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Álbum de Testamentos

"Como é possível alguém ter tanta palavra?" – Ivo dos Hybrid Theory PT

Avril Lavigne (2013) #2

Continuamos a analisar o mais recente álbum de Avril Lavigne. Podem ler a primeira parte da crítica AQUI.

You Ain't Seen Nothing Yet


"Can't wait to see your superpowers"

Em Avril Lavigne, várias músicas têm um toque eletrónico, numas mais evidentes que noutras mas, em You Ain't Seen Nothing Yet, composta a solo por Avril, esta abraça o tradicional pop rock. Daqueles que faz pensar na música e nos filmes de Hillary Duff e Lindsay Lohan para a Disney, trazendo também ecos de Contagious e Runaway. A letra é engraçada, descrevendo o entusiasmo típico de um início de relação. Condiz com o tom adolescente do som, algo que soa estranho numa cantora de vinte e nove anos... mas eu gosto.

Let Me Go 
 
 


"And two goodbyes led to this new life"
 
Este é o single mais recente do álbum. Sem que eu perceba bem porquê tem surgido nalgumas críticas coo a faixa mais fraca deste disco - não me admirava se tal fosse derivado do ódio de estimação que muitos devotam aos Nickelback.
 
Só tivemos de esperar uma semana após o lançamento do single para conhecermos o videoclipe de Let Me Go. O conceito recordou-me Memories, dos Within Temptation - o cenário clássico, de casa assombrada, a paleta de cores azuladas e sóbrias, tudo isso combina com o próprio conceito da canção, o seu tom gótico e misterioso. Inicialmente, as câmaras rápidas e algo tremidas faziam-me confusão mas agora vejo que combinam com as emoções conflituosas da faixa. O vídeo tem o ponto forte de suscitar interpretações variadas, sendo a mais correinte a de que Avril aqui é um fantasma, assombrando a casa onde vivera com Chad enquanto jovem. Este, envelhecido, assombrado pelas recordações, regressa à casa para reviver o tempo que passou com a amada. Na minha opinião, o objetivo do breve regresso ao passado é encerrar definitivamente esse capítulo dessa vida de modo a poder seguir em frente. Em todo o caso, o videoclipe fica na memória, não apenas pela emoção do conceito mas também pela extrema beleza da cantora neste vídeo.

Hello Heartache



"It's not the first time
But this one really hurts"
 
Pouco antes de as músicas de Avril Lavigne ficarem disponíveis para audição, correu o rumor de que Complete Me - um dos três instrumentais de supostas canções da Avril que apareceram na Internet durante o verão de 2011 - era, na verdade, o instrumental de Hello Heartache. Tal rumor confirmou-se parcialmente: o instrumental da Hello Heartache que aparece em Avril Lavigne é diferente mas, depois de um fã ter juntado essa versão com o instrumental conhecido com Complete Me dá para perceber que, na sua maior parte, a melodia é compatível com o instrumental que conhecemos há dois anos.

 

Podemos, então, deduzir com alguma certeza que Hello Heartache foi, inicialmente, composta para Goodbye Lullaby, mas ficou de fora da tracklist final, tendo sido remodelada aquando da composição de Avril Lavigne. E, de facto a letra de Hello Heartache recorda as break up songs de Goodbye Lullaby - sendo, provavelmente, também sobre o fim do primeiro casamento da cantora - enquanto que a sonoridade se assemelha a uma Here's to Never Growing Up mais melancólica. Penso que a remodelação foi uma boa ideia pois, apesar de gostar muito do instrumental Complete Me, este parece-se demasiado com músicas como My Happy Ending. Além de que este resultado final tem sido muito elogiado pelas críticas. E eu concordo.
 
No entanto, gostava de um dia ouvir a versão Complete Me desta música.

Bitchin' Summer
 



"Whiskey's got us singing like a choir"
 
Avril Lavigne é um álbum rico em músicas de verão, de festa, e Bitchin' Summer é a melhor delas todas. Não pela letra - que repete o espírito de Here's to Never Growing Up, reforçando mesmo o carácter adolescente - mas pela qualidade musical. Bitchin' Summer não comete o erro que a larga maioria das músicas mais pop da discografia da Avril comete ao se tornarem demasiado estridentes, demasiado agressivas. Ao apostar na guitarra acústica e na melodia suave, Bitchin' Summer torna-se uma música bem agradável ao ouvido, possuindo ainda um ritmo dançante do que faixas como Sippin' On Sunshine e Here's to Never Growing Up. Destaque, ainda, para o rap - mais uma vez, melhor conseguido que o de músicas como Girlfriend e The Best Damn Thing.

 
 
Bitchin' Summer podia perfeitamente ter sido um dos singles, no lugar de Here's t Never Growing Up ou Rock N Roll. É também aqui que se notam as consequências dos sucessivos adiamentos - estamos a ouvir uma música de início de férias de verão pela primeira vez em novembro! É apenas um exemplo de como este álbum é demasiado bom para a equipa de marketing por detrás dele...

 

Avril Lavigne - Goodbye Lullaby (2011) #2

Segunda parte da crítica a Goodbye Lullaby. Podem ler a primeira parte AQUI. Hoje falamos de Push e Wish You Were Here e, depois, faremos uma rápida antevisão a Avril Lavigne, o quinto álbum homónimo - porque suspeito que, em breve, aparecerão previews das músicas e estas especulações deixarão de fazer sentido.

3) Push
 



"You and me, we can both start over..."
Push é uma faixa acústica composta pela Avril e pelo seu melhor amigo (BBF – best boi friend) Evan Taubenfeld - para aqueles que não sabem, o Evan foi o guitarrista principal da banda da cantora durante os primeiros dois anos da sua carreira. Ele acabou por deixar o lugar, para tentar a sua sorte como cantor, mas os dois têm-se mantido amigos muito próximos ao longo destes últimos dez, onze anos, e compuseram músicas juntos para os álbuns Under My Skin, The Best Damn Thing e Goodbye Lullaby.
 
Em termos estritamente musicais, Push lembra Torn, de Natalie Imbruglia, e Kiss Me, dos Sixpence None The Richer. Fala sobre amor, como este nem sempre é tão fácil como as pessoas pensam. Uma coisa que muitos de nós não devem saber é o verdadeiro significado da expressão que dá o nome à música: “when push comes to shove” é uma expressão idiomática que significa “quando as coisas chegam a um ponto em que se tem de tomar uma decisão”. E, no caso de Push, essa decisão tem de vir de ambas as partes – e essa é a mensagem principal. E, no fim, vale a pena, porque é de amor que se trata. A música faz lembrar a música do Evan, “Story Of Me And You”, se bem que esta última faixa seja um bocadinho mais suave enquanto que, em Push, temos um cheirinho da Avril mais durona.
 
Uma das melhores partes da música é quando o Evan canta uns versos. A voz dele soa primorosa ao lado da voz da Avril – isto é mais uma prova da extraordinária química musical que sempre existiu entre eles. A repetir no futuro, por favor!

Infelizmente, parece que não teremos direito a nenhuma parceria musical entre a Avril e o Evan no álbum homónimo da cantora.
 
A Avril sempre disse que esta era uma das suas músicas preferidas do GL e, por sua vontade, seria o segundo single (ou – e isto sou só eu a especular – o primeiro). Acabou por não ser, mas, na minha opinião, tinha potencial para isso. De qualquer forma, Push é mais uma bela música que se junta à lista de composições extraordinárias, fruto de colaborações entre a Avril e o Evan, bem como mais uma que, tal como já referi aqui no Álbum, à semelhança de várias outras músicas da cantora, se torna uma faixa-termo-de-comparação.

4) Wish You Were Here




"You're always there, you're everywhere
But right now I wish you were here"

Esta sempre foi uma das faixas mais populares do Goodbye Lullaby. Não constitui, portanto, surpresa que tenha sido escolhida para terceiro single.

Wish You Were Here mistura a mensagem de When You’re Gone com a melancolia e a vulnerabilidade de I’m With You. A voz da Avril está no ponto certo; ela, em muitas canções, canta o refrão em notas muito agudas e isso nem sempre favorece a sua voz. Aliás, nesta música, ela soa absolutamente mágica, encantatória, fazendo-nos querer voltar a ouvir a música outra e outra vez. A letra fala sobre saudade, de uma maneira simples. Na altura, os fãs especularam sobre quem a teria inspirado: se Deryck, o ex-marido, cujo divórcio parece ser o tema de várias músicas deste álbum, se Brody, o namorado da altura. Não há maneira de se ter a certeza mas a Avril diz que a música tem uma mensagem geral, universal, já que toda a gente, nalguma altura da vida, se apaixona e sofre quando está afastada do seu amor. Isso para mim chega.

A minha parte favorita da música é a terceira, em que a mistura dos versos falados, os vocais por detrás, as notas de piano resultam numa sequência muito bela e emotiva.

Muitos ficaram surpreendidos, alguns até desiludidos, com a simplicidade do videoclipe mas este reflete muito bem a temática do Goodbye Lullaby: sentimentos agridoces, realidade nua e crua, sem produção para disfarçar. Há quem diga que foi por baixo orçamento mas eu tenho a impressão que era mesmo isto que a Avril queria: que nos focássemos no sentimento e na incrível interpretação vocal.


Entretanto, já saiu há algum tempo a tracklist do álbum Avril Lavigne. Chegou a sair outra, em que era Here's to Never Growing Up a abrir o disco, mas já se provou que era falsa, que a oficial é a que é mostrada e cima. Eu fiquei com uma certa pena pois acho que o primeiro single seria uma faixa mais adequada para abrir o CD.

Alguns dos títulos já eram conhecidos. Nomes como Hello Kitty e Bad Girl já tinham aparecido em sites de registos de músicas - mas eu pensava que o primeiro, quanto muito, seria um jingle ou um tema-título para a respetiva série animada que a Avril teria composto e/ou interpretado. Mas parece que é uma música a sério, sobre a marca e a boneca japonesa, de cujos produtos a Avril sempre afirmou ser fã. Segundo a mesma, a música terá influências eletrónicas e incluirá uns versos em japonês. Confesso que estou um bocadinho receosa do que aí vem, que não sei bem o que esperar, mas definitivamente tenho a curiosidade despertada.

Bad Girl conta com a participação de Marilyn Manson nos vocais e, segundo a Avril, será uma faixa pesada e sedutora. Let Me Go será também um dueto, desta feita entre Avril e Chad Kroeger, vocalista dos Nickelback e, agora, marido dela. Ele participou na composição da larga maioria - se não tiver sido em todas - das faixas de Avril Lavigne, o que confere um interesse extra a este álbum visto que eles se apaixonaram em estúdio, aquando da composição destas músicas. Let Me Go, segundo o que eles disseram, é uma música sobre o fim de um relacionamento - a mim, faz-me pensar em Goodbye - mas em que, no fim, se reconciliam. Estou à espera de uma balada rock, no estilo habitual dos Nickelback mas que nem por isso deixa de ser compatível com o material da Avril. Pensa-se, com bastante certeza, que este será o terceiro single deste álbum. Em todo o caso, estou curiosa tanto em relação a Let Me Go como em relação a Bad Girl pois, sem contar com a participação de Evan em Push, serão os primeiros duetos originais da Avril.


Os restantes títulos, de uma maneira geral, têm o mérito de serem fora do vulgar, despertarem curiosidade, apesar de recear que as músicas se revelem demasiado futéis, como por exemplo Bitchin' Summer. Sippin' On Sunshine faz-me lembrar Walking On Sunshine e Runnin' On Sunshine... e não gosto de nenhuma destas músicas. Por outro lado, muita gente tem associado Hush Hush ao tema das Pussycat Dolls - a mim, no entanto, cheira-me que será uma música diferente, uma canção de amor, mais porque, até ao momento, as últimas faixas dos álbuns da Avril têm sido todas baladas. Give You What You Like já foi também mencionada pela Avril, que tê-la-á, inclusivamente, referido-a como uma das suas melhores músicas. Muitos têm pensado nela como uma balada mas, a mim, o título faz-me pensar numa música mais para o sensual, estilo Hot.

O título que, no entanto, me desperta maior interesse, depois de Bad Girl, Hello Kitty e Let Me Go, é You Ain't Seen Nothing Yet. A própria expressão "Ainda não viste nada" (a tradução do título) aguça a curiosidade, independentemente das circunstâncias. Para além disso, contudo, a mim recorda-me duas músicas de Bryan Adams: I thought I'd seen everything e dois versos de Not Romeo Not Juliet "You thought you've seen it all, but you ain't seen nothing yet".

De uma maneira geral, acho que a Avril está a tentar ser menos politicamente correta - isso resultou muito bem em Girlfriend, cuja composição foi quase acidental. Nota-se isso em Here's to Never Growing Up e em Rock N Roll. Eu aprecio a intenção, ainda que os resultados nem sempre tenham esse efeito. Em todo o caso, isto tudo não passa de especulação. Não seria a primeira vez em que os títulos que, antes do lançamento de um CD, me passavam mais despercebidos se revelassem as minhas músicas preferidas. Só nos resta esperar. E enquanto aguardamos as histórias das músicas de Avril Lavigne, continuaremos a recordar as histórias de Goodbye Lullaby, bem como a analisar as histórias de outras músicas a serem lançadas em breve, ou já lançadas (mais informações em entradas futuras).

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