidez de risco, em reabilitação (eu cheguei a temer um problema semelhante ao que o ex-marido enfrentou), e ambas as hipóteses foram desmentidas. Pode ser uma infinidade de patologias (onde anda o Dr. House quando precisamos dele?), duvido que a Avril revele o que é.

 

Entretanto, este ano já começa a correr melhor. Há poucos dias, a Avril anunciou que lançará Fly - uma canção descartada do quinto álbum, inspirada na sua Fundação - como tema dos Special Olympics. Partilhou até uma parte da letra, dizendo até que esta a está a ajudar a suportar a sua situação. "Just reach up, don't give up until you've touched the sky. Just reach up, don't give up until you've realized THAT WE WERE ALL MEANT TO FLY". Nós, os fãs, temos assumido que será uma balada ao estilo de Keep Holding On. A música só deverá sair daqui a vários meses, já que os Special Olympics só se realizam em finais de julho. Ela já disse que antes disso, em fevereiro, teremos uma surpresa - em princípio, um vídeo para Give You What You Like, lançado em moldes semelhantes aos de Goodbye. São notícias animadoras, sobretudo nas circunstâncias atuais. Se a Avril está a fazer planos lançamentos futuros, é porque está a contar com uma melhoria do seu estado de saúde... acho eu. E apesar de, ao longo do último ano, ano e meio, andar a sentir um desgaste na carreira da Avril, já tinha saudades de notícias como estas. Agora, só quero que ela melhore e que Fly não desiluda. Haverá tempo para nos preocuparmos com álbuns novos - eu, pelo menos, não tenho pressas. 

 

 

 

Conforme disse anteriormente, tenho várias entradas planeadas, algumas delas diferentes do habitual aqui no blogue. Não posso prometer datas, mas vou tentar não demorar muito. Continuem desse lado...

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