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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Avril Lavigne - Under My Skin (2004)

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Completam-se hoje onze anos desde a edição de Under My Skin, o segundo álbum de estúdio de Avril Lavigne, lançado dois anos depois do grande sucesso que foi Let Go. Não sendo um dos álbuns mais aclamados pela crítica, é um dos mais populares entre a comunidade de fãs, sobretudo os mais antigos. Não é o meu caso, apesar de ter sido o primeiro álbum que eu ouvi da Avril. Vou arriscar-me, aliás, a irritar muitos fãs, pois tenho uma série de defeitos a apontar a este CD. Fica, desde já, o aviso.

 

Under My Skin é o disco mais sombrio de toda a carreira de Avril até ao momento, em contraste com o seu antecessor e ainda mais com o seu sucessor. Depois de não ter tido tanta liberdade criativa como desejava com Let Go - já foi difícil deixarem-na de todo compor - em Under My Skin, ela teve muito mais controlo, escolhendo ela mesma os co-compositores e os produtores com quem queria trabalhar. Ela chegou a dar a entender que, por sua vontade, Let Go seria muito parecido com aquilo que Under My Skin se tornou. Este é um álbum muito guiado por guitarras eléctricas pesadas e piano - um instrumento ausente em Let Go. Avril explora o seu lado mais sombrio - que pelos vistos consiste muito em break up songs. Numa altura em que os Evanescence eram uma das autoridades do rock, a cantora chegou a ser comparada a Amy Lee - até mesmo pela imagem algo gótica que adotou, bem como pela estética do álbum.

 

 

 

Tal como na crítica a The Best Damn Thing, vou começar pelas minhas faixas preferidas. Com Under My Skin, estas têm mudado com o tempo, mas aquela que se tem mantido sempre no top é Freak Out. Não há mais nenhuma canção como esta em toda discografia da Avril. É um hino de rebeldia, de viver a vida ao máximo, caracterizando bem a imagem roqueira de Avril nos seus dois primeiros álbuns. É verdade que existem outras faixas da cantora com a mesma mensagem, sobretudo nos álbuns mais recentes, mas são temas bem mais pop, sem a personalidade de Freak Out. Composta durante a digressão de Let Go, Freak Out, tem algumas das melhores guitarras e bateria de toda a carreira da Avril (o seu antigo baterista, Matt Brann, aparece inclusivamente nos créditos da composição), dando vontade de abanar o capacete. O único defeito de Freak Out é, nalguns momentos, assemelhar-se demasiado a Don't Tell Me.

 

Fall to Pieces é outra que se tem destacado neste álbum, sobretudo nos primeiros anos. Na altura em que ouvi Under My Skin pela primeira vez, a ideia que eu tinha da Avril era a imagem da menina durona, desiludida com o amor, que eu via nos videoclipes recentes. Fall to Pieces foi a primeira canção de amor, preto no branco, que eu conheci da Avril e, numa altura em que eu andava apaixonada (ou assim julgava), isso significou muito. A letra é confusa (um problema recorrente neste álbum, como procurarei demonstrar), penso que reflete o momento em que a narradora decide deixar cair as barreiras e entregar-se ao amor. É difícil ter a certeza. No entanto, a emoção está toda lá, o que faz com que, mesmo depois destes anos todos e de uma série de canções de amor melhor conseguidas, continue a apreciar Fall to Pieces.  Esta faixa esteve quase para ser lançada como single, com direito a videoclipe, no entanto, mudaram de ideias à última hora e Fall to Pieces limitou-se a ser apenas single radiofónico em alguns países, incluindo os Estados Unidos. É pena, acho que teria sido uma boa adição à galeria de singles e eu, na altura, adorá-lo-ia.

 

Take Me Away é uma música que eu, no início, não gostava particularmente, mas que aprendi a apreciar depois de começar a ouvir música mais pesada, como Linkin Park. Não sei se Ben Moody colaborou nesta música, mas a mim recorda-me muito Bring Me to Life, dos Evanescence. Outra comparação é o tema de Tru Calling, Somebody Help Me. Take Me Away começa com um arpejo de guitarra interessantes, que se torna a imagem de marca da música. A meio das estrofe, esse arpejo transforma-se em acordes fortes, que dominam o refrão. Também gosto da orquestra, mais evidente na terceira estância, que empresta um caráter gótico à música. Por fim, adoro, absolutamente adoro, o final da canção, com bateria e as guitarras enlouquecidas - é um dos melhores de toda a discografia da Avril. A letra não é brilhante, mas é um tudo nada mais sólida que a média do álbum, descrevendo um momento de confusão, desespero, em que se procura ajuda. Reflete bem várias situações em que, muitas vezes, as minhas personagens se veem, daí que seja uma das minhas canções de escrita favoritas. Tal como com Freak Out, gostaria que a Avril regressasse um dia a este estilo. 

 

 

Who Knows contrasta com o tom sombrio da maioria do álbum. Assemelhando-se, em termos de sonoridade, a uma Complicated mais roqueira, com uma letra que, mesmo assim, deixa algo a desejar. Who Knows transmite uma mensagem de otimismo, de atitude positiva perante a vida, ao mesmo tempo que descreve o início de um relacionamento em que parece ainda existir alguma hesitação da outra parte. Quando penso em Who Knows, penso na extraordinária atuação na cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, que mostro acima.

 

How Does it Feel assemelha-se em muitos aspetos a uma continuação de I'm With You: é uma balada rock, tocada em tom grave, com uma instrumentação semelhante à grande balada de Let Go, com a adição de uma orquestra. A minha parte preferida é a que se segue ao segundo refrão, em que os violinos sobem de tom e, por altura da terceira estância, soam batidas épicas de bateria. A letra é simples, mais uma vez, mas desta feita isso funciona bem pois tem uma estrutura. Também aqui se notam as semelhanças com I'm With You, pois a letra fala de solidão, isolamento, procura de consolo, desenhando até uma imagem semelhante ao videoclipe do single de Let Go. É o género de letra com que toda a gente que tenha passado por um momento de desânimo se identifica. How Does it Feel é uma canção triste, mas não incorre nos exageros de outras canções deste álbum. Na verdade, agora que a analiso, reconheço que tenho andado a subestimá-la nos últimos anos.

 

Slipped Away vai na mesma linha que How Does it Feel: triste, sem ser demasiado dramática. Ou talvez ajude sabermos exatamente sobre quem é esta canção - o avô de Avril, falecido enquanto ela estivera em digressão. A letra faz lembrar Goodbye na sua crueza e simplicidade (excessiva simplicidade, diga-se. Ela não se lembrou de algo melhor que "Oh, it's so sad"?) mas, mais uma vez, Avril consegue transmitir exatamente o que sente na sua voz. O arranjo musical assemelha-se ao de outras baladas deste álbum: piano, guitarras elétricas (se me recordo corretamente dos créditos, Avril tocou guitarra nesta música, sendo esta a primeira vez que grava instrumentos para os seus álbuns), orquestra.

 

 

 

Os dois primeiros singles de Under My Skin contribuíram para o meu desejo de adquirir o CD (ou melhor, de pedi-lo para o Natal). Conforme já havia dito aqui, Don't Tell Me foi um dos primeiros videoclipes da Avril que conheci. A canção terá sido composta ainda antes do lançamento de Let Go. Arrisco-me a especular se terá sido gravada na mesma altura, pois nesta o timbre da voz dela está mais parecido com o do primeiro álbum. Não sendo uma das minhas preferidas da Avril, Don't Tell Me sempre me causou respeito pela sua mensagem de poder feminino, de amor-próprio, estimulando as jovens a não se rebaixarem perante os companheiros, em termos sexuais e não só. Uma mensagem cada vez mais relevante, sobretudo agora que a igualdade de género é um assunto, felizmente, cada vez mais debatido.

 

My Happy Ending foi outra das primeiras que conheci da Avril. Não só via o seu videoclipe na televisão com frequência ao longo de 2004, como ouvia-a uma série de vezes na rádio (saudades...). É mais uma break up song, com uma letra que também deixa a desejar (não começam a notar uma tendência aqui?), mas com uma interpretação vocal extremamente emotiva e cativante. Durante os primeiros anos como fã de Avril, My Happy Ending foi uma das minhas músicas preferidas. Ainda que não tenha envelhecido muito bem, com tanta break up song que a Avril lança em todos os álbuns, My Happy Ending mantém-se como um grande clássico da carreira da cantora.

 

Já falei sobre Nobody's Home aqui. Continuo a achar que foi uma oportunidade desperdiçada por causa - mais uma vez - da letra. Esta é também o calcanhar de Aquiles do outro single de Under my Skin, He Wasn't. Esta é uma faixa que se destaca do resto do álbum pelo seu tom acelerado, relativamente descontraído, ainda que não tão alegre como, por exemplo, Sk8er Boi. He Wasn't foi daquelas que, de início, não me cativou muito, mas passei a gostar, sobretudo depois da edição de The Best Damn Thing. He Wasn't tem uma série de momentos rock 'n' roll de abanar o capacete, como os "hey! hey! hey!", sendo a terceira estância a minha parte preferida. Com o tempo, tornar-se-ia um dos pontos altos dos concertos da Avrl, por ser uma faixa que envolve o público no espetáculo com facilidade. Agora que penso nisso, He Wasn't representa precisamente aquilo que Avril pretendia fazer com o álbum The Best Damn Thing: uma canção sem grande significado, mas que põe toda a gente a saltar durante um concerto.

 

 

 

 

Muitos críticos argumentaram, aquando da edição de Under My Skin, que He Wasn't representava verdadeiramente a Avril, não tanto o resto do álbum. O tempo deu-lhes razão pois a própria Avril revelou que se cansou relativamente depressa do estilo sombrio de Under My Skin - segundo entrevistas, um ano depois de lançar o seu segundo disco (ou talvez ainda antes), já não se revia em músicas como Together e Forgotten. Mais um ano passaria e ela começaria a gravar The Best Damn Thing.

 

O que me leva às músicas que faltam analisar: Together e Forgotten. Ambas são break up songs, conduzidas por piano, acompanhadas por guitarra elétrica nos refrões, cantadas num tom dramático. Em defesa da Avril, conforme tenho vindo a dizer, ela consegue transmitir muito bem as emoções que quer na maneira que canta: dor, amargura, raiva. As letras vagas é que minam a credibilidade das canções. Together fala, amargamente, de um relacionamento que não está a resultar. Forgotten também fala de uma separação, alternando entre dor e raiva quase psicótica (quando oiço a parte "I won't be forgotten. Never again!", imagino-a dando um tiro ao desgraçado que a magoou). Na altura em que The Best Damn Thing foi editado, eu dizia que músicas como Girlfriend tinham pouco a ver comigo. No entanto, se fosse sincera comigo mesma, teria de admitir que também Together e Forgotten pouco me diziam.

 

O problema de Under My Skin é semelhante ao de The Best Damn Thing: ir ao extremo. Conforme referi na respetiva crítica, TBDT exagera na futilidade. Under My Skin exagera no dramatismo. Ao contrário da futilidade, o dramatismo nem sequer é coerente com a personalidade da Avril. Se isso já é suficiente para se questionar a credibilidade deste estilo musical, as letras vagas e, muitas vezes, mal amanhadas não ajudam. Considero, aliás, que em termos de letras este é o pior álbum da Avril. Compreendo que este dramatismo possa ter sido catártico para os fãs, sobretudo durante os anos difíceis da adolescência e que esta era - em que a Avril era quase cem por cento rock, em contraste gritante com o cor-de-rosa The Best Damn Thing - seja particularmente acarinhada. A situação recorda-me, até, a primeira geração do Pokémon: a nostalgia tolda os factos. Não que isso seja uma coisa má, porque não o é - se virem outras entradas do meu blogue, eu não sou cem por cento factual nas minhas análises - mas pelo menos para mim não é suficiente para esquecer as falhas e os aspetos que não resistiram muito bem ao teste do tempo. 

 

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Dito isto, eu não me importava de ter um novo álbum neste género, mais rock do que pop, desde que as letras sejam melhores. Posso ter tecido várias críticas ao álbum Avril Lavigne, mas este tem como grande força ter representado um salto qualitativo em termos de letra muito necessário, deixando boas indicações para trabalhos futuros. 

 

A verdade é que, nesta altura da minha vida, preciso de álbuns um tom diferente de Under My Skin, álbuns com maior equilíbrio entre luz e escuridão, em vez de melodramáticos. Álbuns como Goodbye Lullaby, Paramore, Out of Ashes, que falam de crescimento, esperança, sobrevivência. O primeiro é o meu segundo preferido da Avril precisamente por, apesar de ser triste nalguns momentos, essa tristeza é colocada em perspetiva, procura-se aprender com ela, saber que ela não nos vai vencer, sair-se mais forte. E essa, mais do que o dramatismo excessivo de Under My Skin, é uma mensagem importante, sobretudo para a comunidade adolescente.

Músicas Ao Calhas - Nobody's Home e similares

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Quero introduzir aqui uma pequena variante dentro da rubrica Música Ao Calhas. Conforme já afirmei nesta entrada, a cantautora Avril Lavigne e respetiva discografia são o termo de comparação com que analiso praticamente todos os artistas e respetivos trabalhos musicais. De tal forma que acabo por rotular certas músicas de acordo com o tema de Avril Lavigne que me recordam: Nobody's Fool, Naked, Innocence, When You're Gone, Goodbye, I Will Be, etc. Tenciono, então, escrever algumas entradas de Músicas Ao Calhas sobre algumas dessas faixas-rótulo, bem como sobre músicas que a elas se assemelham. Começo hoje por Nobody's Home.



"She's fallen from grace
She's all over the place"

Nobody's Home foi o terceiro single e Under My Skin, o segundo álbum de estúdio de Avril Lavigne, Este é o álbum mais pesado da cantora, tanto em termos de sonoridade - dos quatro, é o disco mais rock, chega a ter influências góticas - como em termos de letras, por vezes exagerando no dramatismo.

Nobody's Home é razoavelmente representativa do espírito de Under My Skin. Resultou de uma colaboração entre Avril e Ben Moody, ex-Evanescence. A cantora escreveu a letra pensando numa antiga colega de escola que optou por maus caminhos. A letra - tanto desta faixa como das outras faixas de que falarei nesta entrada - fala de uma personagem feminina maltratada pela vida, marginalizada, perdida em vários aspetos. Na minha mente, assume a forma de uma sem-abrigo toxicodependente, que se prostitui para sobreviver e arranjar dinheiro para a droga. Mas também podia ser uma adolescente grávida, repudiada pela família. Nestas coisas, apenas somos limitados pela nossa imaginação.

Na verdade, Nobody's Home recorda-me o livro A Lua de Joana, de Maria Teresa Maia Gonzalez. Para aqueles que não o leram, é constituído por cartas de Joana, a personagem principal, destinadas a Marta, a melhor amiga que morreu devido à droga. A própria Joana acaba por se tornar também toxicodependente e, no fim, morre da mesma forma. Não se pode dizer que Joana tenha sido marginalizada, mas esta sente-se sozinha, ignorada pela família, em particular após a morte da avó. Na última carta do livro, antes de morrer, chega, curiosamente, a usar a expressão "Não está ninguém em casa". Devem, de resto, existir imensos casos semelhantes aos descritos, tanto no livro como na música - deve ser daí que vem o verso "She's all over the place"



No entanto, apesar de este conceito ser interessante, foi, na minha opinião, mal aproveitado, pelo menos no que toca à letra. demasiado simplista, fraca, sobretudo se compararmos com Everything Burns e Stand in the Rain - de que falarei mais à frente. Infelizmente, existem demasiados exemplos de letras fracas no trabalho musical da Avril - se em Sk8er Boi isso faz parte da graça da música, a maior parte dos temas saem enfraquecidos pela letra, em diferentes graus. Nobody's Home é um bom exemplo disso. Pelo menos nesse aspeto, acho que se desperdiçou uma oportunidade.

A força de Avril reside, de resto, nas melodias, na interpretação vocal, no tratamento dos instrumentos. Toda essa parte musical está bem construída em Nobody's Home: temos uma balada rock, dramática, algo gótica, conduzida pela guitarra acústica, sendo acompanhada por guitarras elétricas e violinos, estes últimos mais evidentes na parte final da faixa.

Em algumas apresentações ao vivo - como a mostrada acima - a música aparece com um arranjo diferente mas que funciona. Começa apenas com guitarra acústica e voz até ao fim do terceiro verso - o momento do cúmulo dramático - altura em que "explodem" as guitarras elétricas e a bateria.


O videoclipe de Nobody's Home é um dos mais interessantes da carreira de Avril. Aqui, a cantora desempenha o papel da personagem que descreve na música: uma jovem sem-abrigo que vive nas ruas, à margem da sociedade, desprezada por todos. As cenas da vida da jovem - dormindo no chão, tocando guitarra na rua, tentando lavar-se numa casa de banho pública, procurando abrigo da chuva em carros estacionados - alternam com cenas de Avril cantando acompanhada por uma orquestra, tratadas de modo a  assemelharem-se a um filme antigo. Existe uma versão alternativa desse videoclipe, em que estas cenas surgem a cores e em que, em adição às cenas listadas em cima, Avril aparece vageando num supermercado, sorrindo a uma criança no colo de uma senhora que, ao reparar na atenção da jovem, afasta-se olhando-a de lado - uma cena que, no meu ponto de vista, reforça a ideia de marginalização.


"Burn it all down 'cause my anger raise 'till everything burns!
Watching it all fade away..."

Ben Moody trabalhou noutra música muito parecida com Nobody's Home. Trata-se de Everything Burns, que integra a banda sonora do filme Quarteto Fantástico. Curiosamente, o plano inicial era Avril cantá-la, juntamente com Ben, algo que não chegou a acontecer - e que não lamento pois, provavelmente, traria demasiados ecos de Nobody's Home. Estou até convencida que uma das músicas inspirou a outra - as semelhanças entre ambas as faixas são demasiadas para ser coincidência. Em todo o caso, Anastacia foi bem escolhida e, com a sua voz poderosa, pôde espelhar a sua personalidade na canção, dando um verdadeiro espetáculo.
 
Conforme afirmei antes, Everything Burns tem várias semelhanças com Nobody's Home. Começando pela temática, que é essencialmente a mesma - a letra está um pouco melhor mas não muito - acrescentando referências a dor recalcada, reprimida, que se vai acumulando até transbordar, até "explodir". Em termos de tratamento musical, também não difere muito de Nobody's Home: também é guiada pela guitarra elétrica de Ben Moody, sendo acompanhada por violinos e algumas notas de piano. Destaque para o fim do segundo refrão, em que a música "explode" - como na versão ao vivo de Nobody's Home - refletindo bem o conflito descrito pela música. 

Destas três músicas, a minha favorita é Stand in the Rain, por Superchick, uma banda do chamado christian rock, de que sei muito pouco. Descobri-a em montagens de vídeos da Avril Lavigne - e, como podem ver, eu mesma montei um vídeo da música - em 2009. Foi depois de a ouvir que me apercebi das fraquezas de Nobody's Home, em particular em termos de letra. A de Stand in the Rain descreve uma situação semelhante às descritas em Nobody's Home e Everything Burns mas fá-lo de uma forma bem melhor, acrescentando uma mensagem de força e coragem, como forma de não se deixar afogar pela dor.

Stand in the Rain também se destaca das outras pela parte musical: conduzida por arpejos de guitarra, a que se juntam guitarras elétricas distorcidas e pesadas, notas de piano suaves e violinos frenéticos, dando uma nota dramática à faixa. Destaque para os solos após o segundo e o terceiro refrões, bem como para a sequência de piano no desfecho da música.


Há pouco mais de uma semana, Avril anunciou no Twitter o nome do primeiro single do seu próximo álbum. Nós, os fãs, assumimos que isso significa que o disco está, finalmente, pronto a ser editado. Aposto em maio ou junho para o lançamento. Quanto ao primeiro single, Here's to Never Growing Up, devemos ouvi-lo pela primeira vez algures nas próximas semanas - e mesmo só com o nome tenho já vários tópicos que planeio abordar quando escrever sobre a música. As próximas semanas, em particular após o lançamento de Here's to Never Growing, serão muito entusiasmantes, à medida que as informações sobre o álbum forem sendo reveladas. Já está a ser divertido acompanhar esse processo em relação ao álbum dos Paramore, quando for o álbum da Avril sê-lo-á ainda melhor. Nessa altura, talvez publique algumas entradas de antecipação ao álbum.

Uma vez que a médio prazo teremos bastante Avril aqui no blogue, nos próximos tempos vou evitar publicar sobre o tema - a menos que Here's to Never Growing Up seja lançada nos próximos dias. Tenho até várias entradas planeadas sobre outros cantores e músicas e tenciono tê-las publicadas em breve. Mantenham-se ligados. 

Avril Lavigne

 

Já publiquei cá no blogue duas críticas a álbuns musicais e tenciono publicar mais umas quantas nos próximos tempos. No entanto, sinto que, antes de mais nada, devia ter falado sobre a minha maior referência no que toca a música, aquela com quem comparo, quer consciente quer inconscientemente, praticamente todo e qualquer cantor ou banda: a minha cantora preferida: Avril Lavigne.
 
Faz mais ou menos agora nove anos desde que a conheci, quando comecei a ouvir I'm With You várias vezes na rádio. Não me tornei imediatamente fã, pelo menos não conscientemente. Contudo, ao longo dos meses que se seguiram, ainda antes de saber o nome dela, dava por mim cantarolando: "Isn't anyone trying to find me? Won't somebody come take me home?". Mais tarde, conheci Complicated e Sk8er Boi na rádio e, quando saiu o Under My Skin (o segundo álbum dela), comecei a ver os videoclipes de Don't Tell Me e My Happy Ending - até à data, dois dos meus preferidos, juntamente com Complicated e Alice. Finalmente, comprei os dois CD que ela havia lançado até à altura (Let Go e Under My Skin) e fiquei fã. Agora, há já uns bons sete ou oito anos, tem-se mantido como a minha cantora feminina preferida. 
 
Existem muitos motivos para tal. A sua voz, inconfundível, inimitável, que considero a melhor voz feminina do Mundo. O facto de ter músicas para todas as ocasiões, de praticamente cada uma das músicas da sua discografia ser diferente de todas as outras, sem se desviar do estilo pessoal - quer dizer, tem algumas exceções mas até agora, não encontrei um único cantor ou banda que conseguisse ter um trabalho musical tão variado, sem perder a sua identidade. A maneira como mete o seu cunho pessoal em tudo o que faz, como é genuína, não recorrendo a artifícios, a alter-egos, a máscaras, por motivos comerciais, para aumentar a popularidade, ao contrário do que fazem a maioria das cantoras femininas hoje em dia, como me ensinou a ser assim, a ser fiel a mim mesma, aos meus princípios, independentemente de isso agradar a outros ou não.



Podia escrever mais umas duzentas linhas sobre os motivos pelos quais adoro a Avril, mas vou passar ao motivo principal. Avril Lavigne é uma das razões principais - se não for a principal - pela qual neste momento sou uma autora publicada. Por vários motivos. Para começar, as músicas dela têm servido de fonte de inspiração, algumas delas seriam a banda sonora perfeita de certos momentos dos meus livros. Além disso, a Avril despeja a sua personalidade, os seus gostos, o seu coração, nas coisas que faz, sejam estas a sua música, a sua linha de roupas, os seus perfumes, a sua Fundação. Eu procurei fazer o mesmo com a minha escrita. Sei perfeitamente que, na sua essência mais básica, os meus livros não são absolutamente originais. No  entanto, tenho sempre procurado recorrer aos meus gostos, às minhas paixões,  aos meus estudos, às minhas crenças, de modo a criar algo que, ainda que não seja propriamente único, não possa ser criado por mais ninguém.


A maior razão de todas, contudo, é o facto de ela, com o seu exemplo, com a mensagem que tem transmitido, através das suas músicas e não só, ter-me ensinado o que mais ninguém me ensinou: a acreditar em mim própria, a saber o que quero, a lutar por isso, independentemente das opiniões dos demais. Foi ela quem me deu a coragem de verter a minha alma no meu livro e de fazer com que ele fosse publicado.

É por estas e por outras que me é quase impossível ser imparcial em relação à Avril. Não que ela esteja acima das minhas críticas, longe disso. Mas a verdade é que eu hei de gostar de praticamente qualquer coisa que a Avril faça, qualquer música que a Avril lance. Mesmo que ela lançasse um CD fraquíssimo,  eu haveria de gostar à mesma e de passar os dias seguintes a ouvi-lo e a cantá-lo outra e outra vez. Mesmo que as músicas nada tivessem a ver comigo, mesmo que eu as detestasse, haveria sempre de arranjar motivos para as adorar. Ou por ser o primeiro material inédito em muito tempo, ou porque até tem uma certa piada, ou porque gosto daquele segmento, ou simplesmente porque sim, porque foi a Avril a compô-la e a interpretá-la. Sou maluca a esse ponto! Quer isso esteja certo ou errado, adoro a música dela para lá do racional. E a verdade é que, até ao momento, não há mais nenhum cantor ou banda que tenha conseguido cativar-me a esse ponto, que me faça gostar quase automaticamente de qualquer coisa que grave, que me faça cantar e dançar, que me faça rir e chorar, que tenha influenciado tanto a minha maneira de pensar e agir, que me tenha encorajado, com a sua mensagem e o seu exemplo, a seguir o meu próprio sonho, que me tenha inspirado em tantos sentidos, que traga tanta alegria à minha vida…

Em suma, que me perdoem este ostensivo, confesso e militante favoritismo, mas, para o bem e para o mal, não há, nunca houve e, provavelmente, nunca voltará a haver, outro cantor ou banda como Avril Lavigne!

E como que para provar que não estou sozinha nisto, que existem outros como eu cá em Portugal, divulgo aqui um vídeo feito por fãs portugueses - incluindo eu própria, embora o meu contributo não seja muito significativo - precisamente para declarar o nosso amor pela cantora canadiana e fazer-lhe um apelo para que venha a Portugal.

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